This Is My Gang! escrita por Metal_Will


Capítulo 93
Capítulo 93


Notas iniciais do capítulo

Lembrando: esse capítulo ainda NÃO É da terceira temporada. É um capítulo especial que eu estava guardando para a época certa do ano. E, aqui estamos nós...enjoy it! ;)



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Capítulo 93 - Solte a voz e toque os sinos

  Férias. Férias de fim de ano. Férias de verão. Como isso soa doce aos meus ouvidos. Dormir tarde e acordar tarde, sem preocupações, sem lição de casa, sem contas de matemática absurdas e, o melhor de tudo, sem nenhuma ideia bizarra. Exagero dizer que é a melhor época do ano? Acho que não. Nada como ter um pouco de paz, não é? Bem, claro que nem tudo é um mar de rosas...

- Ei! Eu ia comer o último bife! - reclamei com Marcela, que fez questão de pegar o último bife à milanesa (um dos meus pratos de almoço de dia útil preferidos) que eu estava de olho.

- Você já comeu dois pedaços. Desse jeito vai engordar.

- Tsc! A estudante de Educação Física aqui é você, sabia? Você que devia se preocupar se vai engordar ou não.

- Ao contrário de você, eu pratico exercícios. Queimo essas calorias num piscar de olhos.

- Mãe! Olha ela!

- Marcela, pare de incomodar seu irmão - disse minha mãe, enquanto adiantava a lavagem da louça sem nem olha para trás - Ah, sim, Daniel...depois do almoço lembre de que precisamos montar a árvore de Natal.

- Oh, sim - confirmei - É verdade...a tradição da família.

- É isso mesmo! - disse meu pai, todo animado, chegando na cozinha com uma caixa de enfeites na mão - Tiro férias do trabalho em dezembro justamente para não perder a tradição mais esperada do ano pela nossa família...a montagem da árvore de Natal!

- Muito esperada - comentei, meio desanimado. Não que eu não gostasse de estar com a família, mas vocês sabem...um preguiçoso como eu não fica muito animado quando se fala em trabalho. Mesmo assim, a tradição familiar foi cumprida e depois que tudo termina, não é que fica bonito? Sempre gostei de enfeites de Natal, aquelas luzes piscando e aquela estrela no topo da árvore. O que foi? Até eu posso ter pelo menos um pouco de senso estético. Natal é uma das minhas épocas preferidas do ano, principalmente por ser nas férias, que também é minha época preferida do ano. Acho que Natal não teria a mesma graça se não fosse um feriado nas férias...e, é acho que minha preguiça está atingindo os limites.

- É. Depois que o trabalho fica pronto, é bonito pra caramba - comentei.

- Que trabalho? - retrucou Marcela - Você só coloca as bolas nos galhos! A partir do ano que vem é você que vai desenrolar o pisca-pisca, viu?

- Tudo bem, até ano que vem tem tempo.

 Bem, essa era a parte mais trabalhosa do Natal. Poderia voltar para a minha difícil rotina de dormir e jogar video-game. Bem, ao menos era o que eu pensava, até que ouço o telefone tocar. Minha mãe atende e qual não foi minha surpresa ao ouvir ela me chamar.

- Daniel! Telefone pra você!

 Engoli em seco. Normalmente, as únicas pessoas que ligam para o meu telefone fixo são minha avó (que só liga na véspera do Natal) ou....não, não poderia ser ele.

- A-Alô - atendi temeroso. Que alívio senti quando a voz do outro lado revelou ser uma garota.

- Daniel? - disse Demi, com aquela voz linda - Ah, que bom que está em casa. Desculpe ligar no meio das férias, mas é que esse tipo de coisa acho melhor falar por telefone.

"Tipo de coisa?", pensei, "O que poderia ser? O que ela só pode falar pessoalmente?"

- Sim...pode falar...

- Você tem a sexta livre?

- Essa sexta? Claro!

- Ótimo! Você poderia passar aqui em casa? Preciso muito da sua ajuda.

- M-Minha ajuda? - perguntei.

- Sim, sim. Se você puder vir...seria maravilhoso!

- Claro! Pode contar comigo! - respondi de prontidão - Sexta à tarde...pode ser?

- Perfeito! É o horário que estava pensando mesmo! Conto com você aqui!

- Tá bom. 

- Obrigada, Daniel! Até sexta!

- Até!

 Claro que estava curioso. O que será que ela queria falar? Na última vez que fui na casa da Demi foi para ajudá-la a estudar. Ainda bem que agora não seria um programa tão chato. Quando atendi o telefone era quarta, fiquei dois dias ansioso, mas como não sabia se ela iria responder meus e-mails aguentei firme até sexta à tarde, onde lá estava eu diante do portão da casa dela, completamente nervoso. Tinha passado perfume, tomado banho, colocado o que achava ser minha melhor roupa. Ai, ai, o que poderia ser?

- Oh, Daniel. Como vai? - era a mãe dela. Já disse que era muito parecida com a filha, não? E por minha sorte ela foi a minha cara.

- Oh, olá - disse.

- Entre, entre. A Demi e seus amiguinhos já estão esperando.

- Amiguinhos? - repeti, já sentindo um frio na espinha. E aquele frio na espinha sempre aparecia quando..

- Daniel! Achei que você chegaria mais cedo! - pois é, era o Wilson, lá na sala juntamente com Jorjão (obivamente beliscando alguma coisa) e Karina (com a mesma expressão de sempre). O que os três estavam fazendo ali? Ou eu que fui imbecil demais em achar que se tratava de alguma coisa mais...particular entre a Demi e eu?

- Oi, Daniel. Que bom que você veio! - disse Demi, já me puxando para o meio da sala - Agora que todo mundo está aqui, posso fazer meu pedido.

- Pedido? - perguntei.

- Somos todos ouvidos - falou Wilson - Nós membros da NERD sempre nos ajudamos uns aos outros.

- Bem, é algo meio esquisito, mas...minha tia tem várias músicas de Natal preparadas para um coral infantil que ela coordenava todo ano. Mas justo esse ano eles tiveram alguns problemas e não conseguiram se reunir para fazer o trabalho de Natal que fazem sempre.

- Trabalho de Natal? - perguntei.

- Ela se apresentava com o coral em orfanatos, creches, asilos e hospitais. Minha tia leva todo mundo de carro e só precisamos cantar. Vocês poderiam ajudar? Não precisam cantar bem, só a intenção já ajuda pra caramba! Por favor, por favor, pro favooor!

 Por essa eu não esperava. Eu sou do tipo de pessoa que não canta nem no chuveiro. Mas sendo um pedido da Demi e para um motivo nobre...será que deveria aceitar a última ideia inusitada do ano?

- Não precisava nem perguntar - falou Wilson - Estamos dentro!

- Por mim, beleza - falou Jorjão - Ainda é pouco para agradecer o ótimo lanchinho que a sua mãe fez.

- E você, Ka? - perguntou Demi a Karina.

- Sem objeções - disse ela - Músicas de Natal são agradáveis...embora eu não seja a melhor cantora do mundo.

 Ela disse isso, mas sempre se dá bem em qualquer coisa que faça. Já eu..

- Bom, eu não sou um bom cantor, mas...

- Não precisam ser profissionais! Só a ajuda já tá valendo!

- Bem, se é assim...

- Beleza. Então, vamos nessa! - disse uma mulher um pouco mais cheinha, mas que, de cara, lembrava um pouco da mãe da Demi.

- C-Como? De onde a senhora saiu? - perguntei assustado.

- Oh, sim, essa é a minha tia - falou Demi - Ela quem organiza o coral.

- Muito prazer. Você deve ser o Daniel...e vocês Wilson, Jorjão e Karina. Minha sobrinha fala muito de vocês.

- Oh, obrigado..eu acho - falei timidamente.

- Você parece ter uma boa voz, heim? - disse ela, aproximando-se de Jorjão.

- Bom, nunca tentei cantar pra valer.

- Voz de tenor. Tá perfeito - disse ela. Ao que parece, ela determinava o tipo de voz da pessoa com pouca conversa.

- Ela é bem animada, não? - comentou Karina.

- Ela me lembra alguém...

- Bom ver que está animada! - disse Wilson - Quando vamos começar?

- Agora mesmo! É esse o espírito que quero sentir! - exclamou a tia.

- Agora? - estranheie.

- É...achei que estaria em cima da hora, mas minha tia disse ser o método mais rápido.

- Então, foi uma armadilha? - questionei.

- Não interprete mal - desculpou-se Demi.

 De qualquer forma, lá estávamos nós ensaiando clássicos como Noite Feliz, Noite Jubilosa, Pinheirinhos de Alegria, Bate o Sino, entre outras. Como são músicas conhecidas, até que não foi difícil ensaiar (e minha voz saía disfarçada no meio dos outros). Bem, após uma hora de ensaio, a tia de Demi praticamente nos jogou no carro e nos levou para cantar nos mais diferentes locais da cidade. Foram umas quatro horas de canções natalinas em cinco lugares diferentes, mas tudo era tão rápido que mal tinhamos tempo de observar o local. À noite estávamos exaustos.

- Ufa! Esse foi o último! - disse ela - Desculpe fazer tudo às pressas, mas não tinhamos mais tempo.

- A qualidade até que saiu boa, para um quinteto improvisado - comentou Karina.

- Foi lindo. Obrigado, gente! - Demi agradeceu. Ainda estava meio atordoado com tantas canções de Natal ecoando na minha cabeça, mas fico feliz que ela tenha gostado (e que tenhamos sido úteis de alguma forma). Só lembro de algumas crianças do orfanato perguntando me chamando de "tio", o que já me deixava com sensação de velho mesmo tendo...treze anos? Fora isso, também lembro de algumas perguntando se Jorjão era o Papai Noel.  De qualquer forma, acho que me senti mais completo como ser humano, mais tolerante, mais paciente..

- Valeu mesmo, Daniel. Bom ver que continua com o espírito animado! Ano que vem vamos botar pra quebrar naquela escola!

 Ou pelo menos um pouco mais paciente. 

- Ah, sim, aqui vai uma lembrancinha...não é muita coisa, mas serve de agradecimento por serem uma equipe de emergência tão boa.

 Uma agenda do ano que vem? Um bom presente...embora mesmo que eu escreva meus compromissos numa agenda, sempre esqueço de ver depois.

- Feliz Natal a todos! - disse ela.

- Valeu! Adoro o Natal! - falou Wilson - Aliás, foi no Natal que comecei a ter mais interesse por ciência.

- Como assim? - perguntei, já me arrependendo disso.

- Ora, Daniel. Nunca parou pra pensar por que o Papai Noel é gordo? Para entregar todos os presentes em uma noite ele precisaria se locomover a uma velocidade próxima a da luz. E todo mundo sabe, pela teoria da relatividade, que a massa aumenta quando se move a uma velocidade muito alta.

 Acho que vou levar esse ensinamento pelo resto da vida.

- Então tá explicado - comentou Jorjão - Meus pais devem ter me acelerado a uma velocidade muito grande quando criança e por isso aumentou minha massa.

 Não, acho que o caso dele é um pouco mais simples.

- De qualquer forma, obrigado mesmo gente - disse Demi - Antes de vocês irem...posso...dar um abraço em vocês?

- Claro! Membros de gangue se abraçam quando quiserem! - disse Wilson, abraçando Demi antes mesmo dela terminar de falar. É...queria ser assim mais expansivo. De qualquer forma, acabamos nos abraçando (embora Karina não sabia muito bem como fazer isso e, no máximo, foi abraçada).

- É isso aí, Daniel! Membros de gangue para sempre! - disse Wilson, me abraçando calorosamente.

- Bem...Feliz Natal, Wilson - foi minha reação não exagerada. Cantar músicas de Natal pela cidade inteira do nada...a NERD não podia terminar o ano de uma forma convencional, poderia? Mais uma missão louca para nossa coleção, mas...posso registrar isso como o Natal mais inusitado da minha vida. Espero que ano que vem seja uma coisa menos corrida e, ai, caramba, já estou prevendo que o Natal do próximo ano também será esquisito. Aaaaaaaaah! Bom, seja lá como for o próximo ano, um Feliz Natal para todos!


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado desse capítulo mais simples, mas com o mesmo espírito de sempre. Se Deus quiser, estaremos aqui ano que vem com mais missões bizarras dessa turma. Muito obrigado por acompanharem e feliz Natal para todos!
PS: Eu queria ter pintado o desenho via PhotoShop, mas eu não sou bom naquilo. Bem, mas o que vale é a intenção, né? Até a próxima!



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