Lena

- Não Lena. Já disse que não dá. – era a terceira vez que Embry respondia. Estava tentando vencê-lo cansaço. 

- Está com medo? – provoquei. Ele e os rapazes sempre caiam em alguma provocação.

Ele me olhou. – Sim, estou com medo. Estou com medo do que Sam fará comigo se algo te acontecer. Eu gosto dos membros do meu corpo e quero continuar com eles.

- Medroso. Quil não teria medo de apanhar de uma garotinha se estivesse aqui. – me sentei no sofá da sala. Estávamos apenas nós dois na casa de Sam.

Seth foi ajudar Sue junto com Leah. Sam, Jacob, Quil e Paul foram fazer a ronda. Jared havia saído com Kim. Bella ficou em casa fazendo alguns trabalhos da faculdade até Jacob acabar a ronda e ir buscá-la. Matt estava com Tara. Emily saiu com as garotas para fazer compras. E Embry... Bem, Embry resolveu me fazer companhia já que resolvi ficar em casa. Na verdade ele apenas queria fugir de algum trabalho que sua mãe tinha pedido a ele.

- Eu também não tenho medo de uma garotinha. Tenho medo do primo da garotinha.

- Por favor, Embry. Sam não vai falar nada. Lembra, ele quer que eu aprenda a lidar com minha nova condição. Você só irá me ajudar.  – enrolei.

Embry me olhou desconfiado.

- Não. Não vou brigar com você, Lena. Você pode se machucar. – ele disse.

Droga! Quase pensei que ele fosse topar.

- Mas Embry, eu preciso de ajuda com isso. Nunca briguei sério antes. Quero dizer, como vocês. E se eu encontrar um vampiro quando estiver sozinha?  

- Aí você corre e nos chame. – ele disse.

- Você faria isso?

- Não. Mas eu já lutei antes, sei como é.

- Então. Eu preciso de alguém que já saiba como é. – eu estava quase me humilhando, mas eu realmente queria aquilo. Queria ver o quão forte eu estava. Todos estavam falando que eu não era mais a mesma, que agora havia responsabilidades, mas eu não me conhecia ainda, não conhecia essa nova Lena que estavam me obrigando a conviver.  

- Então peça para outro, tipo Sam, Jacob ou até mesmo Seth. Eu tô fora. – ele avisou indo em direção a porta. 

- Valeu. Obrigada pela ajuda. – fingi que estava triste, mesmo sabendo que talvez não adiantaria. Embry era o que menos mostrava seu lado afetivo, então não sabia se ele iria cair na minha, mas para a minha felicidade, ele caiu.

Ele parou perto da porta, respirou fundo e se virou.

- Tá bem baixinha, você venceu, eu vou te ajudar. – Ele disse vencido.

- Não estou mais tão baixinha assim, agora eu estou do tamanho das garotas, até um pouco maior. – cruzei os braços. Ele riu baixo.

- Tudo bem, vamos lá gigante. O que tem em mente?

- Não sei, me ensina alguns golpes. Preciso saber o quanto estou forte.

- Tem certeza que não quer fazer isso com outro? Talvez Leah te ajude, vocês são mulheres...

- Não, ela vai pegar leve. Eu não quero que sejam cuidadosos, eu quero algo sério.

Ele revirou os olhos.

- Tá, vamos tentar.

Seth

- Seth, não precisa correr, Lena não vai fugir. – Leah disse atrás de mim.

- Eu sei, só estou com saudades. Ainda não pude ficar com ela hoje. – disse apertando o passo. Leah veio atrás de mim.

- Seth, Leah! – ouvi a voz de Quil nos chamar. Nos viramos para olhá-lo. Ele estava com os rapazes, Sam, Jake e Paul.

- Estão vindo da ronda? – Leah perguntou.

- Sim. – Jake respondeu.

- Sam, Lena ainda está em casa? – perguntei.

- Assim espero. – ele respondeu passando por mim. O segui junto com os outros.

- Sabem se as garotas já chegaram? – Paul perguntou.

- Não, elas ainda estão fazendo compras. Encontrei com elas no mercado. – Leah respondeu.

- E por que não ficou para ajudar? – Ele quis saber.

- Por que não sou uma inútil feito você que não faz nada, tinha coisas a fazer.

Ouvi Jacob ri baixo junto com Quil.

- Pelo visto elas não chegaram. – Sam comentou vendo que a caminhonete não estava parada perto da casa. Ele seguiu direto para a porta e entrou.

O que é isso!

- O que está havendo? – exclamou ao ver a cena.

Embry estava em cima da Lena, segurando seus braços pelas costas. Como se estivesse brigando com ela.

A blusa dela tá suja de sangue?!

Lena

- Eu posso explicar. – Embry me soltou rapidamente.

- O que você fez com ela? – Sam rosnou.

- Lena. – Seth se aproximou. – O que houve? O que ele fez? Que sangue é esse?

Eles estavam me tratando como se eu ainda fosse a Lena de antes.

- Nada, tô bem. Calma. Eu bati com nariz no braço do sofá e meu nariz acabou sangrando, mas tô legal. Já passou.

Seth segurou meu rosto para ver melhor se realmente eu estava bem.

- Lena, agora é a hora de você me ajudar. – Embry pediu. O olhei. Sam estava em cima dele com cara de que ia arrancar a cabeça dele ali mesmo. Sam não deve ter ouvida nada do que eu disse.

- Não Sam, eu que pedi. Ele não tem culpa. – o defendi. Mas Sam parecia que não ouviu, ele continuou encarando Embry como se fosse jogá-lo para fora de casa com a porta ainda fechada.

- O que ele fez? – Jacob perguntou.

- Nada, a gente só brigou.

- Embry! – Sam exclamou rosnando.

- Não, não. Eu pedi. Ele não queria. – O defendi. Sam mesmo assim rosnou para Embry.

- Ouviu o que ela disse? Eu não queria. – Embry repetiu se afastando.

- Você pediu para Embry te machucar? – Leah arqueou a sobrancelha.

Eles não estavam entendendo.

- É melhor você dá no pé, cara. – Quil aconselhou. – A cara de Sam não está das melhores.

- Não, tá tudo bem. – me aproximei de Embry. – Ele não fez nada, gente. Eu pedi para ele me ensinar alguns golpes. Só isso.

- E você ensinou. – Sam cruzou os braços, ainda aborrecido. – Você é idiota?

- Tem certeza que precisa de resposta? – Leah zombou.

- Cala aboca. – Embry rosnou.

- Leah você não está ajudando. – Jacob anunciou.

- Eu sei. – ela sorriu debochando.

Jacob revirou os olhos.

- Não estou entendendo o porquê disso tudo. Que palhaçada. – me aborreci. – Não é você quem diz que eu preciso aprender que agora eu estou diferente, que não sou a mesma pessoa, que eu mudei? Então, como vou fazer isso sem ajuda? Eu precisava de ajuda para saber como me defender se alguma coisa acontecer. Quando pedi ajuda você me olhou como se eu estivesse pedindo para atirar na minha cabeça. – disse ao Sam. – E se eu tentasse com o Seth era capaz dele deixar que eu o machucasse em vez dele reagir.

Jacob, Quil e Leah olharam para Sam, que parecia pensativo. Embry ainda estava com cara de “qualquer coisa eu pulo a janela”. E Seth veio para meu lado. Sam me olhou e respirou fundo.

- Você tem razão. – Ele declarou fazendo todos se espantarem.

- Tenho? – pensei que ele fosse gritar ainda mais com Embry e dizer o quão irresponsável eu fui.

- Sim. Não posso exigi algo de você sem que você mesma não conheça. – ele respondeu. – Desculpe.

Eu o olhei buscando algum tipo de brincadeira, mas sabia que Sam não brincava quando o assunto era o bando.

- Isso quer dizer que irá me ajudar? – Me animei quando vi que ele estava falando sério. Sam deu um leve sorriso.

- Sim. Mas não será assim. Não lutamos na nossa forma humana, Embry deveria saber disso. – Sam o olhou rapidamente. – Isso que ele estava te ensinando só irá funcionar com eles. – ele apontou para Embry e Quil. – Isso não é luta, isso é perda de tempo.

- Então quer dizer que tá tudo na boa? Não vai perder seu tempo comigo? – Embry quis ter certeza de que não iria apanhar.

Sam cerrou os olhos para ele.

- Você não sabe quando deve se calar. – Jacob o olhou.

Seth

Foi um susto e tanto vê Embry grudado em Lena. Até tentei entender o que houve, mas Sam não aliviou o lado dele, mesmo Lena o defendendo. Sam o colocou para fora de casa a pontapés, isso antes de dizer que ele faria a ronde de madrugada durante um mês.  

Já havia anoitecido, a lua estava cheia e tão grande no céu que parecia ser de mentira. Sam permitiu que eu ficasse com a Lena durante essa noite, mas admito que se ele não deixasse eu ia pular a janela.

- Você tá bem? – Perguntei puxando ela para mais perto de mim em sua cama.

- Não. Eu tô me sentindo estranha. – ela respondeu com seu rosto em meu peito. 

- Estranha? Como? – Ergui a cabeça para olhá-la melhor.

- Não sei. Meu corpo tá... – ela hesitou. – Não sei dizer. É como se tivesse algo errado comigo.

- Quer que eu chame o Sam?

- Não, não deve ser nada. Vou preocupar Sam por nada. Amanhã já devo está melhor. – ela tentou sorri. – Vamos dormi, eu tô cansada. – ela disse me abraçando.

Dava para perceber que ela estava tentando não me preocupar, mas era difícil. Eu demorei a dormir pensando no que ela poderia está sentindo.

Virei para o lado sentindo um vazio que não deveria ter na cama.  Abri os olhos. Lena não estava ao meu lado. Ainda não havia amanhecido, estava escuro do lado de fora.

- Lena? – chamei procurando pelo quarto. Ela não estava. Saí do quarto e fui procurar pela casa, mas não a encontrei. – Onde ela está?

Fui até o quarto de Sam e bati na porta.

- O que houve Seth? – ele perguntou de dentro do quarto.

- A Lena. Não sei onde ela está. – respondi.

A porta se abriu poucos segundos depois.

- Como não sabe onde ela está? – ele perguntou passando por mim, indo em direção ao quarto dela. Eu o segui. – A cama ainda está com o cheiro dela. – ele disse assim que entrou no quarto. – Procurou pela casa? – ele perguntou.

- Sim. Ela não está em lugar nenhum.

- SAM!! – gritaram da sala. Era Embry.

Sam e eu corremos até lá.

- O que houve? – Sam perguntou.

- Lena. Ela tá na floresta.

- Na floresta? – perguntei.

- É, acho que aconteceu alguma coisa. – ele disse. – Ela não consegue trocar de volta.

Continua...