Escolhas... escrita por Borboleta Negra


Capítulo 7
Só Por uma Noite




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Capítulo 7

 

Somente por uma noite

 

_Ahm... Como assim?

_Você gostaria de jantar comigo?_Ele perguntou de novo, receoso.

_Mas eu não te conheço direito, Chester.

_É, é, eu sei... Mas é que eu queria te conhecer melhor, você parece ser legal.

Passei a minha língua na parte de trás de meus lábios e olhei para o chão ao lado de Chester pensativa.

_Acho que... É, a gente pode agendar isso._Falei descontraída, olhando em seus olhos e assentindo com a cabeça.

_Ótimo!_Ele se animou nervoso._Que dia poderia ser?

Pensei um pouco.

_Talvez amanhã, hoje tenho que ir á casa de Rachel para estudar.

Ele fez um sinal positivo com a cabeça.

_Tudo bem, me dê seu numero para eu poder te ligar._Me entregou um papel em branco, onde eu rabisquei rapidamente o numero decorado de meu novo celular ali e passei o papel para sua mão estendida._Obrigado._Ele agradeceu com o rosto rubro e deu um beijo rápido na minha bochecha naturalmente corada, para depois sair com passos rápidos.

Virei para sair com um sorriso triunfante, mas ele logo se desfez e se tornou uma careta de desprezo quando vi quem estava encostado na lateral da fileira de armários á sua esquerda. Michael tinha duas bolsas roxas debaixo dos olhos, seus cabelos anormalmente desarrumados estavam mais desalinhados ainda e os olhos vermelhos, como se não dormisse á dias. Fechei minha boca que havia se aberto ligeiramente de nojo e resolvi falar algo.

_É, eu realmente quebrei minha promessa._Eu sabia que ele não iria responder._Eu não te amo mais. Sabe por quê? Bem, meu “amado” se tornou uma serpente nojenta e asquerosa, cheia de veneno, para dar e vender._Franzi o nariz em desgosto quando seus olhos derramaram duas lágrimas antes contidas._E depois vem chorando, me implorando pra voltar._Ri falsamente._Você é doente._Dizendo isso, passei por ele sem remorso algum.

Mas o remorso veio, remorso por minhas palavras. Olhei para trás e ele ainda me olhava. O vi desaparecer quando cruzei o corredor. Não, eu não devia ter remorso algum, afinal ele que estava errado. E o remorso só veio porque eu havia me lembrado de como ele era carinhoso, de como ele era leal e interessante, minha mente fantasiou que ele ainda ela assim, mas ele perdeu toda a minha confiança naquele dia.

E agora eu só dava o troco. Perdeu engraçadinho, agora arque com as consequências, choros artificiais não me atingem, mané.

Caminhei lentamente pela rua, absorta completamente em pensamentos, só acordei quando um carro negro que me seguia no meio fio buzinou pela segunda vez. Parei e olhei para o carro, que eu reconhecia muito bem. O Maserati Gran negro de Josh.

_Ei, gatinha, quer uma carona?_Ele perguntou abaixando o vidro e rindo da própria brincadeira idiota._Entra aí, ou esqueceu que hoje é o “dia dos estudos da aluninha Emilly”?

Fechei a cara e entrei no banco de carona contra meu gosto, apertando mais os livros e cadernos contra meu peito. Quando o carro ganhou vida, deixei o material decair sobre o meu colo e deixei minhas mãos livres pousarem na tiara branca que separava minha franja do resto do cabelo. Depois, debrucei meus cotovelos sobre o material, colocando minha cabeça entre as mãos e bufando de desgosto.

_Adoro ver você irritada._Josh falou numa voz faminta.

Olhei lentamente para ele, com o cenho franzido.

_Pirou?

_É tão divertido._Ele falou sério, colocando seu cotovelo sobre a porta do carro.

Balancei a cabeça negativamente, com uma expressão de descrença e olhei para ele. E ele olhou para mim. Que droga, não precisava olhar para mim! Eu olhei só por olhar mesmo. Ah, a quem eu estava querendo enganar? Eu estava completamente atraída por aquele deus ao meu lado. Josh, eu te odeio por fazer-me te amar.

_O que está olhando?_Ele perguntou rude e eu olhei para a estrada, corando.

_Nada, Josh.

Ele continuou olhando para mim com duvida, mas logo voltou o olhar para a estrada.

_O que houve com você e Michael? Eram tão grudados._Ele falou desinteressado.

_Ele me traiu._Repeti o que havia dito para todos os poucos que me perguntaram.

_Com quem?

_Alexandra, aquela garota da nossa sala.

_Ah, claro._Ele deu um sorriso malicioso, como se lembrasse de algo._Eu conheço ela.

Bufei e encostei minha cabeça no painel do carro. E então uma música começou á tocar.

_Ah, obrigado por quase quebrar o meu rádio com a cabeça._Ele disse estendendo a mão para parar a música, mas eu toquei em seu braço, o fazendo parar e por um momento eu esqueci por que fazia aquilo, pois meus dedos começaram á formigar e eu estremeci. Mas logo me forcei á lembrar.

_Isso é Muse?_Perguntei animada.

_Eu não sabia que gostava de música.

_Ah, gosto sim._Falei sorrindo pela conhecidência._É uma das minhas bandas favoritas.

Ele olhou para mim e eu para ele. Ah, seus olhos azuis de novo não. Toda a vez que eu olho para aquela imensidão marítima sinto calafrios e uma estranha sensação no peito, que me impulsiona para frente, clamando por seus lábios. Mordi meu lábio inferior tremendo e olhei para o chão, tirando minhas mãos de seu braço e quando ele se afastou para prestar atenção na estrada, me encolhi, tentando prestar atenção na letra de Uprising, uma de minhas musicas favoritas de Muse.

Logo chegamos á sua casa e eu desci rapidamente do carro, indo com passos rápidos até a porta. Ou tentando, pois uma mão forte e quente pegou meu braço e me puxou contra o carro. O impacto fez meus livros caírem. Josh me prensou com o corpo contra o carro, uma de suas pernas no meio das minhas e as mãos firmes impedindo-me de fugir, uma de cada lado do meu corpo. Deus, ele estava próximo demais e eu já conseguia sentir a batia acelerada do coração contra as costelas. Gotículas de água atingiram minhas mãos, a sensação estranha do peito voltou, me fazendo perder o ar e borboletas atrevidas foram ao meu estômago brincar um pouco.

_O que você sente quando eu faço isso?_Ele perguntou, sua voz fez as minhas pernas estremecerem-se e se sua perna não estivesse entre as minhas eu cairia. Meu olhar se derreteu nele e eu senti a imensa vontade de encontrar ao chão._O que você sente Emilly?

_Nada._Minha voz estremeceu, me entregando.

Ele sorriu maliciosamente.

_Emilly..._Sua voz rouca sussurrou meu nome ao pé de meu ouvido._Não tente se enganar fingindo que tem ódio de mim._Ele me prensou mais contra o carro, fazendo com que seu peito se encontrasse com o meu colo, que estava ofegante diante da proximidade repentina._Mas se conseguir me conquistar, vai ser como as outras._Sua voz ficou mais rouca e sensual._Somente por uma noite.

Ele descolou seu corpo do meu e foi ao encontro de meus livros, os pegando. Caí ao lado do carro ofegante, olhando para frente e antes de Josh abrir a porta, olhou para trás, como para conferir meu estado e riu, era um riso provocativo. Eu estava com meu corpo tremendo. Mordi meu lábio inferior e abracei as pernas. Meu peito subia e descia rapidamente, enquanto eu lutava para não chorar. Aí eu me pergunto, chorar por quê? Eu que era a errada aqui, de onde surgiu a ideia tola de amar uma pessoa tão...

Então eu derramei toda a tensão de meu corpo com lágrimas ligeiras que cortaram minhas bochechas antes que eu pudesse impedi-las. Lágrimas de puro ódio. Como ele podia ser tão repugnante? Respirei fundo e com a ponta dos dedos limpei as lágrimas. Fiquei um pouco sentada para me recompor e esperar para que meus olhos voltassem para o normal.

Suspirei e me levantei, arrumando minhas roupas e indo até a porta, onde eu abri sem ao menos girar a maçaneta e depois fechá-la com o pé. Caminhei até a sala com passos firmes e encontrei lá Josh, sentado em uma cadeira mais próxima da porta, com um dos cotovelos sobre a mesa e a cabeça sendo segurada pela mão do mesmo braço. Enquanto uma de suas pernas pousava no chão, a outra estava estirada, em uma pose completamente largada. Fui até ele e peguei meu material.

_Ei, vamos estudar._Ele falou.

Olhei para seu rosto frio e bufei, deixando o material em minha frente e colocando uma cadeira ali. Que garoto insuportável!

 

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_Paramos por aqui._Encerrei a série dilacerante de estudos com Josh apenas fechando o livro de Geografia.

Josh olhou para o relógio e concluiu.

_Claro, está ficando tarde.

Eu não precisava me preocupar de alimentar os meninos, meus “filhos”. Uma empregada fazia tudo para mim, á mando de Rachel, então eu não me preocupava muito. Mas tinha de voltar. Não que eu fizesse com muito esforço, sair daquela cadeira que se tornava desconfortável com a presença do Deus “Eu Sou Demais”. E absorta em mil xingamentos que eu poderia deixar para falar outra hora para Josh, abri a porta de minha casa num movimento automático. Eu não tinha percebido que tinha chegado, mas quando olhei de relance vi um carro negro com placa conhecida dobrar a esquina. É, eu realmente estava avoada. Abri a porta devagar. Mesmo sendo apenas 17:00, alguns meninos tiravam cochilo e eu não gostaria de acordá-los.

Com passos leves entrei na casa e fechei a porta, levantando os ombros levemente quando ouvi o pequeno estalo vindo da mesma quando girei a chave. Guardei-a no bolso do sobre-tudo e tirei o cachecol. O tempo passara rápido, agora era outono e as temperaturas já estavam descendo. Olhei de relance para a sala vazia e pousei o cachecol e a bolsa com livros no cabideiro. Tirei minhas botas, apoiando-me com a mão na parede e finalmente retirei meu sobre-tudo, fazendo um lembrete mental de que a chave estava no bolso esquerdo.

Finalmente a quentura do meu lar. O cheiro de neném cobria minhas narinas e eu sorri bobamente quando lembrei que Frederic ainda gostava de usar fraldas, mesmo que não fizesse xixi nelas, ele “dizia” que era confortável. E então me lembrei que estava passando pouco tempo com eles. Franzi meus lábios, teria de recompensar. Os estudos na casa de Rachel eram dispensáveis. Não por causa do Sr.Eu Sou Mais Bonito que o Edward Cullen, mas porque eu estava entendendo a matéria e por ora não precisava da ajuda do Sr... Bem, deixemos os apelidos descartáveis para depois.

Subi as escadas, pulando um degrau barulhento, enquanto pendia meu corpo sobre as duas mãos, uma em cada corrimão e depois voltava ao chão sorrindo como uma criança. Era uma cena deplorável, mas eu precisava de um pouco de diversão.

Diversão, sair, Chester. Por um momento me esqueci e apressei-me para ir ao meu quarto preparar roupas. Não faria nada muito espalhafatoso, era apenas um jantar com um amigo. Peguei uma saia negra até um pouco mais que o meio das cochas, uma meia-calça desfiada, uma ankle-boot, uma blusa branca de manga comprida e gola e meu habitual sobre-tudo cor de barro. Era isso, não demorei dois minutos para escolher. Repousei as roupas cuidadosamente sobre minha bancada de estudos e fui dar uma olhada nos quartos. Todos dormiam. Entrei no quarto de Edmund para cobri-lo melhor quando vi que ele dormia com Frederic, que devia ter tido algum pesadelo e pulou para a cama do mais velho. Sorri ternamente e ajeitei o urso marrom de pelúcia nos bracinhos de Fred.

Ouvi meu celular tocando e praguejei-me internamente por não ter posto no silencioso. Corri silenciosamente para a sala, onde ele estava jogado sobre o sofá e atendi o infeliz.

_Emilly?_Ouvi uma voz do outro lado.

_É ela._Respondi simplesmente, deixando meu corpo deitar sobre o sofá, minhas pernas pálidas brincando no ar.

_Ah, sou o Chester._O senti corando do outro lado do telefone, era previsível._Só queria saber se o jantar ainda está de pé.

_Como um cavalo._Respondi brincando.

_Ótimo, eu não irei na aula amanhã, por isso liguei para você. Posso saber seu endereço?

_Claro._Dei o endereço para ele._Por que não irá na aula?_Perguntei levianamente.

_Ah, eu tenho de pegar minha mãe no aeroporto, ela voltou ontem de Triestre e pediu para eu passar a tarde com ela. Sabe como é, mãe querendo matar a saudade.

Emudeci e corei, deixaria ele desconfortável com minha resposta.

_Ahm... Na verdade eu não sei...

_Oh, sinto muito._Ele se apressou._Eu não queria te ofender.

_Não ofendeu, eu não conheci meus pais, então não sinto saudades deles. Foi difícil só na adolescência, todas aquelas duvidas..._Lembrei-me da época com um sorriso.

E assim foi desencadeando uma longa conversa. Não sei por que tivemos tanto para conversar, eu não era muito de puxar conversa, mas Chester era extremamente agradável. No final, ele me disse que deveria desligar e me pegaria amanhã ás 20:00. Falei que ele era um bom rapaz e o dei boa noite, como uma moça educada. Fez-me rir saber que ele não tem celular e por isso teve de ficar em pé na cozinha, enquanto sentia o frio cobrir seus dedos. Senti pena, mas logo depois encerramos a conversa.

Era engraçado ver como ele se sacrificava por um pouco de atenção minha. Talvez fossemos bons amigos.

 

N/A:

Ou talvez não

AUEHUAEHUAEHHUE, aquelas

Genteeeeeeee, cadê meus reviews?

Estou entrando em depressão profunda, meus reviews congelaram no numero “9”

Mimimi!

Beijos e quero pelo menos 3 reviews nesse capitulo

*beiço*

É, eu sou chantagista

U-Ú


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