You Belong With Me escrita por HinaKaulitz


Capítulo 1
you belong with me


Notas iniciais do capítulo

a ´música da taylor é linda, mas não me pertece
*chora* T^T
O TH não me pertence... Ainda ^^



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  Era mais um monótono dia escolar como qualquer outro. Eu conversava com as meninas na arquibancada do pátio onde alguns meninos jogavam futebol. Dentre eles, meu melhor amigo Bill se destacava. Mas hoje algo estava diferente nele. Parecia estar jogando sem vontade, errava os passes, errava o gol... Reparamos nisso imediatamente.

-Cara, o que o Bill tá fazendo? – perguntou Giulia.

-Pow, que merda! Justo hoje que aquele flamenguista metido do Tom está no gol o Bill não franga ele! – irritou-se Ashley.

-Você tem uma cisma com flamenguista – retrucou Giulia.

-Não, é com o Tom mesmo – rimos.

-Heloíse, pede pro Bill dar um frango no Tom, por favor – Ashley me pediu.

-Não acho que o Bill esteja a fim de frangar alguém – observei.

-Concordo. Ele me parece triste. Isso deve ser coisa daquela cachorra fedida da Kayla!

Ashley e eu olhamos para Giulia com um baita ponto de interrogação na cara.

-É bem o tipo dela, brigar com o Bill por frescuras. Ela se aproveita do namorado perfeito que tem – explicou.

-Tem razão Giulia. O Bill é um doce com ela, e ela só dá patada nele. Fico morrendo de pena – falei.

-Você devia falar com ele Heloíse. Tentar tirar ele dessa roubada. Afinal, ele é seu melhor amigo e ao menos vai te escutar – disse Ashley.

-Nem dá. Já tentei. – respondi desanimada. Realmente, o Bill fica muito mal quando a Kayla briga com ele. Ele tenta de tudo para agradar, e quando brigam, sempre põe a culpa sobre si, mesmo quando aquela vagabunda faz de propósito para vê-lo aos seus pés.

-Ashley, me lembre de perguntar pra aquela metida que macumba ela fez, porque amarrar um Bill Kaulitz da vida assim... – Giulia falou com um sorriso pervo no rosto e começamos a rir.

-A louca – disse Ashley olhando para Giulia.

E continuamos zoando até que um objeto voador não identificado me nocauteou. Tudo escureceu por um tempo e depois eu vi a luz (não, isso não é cena de filme. Ainda.). As coisas ficaram nítidas aos poucos e eu pude ver Giulia e Ashley loucamente preocupadas.

- Heloíse, amiga! – exclamava Giulia – Não vá para a luz! Foge da luz! Tá me ouvindo? Amiga, não se vá!

-Não exagera Giulia – pude ver Ashley com uma cara de ‘não te conheço’ para ela enquanto esta me sacudia e fazia toda aquela cena recém tirada de uma novela mexicana.

-Ela está acordando – Bill falou enquanto tentava fazer Giulia parar de me sacudir.

-Heloíse? – as meninas perguntaram em uníssono.

-Heloíse – Ashley repetiu – Você está bem?

-Acho que sim – respondi meio tonta.

-Deixem que eu a levo para o departamento médico – Bill disse. As meninas assentiram dando espaço para ele me pegar no colo.

Eu ainda estava meio desnorteada, mas consegui ver Kayla e suas amigas conversando antes de chegarmos ao departamento. Kayla me fuzilou com os olhos. Percebi o quanto Bill ficou tenso ao passar por ela.

Cheguei a pensar que aquela doida fosse arranjar confusão ali mesmo, até porque, do jeito que ela é, essa seria a oportunidade perfeita para humilhar ainda mais o namorado. Mas ela teve a cortesia de não me meter outra vez nas brigas dele. Kayla me odiava. Disso eu não tinha a menor dúvida e alegro-me em dizer que é recíproco.

Bill ficou ao meu lado enquanto a enfermeira ia de um lado para o outro procurando minha ficha médica e fazendo algumas perguntas. Por fim, eu fui liberada. Não fora nada de mais, e se fosse eu só teria que ficar acordada. Com a Ashley e a Giulia para conversaram comigo, nem é tão difícil.

Fiquei sentada na cama esperando a visão melhorar. Observei Bill me olhar preocupado e pensativo.

-Desculpe – ele disse.

-Pelo... – perguntei

-Fui eu quem te acertou.

-Ah.

Uns minutos desconfortáveis de silêncio se passaram.

-Desculpa – pedi.

Bill me olhou desentendido.

-Eu vi a cara da sua namorada. Não estava nada agradável – expliquei.

Ele abaixou o rosto, fitando o chão desolado. Apoiei a mão em seu ombro, consolando.

-A culpa não é sua – disse e voltou a fitar o chão.

-Aconteceu alguma coisa, Bill? – perguntei já esperando a resposta.

-Nós brigamos – respondeu deixando o termo ‘de novo’ implícito.

-Sinto muito.

-Não, tudo bem.

No fim do dia, Ashley e Giulia discutiam incansavelmente sobre o quanto Bill deve ser infeliz ao lado da namorada. Ela o controla, faz chantagem, é exigente, metida, cachorra... Eu já falei que ela é metida? Acho que já.

Mas o Bill é o Bill. Só ele mesmo para se apaixonar pela pior das megeras, conseguir amá-la e aturá-la.

Chegando à porta de minha casa, olhei para o lado avistando uma bela casa azul. Essa era a casa dele, e pelo que tudo indicava, ele não havia chegado do colégio. Suspirei. Costumávamos ir para casa juntos, mas desde que começaram a namorar, Kayla fazia da tudo para afastá-lo da sociedade. A vida de Bill se resumia a ela e ao futebol.

Entrei em casa pensativa. Eu detestava ver meu amigo naquela situação. Cumprimentei meus pais e subi para o meu quarto, cuja janela dava de frente para a janela do quarto de Bill. Fiquei olhando seu quarto por uns instantes. Costumava ser um pouco bagunçado e com ar descontraído e agora virou um protótipo de quarto perfeito do namorado perfeito da garota mais popular do colégio.

Suspirei martirizada. Joguei minha mochila na cama e parei em frente à escrivaninha. No meio de um bolo de papeis que eu carinhosamente apelidei de ‘resumo de biologia’, estava um caderno de desenho.

Peguei-o e comecei a folheá-lo. Sorri me lembrando de tudo que aquele caderno representava. Era a nossa forma de comunicação. Minha e do Bill. Cada um no seu quarto, escrevendo o que queria falar no caderno para que meus pais não brigassem comigo. Eles não gostavam muito da idéia do meu quarto ser de frente para o dele (ainda mais com o irmão que ele tem) e arrancariam o meu couro se descobrissem que eu por várias vezes descumpri o trato de manter as cortinas fechadas durante a noite.

É claro que eu não trocava de roupa no quarto e sim no meu banheiro. E também o Bill não é nenhum tipo de abusado que ficaria andando seminu pelo quarto ou então se animando com uma playboy. Não, esse não era o Bill... (era o Tom.)

Tentei afastá-lo da minha mente. Pensar nele me deixava triste. Triste por vê-lo sofrer, triste por saber que ele gosta de uma cachorra e triste por amar o meu melhor amigo.

Eu não sabia o quanto realmente gostava dele até a Kayla aparecer. Mentia para mim mesma tentando negar uma verdade absoluta. Eu amava o Bill. Amava aquele carinha louco que dançava pelo quarto, fingindo que o travesseiro era uma guitarra. Sim, esse mesmo moleque aí, que cantava na frente do ventilador fazendo propaganda da Loreal Paris

-Porque você vale muito – metia a cara no ventilador para esvoaçar os cabelos e fazia pose.

Eu morria de rir o vendo fazer cócegas no Tom, seu irmão mais velho. Tom xingava Bill de tudo quanto era nome, até se render e entrar na brincadeira. Adorava quando ele me via estudar e, de zoação tentava me distrair. Esse, sem dúvida, era o passatempo dele depois do futebol.

-Psiu, tá ouvindo? – fazia cara de monga.

-O que?

-Uh, Lady Gaga – fazia pose e depois começava a cantar ‘Bad romance’.

Eu revirava os olhos. Minutos depois...

-Ei, tá ouvindo?

-De novo? – eu perguntava tentando não rir.

-Uh, Restart! ‘E hoje sei, sei, sei, não importa mais ....’ – cantarolava loucamente.

De repente senti que ia chorar. Eu sentia tanta falta dele. Esses meses foram tão sóbrios para mim que foram como seu deixasse de viver e apenas existisse.

Balancei a cabeça tentando esquecer. Eu tinha que estudar, amanhã teria prova de química. Química... Uma das matérias que o Bill mais gosta e ao mesmo tempo torce o nariz. Era difícil, mas eu tinha que me concentrar em estudar.

De noite, percebo que há movimentação no quarto de Bill. Puxo o canto da cortina e fico espiando. Ele estava com o uniforme do time de futebol, com o cabelo meio despenteado e falando no telefone. Brigando, para ser sincera.

Kayla desligou o telefone na cara dele. Bill tacou o celular em algum canto do quarto e se jogou na cama. Puxei um pouco mais a cortina e olhei para ele por um tempo. Depois abaixei o rosto olhando para todos aqueles papéis na escrivaninha. Eu não via nada neles, apenas pensava no quanto Bill estava triste.

Tentei me concentrar de novo e voltar a estudar. Pelo barulho de água, supus que ele fora tomar banho. Minutos depois, escuto leves batidos no vidro da janela dele. Bill estava arrumado para o baile à fantasia do colégio. Ele estava fantasiado de Posseidon, o Deus grego dos mares. Estava lindo naquela túnica mesclada de branco e azul.

Você vai hoje à noite?’ – li as palavras no caderno de Bill.

Não, estudando’ – respondi torcendo o nariz. Ele fez uma careta e rabiscou mais uma coisa.

Queria que você fosse’ – mostrou o caderno num suspiro.

Bill levantou e deu tchau antes de fechar as cortinas. Entristeci imediatamente. Primeiro porque eu realmente gostaria de ir, se não fosse pelas provas. Segundo pelo fato da presença dele ter se tornado tão rápida, quase como uma assombração: só aparece pra puxar o pé à noite. Pois é... O Bill só aparecia às vezes, e raramente falava comigo pelo caderno. No geral ele torrava horas ao telefone discutindo e namorando.

Nessas horas eu concordo com o Tom, ele tem que parar de viadagem pra cima daquela vagabunda.

Nesse momento o telefone toca me despertando dos pensamentos.

-Heloíse?

-Oi, Ashley.

-Amiga, tem certeza que não vai à festa? – perguntou inquieta.

-Tenho - ‘ou não’ pensei.

-Menina essa vai ser A Festa e você não vem? – argumentou.

-Não – disse num tom duvidoso.

-Que se dane as provas amiga, eu sei que você vai se dar bem e já gastou a tarde todinha estudando. Por que não descontrair com as amigas?

-Ash! – ri.

-Verdade. Larga esses papéis aí e vem... Você não sabe o que vai perder.

-Vocês já estão se arrumando?

-Sim. A Giulia já está aqui animadíssima e bagunçando o meu guarda roupa que nem uma louca num shopping em promoção. Estamos esperando você.

-Valeu mesmo, mas meus pais não deixaram.

-Ah, cara! Que pena! – exclamou decepcionada – Não dá para negociar com o velho?

-Não – menti.

-Uh... Olha, queria muito que você fosse, estou com um mau pressentimento. Acho que a Kayla vai fazer outro escarcéu com o Bill. Falaram que eles discutiram feio hoje à tarde depois do treino de futebol dele.

- Em todo o caso, a gente manda ela tomar no cu por você – ouvi Giulia falar ao fundo .

-É isso mesmo que ela falou – Ashley riu.

-Valeu – ri.

-Então tchau amiga! – Ashley se despediu.

-Beijos! – Giulia falou.

-Tchau meninas, boa festa.

-Obrigada, bons estudos pra você – Ashley disse antes de desligar.

Fiquei pensativa.

Ashley não estava mentindo. Eles brigaram mesmo e pelo jeito que eu o vi discutindo no telefone as coisas não estão nada boas. Mas o que eu poderia fazer?

Poderia fazê-lo sorrir de novo’ pensei.

Sim, eu o conheço e sou a única que o faz sorrir quando ele sabe que está prestes a chorar. E sei mais do que ninguém que Bill precisa de um ombro amigo para chorar hoje.

Empolguei-me. Saí do meu quarto procurando meus pais. Convenci-os a me deixar ir. Voltei para o quarto e fiquei abobada por uns segundos rodopiando pelo quarto.

Mas o que eu vou vestir?’ pensei

Parei bruscamente, quase caindo no chão. Minto, eu caí no chão mesmo. Ainda com cara de abobada, eu pensei no que vestir. De repente a luz me veio (de novo). Eu tinha um vestido branco muito lindo, dava para improvisar a Cleópatra.

Alegrei-me de novo. Baguncei o armário à caça do vestido e depois abusei do lápis de olho. Procurei algo que substituísse a coroa e logo avistei uma tiara dourada. Ajeitei meu cabelo apressadamente e pus a ‘coroa’. Cumprimentei meus pais e saí.

Chegando lá, procurei por Ashley e Giulia. As duas estavam fazendo a versão ‘ah, moleque’ do Coisinha de Jesus de zoação. Eu bem que queria fingir que não conheço né, mas...

-Olha só quem eu vejo... – falou Ashley.

-Heloíse, sua quenga! Você falou que não vinha – Giulia fingiu brigar comigo.

-As pessoas mudam de opinião...

-Opinião nada, ela fez isso pra fazer suspense e chegar aqui toda diva fazendo propaganda da Garnie Nutriss – zoou Giulia – ‘Cuide-se’ – falou melosa dando uma semi-pirueta que nem a mulher da propaganda.

Todas riram. Não demorou muito para eu avistar Bill em sua roda de amigos. Para qualquer um ali, ele parecia normal, sorridente, simpático... Mas eu sabia que não estava tudo bem com ele.

Bill me avistou abobado e descrente. Eu mentira para ele pela primeira vez. Não sei se ele ficou mais chateado do que alegre, mas ele sorriu para mim. Sorri de volta.

-Já volto meninas.

Saí de perto delas e fui até Bill. Ele despachara os amigos e agora nos encarávamos.

-Que surpresa, você veio.

-É... – falei sem jeito. Eu queria saber o que estava acontecendo, mas não sabia como tocar no assunto. Nessa hora, começa a tocar ‘You belong with me’ da Taylor Swift.

-Concede-me esta dança, princesa? – perguntou sorrindo galanteador.

-Claro – ri.

Começamos a dançar numa parte mais escura do salão, onde uns feixes do luar refletiam persistentemente em nossos rostos, deixando o olhar amendoado de Bill terno e sedutor.

-Precisava falar com você – sussurrou.

-Estou aqui, pode falar.

Mas como tudo que é bom, dura pouco, Kayla apareceu para cortar a cena.

-Bill Kaulitz! O que você está fazendo com essa garota? – perguntou num tom nojento me analisando de cima a baixo.

-Dançando, ué – respondeu irônico.

-Pois fique sabendo que ele é o meu namorado, ouviu sua nerdzinha! – pronunciou metida.

-Seu namorado nada! E olha como você fala com ela, ninguém te deu moral pra isso não! – rebateu Bill. Fiquei bestificada com sua reação.

-O que? – falou fingindo-se de magoada – Bill, depois de tudo o que eu fiz por nós, você me trata assim? – choramingou.

-Kayla, vê se você se manca. Estou cansado de dar uma de idiota. Cansei garota! Some da minha vida! Morra se puder, mas não olha mais na minha cara! – Bill desentalou todas as palavras que eu nunca imaginaria vir de sua boca – Vem Heloíse – puxou meu braço – Vamos embora daqui.

Os meninos ao redor vaiaram Kayla, que saiu furiosa sabe se lá pra onde (e que se dane, não importa mesmo.)

Saímos do salão e paramos perto de um banco. Sentamos, sem trocar palavras. Bill olhava para a lua indecifrável. Suspirei. Queria saber um jeito mais fácil de fazê-lo falar. De súbito, ele me abraça.

-Bill?

-Heloíse – me encarou.

-Tudo bem com você?

-Não.

-Por que não?

-Porque eu ignorei uma garota muito especial.

-Quem? – entristeci. Ele já estava apaixonado. Por outra...

-A garota que eu sempre amei e não sabia... A garota que realmente se importa comigo e me faz sorrir.

Enrubesci nervosa com a mínima esperança que brotou em meu peito.

-Vai me contar? – as palavras saíram quase num sussurro. Bill apenas sorri.

-Tá ouvindo? – perguntou bobo. Revirei os olhos, mas desta vez, mal sabia eu que não era pegadinha.

Bill me olhou abobado e com um pouco de vergonha.

-O que? – respondi.

-Meu coração te chamando... – e me beijou.

~ Fim ~


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Notas finais do capítulo

merece reviews? *u*