P. O. V Caitlin Beadles

Eu estava na sala de casa assistindo algum filme romântico do século 19 que eu nem sabia o nome, estava tudo tranqüilo, eu ainda aproveitava meu luto até o Chris entrar na sala todo alegre.

—Haha! EU CONSEGUI, EU CONSEGUI! – ele fez uma dançinha de comemoração brega.

—Tá bom, Poindexter, o que você conseguiu? – perguntei pausando o filme.

—CONVIDAR UMA GAROTA PRA SAIR! – ele jogou os braços para o alto feliz.

—Quem é a corajosa? – ele amarrou a cara para mim.

—A Jessie.  Lá da escola.

Ah, então eu sabia que era. Aquela tal de Jessica Auzier, né?

Na escola do Chris havia muito mais status sociais do que na minha, e a tal da Jessie, Amber, Peyton e Ashley eram as “pop’s” da escola. Era um grupo de quatro garotas. Todas tinham treze anos, embora não parecesse. A Jessie era bem legal, mas nunca dera muita bola pro meu irmão.

—Pra onde vocês vão? – perguntei.

—Cinema. – ele deu seu melhor sorriso pervertido.

—Vishe. – resmunguei e voltei a assistir tevê.

—E então, já saiu do luto? – o Chris perguntou se atirando no sofá ao meu lado.

—Nem um pouco.

—Cait, sai dessa. – o Chris repreendeu-me. – Quanto tempo você acha que vai demorar pro Justin ficar com a Mellie? Não dou nem uma semana. E você sabe disso.

E assim, meu irmão super otimista subiu para o andar de cima me deixando sozinha com lágrimas nos olhos.

P. O. V. Melanie

Assim que entramos no prédio recebemos vários olhares curiosos do pessoal da recepção, ou seja-lá-o-que-for-aquilo. Afinal, eu estava de mãos dadas com o famoso Justin Bieber. Fomos recebidos por uma mulher estranha que nos disse que estava feliz por termos ido. Levaram-nos para um tipo de camarim, onde iríamos trocar de roupa. A figurinista me olhou torto quando viu minhas roupas. Tá, qual o problema com as minhas roupas?!

—Algum problema? – perguntei na cara-de-pau pra ela.

—Não, nada. – ela sorriu amarelo. – Bem, que estilo gosta de usar?

—Não sei, como vocês disseram: um estilo mais roqueiro.

A mulher escolheu qualquer coisa pra mim e eu vesti. Se aquilo era “qualquer coisa” eu queria vestir “qualquer coisa” todo dia!

O único problema foi que eu fiquei com perninhas de saracura. Mas beleza (y)’

Andei tranquilamente até o estúdio que ficava no penúltimo andar. Quando cheguei era um estúdio bem grande com várias pessoas andando apressadas para todo lado. Havia uma pequena platéia de garotas. O Justin já estava pronto. Ele estava até que bonito...

Andei até ele um pouco cambaleante e ele riu.

—Nervosa? – Justin segurou minha mão novamente e várias garotas me olharam de cara feia.

—É, quase isso. – murmurei de mal humor.

—Calma, é só fazer o que eu disse no carro.

—Er... Eu não ouvi nada. – fiz careta.

—Puta que pariu, resumindo: me deixe falar e não tente fazer nenhuma gracinha, ok?

—Tá bem.

Dois minutos para entrarmos no ar!, anunciou uma voz no alto falante.

—Venha. – o Justin me arrastou até o palco, ou sei lá o nome daquilo! A entrevistadora já estava lá sentada em um pufe a nossa espera. Sentamos nos outros dois pufes e Justin balbuciou para mim um: “Lembre-se do que eu disse.” Assenti.

Trinta segundos para entrarmos no ar.

Prendi a respiração, é agora.

Um câmera-man fez o 3, 2, 1 com os dedos e então as garotas da platéia começaram a bater palmas.

—Bem-vindos ao The Diary of Justin Bieber! – disse a entrevistadora que por sinal era ruiva. – Hoje, teremos a presença ilustre do próprio Justin Bieber! – ela anunciou com uma voz animada e carismática.

—Olá. – o Justin acenou para a câmera.

—E a presença de Melanie Johnson! Eles vieram nos explicar as fotos!

A apresentadora se acomodou mais no pufe e consultou seu bloco.

—Bom, me digam, o que a Melanie fazia com você?

—Fomos levar minha irmãzinha, Jazmyn, ao zoológico. – ele respondeu simplesmente.

—Tudo bem. E o que a Melanie fazia com você?

—Somos irmãos. – ele disse firme.

—*O* séééério? – a ruiva pareceu surpresa.

—Sim, minha mãe vai se casar com o diretor do meu filme, Max Furtado, e basicamente, somos irmãos.

—OMG! – a entrevistadora teve um risosídio (quem já leu Querido Diário Otário sabe do que eu tô falando...) e virou-se para mim.

—Como é ter o Justin como irmão? – ela perguntou.

—Acredite, é muito louco. – sorri.

—Ele é uma pessoa legal? – perguntou elevando uma sobrancelha para mim.

—Em boa parte do tempo, sim.

—Bem, então, vocês moram na mesma casa? – ela perguntou com os olhos brilhantes.

—Sim, e noite passada tivemos que dividir o mesmo quarto. – eu ri e o Justin me acompanhou.

—É, foi engraçado. – ele concordou.

—Uh! Nossa! – a apresentadora fez uma cara de “aconteceu alguma coisa g-g”. – E o Justin? Ronca muito? – ela riu.

—Se ronca ou não, eu não faço ideia, tenho um sono desgraçado. – respondi rindo.

—Ahh. – todo mundo tava rindo! Hihu, eu sou tão fooda assim? Eu sei que sou.

—E você fala dormindo! – o Justin falou para mim.

—Mentira! – eu fiz cara de bebê.

—Fala sim. Ficou falando: “chocolate, eu quero chocolate...”

—Ah, pô, dê-me créditos, Justin, tem um tempo que não como chocolate! :$ - eu sorri tímida.

A apresentadora sorriu e disse:

—Você é rockeira? – ela perguntou de repente.

—Ah... Não, não. – respondi.

—Parece muito. – ela piscou.

Ela fez várias outras perguntas e eu fui me soltando cada vez mais. Era até que legal ser entrevistada. E as resposta sempre saiam espontâneas e fáceis.

—Bom, muito obrigada pela entrevista, Justin e Melanie. – ela apertou nossas mãos.

—Eu que agradeço. – o Justin sorriu e jogou a franja pro lado. Isso é tique, é?

Então um cara fez sinal dizendo que saímos do ar.

—Foi ótimo, Melanie! – o Justin me abraçou e eu pude sentir o perfume dele. Hã? O quê? Perfume? Desde quando eu ligo pra perfume?

—Obrigado... – falei engasgada. – Justin... Me... Solta... Eu... Sem... Ar... SOCORRO! PRODUÇÃO!

O Justin me soltou rindo e eu respirei fundo.

—Nunca... – ofeguei. – Mais... – ofeguei. – Faça isso de novo! – suspirei.

O Justin riu muito mais.

—Vamos, o Kenny deve tá esperando a gente. – ele me arrastou pra fora do estúdio e eu nem troquei de roupa O_O tô fu.

Entramos no carro e o Kenny começou a dirigir feito louco. Ele tentou ao máximo desviar de grandes congestionamentos, mas não teve como fugir, demos de cara com um trânsito horrível. De repente me deu uma vontade irracional de entrar no Twitter, e já fazia meses que eu não entrava.

—Justin? Me empresta teu celular? – pedi.

—Pra quê? – ele me olhou desconfiado.

—Quero acessar o Twitter. – falei.

—Ah, tá. – ele foi tirando o celular do bolso. – Ei, falando nisso, eu já te sigo.

—Beleza. – peguei o Black Berry da mão dele e abri o Twitter. Êta, caralho, quê isso! 1,9008 seguidores! Da última vez que eu entrei devia ter só uns 37! Meu Deus. Fui lê os últimos twitts.

“@MelanieKat como é ter o Justin como irmão?!”

“@MelanieKat , AAAAAAAAAAAH! VOCÊ TEM MUITA SORTE, GIRL!”

“@MelanieKat o Justin está aí com você?”

Eu ri e o Justin me olhou.

—Que foi? – ele se esquivou para olhar o celular. – WOW! Mal fizemos a entrevista e você já é conhecida. – ele riu.

—É, acho que vou responder uns twitts.

Eu twittei:

“Sim, o Justin está aqui comigo, estamos presos numa droga de trânsito! E, ah, ter esse banana como irmão não é fácil. -haha.”

Vieram respostas:

“RT @MelanieKat ahahaha, o Justin é um banana? então é uma banana deliciosa!”

“RT @MelanieKat caaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaara, o JUSTIN TÁ AÍ? MANDA UM BEIJÃO PRA ELE!”

“RT @MelanieKat ain, tô com inveja de você!”

E vários outros que não estava afim de ler.

Twittei mais uma vez:

“Haha, vou convencer o @justinbieber a fazer uma twitcam comigo! lol”

E lá veio mais resposta. Dessa vez não li nenhuma:

“Adeus, pessoas lindas, vou importunar meu irmão mais velho, tchau. ;*”

—Você não vai mesmo fazer essa última parte, né? – o Justin me olhou com cara de cachorrinho sem dono.

—Depende. – entreguei o celular para ele.

—Afêr. – Justin revirou os olhos.

—Eu sei que você me ama, admite! – deitei minha cabeça sobre o colo dele. Yeah, baby, eu sou meeeeega folgada, dê licença, tá?!

—É. Uma hora vou ter que fazer isso. – ele olhou pela janela fingindo ser profundo.

—Haha. – dei uma tapa no estômago do Bieber.

—AI!

—Hehe. – ri.

—Hey, JB! – o Kenny chamou.

—Fala, Kenny.

—Ainda quer ir buscar os irmãos Beadles? – perguntou.

—Sim, sim. Passa lá. – o Justin sorriu.

—Caitlin Beadles, eh? Hmmmm, Justin. – ri.

—Deixa em off pra você.

—Aaain, agoora eu tô magoada, ok?

O Justin riu. Continuei deitada no colo dele. O garoto era o melhor travesseiro do mundo. E dentro do Range Rover estava tudo silêncio não dava para ouvir nem as buzinas dos carros lá fora. Suspirei e fechei os olhos.

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—SAIPORRA! – ouvi alguém gritar e fiquei de pé em um segundo, assim batendo minha cabeça em alguma coisa.

—AAI, CARALHO! EU TAVA ACORDADA, PORRA!

—SAI LOGO, MERDA! – olhei para os lados procurando a origem do som e encontrei Christian Beadles na porta do Range Rover segurando um notebook cinza aberto com um modem de internet conectado nele.

—Argh, esqueci que ainda tava no carro. – percebi que o Justin estava atrás de mim rindo como louco, e que eu dormi no colo dele. Que constrangedor ;$

Coradinha ajeitei-me no banco e Justin passou por cima de mim e foi para o banco da frente. Chris entrou no carro e colocou o notebook no colo e Caitlin veio logo atrás.

—Oi, Mellie. – ela sorriu.

—Oi, Caitlin.

—Ei, você viu o que o Justin acabou de twittar? – Chris me perguntou.

—Não, o quê? – olhei para o Justin e ele deu um sorriso amarelo.

—Olha. – o Chris apontou para a tela do notebook. AAAAAAH, esse porrinha me paga! :@

Era uma foto minha e do Justin, eu deitada no colo dele e ele tirando a foto sorrindo. Lá havia escrito:

“Haha, parece que a @MelanieKat sempre dorme no trânsito!” e MILHAAARES de respostas, do tipo:

“Eu vou matar a @MelanieKat!”

“AAAAAAAAAAAAAAH! cara, a @MelanieKat tem muita sorte!”

“AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!”

—PORRA, JUSTIN! CARALHO, POR QUE VOCÊ POSTOU ISSO?! VOCÊ VAI ME PAGAR! :@ - berrei.

—EI, PÁRA DE GRITAR AÍ, EU PRECISO DOS OUVIDOS! – disse Kenny.

—Desculpa, Kenny.

—Foi, mal, não deu pra resistir. – o Justin riu.

—Você é um futuro castrado, Justin Drew Bieber ¬ - falei e o Chris arregalou os olhos. – E, - acrescentei. – ouvir essas palavras é proibido para menores de 15 anos, Beadles.

O Chris revirou os olhos.

—Te fode, Melanie. – ele disse.

—Ei, vou chamar alguém pra lavar essa sua boca. – eu disse.

—É, e de preferência a Jessica Auzier. – a Caitlin sorriu maliciosa.

—Hein? – perguntei.

—O Chris chamou a Jessie pra sair. – a Caitlin anunciou feliz.

—Sério, Beadles? – o Justin perguntou.

—É ¬¬ - o Chris concordou sem tirar os olhos do computador.

—É ISSO AÍ, MAN! – o Justin se inclinou para fazer um toque de mão estranho com o Chris.

—Uuh, Beadles arranjou uma namoradinha. – sorri.

—Cala boca.

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P. O. V Justin

A foto da Melanie dormindo ia pro meu álbum de fotografias com toda a certeza! Aquilo tava muito engraçado.

Ela não parava de me olhar feio, e eu estava começando a pensar que ela realmente me castraria... (N/A: oi, pessoas, eu já castrei meu gato, tchau.).

Quando chegamos em casa, o Chris e eu resolvemos ir tomar banho de piscina e as meninas quiseram também. A Caitlin já estava com um biquíni por baixo da roupa então só fez se trocar rapidamente, já a Melanie foi ao quarto dela trocar de roupa.

Quando ela voltou e me viu olhando pra Caitlin, sussurrou no meu ouvido:

—Tira uma foto, Bieber. Dura mais.

Revirei os olhos.

Dei um pulo na piscina e acabei fazendo as meninas ficarem muito putas comigo.

—PORRA, JUSTIN! – gritaram elas em uníssono.

—Desculpa! – ri.

Logo depois disso vi a Melanie puxar a Caitlin para um canto e murmurar algumas coisas.

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P. O. V Melanie

—Tá, bom. Quer uma ajuda com o Justin? – perguntei para a Caitlin que arregalou os olhos.

—Quê?! – ela quase gritou.

—Fala baixo, porra.

—Mas o que você quer dizer com “Quer uma ajuda com o Justin?”

—Ah, por favor, né, Caitlin! – revirei os olhos. – Eu vi o jeito como ele olha pra você! E também vi o jeito que você olha pra ele. – Caitlin me olhou confusa. – Argh, eu sei que você não é lenta! Caitlin, eu sou loira, mas não sou burra, ok?

—Tá bem. Eu admito, eu ainda sou louca por ele.

—Justamente – eu disse em um tom sensato. -, eu vou te ajudar.

—Sério?

—Claro, você é minha futura cunhadinha, Caitlin Beadles.