Accidentally In Love 1 escrita por Juh__Felton


Capítulo 15
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Ok... A situação está bem melhor! Leiam e COMENTEM!



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~>LEMBRANÇAS

Jorge acordou com uma dor de cabeça imensa. Não se lembrava de nada, mas os acontecimentos recentes voltaram com força total à sua cabeça, repousada em um travesseiro na ala hospitalar. Hermione. O garoto sentiu como se tivesse levado um golpe, as imagens de Angelina torturando-a eram marcantes. Suas costas também doíam, como se uma horda de testrálios tivesse passado por cima, devido ao choque com a parede da Casa dos Gritos. Então olhou para os lados, esperando ver os cabelos de Hermione, mas ao seu lado esquerdo estava Gina, e do lado direito, Fred; Uma cama depois da de Gina, Draco Malfoy jazia inconsciente. Madame Pomfrey entrou agitada.

-Até que enfim, um deles acordou! – e falava sem parar, enquanto entupia Jorge de sapos de chocolate. – Não sei mais onde isso tudo vai parar... Três ataques a Hogsmeade em uma semana e o Ministro só se preocupa com a imagem do Ministério! – Jorge engoliu muito chocolate de uma vez e perguntou:

-Como assim?

-Ah, ele vem aqui e discute mais uma vez com a diretora... Ao que parecia ele tinha que se manter em algum lugar, desde o sumiço da cara de sapo...

-Cara de sapo? O que, a Dolores Umbridge sumiu?

-Ah, tinha esquecido, você só acordou agora...

-Anda Madame Pomfrey! Há quanto tempo eu estou aqui?

-Quase três dias... Logo depois do ataque o Ministro procurou pela cara de sapo, mas nem sinal dela... O Pasquim deitou e rolou, já que o Profeta agora é do Ministério...

-Madame Pomfrey, e os que lutaram no ataque?

-Alguns moradores tiveram que ficar no St. Mungus, mas já estão bem... E o pessoal da Ordem também, só vocês que estão fora de si ainda... O Potter e o amigo dele Ronald, seu irmão encontraram vocês e os trouxeram pra cá...

-Mas a Hermione já foi pro dormitório, não é? Ela não está mais aqui...

-Não, queridinho. A senhorita Granger não foi encontrada com vocês. – disse Madame Pomfrey, penalizada.

-Então ela voltou sozinha?

-Não. Ao que parece, a última vez que a viram ela estava na companhia daquele aluno desaparecido.

-O Taylor? Então ele trouxe a Mione. – Jorge relaxou novamente nos travesseiros.

-Oh, coitadinho... Ele não quer acreditar. – disse Madame Pomfrey, apertando as bochechas do ruivo. – Esse... Taylor. Ele estava dominado pela Imperius. Ele levou a sua namorada. – Jorge olhou incrédulo para a enfermeira. Hermione havia sido levada? Isso era impossível, ela estava resistindo bravamente às torturas de Angelina... Passou a mão pelos cabelos já na altura dos ombros em um gesto de desespero. Sua Hermione não estava ali, ao alcance de sua proteção. Ela havia sido levada para os Comensais. Voltou a prestar atenção no que acontecia ao seu redor quando ouviu um som. Gina e Fred ainda dormiam profundamente, mas Draco havia acordado. Jorge levantou-se e foi até ele, quando percebeu que o que ouvira fora um soluço. Sentou-se na cama de Gina, e Draco levantou os olhos para ele. Não disseram nada naquele momento, ambos se lembravam das frases de Angelina.

-Foi você, não foi? – perguntou Jorge, de cabeça baixa. Draco não respondeu ao que Jorge continuou. – Como você pôde? Ela te amava!

-Eu não queria...

-Não? – Jorge rugiu. Murmurou Abaffiato e percebeu que fizera efeito. Gina e Fred nem se moviam, e Madame Pomfrey continuava na sua sala. – Agora me diz cara. Não queria que ela fosse levada? Então por que você não foi ao invés dela?

-Ela não deixou... O Mobilicorpus...

-Malfoy, sério, achei que você como um Comensal tivesse mais liberdade de ação...

-NUNCA REPITA ISSO! – gritou Draco, levantando também.

-REPETIR O QUE? EU SEMPRE IMAGINEI! – gritou Jorge, avançando em direção a Draco, o rosto vermelho pela fúria. Respirou fundo e voltou a falar calmamente. – Sempre achei que sua relação com a Hermione fosse mais do que uma simples missão do Voldemort, Malfoy. Achei que você tivesse desistido de ser um Comensal por ela, achei que você a amasse!

-Nunca... Nunca ponha em dúvida meus sentimentos por ela. Desde que eu percebi que a Hermione era mais do que aquela sabe-tudo eu me apaixonei por ela. E não importa o que aconteça, o que você faça, não importa se depois disso tudo, ela prefira você a mim, eu sempre vou amá-la. – Jorge sorriu sarcasticamente, e aplaudiu.

-Palavras tocantes... Vai repetir no funeral dela? Ah não, desculpe, você nunca iria ao funeral de um Sangue-Ruim, mesmo que essa pessoa tenha morrido por sua causa!

-Você não me conhece...

-Quer saber? NINGUÉM TE CONHECE, MALFOY! VOCÊ SEMPRE INSISTE EM SE ESCONDER DOS OUTROS! AGORA ME DIZ... VOCÊ SEMPRE AGIU ASSIM COM A PARKINSON, A SCHERPES OU SÓ A HERMIONE VOCÊ MANDA PRO SEU LORDE? – Jorge gritava a plenos pulmões, mas devido ao Abaffiato ninguém os ouvia.

-ELE AMEAÇOU MINHA FAMÍLIA, TÁ BEM?! MAS PORRA EU NUNCA A MACHUCARIA, NUNCA A ENTREGARIA! – Draco devolveu no mesmo tom, depois baixou a voz. – Ele sempre ameaçou minha mãe, disse que se eu levasse a Hermione pra lá, ele nos libertaria! E foi aí que eu percebi que nunca poderia fazer nada contra ela, porque eu a amava! Minha mãe soube que eu estava me envolvendo com a missão e me mandou desertar, ok?

-Eu sempre imaginei... O tal Draco Malfoy se envolvendo com Hermione Granger? Não admira que sua mãe a trate desse jeito, como “a missão”... – disse Jorge, dando as costas para Draco. – Você não pode negar seu sangue, você por mais que não queira é o filho de um Comensal... Por mais que você não queira será sempre um Malfoy. – pousou cansadamente a mão sobre a maçaneta da porta da enfermaria.

-É? Então fala Weasley! Onde você estava quando ela foi levada? – disse Draco. – O que o senhor “Eu Amo Hermione E Daria Minha Vida Por Ela” estava fazendo? – Jorge virou-se com calma para Draco, que se encontrava a dois passos de distância dele.

-Isso mesmo que você falou Malfoy. Por pouco eu não dei minha vida por ela. Se você não percebeu, sua amiguinha Angelina tinha me deixado desacordado, assim como os meus irmãos, sabia? Ah desculpa de novo... Você não sabe o que é dar a vida por quem se ama, só sabe receber essa vida. Quem morreu por você mesmo, implorando pra que você desertasse? Ah, lembrei! Narcisa! Ela morreu pedindo pra você desertar, e o que você fez? Pôs a única pessoa que ainda te considerava nas mãos do cara que matou sua mãe!

-Não toque no nome de minha mãe em vão, Jorge... – disse Draco, andando em direção ao garoto, diminuindo a distância entre os dois consideravelmente. – Você não sabe do que eu sou capaz.

-Sei sim, Malfoy. Você me mandaria pro mesmo lugar que mandou a Hermione... Pelo menos eu a reencontraria. – Jorge não completou, levou um soco no rosto. Só não devolveu porque Harry e Rony chegaram rapidamente e separaram os dois. Rony levou Jorge para o dormitório, enquanto Harry ficou na enfermaria com Draco.


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Hermione acordou em uma cela totalmente escura. Um prato de comida já devorada pelos ratos jazia ao seu lado. Há quanto tempo estava ali? Quase três dias. Não sabia que horas eram e nem sabia o que acontecia ali. Ao que parecia, também não conseguia se comunicar com Sophie, estava sem o caderno, a fome e a tristeza causada pelo grande número de dementadores faziam com que não conseguisse usar a Triangulação. Sabia que a amiga estava triste por todo aquele tempo, ainda sentia réstia de tristeza e raiva e não era sua. Sentia também uma saudade, e imaginava que fosse da terceira pessoa que se envolvera na Triangulação. Não podia comer nem beber, pois tudo estava embebido em Veritaserum, e deixava que os ratos revelassem seus verdadeiros guinchos. Tentou beber um pouco, sua varinha não estava por perto e não podia fazer surgir uma água pura. Logo sentiu a conhecida sensação de quando tentava beber algo: poderia responder a qualquer pergunta. A patrulha da cela acontecia duas vezes no dia por um dementador, e o barulho do mar batendo na parede onde estava encostada indicava que estava na prisão dos bruxos, Azkaban. Pensava em todos que estiveram na Casa dos Gritos, e imaginou que estivessem bem. Ouvia as vozes dos Comensais lá fora, e pensava em Draco, em Jorge, em tudo o que vivera há alguns dias. Uma vez Angelina fora à sua cela, ainda sentia resquícios das Maldições Cruciatus que recebera. E pensou em Draco de novo. Ainda precisava ouvir dele algumas respostas, mas o que lhe restava agora era a companhia dos ratos e baratas.


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Harry saiu da enfermaria com um olhar preocupado. Draco agora dormia um pouco, nunca gostara dele, mas se era a escolha de Hermione seria necessária. Agora se dirigiu ao dormitório; Rony tentava obter respostas de Jorge, e não seria importunado. Dormiu rapidamente o sono dos justos.

Chegava voando numa vassoura a uma ilha. Era um lugar sombrio, e fazia muito frio. Ele sentia que era imune, que era uma autoridade ali. Desceu em um pátio, e vários dementadores faziam pequenas mesuras. Uma mulher chegou, acompanhada de um homem, cujos cabelos platinados esvoaçavam ao vento.

-Milorde, a prisioneira está nas mãos da Johnson.

-Tire a Johnson de lá, Bela. Eu quero ver a garota. – sua voz estava diferente, era uma voz fria, mas calma.

-Milorde... Eu gostaria de ter o prazer...

-Lúcio... O meu maior prazer seria que você me deixasse em paz. Por favor, Bela, leve-me à prisioneira. – Belatriz ia andando na frente, muitos prisioneiros se encolhiam ao ver Harry passando. Lúcio os seguia em silêncio pelos corredores mal cuidados. Chegaram a uma pequena cela, onde uma garota magra, porém bonita estava sentada no chão. Harry deu uma risada que ecoou por Azkaban.

-Senhorita Granger, estou certo? – Harry falou numa mistura de desdém e satisfação. – Vejo que o Draco fez um bom trabalho.

-Ora, Lorde Voldemort. Ou melhor, Tom. – disse Hermione, se levantando. Harry a olhou com frieza, mas depois sorriu. – A que devo a honra de sua visita?

-Garota atrevida! – gritou Belatriz, empunhando a varinha.

-Ora, acalme-se, Bela. – disse Harry. – Ela não passa de uma garotinha de Sangue-Ruim que tenta parecer corajosa. Vamos ver até que ponto essa coragem chega? Crucio! – ela resistia, contorcia-se no chão, mas não disse uma palavra. Voldemort baixou a varinha. – Ótimo... Sabe nunca um Sangue-Ruim resistiu com tanta força às minhas Maldições...

-Isso não é um elogio vindo de você, Voldemort. Afinal, poucos não-bruxos tiveram o privilégio de que você os atacasse... Porque quem sempre faz o trabalho sujo são os Comensais... – ela foi calada por um novo crucio, dessa vez de Snape, que chegava à cela naquele momento. O homem baixou a varinha, e Hermione continuou ofegante. – Não é verdade, Severo? Afinal quem matou o maior bruxo de todos os tempos foi você... E o Tom ficava por aqui, relaxando e curtindo sua cobrinha de estimação.

-Você foi longe demais, insolente! – gritou Lúcio.

-E você? Ah, nem preciso falar... Matou a própria esposa quando o jato iria para o filho... Tsc, tsc, Lúcio Malfoy... Cachorrinho de Tom Riddle, quem diria.

-Você me lembra duas pessoas: o Dumbledore e a senhorita Umbridge, subsecretária sênior do Ministro, garota. – disse Harry, pegando-a pelo queixo; o lugar onde ele tocou ficou marcado como uma queimadura. – E veja o fim que eles tiveram... Não queremos que nosso querido Draco chegue aqui e encontre seu corpo... Apesar de que eu tenho planos ainda melhores pra você. Crucio!


-HARRY! Harry, ainda bem que você acordou! – disse Fred. – Eu ouvi gritos, e subi correndo... – o garoto pôs os óculos e correu para fora do dormitório, com Fred em seu encalço. Chegou à sala de McGonagall e entrou direto sem bater na porta. Ela estava com um mapa, acompanhada de Lupin, Tonks, Moody e alguns homens que eram do Esquadrão de Aurores. Viu que Rufo Scrimgeour estava no canto da sala.

-Harry? Mas o que...

-Lupin, Tonks, professor Moody. – saudou Harry indo de encontro à escrivaninha de McGonagall.

-Senhor Potter, eu acho que deverias ter mais...

-Agora não, por favor, Ministro. Eu sei onde a Hermione está.

-Por favor, Harry, sente-se. – era McGonagall, que o guiava para uma cadeira próxima. – Você está pálido, me conte o que aconteceu.

-Hoje à tarde eu tirei um cochilo, mas não pratiquei a Oclumência.

-Oclumência? – interrompeu o Ministro. – Mas que diabos você ensina aos seus alunos aqui, Minerva?

-Por favor, Ministro, deixe que o Harry continue. – falou Lupin, rapidamente.

-Eu tive um sonho muito real, como o de quando o Sr. Weasley foi atacado. Era o Voldemort, chegando a Azkaban. Ele foi para uma cela onde a Hermione estava. Eles a torturavam, ela estava muito fraca, mas estava resistindo às Maldições Cruciatus... Por favor, professora... E eles mencionaram Dolores Umbridge também, ela não agiu muito certa com Voldemort. Ao que parece ela teve o mesmo fim que o Dumbledore.

-Mas, Harry. Você tem certeza?

-Não é como no quinto ano, Lupin. Isso é realmente verdade. O Voldemort ainda não teve tempo pra criar toda aquela cena, aliás, ele nem deve saber que eu invadi a mente dele. E também estavam lá Belatriz Lestrange, - Tonks bufou de raiva. – Lúcio Malfoy e Severo Snape.

-Ok, Potter... Nós teremos que checar algumas coisas. Comunique aos seus amigos, acredito que nem a senhorita Ballin nem os gêmeos Weasley saíram de Hogwarts... Por favor, mande que o senhor Malfoy venha falar comigo imediatamente. Alastor, se você quiser ficar aqui seria de grande ajuda. – Harry não pensou duas vezes e correu não antes de ouvir a voz de Rufo Scrimgeour.

-Você ainda vai fazer besteira de ouvir esse garoto, Minerva. – chegou à Torre da Grifinória. Sophie estava na sala comunal, com um caderno em mãos. Fred, Gina e Vianne, que tinha ido saber notícias observavam a lareira com absurdo interesse. Jorge estava com a cabeça enterrada nas mãos, desde a briga com Draco não falara uma única palavra.

-Hermione... Encontrada... Minerva... O Ministro... Aurores... Vocês... – o garoto não conseguia falar devido a várias pontadas do lado do corpo. Respirou fundo e disse: - A Hermione foi encontrada... A Minerva pediu pra que eu avisasse a todos... A diretora está lá em cima com o Ministro e os Aurores e pedem que vocês os ajudem. – Todos se levantaram e empunharam as varinhas. Harry entendeu isso como um sim e correu em direção à sala comunal da Corvinal. O quadro da Corvinal perguntou sádico:

-A senha? – ao que Harry respondeu:

-A senha é abra em cinco segundos, a Minerva manda, ou eu acabo com essa tinta a óleo rapidinho.

-Sinto muito, mas...

-Sou EU!!! Harry Potter!!!

-Ah sim, o namorado da senhorita Beltanny... Eu sempre achei que na escola fossem proibidos amassos, mocinho...

-A MINERVA MANDOU QUE EU ENTRASSE! Ta difícil de entender? – gritou. Vianne ouviu e foi até a porta. Harry resumiu rapidamente a história, deu-lhe um rápido beijo e, enquanto Vianne subia, desceu até as masmorras. Já tinha ido à sala comunal da Sonserina, e foi fácil reencontrar o caminho. Por sorte, Draco estava entrando na sala comunal. - DRACO!

-Nossa Poty... Se você quer acordar o castelo inteiro vai perder seu tempo... Não há quase...

-A Hermione foi encontrada. A Minerva e o Moody querem falar com você. – Draco nem ouviu o resto, já corria feito louco para as escadas. Harry já não agüentava mais correr, mas teve que ir rapidamente até as escadas que davam para a Torre da Grifinória.


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Hermione acordou meia hora depois da visita de Voldemort, Lúcio, Belatriz e Snape à sua cela. Sentia as dores de ter insultado o Lorde das Trevas, mas era melhor que morresse logo a ter que ficar ali. Suas pernas tremiam tanto, sua saia estava totalmente suja e seu colete, rasgado nas costas, de onde Angelina tirou um filete de roupa “para ficar de recordação, geralmente os outros que eu torturava pediam pra morrer antes, você é rara nesse aspecto”, nas palavras dela. Então, de repente uma lembrança que não era sua invadiu a sua mente.

-=O FLASH BACK + ATRASADO DO SÉCULO!=-
-Ah, o famoso Draco Malfoy... Já jogamos quadribol em times adversários, meu nome é Angelina Johnson. Espera, não seria você o namorado da Hermione? Era com você mesmo que eu vim falar! Escuta, hoje não é o dia do passeio a Hogsmeade? Vamos tomar uma cerveja amanteigada. – e puxou o garoto atônito pela mão.

-Então ta, Johnson... O que você quer?

-Eu lembro muito bem do ano passado Malfoy...

-E você quer que eu diga o que? Ah, eu sou um Comensal da Morte, ou pelo menos era, quer um autógrafo?

-Não, garoto... – disse Angelina, passando a mão no rosto dele. Ele se desvencilhou assustado. – O que é? Eu não mordo!

-Agora diz Johnson, o que você quer?

-Queria me juntar a você.

-Juntar a mim? Mas como... – um relance de compreensão passou por sua mente. – Você não me ouviu, garota? Não sou mais um Comensal.

-Sabe de uma coisa, Draco... – disse ela, puxando o braço esquerdo de Draco e levantando a manga da camisa, onde a Marca Negra brilhava intensamente. Passou o dedo indicador pela marcação a fogo. – Isso não é só uma tatuagem... Fica no sangue.

-E você quer o que? Acha que é divertido? – começava a se irritar, falando entre dentes. – Você é uma menininha mimada, sabia Johnson? Não é nada legal... Você nunca teve que torturar alguém, garota. Não sabe como é ruim.

-Não? Já ouviu falar em Eric Johnson? Um dos Comensais do círculo íntimo?

-Claro que sim, mas... – então compreendeu.

-Meu pai. Não duvido nada de que, em alguns dias você receba uma carta do seu queridinho Lúcio pedindo para que me ajude a me informar.

-Nunca... Eric Johnson? Você é bem relacionada, garota.

-Eu sempre tive lábia, Malfoy. Imaginei que você se lembrasse.

-Mas...

-Não discuta. Ah sim, antes que eu esqueça... Sua namoradinha querida estava aos beijos com um dos gêmeos no corredor, sabia? Só espero que isso ajude você a... – ela se aproximou por trás de Draco e sussurrou no ouvido dele. – A pensar melhor no meu caso.

-Agora espere aí. – disse Draco. Ela sentou divertida e cruzou as pernas impaciente.

-O que é agora, Malfoy? Você não é a última corda numa montanha de gigantes, sabia?

-Me conta essa história direito... – disse Draco, se aproximando lentamente dela, até sussurrar. – Angelina.

-Eu estava andando calmamente pelos corredores, quando vi sua namoradinha com um dos gêmeos... Sei lá, eu achei que fosse o Fred... Mas agora não tenho certeza. Então, quando eu perguntei a ela o que é que ela queria se beijando com o Fred naquele corredor, ela disse que não era ele. Perguntei a ele e o Fred fez uma cara de que entendeu quem era, e disse que não era ele. Então...

-Então é o Jorge que está apaixonado por ela. – disse Malfoy, melancólico. – Ele enviou uma carta pra ela, dizendo muitas coisas, eu não acreditei... Mas com o que o Potter e o Weasley, e agora você disseram, tudo faz sentido.

-E o que você vai fazer?

-Argh, não sei, com essa história, ela na ala hospitalar... Nem sei quando a gente vai poder conversar... Ou brigar. – o garoto deu um sorriso divertido e sedutor. -Que horas são? Eu tenho, por sinal que ir ver a Hermione, nem sei quanto tempo devo ficar lá... Valeu por tudo, Johnson!

-De nadinha, Malfoy. – disse Angelina, saindo do estabelecimento com um sorriso.


A garota arregalou os olhos para a parede. Não era possível que... Era Draco a terceira pessoa da Triangulação! Outras lembranças invadiam sua mente, agora as reconhecia. Estava na plataforma 9 e ¾ quando um garoto que a odiava se aproximou sem motivo aparente... Ele me tratava como uma missão! Agora entendia tudo... Um Malfoy não teria se aproximado dela tão facilmente... E ela deveria ter percebido! Quando caiu em si era namorada de Draco Malfoy, um sonserino arrogante que odiava nascidos trouxas... Tudo fora mentira, agora percebia isso; todo o seu sétimo ano era muito rápido, tudo acontecia aos montes. Conheceu Draco, apaixonou-se, soube de Jorge... E agora percebia que era com ele que devia ter sido sua primeira vez. Não com a fuinha que um dia odiara. Sua mente voltou à realidade em Azkaban quando ouviu o conhecido clank! da fechadura. Era Lúcio Malfoy.

-O que você quer Malfoy? – perguntou a garota.

-Nada, Granger... Só perguntar se a minha nora não deseja nada! – Lúcio sorriu um sorriso que a fez lembrar de Draco.

-Bom... – disse Hermione, se levantando. Viu que um Comensal enorme estava parado à porta. – Se você puder me tirar daqui eu agradeço, mas acho que não seria possível. – O sorriso no rosto do loiro esmaeceu, e ele encostou-a pelo pescoço em uma das paredes da cela.

-Escuta aqui, Sangue-Ruim. Não é porque você foi mais uma do meu filho que pode agir assim, sabia? Por mais que você queira nunca vai deixar de ser uma suja! – jogou-a no chão com raiva, e o lábio da garota voltou a sangrar.

-Malfoy... Você só não entendeu algumas coisinhas... Em primeiro lugar eu sempre fui muito melhor que qualquer um daqui... Tenho caráter, sabia? Ah, desculpa, essa palavra não existe pra você! Afinal, um cara que mata a própria esposa... – foi calada por um chute no rosto e outro nas costelas. Lúcio Malfoy saiu da cela deixando Hermione caída no chão frio da prisão dos bruxos, em uma poça de sangue.


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-Jorge, Fred, vocês vão ter que ir até a loja, pode precisar de muitas coisas de lá. - Viu que Jorge ia contestar e completou. – Depois os encontraremos, vão! – Falava rápido, não tinha muito tempo a perder. – Draco, você tem que ir ver Alastor e Horácio, vai precisar de poções e proteção se quiser ir. Harry, Ronald, Ginevra, Sophie, Mina e Vianne... Vocês vão ter que ficar e proteger Hogwarts, apenas dois aurores farão a ronda, espero que vocês tenham a mesma perspicácia do ano passado. Lupin, Tonks, vocês comandarão a viagem dos aurores.

-Minerva! Eu que deveria organizar essas coisas! – gritou o Ministro.

-Por favor, Ministro... O senhor deverá voltar ao seu gabinete e esperar.

-Mas...

-Chamará muita atenção a demora do Ministro da Magia a voltar. Além disso, não pretendo que tenhamos alguma baixa hoje. Principalmente se fosse do Ministro da Magia.

-Ás vezes eu ainda me pergunto quem é o Ministro aqui, Minerva. – disse o Ministro, saindo da sala, acompanhado por um auror carrancudo.

-Garotos, eu espero que dêem o melhor de vocês aqui hoje está bem? Afinal, a senhorita Granger é amiga de todos vocês. Fred, Jorge e Draco podem ir, Sophie Ballin deve subir daqui a alguns minutos para que receba algumas recomendações à parte. – dirigiu-se aos que ficaram. – Hogwarts inteira está com vocês... Agora só gostaria de dar algumas palavras. A escola está prestes a ser fechada pelo conselho... Só gostaria de falar com os alunos antes de... De ouvir a decisão final.

-Por nós, professora... – disse Gina. – Achamos que a senhora deveria ouvir todos os alunos que restaram... Hogwarts pode fechar como escola, mas ainda pode ser a casa dos alunos... Quem quiser permanecer aqui no castelo...

-Não vejo nenhuma objeção a isso, Gina. – disse Minerva McGonagall. – Apresentarei essa sugestão ao Conselho. No momento, nos preocuparemos apenas com a defesa do castelo e dos que estão dentro dele. Por favor, agora vão. Tenho que resolver mais algumas coisas antes de... De falar com os alunos. – Os garotos saíram andando lentamente, não sem antes ouvir a voz de Armando Dippet.

-Acha que eles darão conta do recado, Minerva?

-Com certeza, Armando. – disse a voz embargada e distante da diretora, enquanto arrumava as coisas para ir ao Ministério. – Com certeza.


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Draco olhava para uma parede enquanto Alastor Moody punha um ungüento em seu braço esquerdo. A Marca Negra brilhava levemente sob a réstia de luz que entrava na sala. Lupin estava parado ao lado de Moody para dar as últimas recomendações. Quando o ex-Auror acabou, Lupin disse:

-Escuta-me uma vez na vida, Draco. Pela última vez eu peço que não vá pra Azkaban. – Draco apenas o olhou com gelo. – Tudo bem, eu só peço isso pelo seu próprio bem. Além disso, eles devem precisar de alguém que tenha a Marca.

-Vigilância constante! – vociferou Moody. – Só isso, garoto. Vigilância constante!

-Eu sei me cuidar. – disse Draco, passando a manga da blusa por cima da Marca que ardia. – Não se preocupem, voltarei logo. - E com a Hermione, pensou.

-É essa a parte que me preocupa... – disse Lupin, passando as mãos pelo cabelo. – A parte em que você diz que sabe se cuidar.

-Mas alguma coisa? – perguntou Draco visivelmente irritado.

-Você vai levar isso. – disse Moody, entregando-lhe de qualquer jeito três frasquinhos.

-E isso seria...

-Poções Revigorantes.

-Ah, se você não percebeu Moody... – disse Draco. – Eu sou apenas um.

-Então será que é difícil pra você deduzir que vão mais duas pessoas com você, Malfoy? – disse Moody, mancando até a porta. – Os gêmeos Weasley também vão.

-O que? – rugiu Draco. – Não, só eu tenho que ir! Vai ser perigoso demais!

-Ninguém quer que você vá. – disse Lupin, calmamente. – Mas é necessário, e os dois já estão bem grandinhos pra saberem o que fazer de suas vidas.

-Sim, mas...

-Nada de “mas”, garoto! – gritou Moody.

-O Harry e o Rony também já têm dezessete! Por que eles não vão?

-Eles são sensatos. E não seriam necessárias mais duas mortes. – falou Moody, abrindo a porta. Draco saiu em direção à sala de McGonagall. Fred e Jorge o esperavam lá, cada um com um suéter tricotado pela senhora Weasley. McGonagall disse rapidamente.

-Azkaban é uma ilha e provavelmente está protegida contra aparatação. E como eu sei que vocês não querem aterrissar na água fria terão que ir de vassouras. Uma brigada de Aurores já saiu em direção à ilha; a segunda sairá daqui a trinta segundos, e a terceira, com a qual vocês irão, daqui a um minuto e meio. – olhou ternamente para cada um deles e disse: - Por favor, tenham muito cuidado. Sinceramente eu não quero ver tantas baixas na Ordem tão cedo. Não importa o que aconteça, sei que é difícil pedir, mas... Se a situação ficar difícil, bem... Mesmo que não tenham resgatado a senhorita Granger voltem. Não vou obrigá-los a isso, nem deveria, mas é um pedido.

-Vamos tentar professora. – disse Jorge, calmamente. Olhou para a janela aberta da sala da diretora e viu faíscas vermelhas, o sinal de preparação da segunda brigada. Logo depois faíscas verdes. A esse sinal, vários aurores voavam rapidamente. Jorge viu o cabelo loiro de Sophie no meio deles, voando decidida. Subiu no parapeito da janela e pulou montado em sua vassoura. Fred desceu logo atrás, seguido de Draco. Pousaram perto dos portões, do lado de fora o grupo de Aurores os esperava. Viram ao longe as faíscas vermelhas, e todos montaram suas vassouras. Quando as faíscas de cor verde subiram, Jorge deu um impulso em sua nova Firebolt. Voava logo atrás do auror Dawlish, o mesmo que Dumbledore atacara no quinto ano. Voava sempre para noroeste, ele verificou na sua bússola acoplada na vassoura. Depois de um tempo subiram e alcançaram as nuvens. O suéter ficou molhado rapidamente, e o ruivo tiritava de frio. Via por baixo as luzes das cidades trouxas, mas depois de quase meia hora de vôo chegaram a um campo. Ao longe já era possível ver um pouco do mar. O garoto curvou-se mais sobre o cabo da vassoura e aumentou a velocidade. Depois de quinze minutos, as ondas já batiam umas nas outras por baixo do grupo. Estavam em alto mar, já meio longe da praia. Jorge estremeceu ao perceber que entrava em uma área cercada por magia, e percebeu que a água tinha partes congeladas, sinal dos dementadores.

-APROXIMANDO DA ÁREA 1, CUIDADO! – gritou Dawlish com a voz rouca. Jorge olhou pra Fred que estava à sua direita e falou:

-Fred! Eles começaram a diversão sem a gente! – apontou para uma ilha sob uma névoa espessa. Lá, vários lampejos de feitiços eram vistos.

-Ah, assim não vale! Prepare-se!

-Pronto Fred?

-Pronto Jorge? – os dois se curvaram por sobre as vassouras ainda mais, os olhos lacrimejando devido à velocidade.


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Hermione estava presa em sua cela enquanto ouvia os encantamentos. Dois corpos estavam estirados em frente à sua porta, pelas roupas ela achava que eram Comensais. Lúcio Malfoy entrou correndo e gritou:

-Sangue-Ruim! Você vai ser mudada de cela! – o Comensal a puxou pelo pulso já machucado. Quando passou pelos comensais mortos, viu que eram os dois irmãos Aleto e Amico. Lúcio resmungava feitiços em Runas enquanto empunhava a varinha. Ao passarem por um buraco aberto por feitiços Hermione ficou preocupada: reconheceu duas cabeças ruivas idênticas e uma loiro-platinada que pousavam no pátio de Azkaban naquele momento.


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-Mas que recepção calorosa, hein Fred?! – gritou Jorge enquanto duelava com um Comensal corpulento. Girou, fazendo-o errar o feitiço. Lançou-lhe um Estupefaça e deixou-o caído. Correu em direção às celas. Sophie fez um Comensal virar um peixinho dourado e jogou-o no mar com um aceno de varinha. Sorriu quando Jorge passou e gritou:

-Achei que nunca fossem chegar já tava ficando chato isso aqui!

-Antes tarde do que nunca! – gritou Jorge, em resposta. Fred alcançou-os em pouco tempo, o pátio já estava vazio.

-Ainda bem que o Draco não veio, o Lúcio está realmente furioso... – disse Sophie.

-O Draco veio meu amor... – disse Fred rapidamente. – Ele é um cabeça-dura.

-Então vamos! Só espero que ele ainda não tenha encontrado com o pai, vai ser turbulento. – Jorge começou a correr, enquanto tentava lembrar do lugar que Harry havia dito. Mas parou quando sentiu uma dor aguda no ombro direito e ouviu uma risada debochada.

-Cara de idiota sardento e cabelos ruivos... Mais um Weasley. – Jorge nem precisou olhar pra saber quem era o homem que gritava. Ele lembrava muito a mulher no jeito de falar.

-Rodolfo Lestrange! – fez um sinal com a mão esquerda para que Fred e Sophie continuassem. Ao pousar essa mão no ombro direito sentiu algo escorrendo. Sangue quente. – Imaginei que te encontraria aqui. Estupefaça!

-Protego! Vou te ensinar a duelar, garoto! Crucio! – Jorge desviou rapidamente. Girou e apontou a varinha para Rodolfo.

-Conjunctivitus! – o Comensal largou a varinha e pôs as mãos nos olhos que estavam muito vermelhos. Pegou a varinha no chão e soltou um contra-feitiço não verbal. Olhou com ódio para Jorge e gritou:

-Tarantallegra! – o ruivo não conseguiu desviar, e suas pernas começaram a se debater descontroladamente. – E agora, Weasley? Cruc...

-Finite Incantatem! – gritou uma voz ao longe. Jorge conseguiu desviar da Maldição, e gritou:

-Sectumsempra! – a varinha de Rodolfo Lestrange caiu no chão, e como se houvesse uma espada ali, um corte foi sendo aberto na diagonal. Ele caiu em uma poça de sangue. A mesma voz que parou o encantamento em Jorge disse, mais perto.

-Isso ta doendo, eu sei por experiência própria. – Jorge virou-se e viu Draco, olhando para Rodolfo com desprezo. – O que é? Eu te salvei, cara, não agradece não? – o ruivo suspirou e apertou a mão de Draco. O loiro passou a varinha sobre o corte no ombro, que sarou mas deixou cicatriz. – Ok, vamos... Acho que ainda temos um resgate a fazer.


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Hermione chegou à uma porta de ferro grande. Lúcio ainda apertava seu pulso, e ela rezava para que todos estivessem bem. Lúcio sorriu calmamente quando a porta abriu.

-Ainda bem que a Maldição Imperius faz com que a pessoa se esqueça de tudo... Aposto cinqüenta galeões que o garoto que a trouxe contaria tudo para a Ordem. Entra, Sangue-Ruim, aí está sua nova casa. – A “nova casa” era uma cela parecida com as outras, mas ainda mais suja e protegida. Um raio do luar entrava por um buraco. Lúcio a jogou lá sem cerimônia e trancou. Agora Hermione só podia rezar pelos seus amigos, os sons da batalha não entravam ali e ela não tinha como saber o que acontecia.


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Draco corria pelos corredores de Azkaban. Estava preocupado com Hermione, os planos do Lorde passando por sua mente. Seus músculos ardiam e seu corpo implorava que parasse. Jorge corria logo atrás, até que viu um motivo para se desviar docaminho. Parou e Jorge disse:

-Qual foi, cara?

-Vá você. Ainda tenho que resolver uma história. – Jorge entendeu e correu. Draco virou em um corredor escuro, por onde um homem andava rapidamente. Soltou um feitiço em um jarro pouco mais à frente do homem. Lúcio Malfoy virou-se lentamente e sorriu quando viu que o filho estava sozinho.

-Draco, meu filho! Quanta honra em revê-lo!

-A honra é toda sua, Lúcio. – empunhou a varinha. Sua mão tremia de raiva.

-A que devemos sua visita e a dos seus... Como posso chamá-los? Protetores!

-Não brinque comigo, você sabe que eu estou aqui por causa da minha mãe!

-Narcisa era um peso pra mim, Draco. Você, como um legítimo Malfoy deveria saber!

-O único peso ali naquela casa era você! – gritou Draco.

-Ah, filhinho! E você vai fazer o que? Me matar?

-Bem que eu gostaria... – disse Draco. - Crucio!

-Protego! – gritou Lúcio, girando. A maldição ricocheteou eatingiu uma cela, que explodiu. – Vamos, filho, você é melhor que isso... Vou te ensinar. Crucio! – Draco não desviou a tempo, e aMaldição o atingiu. A dor era familiar, as torturas eram constantes no tempo de Comensal. Mesmo não conteu um grito. Lúcio parou o encantamento e disse: - Assim, Draco, está vendo? Você tem que agir mais como Comensal, mas... Agora que você está mais calmo, uma invasão não será mal... Legilimens! – as lembranças invadiram a mente de Draco.

“Estava no Expresso de Hogwarts, quando viu um castelo imponente...”
“Caído no chão, seu braço doía, o hipogrifo se preparava para atacar novamente...”
“Seguia uma bela garota na estação de trem, foi parado por um guarda trouxa...”
“Andava rapidamente com sua mãe pelo Beco Diagonal comprando materiais do primeiro ano...”
“Tinha seis anos, e um homem de cabelos grandes brincava com ele, transformando-se em um cachorro enquanto sua mãe sorria...”
“Um homem loiro lançava uma Maldição, atingiu Narcisa Malfoy...”
“Sua tia Belatriz ensinava Oclumência...”
“Aproximou-se de Hermione e lhe beijou...”

Draco gritava no chão de Azkaban, os lábios de Lúcio crispavam a cada vez que Sirius Black aparecia nas lembranças do garoto. Draco olhou com ódio para ele e gritou: Protego!

“Um garoto brincava com uma varinha, quando recebeu uma bronca do pai...”
“Olhava de longe para Narcisa Ballin, mas ela estava mais entretida com o primo Sirius...”
“Belatriz lhe dizia para atacar Sirius...”
“Sirius se contorcia no chão da Sala Precisa, Tiago chegou e Lúcio correu, sorrindo...”
“Tiago Potter levitava Severo Snape, Lílian Evans gritava com ele...”
“Corria com vários mascarados na Copa Mundial de Quadribol...”

Lúcio Malfoy estava deitado no chão, as mãos por cima da cabeça, dizendo “não, não”... Contorcia-se sujando a capa. Fred chegou correndo, ouvira os gritos e viu Draco apontando a varinha para Lúcio que estava sem defesa, a varinha jogada ao longe.

-Não, Draco, pára! – gritou Fred. – Anda, vamos, não vale a pena. – Draco baixou a varinha e as lembranças se foram. Saiu andando com Fred.

-Vai lá, joga seu nome no lixo! – gritou Lúcio, arfante, enquanto tentava alcançar a varinha. – É isso o que você vai conseguir andando com os Weasley! – Draco voltou-se antes que Fred pudesse contê-lo, andou até Lúcio, prendeu-o no chão, apontou a varinha para o rosto do pai e sussurrou:

-Avada Kedavra. – Um lampejo verde ofuscou seus olhos, e quando os abriu de novo Lúcio mantinha um olhar incrédulo e sem vida. Pegou sem cerimônias a varinha de Hermione no bolso do corpo. Fred o puxou.

-Ta maluco cara? Por que você fez isso? Ele tava sem chance de defesa!

-Ele merecia. – Fred sacudiu a cabeça, o cabelo batendo no rosto enquanto andava.


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Jorge correu até uma cela protegida por vários dementadores. Quando perceberam sua presença, os guardas avançavam até ele, com as mãos cavernosas estendidas. Pensou em Hermione e gritou:

-Expecto Patronum! – um peixe saiu nadando no ar em direção aos dementadores. Atingiu-os em cheio. Jorge conseguiu abrir a porta, e viu Hermione sentada no chão. Correu até ela e abraçou-a.

-Jorge! – ela chorava no ombro do garoto. – Ah que bom... Mas cadê o resto? Todos estão bem?

-Ta todo mundo bem... Calma, agora é a hora de sair daqui... Você consegue andar?

-Consigo sim, vamos... – saíram andando devagar por causa dos ferimentos de Hermione. O caminho estava vazio, ao que parecia ninguém sabia da mudança de cela de Hermione. Os dois se esconderam atrás de uma pilastra quando viram dois vultos andando. Mas Jorge os reconheceu e gritou:

-Fred! Draco! – os dois se viraram com as varinhas em punho, mas logo as baixaram e correram em direção a Hermione e Jorge.

-Hermione! – disse Fred, arfando. – Até que enfim, você nos deu um baita susto, sabia?

-Você está bem? – perguntou Draco, devolvendo-lhe a varinha.

-Na medida do possível. – respondeu Hermione friamente.

-Ok, eu também estou bem... Não precisam se preocupar! E obrigada por perguntar, não foi muito difícil, sabe... Só uns cinco dementadores no caminho e uns dois Comensais estuporados. – disse Jorge, irritado. – Agora vamos logo, já que tudo ta vazio não sei se é um bom sinal ou não. E me contem, onde vocês estavam?

-Você nem vai acreditar, cara. – disse Fred, baixando a cabeça. Ouviram uma voz debochada.

-Aonde meu querido sobrinho e seus amiguinhos vão com tanta pressa?

-Só me faltava essa... – sussurrou Draco. – Oi tia!

-Você não vai nem ficar para o jantar, Draquinho? – disse Belatriz, as sombrancelhas franzidas num olhar mortal enquanto empunhava a varinha. A varinha de Draco tremia, esperando outro ataque.

-Acho que não, Bela. – disse Sophie, surgindo sabe-se lá de onde.

-O bom filho à casa retorna! – disse Belatriz, esganiçada. – Me diz, priminha, como vai a titia Rani?

-Bem melhor desde que você parou de aparecer por lá...

-Então não se preocupe... Eu devo fazer uma visitinha, levando alguns amigos como antigamente...

-O problema é que antigamente eu era uma criança, Bela. E agora não sou mais. Rictumsempra!

-Protego! Sophie, querida... Você nunca aprende... Eu que te ensinei a duelar, eu sempre vou conhecer seus truques! Crucio!

-Protego! O problema, priminha... É que eu também aprendi os seus! Crucio! – Belatriz caiu no chão gritando. Todos assistiam ao duelo impressionados. Sophie percebeu e disse: - E vocês, o que tão esperam? VÃO! – voltaram a correr. Belatriz levantou-se, um filete de sangue escorrendo pela boca.

-Assim que vocês honram o sangue que têm? Nossa, Sophie, e os nossos planos? Como era? Casar com homens de famílias de sangue-puro respeitáveis para honrar o sangue Ballin e o sangue Black!

-Mas eu percebi uma coisa, prima. Eu não tenho o sangue Ballin! E isso só me diferencia mais de você... Além disso, temos idéias distintas do que faz uma família respeitável ou não! Estupefaça! – Belatriz estava entretida absorvendo as palavras de Sophie que não pôde se defender. Caiu estatelada no chão. Sophie olhou-a com desprezo e correu para alcançar os outros. Quando alcançou-os eles estavam fugindo dos feitiços de duelos entre os Aurores e os Comensais. – E então, chegaram sem problemas?

-Tudo na paz, amor. – disse Fred, dando-lhe um selinho. Hermione abraçou a amiga.

-Ah, minha menina... Fiquei muito preocupada com você, sabia? – Apoiou Hermione no ombro e guiou-os por um caminho mais calmo. Chegaram ao pátio de Azkaban, onde as vassouras estavam protegidas.

-Bom, como não tem vassouras suficientes para todos, e nós não queremos deixar nenhum Auror pra trás a Hermione tem de voar com algum dos três.

-Ela vai com o Jorge. – disse Draco. Jorge olhou-o curiosamente. – Afinal, se houver alguma coisa eu vou voltar e lutar. – Hermione assentiu e montou na vassoura à frente de Jorge. Ele, Fred e Draco deram impulso, e Sophie ficou para avisar aos Aurores. Depois de um tempo viram um monte de vassouras saindo de Azkaban e um feitiço Anti-Vôo e Anti-Aparatação cobrindo a prisão. Suspiraram, a sensação de segurança invadindo-lhes a mente. Draco estava mais calmo, via as cidades trouxas passando rapidamente por baixo das nuvens. Diminuiu a velocidade e baixou a cabeça para olhar o relógio, o que foi um erro. Uma fração de segundo depois sentiu um mal-estar insuportável, o cabo da vassoura escorregou e depois não viu nada.


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Gina estava preocupada. O resgate estava durando mais do que deveria. Fazia quase cinco horas que o primeiro grupo saíra. Olhou por uma das janelas da parte sul do castelo, o lago refletia a luz do sol. De repente viu os portões se abrindo, e um grupo de pessoas entrando. Finalmente! Pensou, enquanto corria para o Saguão de Entrada. Chegando lá viu Jorge andando rapidamente e dando passagem a três Aurores que corriam em direção à ala hospitalar. Hermione e Sophie choravam silenciosamente. Fred exibia um ar estranho. Abraçou Hermione e, seguindo Jorge pelas escadas perguntou:

-Jorge... Mas o que houve?

-Outro desmaio...

-Por Merlin! – disse Gina, andando mais rápido. – E ele ta bem?

-Ainda não sabemos direito... Parece que desertar dos Comensais da Morte é mais difícil do que parece.

-E como...

-A gente tava voltando voando. Por pouco ele não cai em um campo, mas um cara salvou ele.

-Quem era ele?

-Não se sabe... Pelo visto estava disfarçado de Auror, mas... Depois que entregou o Draco saiu voando em uma Cleansweep.

-Merlin... – disse Gina, quando chegaram à ala hospitalar. Um gesto de Madame Pomfrey os fez perceber que não poderiam entrar. Derrotados subiram até a Torre Grifinória, onde Sophie, Fred, Harry, Rony, Fred, Mina e Vianne os esperavam. Jorge sentou-se ao lado de Fred. Gina subiu para falar com Hermione, que tinha ido tomar banho.

-Mas como ele caiu da vassoura? – perguntou Rony a Jorge, mas foi Fred quem respondeu:

-A gente tava voando... Ele reduziu um pouco, talvez pra esperar a Sophie... Do nada eu só vi os Aurores carregando ele voando muito rápido e a Firebolt voando desgovernada. A Sophie voava logo atrás deles, o Jorge foi atrás...

-Mas que coisa... E foi a mesma causa do outro desmaio, quer dizer... A Marca Negra? – perguntou Harry. Jorge afirmou com a cabeça enquanto analisava a cicatriz que ficara em seu braço. Um silêncio caiu sobre todos, até que Jorge o quebrou.

-Mas, Fred... O que você e o Draco foram fazer naquela hora? Onde vocês estavam?

-Eu não sei muito bem o que houve... Eu cheguei em um corredor, quando vi o Lúcio lançando o Legilimens no Draco... Ele revidou o feitiço, e apontou a varinha pro Lúcio. A barbie ambulante começou a dizer coisas...

-Que tipo de coisas? – perguntou Mina.

-Que... Que ele estava jogando o nome dos Malfoy no lixo se continuasse a... A andar com os Weasley. – Rony bufou na poltrona, sendo acalmado por Mina.

-Merlin! – sussurrou Sophie. – E o Draco? – viu a expressão de Fred e ficou aturdida. – Ele não...

-Isso mesmo, Sophie.

-Ei! Eu to boiando aqui, sabia? – disse Vianne, acenando.

-Ele matou o Lúcio. – disse Sophie, cabisbaixa. Fred a puxou para um abraço rápido.

-Mas... Quando você diz matou quer dizer que... Tipo, matou mesmo? – perguntou Mina.

-Exato. – disse Fred.

-Nunca imaginei que ele pudesse! Sei lá, ele não era capaz de matar ninguém ano passado... Tanto que o Snape que fez o serviço. – disse Harry calmamente. Todos voltaram a observar o crepitar da lenha na lareira.


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Hermione estava terminando de vestir uma blusa quando ouviu batidas na porta do banheiro. Seu pulso estava machucado devido aos puxões de Lúcio Malfoy, e as marcas dos dedos eram visíveis. Alguns hematomas e arranhões marcavam seu rosto, braços e pernas.

-Hermione Jane Granger! Abre logo essa porta!

-Já vou! – gritou em resposta. Ao abrir a porta uma ruiva esbaforida a esperava.

-Eu não tenho todo o tempo do mundo não, ta? – sorriu e abraçou a amiga levemente. – Nossa, que trabalho de cão fizeram com seu rosto... Mas daqui a pouquinho eu dou um jeito nisso, anda, me conta tudo.

-Tudo? Tudo o que?

-E você finge que não sabe de nada! Faça-me o favor!

-Amiga, você está bem mesmo? O que fizeram com você naquela enfermaria?

-Hermione! Por favor, não se faça de sonsa!

-Por Merlin, Gi! O que houve?

-Antes de irmos para Hogsmeade a Sophie encontrou você e o Jorge saindo da Sala Precisa. Vamos, eu sei somar dois mais dois!

-Gina, escuta...

-Escuta o que! – disse Gina em voz mais alta. Baixou o tom e continuou. – Só se for escutar a história entre você e o Jorge!

-Gi... Por favor!

-Hermione Jane Granger, não me faça me aborrecer e conta logo! – Gina sentou na cama que era de Parvati Patil, e Hermione na que pertencia a Lilá Brown.

-Ok, eu conto. Foi assim. Eu fui pra Sala Precisa, pedi um lugar pra pensar e apareceu um quarto parecido com o da Sophie, com varanda e tudo.

-Uau... Show! – disse Gina.

-Mas na varanda estava o Jorge. Você sabe, ele é um gato.

-Por favor, eu conheço o Jorge há dezesseis anos, Hermione! Não o descreva, continue a história!

-Sim... Então a gente conversou e... Foi!

-Foi? Como assim, “foi”?

-Simplesmente foi!

-Detalhes, Hermione! Detalhes!

-Ok... A gente conversou, eu acabei largando que talvez não ficaria com o Draco se voltasse no tempo... Então o Jorge perguntou se eu teria planos pra ele nesse tal “passado”...

-E você? Disse o que?

-Que... Ah, eu disse que precisava ter uma experiência maior com ele pra dar a resposta!

-Aaaah!! Hermione, sua safada!

-Foi sem querer! Ah, Gi, você sabe mais do que ninguém o quanto aquele ali me faz falar besteira.

-Eu? Eu não sei de nada, querida! Mas continua, e aí?

-Aí ele disse que o presente é o passado do futuro...

-Ui! Ai, que bonitinho! Só podia ser meu irmão!

-Ah, convencida. Então ele disse que se eu quisesse poderia mudar tudo pra ver se melhorava o futuro e falou que poderia até encontrar uma Hermi da vida perdida por aí... Aí eu disse que o que eu mais queria no momento era me reencontrar... – Hermione corou.

-E...

-E que eu nunca conseguiria isso com o Draco. – o queixo de Gina caiu, e Hermione começou a rir. – Sério, Gi.

-Menina, e eu que achava que era a menos santa por aqui!

-Ok, agora eu me empolguei... Deixa eu contar! Aí a gente se beijou...

-Óbvio! Porque se ele não te beijasse depois dessa, amiga... Eu mandava o Jorge de novo pra escola, quem sabe ele não aprenderia a conquistar alguma garota e saber quando ela dá um mole daqueles!

-Gina, eu quero falar!

-Desculpa!

-Então a gente foi-se beijando, se beijando...

-Hermione!

-O que é? Aí eu acabei caindo na cama.

-Ai, por Merlin! Não me diga! – Gina pulou para a cama de Parvati, querendo ouvir mais. – Continua, amiga!

-Ele tava demorando demais olhando pra mim, e eu puxei ele pra cama.

-Hermione Jane Granger! Você ta me saindo melhor que a encomenda, sabia? E aí, você fez o que com meu pobre e inocente irmão?

-Bom, então ele começou a beijar meu pescoço...

-Sem detalhes, amiga...

-Ok, então eu tirei a blusa dele...

-Hermione! Nossa, você ta bem saidinha, não é?

-Ok, ele tirou a minha e... Foi!

-Foi como?

-Foi, Gina! Simplesmente a gente...

-Ai meu Merlin! Vocês... Vocês... – Hermione afirmou com a cabeça. Gina prendeu o cabelo e disse: - Sinceramente? Eu ainda não sei como não me perdi andando com você! Nossa, e pra quem passou por provações nos últimos quatro dias você lembra de tudo não é?

-A gente dormiu junto, Gi... Casais fazem isso! E além disso é que é uma coisa difícil de esquecer sabe... Seu irmão é...

-Poupe-me de detalhes mórbidos, Hermione! Não quero saber se meu irmão é um ás na cama ou não! Eu nunca fiz isso com nenhum dos meus namorados. Sabe, eu ainda sou casta!

-Casta? Você? Hahaha Ginevra... O que você acabou de dizer? “Nenhum dos meus namorados”! Enquanto você está nessa metáfora numérica eu só tive quatro!

-Ok, mas agora deixa pra lá e vamos descer... Afinal todo o mundo deve estar doido pra ouvir sua história! – Hermione olhou-a incrédula. – Não essa que você acabou de me contar, maluca... A de Azkaban!

-Ah, então ta. Vamos.


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Draco não sabia bem onde estava. Lembrava-se de tentar olhar no relógio e depois não viu mais nada. O lugar onde acordou parecia mais uma floresta, uma clareira. De repente ouviu a voz de Sophie chamando-o ao longe.

-Sophie! Onde você está?

-Aqui, Draco. – ela pousou a mão em seu ombro.

-Bom, nada contra mas... Eu acho que você não poderia falar comigo, pelo menos tecnicamente eu estava desmaiado e ainda estou!

-Eu sei, mas... – ela suspirou. – A gente tem uma ligação. Não é de sangue, afinal nem o mesmo sangue a gente tem de verdade! Você sabe por que eu e a Hermione ficamos muito juntas? Então, é principalmente porque a gente tem uma ligação entre as mentes.

-Sophie, eu sou sétimo ano, já fui um Comensal, já li muitos livros. Você e a Hermione têm uma Triangulação, não é?

-Exatamente.

-E eu e você também temos uma Triangulação, já que você invadiu meus pensamentos sem o Legilimens. Mas... Cada pessoa só pode participar de uma ligação, então...

-Isso mesmo. Eu, você e a Hermione estamos envolvidos. Não sei por que, nem como... Mas estamos.

-Então... Sophie, quando eu estava desmaiado da primeira vez, era você...

-Não, Draco. A Hermione estava muito feliz, e isso acabou nos afetando. O Fred se irritou comigo porque eu ri da história triste da tia dele, Muriel.

-E por que ela estava tão feliz? Putz, achei que ela tivesse um pouco mais de consideração comigo!

-E tem... Ainda não sei o motivo da felicidade, nem sei se um dia eu vou saber... Mas só vim pra te dizer isso e perguntar como você está...

-Bem, obrigado. E... Como ela está?

-Bem... Na verdade eu me obriguei a dormir no colo do Fred, estou dormindo nesse exato momento, sabe... A Gina foi conversar com ela, mas estão me chamando, acho que as duas desceram.

-Sophie, mas você e a Hermione vão invadir minha mente toda hora? – perguntou Draco, preocupado.

-Não, priminho... A gente aprendeu a controlar isso. Mas você também tem, não é nada legal invadir as mentes alheias.

-Ok, e... Como eu faço isso?

-Não se preocupe, queridinho... Você aprende. – Sophie foi ficando transparente e desapareceu, deixando Draco sozinho absorto em seus pensamentos.



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Minerva McGonagall havia recebido os últimos detalhes do relatório do resgate de Hermione. Nenhuma baixa... Perfeito! Pensou, enquanto retirava um fio de lembrança da têmpora e punha na Penseira. O rosto de Dawlish boiava e dizia numa voz rouca:

-Essa operação foi a mais bem-sucedida desde a era Sirius Black. – Um turbilhão de lembranças vieram à tona na mente da diretora.

Estava sentada em sua sala. Dumbledore havia saído para resolver coisas da Ordem, e Minerva ficara na escola. De supetão a porta se abriu e uma mulher muito bela, mas que exibia um ar triste entrou na sala. Seus cabelos loiros esvoaçavam a cada passo que dava.

-Cissy! Mas... O que... – quando ela viu um garotinho loiro atrás dela. – E trouxe o Draco também!

-Claro, Minerva... Há tanto tempo não nos falávamos... – ela olhou para Draco e disse: - Draco, querido... Vá brincar um pouco com a Sophie, você sabe onde encontrá-la... Já tem oito anos, já é bem grandinho pra andar por Hogwarts... Mas cuidado!

-Eu sei me cuidar, mamãe! E eu sei, vocês vão ter conversa de gente grande, não é? – e saiu chutando o ar.

-Não foi só pra eu conhecer o Draco que você veio até aqui, Narcisa. E... Ah, como vai o Lúcio?

-Ah... O Lúcio tem sido bem gentil...

-O que fez Narcisa Ballin Black sair de sua casa e ir visitar uma velha amiga? Há... Dez anos não nos falávamos! Desde...

-Desde que eu briguei com ele, não foi?

-Exatamente! E eu, como amiga mais velha de fora da escola tive que me envolver... Ah Cissy... Desde a morte do Pettigrew a vida tem sido difícil para o Sirius, você sabe... O coitado não pode ver o afilhado, saber se ele está bem...

-Mas Minerva! Eu fui visitá-lo!

-Como? – Minerva se levantou.

-Ontem à tarde, Lúcio tinha ido... Ah, resolver alguns problemas... Ele estava em Azkaban, sempre com aquele ar de “não ligo para o mundo”...

-Cissy! Mas... Você escolheu o Lúcio, tem um filho dele... – Minerva acrescentou.

-Eu sei...

-Não há dúvidas de que o Draco...

-Não, Minerva. Ele é filho do Lúcio mesmo. Ah, mas nós conversamos muito...

-O Draco? Mas ele... Ele conhece o Sirius?

-Sim... Mas não se preocupe, eu só o apresentei como um velho amigo. Ele não me acompanhou nessa ida... Ele me chamou para fugir com ele!

-Ah, Cissy que bom! E vocês...

-Não, Minerva... Eu não aceitei.

-O que? – McGonagall aproximou-se incrédula de Narcisa. – Como assim?

-Ele queria que fôssemos os três. Eu, ele e o Draco. Mas, Minerva, entenda a minha situação! Eu iria viver com um fugitivo, não tinha expectativa de futuro para o Draco... Ele saiu realmente magoado.

-Mas, Cissy... – Minerva sentou-se de novo na cadeira. Respirava pesadamente, se controlando para não agarrar o pescoço de Narcisa. – Depois de tudo o que vocês viveram juntos... È como eu sempre disse: amor de primo nunca acaba.

-Eu sei! E isso que me irrita! Nós fugiríamos hoje à tarde, eu não sei se ele pretende fugir mesmo ou foi só no momento, se ele fosse fugir já teria saído de Azkaban... Ajuda-me! Minerva, eu lhe peço um conselho! – o rosto de Narcisa agora estava banhado em lágrimas.

-Da última vez você me pediu um conselho... E eu dei. Você deve se lembrar do que aconteceu, Narcisa.

-Por favor!

-Você sabe muito bem... Use a Triangulação.

-Como?

-Não pense que eu esqueci... Apesar de que vocês dois têm fechado as suas mentes eu ainda lembro que vocês se comunicavam por pensamentos... Uma ligação como essa não acaba rapidamente, querida.

-E você quer o que?

-Que você procure o Sirius! – disse Minerva em voz alta. – Veja se ele está em Azkaban ou se já se foi! Será que você não entende que se ele estiver lá está jogando a vida fora por sua causa? Um homem como aquele, jovem, cheio de vida, naquele lugar horrível...

-Ok Minerva! Por favor, não me faça sentir mais culpada! O que eu mais queria agora... – falou ela, chorando. – Era saber a opinião da Lily nesse caso...

-Se você tivesse voltado a falar com ela antes... Antes do ataque...

-Não me recrimine! Eu nunca teria feito isso!

-Mas foi você quem aconselhou! Você disse ao Sirius que passasse o Fidelus ao Pedro!

-Não! Não foi culpa minha, eu não queria... Você não tem esse direito! – gritou Narcisa, apontando o dedo para McGonagall.

-Não? Cissy, por favor, seja razoável!

-Ser razoável? Você sempre se intrometeu na minha vida!

-E sabe por quê nesse exato momento o nome do seu filho não é Draco Sirius Black? – gritou Minerva em resposta. – Por que você nunca seguiu meus conselhos!

-Não me recrimine por isso! Eu sempre achei que a Bela...

-Belatriz tem mais é que se preocupar com o Lorde dela... – disse Minerva com desprezo. – Ops, desculpe! Seu Lorde também!

-Você sabe que eu nunca fui do círculo íntimo, Minerva... Nunca me acharam confiável o bastante para tal. Mas a Bela é minha irmã, eu confiava nela!

-Como confiar... – começou McGonagall ofegante. – Em uma mulher, sendo irmã, mãe, tia, qualquer coisa... Como confiar em quem acabou com o seu namoro?

-Não fale assim dela! Aquilo escapou!

-Você põe a mão no fogo por sua irmã, Cissy? E vai esquecer de todos os anos que vivemos juntas, eu, você e Lílian?

-Confio na minha família. – disse Narcisa. Quando estava com a mão na maçaneta, Minerva falou:

-Você não merecia o Sirius... Essas atitudes nunca seriam aceitas por ele.


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