Keep smiling

Eu sempre fui tudo o que você nunca iria ser: uma pessoa séria que tentava ao máximo não errar. Tinha medo do fracasso e para ser o mais forte possível me fechei virando então uma fortaleza impenetrável, porém ao te conhecer esta fortaleza foi se partindo e criando uma passagem na qual você invadiu tão facilmente.

De inicio você era nada menos que um refém dos mais irritantes, mas em pouco tempo comecei a perceber algo em que me chamava atenção e de uma forma estranha quando você sorria abobalhadamente meu sangue fervia e meu coração acelerava e sem entender muito comecei a ceder.

Talvez tenha sido meus instintos adormecidos que de alguma forma tentou fazer com que eu me livrasse de você o mais rápido possível, mas já era tarde demais, tudo o que eu fazia para você ir embora não funcionava e no final acabava sempre voltando com aquele sorriso idiota e que despertava sentimentos em mim que eu nem mesmo conhecia.

Você era o único não familiar que se importava comigo e sorria sem medo, mesmo eu sempre sendo irritadiço e exigindo a todo tempo que você fosse alguém do qual não era e nem nunca será, para falar a verdade nem eu entendia direito porque de sempre estar exigindo tantas coisas de você, pensando melhor poderia ser só uma forma de defesa para tentar esconder minha inquietação quando você se aproximava, ou então podia ser só uma forma inconsciente e frustrada minha de fazer você se afastar de mim... Enfim, talvez nunca saiba essa resposta.

Depois de um tempo veio a segunda grande guerra, da qual eu fazia questão de que você não participasse, porém não foi nada menos que outra tentativa frustrada. E quando menos percebi já estava disposto a dar minha vida para te proteger, me pergunto se este foi o meu maior erro, porém é só mais uma pergunta sem resposta e assim pretendo deixá-la. Hoje percebo que apesar de estar disposto a lutar e a te defender não consegui enxergar o desespero em seus olhos, e por isso digo que entendo porque fugiu e me traiu novamente.

Perdi a guerra pela segunda vez e assim via meu irmão partir agora, porém ainda continuo ao seu lado me amaldiçoando enquanto via a dor e a culpa em seus olhos, eu só conseguia trazer desgraça para meus próximos em meus atos frustrados.

- Obrigado Itália-kun. Obrigado por tudo. – E sem nem mesmo pensar o abracei sendo correspondido alguns minutos depois, e então estranhamente aliviado lágrimas começaram a rolar em meu rosto me afastando dele ao perceber para secá-las com a mão e quando minha visão já estava seca e minha mão fora de vista me deparei com um Italiano sorrindo abobalhadamente e novamente num impulso segurei seu rosto gentilmente enquanto aproximava o meu para selar nossos lábios e por algum tempo assim ficamos.

Finalmente pude entender o que era aquele sentimento estranho do qual seu sorriso despertava em mim, algo muito diferente de frustração e também muito diferente de amizade, era algo que só ele e seu sorriso despertavam em mim, algo além da compreensão e para que eu conseguisse compreender aquilo completamente bastava que ele continuasse sorrindo.