Em Tokyo...

Depois de Kisshu e Minto sumirem durante no começo daquela noite (que em Londres era o começo do dia), as garotas voltaram normalmente para seus trabalhos no café.

E não foram só elas. Por incrível que pareça todos os outros dois aliens ajudaram e algumas tarefas também.

Pai levava alguns pedidos para as mesas, embora sua simpatia não superasse muito a de Zakuro. Taruto apostava corrida com Pudin para ver quem conseguia lavar mais pratos transformando a cozinha em um campo de batalha.

Mas mesmo com alguns problemas como pratos trocados ou porcelanas quebradas, as coisas andaram bem.

"Ai... Estou tão cansada..." Suspirou Lettuce sentando-se na mesma mesa que Pai estava.

"Realmente, tenho que dizer que foi um dia cansativo. É sempre assim?" Perguntou Pai

"É." Responderam todas juntas.

"Eu não consigo mover nem mais um dedo... Minhas mãos estão tão doloridas, meninas." Choramingou Pudin sentando-se á mesa também.

"Pare de reclamar!" Protestou Taruto "Afinal eu é que lavei mais pratoss hoje!" 

"Não foi nada! Pudin ganhou de você!" Respondeu ela fazendo uma careta.

Os dois começaram a lançar caretas um para o outro até que Zakuro sentou-se também.

"Nossa, foi um dia duro mesmo..." Disse distaída enquanto todos assentiram em silêncio.

"Eu queria saber onde está aquele idiota do Kisshu." Lembrou-se Taruto

"Por que você ainda se dá ao trabalho de se importar?" Perguntou Pai cansado.

"Ora essa!Porque é injusto nós trabalharmos o dia inteiro e aquele preguiçoso simplesmente fugir do serviço!" Queixou-se Taruto.

"Agora que vocês falaram... Minto também não veio para o café..." Acrescentou Lettuce pensativa.

"Ah! Será que eles dois saíram para um encontro juntos?" Pensou Pudin

Todos pararam e olharam para Pudin. Houve um momento de silêncio e depois... Risos.

"Hahahahahahaha! Essa foi boa! Eles dois juntos?! Até parece, Pudin!" Riu Lettuce "Aqueles dois se odeiam..."

"É verdade. Será que dá para imaginar eles se dando bem?" Riu Zakuro ao pensar na idéia.

"E ainda mais... Kisshu é louco pela Ichigo. Não imagino ele desistindo dela depois de tudo que passou..." Disse Lettuce agora sorrindo para Pudin.

"Mas pensem? Não foi estranho eles dois sumirem juntos?" Insistiu Pudin

"Ai, esquece isso. Kisshu é preguiçoso e Minto deve ter tido algum compromisso. Foi só." Disse Zakuro.

Todas elas levantaram para trocar de roupa e ir para casa, enquanto Pai foi fazer algumas perguntas para Ryou sobre a culinária dos humanos. Todos saíram de modo que só sobraram Pudin e Taruto na mesa.

"Você realmente acha que eles saíram juntos?" Perguntou Taruto depois de alguns minutos de silêncio.

"Eu não tenho certeza... Mas é um bom palpite, não acha Tart-Tart?" 

"Não me chame assim." Suas bochechas ficaram levemente vermelhas enquanto Pudin soltou um risinho.

"Mas... Ainda queria saber onde eles estão agora..." Pesou ela

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(Em algum lugar da Europa)

"Ainda quero saber onde estamos!" Reclamou Kisshu

Ele olhava em volta totalmente perdido. Não importava em que direção olhasse, só era possível ver prédios estranhos que pareciam antigos... Não eram como os prédios de Tokyo. Não eram modernos, altos, com luzes brilhantes, letreiros, e tudo mais... Eles não tinham nenhum tipo de vida especial... Eram só, antigos e rústicos.

"Estamos na Bélgica." Sorriu Minto fotografando a paisagem.

"E porque nós estamos na Bélgica, dorga?!"

"Será que não dá para aproveitar um pouco dessa paisagem? Será que é tão insensível á esse ponto? Muitas pessoas adorariam estar aqui..." Os olhos de Minto brilharam ao ver o prédios tão históricos e elegantes, mas isso não mudou a idéia de Kisshu.

"Esse é o problema! Eu não faço parte desse grupo de pessoas! Eu só quero ir até Londres! Agora para de tirar fotos e diz logo onde fica esse lugar" Disse Kisshu.

"E se eu não disser e continuar a tiraar fotos ein? Que tal?" Implicou.

"Não sei... Que tal eu perguntar para outra pessoa onde Londres fica, ir para lá e deixar você sozinha aqui nessa cidade estranha, hein? Que tal?" Dessa vez foram seus olhos que brilharam ao notar como seu plano era malígno.

"Pois vá e pergunte então." Sorriu ela e voltou a tirar fotos.

Kisshu sorriu de volta e ajeitou seu chapéu. Minto o tinha feito usar para esconder as orelhas. Era um dos modelos de última moda em Londres, embora ele não desse a mínima.

Ele caminhou até uma senhora que deveria ter uns quarenta anos no máximo, tirou o mapa do bolso e perguntou para ela onde ficava Londres no mapa.

"Ik begrijp niet wat je zei" Disse ela com encolhendo os ombros.

"Ah... Sinto muito" Disse ele um tanto desapontado.

A senhora foi embora e ele foi perguntar para um senhor que passava.

"Je ne comprends pas ce que vous avez dit" Respondeu o senhor que depois simplesmente continuou andando.

Kisshu não conseguiu entender nada que nenhuma daquelas pessoas dizia e nem elas o entenderam. Por fim ele andou até Minto totalmente desanimado, e ela por sua vez deu um sorriso para ele.

"Ei... Você não entende nada sobre a Bélgica não é mesmo?" Perguntou ela ainda sorrindo de leve.

"Não..." Suspirou desapontado.

"Então é melhor aprender. Vamos começar pela língua. Acho que você acabou de notar que eles não falam japonês. Bem, não existe um idioma 'belga' e sim um divisão. A metade sul do país fala francês, e a outra metade fala holandês." Riu Minto de leve "Como estamos em uma parte do país que o liga por uma ferrovia e por navios com a França e ao Reino Unido, há uma grande mistura dessa linguagem. Mas, creio eu que ninguém aqui fala japonês. Não é uma pena?"

Kisshu encarou-a e riu sem emoção.

"Por isso, ninguém saberia me dizer onde fica Londres. Você é esperta..." Falou ele.

"Eu sei disso" Minto colocou as mãos nas bochechas de modo suave "Mas sabe... Foi mais engraçado das últimas duas vezes em que paramos em Paris e Roma. Bem, mas chega de pular o compromisso e chega de paradas... Aqui está o nosso plano."

"Plano? Agora nós temos um plano?" Perguntou ele incrédulo. Como ele pôde cair no mesmo truque três vezes?!

"Sim. Vamos direto para Londres agora. E dessa vez é pra valer." Falou Minto com firmeza.

"Assim espero..." Suspirou Kisshu.

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(Em Londres)

Ichigo estava andando de volta para a casa do tio do Masaya. Ela havia saído logo após o café da manhã para comprar algumas coisas para o almoço e só tinha terminado tudo naquele momento.

"Que cansaço... Bem que seria legal fazer um pausa para descansar antes de chegar em casa... Afinal, com aqueles pesadelos eu não consigo mais relaxar de jeito nenhum..." Pensou ela. Um arrepio correu sua espinha ao pensar naqueles barulhos de animais, e naquela voz feminina...

Foi então que aconteceu... Ela estava parada bem na esquina de uma rua sem movimento nenhum que costumava passar para relaxar um pouco, quando sentiu estar sendo observada.

"O que...? Que sensação estranha... Onde...? Tem alguém aqui...?" Pensou ela.

"Aproximem-se todos!" Gritou um voz bem do seu lado.

Ichigo deu um pulo bem alto e suas orelhas de gato apareceram. Ela cobriu com as mãos antes que alguém pudesse ver. Mas não havia ninguém ali execeto...

  "Disse aproximem-se! Sei que vão gostar do que tenho a oferecer!" Falou a voz de novo e ela notou que era uma garota.

A garota devia ter a mesma idade dela. No máximo uns 14 anos. Nada mais que isso. Ela tinha cabelo preto, liso e enorme que chegava quase até o chão. Parecia até que nunca fora cortado antes. Seus olhos... Era impossível ver... A franja em V tampava dos olhos até a ponta do nariz. Na cabeça ela usava uma bandana laranja com uma moeda de ouro costurada. Usava uma camisa branca com mangas até o cotovelo cheia de babados e uma saia laranja igual a bandana que ia até o joelho.

"Eu te assustei senhora?" Perguntou a garota.

"N-Não... Imagina." Riu Ichigo

"Assustei sim, dá pra sentir isso." Disse ela sorrindo tristemente

"Ahm, bem... Só um pouquinho, mas eu também me assusto com qualquer coisa...." Tentou explica, mas não conseguiu.

"Esse é o problema... Sempre assusto as pessoas e elas acabam fugindo..." Ela parecia estar realmente triste e parecia também enxugar lágrimas que nem mesmo estavam em seu rosto. Talvez ainda...

"Ca-Calma. Olha só... O que você tinha dito antes?" Perguntou Ichigo tentando acalma-la

"Tinha dito..." Repetiu ela bem devagar parando de enxugar as lágrimas imaginárias "Ah sim! Venha comigo e você verá!"

A garota saiu correndo pela calçada.

"Que estranha... Mas não posso deixa-la sair por aí correndo sozinha..." Pensou ela e começou a segui-la.

A garota á levou até um parque que Ichigo nunca tinha visto antes. A garota corria em direção aos portões de um parque que Ichigo nunca tinha visto antes. Ela tinha certeza que com os portões fechados a garota iria parar de correr, mas na verdade ela começou a acelerar mais ainda o seu passo. Os portões do parque se abriram sozinhos no exato momento em que a garota ia colidir contra eles.

Ichigo ficou com medo daquilo, mas quando se deu por si já tinha atravessado os portões e alguma coisa a dizia que era tarde para simplesmente voltar.

"Bem, aqui estamos." Sorriu a garota "Mas antes me responda uma coisa..."

Ela estalou os dedos e caíram das árvores do parque que cercavam o local onde as duas garotas estavam faixas vermelhas decorativas. Ichigo achou aquilo tudo muito estranho, afinal... Quem era aquela garota?

"Você acredita que seja possível..." Continuou ela

A garota misteriosa bateu palmas e surgiram em suas mãos cartas estranhas.

"Prever..." Continuou.

Dessa vez a menina  apontou para o chão com os dois dedos indicadores e depois os elevou para o céu fazendo surgir uma mesa de madeira que antes estava desmontada no chão.

"O futuro?" Teminou.

Ela então, sentou-se no que antes era apenas ar, mas agora era uma cadeira de madeira do mesmo tom da mesa.

"... Como é que você... Faz isso?" Perguntou Ichigo.

Aquilo tudo era realmente assustador, mas algo alí encantou os olhos de Ichigo do mesmo modo que a espantou. Ela se sentia atraída pela mágica da garota. Intrigada talvez seria melhor dizer.

"Meu nome é Mika e o meu negócio é saber o que as outras pessoas ainda não sabem." Sorriu ela.

"Ah... Meu nome é..." Ichigo tentou dizer, mas não encontrava palavras.

"Momomiya Ichigo?" Mika soltou um risinho "Que bom que enfim nos conhecemos."