O Terceiro Prólogo escrita por madamelux


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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“Porque eu fico despedaçado quando estou sozinho e não me sinto bem quando você está longe”

 

(Para ler ouvindo http://www.4shared.com/audio/CWYkYzfB/Evanescence-_Good_Enought.htm)

- Bom dia! – Ele disse no ouvido dela. Ela abriu os olhos devagar, não havia claridade nenhuma no quarto.

- Ainda está de madrugada! – Ela disse em um bocejo.

- Exato, vamos ver o sol nascer!

Juliana lançou um olhar cansado á Mateus.

- Não me olhe com essa cara de sono, hoje é domingo, você tem o dia inteiro para descansar!

Juliana deu um suspiro cansado.

- Está bem, mas “ai” de você se me acordar de novo hoje!

Ela se levantou e cobriu o corpo com a coberta, eles se dirigiram para a pequena sacada do apartamento, moravam no Oitavo andar do prédio.

Juliana nunca entendeu o interesse de Mateus no nascer do sol da cidade. O sol era quase sempre encoberto pelos prédios altos, como o dela.

Ele como fotógrafo sempre considerara a claridade muito importante, dizia para ela que a energia do nascer de um novo dia podia fazer a alma rejuvenescer cem anos!

Ele se sentou na cadeira, Juliana em seu colo. O prédio em frente ao deles tinha apenas três andares, a rua que ficava em frente a esse prédio era paralela a Orla – Se é que algo tão imundo podia ser considerada uma praia!

Juliana deitou a cabeça no ombro de Mateus e fechou os olhos, ele acariciou seus cabelos negros.

- Não vai ver nada de olhos fechados! – Ele sussurrou em seu ouvido.

Ela os abriu, o céu começava a tomar cor, oq eu antes era um azul escuro estava começando a se tingir do tons mais claros e quentes.

Eles observaram como tudo parecia começar, como se o tempo estivesse se espreguiçando e, sonolento, começasse a correr!

 

Mateus observava Juliana dormir, ela tinha um sono imperturbável!

Eram dez da manhã, o sol era intenso e invadia o quarto. Ele havia afastado as cotinas da porta de vidro em uma tentativa frustrada para que ela acordasse.

Ele não deveria tê-la acordado mais cedo, mas não se arrependia!

Ela não era como ele, que gostava de apreciar tudo de todas as formas, ela era inteligente e sagaz, gostava de praticidade, não chegava a ser fútil mas se mantinha sempre bem arrumada. Seu trabalho exigia isso, não era fácil ser promotora numa cidade como Salvador. Muitas pessoas, muitos bairros, muitas ruas, muito crime, organizado ou desorganizado!

 

Juliana acordou com um delicioso cheiro de comida, levantou-se e foi até a cozinha.

Mateus havia conseguido fazer uma pequena panela de arroz, mas a lasanha que estava em cima da mesa fora comprada pronta!

- Parece boa! – Ela disse pegando um prato e se servindo!

- Então pra comer a senhorita está bem acordada? – Ela apenas deu de ombros.

Mateus se serviu também e se sentou ao lado dela.         

- Então, o que vamos fazer hoje? – Ele perguntou.

- Não sei, não estou muito a fim de sair!

- Ah não Juh, seja uma boa menina! Você tem a semana toda para ficar em casa!

- E você passa a semana toda na rua!

Ela se referia ao trabalho dele, que muitas vezes exigia que fotografasse modelos e artistas em locais urbanos.

- É diferente, é bem melhor quando não estou a trabalho, e bem mais perfeito quando estou com você!

Ela riu.

- Ok, você me convenceu!

 

As duas da tarde eles estavam saindo do prédio a pé, dispensaram os carros pois sabiam que ficariam presos em algum engarrafamento.

Juliana levava uma das câmeras de Mateus na bolsa – a menor - ele nunca saia sem uma, dizia que “Momentos inesquecíveis podem estar em qualquer lugar!”

Eles andavam sem se preocuparem para onde estavam indo. Viviam ali há muito tempo e conheciam bem o lugar! Acabaram por ficar em um bar que conheciam, o dono, conhecido como Calvície pela evidente falta de cabelos, era amigo deles fazia dez anos, vira os dois entrarem e saírem das faculdades, além de acompanhar toda a vida deles desde então. O que via com mais frequência era Mateus, já que Juliana não gostava muito de sair de casa.

Calvície os cumprimentou e arrumou para eles uma mesa próxima ao balcão. Não demorou muito para que a mesa enchesse de amigos e conhecidos. Passaram a tarde e parte da noite bebendo, rindo, zoando.

Quando Mateus e Julia se despediram das pessoas do bar já eram oito da noite.

Salvador era uma cidade perigosa e eles estavam a pé, ficar no bar até tarde seria um risco e tanto para a segurança dos dois.

 

- A quanto tempo que não encontrávamos os amigos ein Juh?

- A exatamente três semanas! – Mateus bufou.

- Você deveria se apegar menos a números!

- Eu sou assim, se não gosta... – Ele a calou com um beijo.

- Agora deixe de fazer birra, sabe que eu te amo!

- Está bem, sem discussão por hoje! – Ela juntou o corpo mais ainda ao dele quando entraram em uma rua residencial, não havia ninguém na rua, em compensação faltavam apenas duas quadras para chegarem ao prédio onde moravam.

Eles estavam quase na esquina quando foram surpreendidos. Um homem aproximou-se e apontou uma arma para os dois, Juliana não entendeu muito bem a situação, nunca antes fora assaltada e parecia que tudo passava em câmera lenta.

O homem arrancou-lhe a bolsa dos braços no exato momento em que uma viatura entrou no outro extremo da rua, Mateus a puxou para trás e o ladrão, sem motivo algum, atirou varias vezes contra ela antes de fugir.

As balam eram para ela, ela sabia, mas não estava sentindo nada, sua garganta estava fechada e ela não conseguia se mover, mas isso não durou muito tempo, só o tempo dela perceber que Mateus estava caído e uma poça se formava embaixo dele.

Ela gritou, um grito tão sofrido que faria o mais forte dos homens fraquejar. Ela não conseguia pensar, apenas se lançou sobre Mateus, que estava acordado e respirava com muita dificuldade. As lagrimas invadiam-lhe o rosto enquanto ela pedia desesperadamente que ele aguentasse firme pois ela iria encontrar ajuda.

A viatura parou a seu lado, os policiais desceram. Ela ouviu um deles chamar uma ambulância. Ela sentou no chão frio e colocou a cabeça dele em seu colo.

Ele a olhava fixamente, tinha de aguentar, tinha de viver por ela.

Pareceu passarem-se anos até que a ambulância chegasse. Eles tiraram Mateus dela e o colocaram em uma maca.

Ela subiu na ambulância com ele, trêmula.

Ela não se lembrava de ter chegado ao hospital, mas se lembrava do corredor pelo qual levaram Mateus e o ponto exato onde a impediram de ficar com ele.

Ela foi levada a uma sala de espera onde em meio ao choro tentou rezar, pois era a única coisa que ela podia fazer.

Os anos passaram, ou será que foram horas? Ela não sabia dizer, um homem de meia idade totalmente vestido de branco chamou-a.

- A senhorita é parente de Mateus Cervillo Moureira?

- Sim, sou noiva dele! – Ela disse, a voz mal saindo da garganta.

- Eu sinto muito, nós fizemos tudo o que podíamos mas não conseguimos salvá-lo!

- Não! – Ela gritou, sentiu como se lhe esfaqueassem o peito, as lagrimas vieram novamente atormenta-la, ela estava sozinha, fria, haviam tirado a parte mais importante de sua vida, haviam tirado-lhe a vida, deixaram-na apenas com lembranças e dor, infinita e impiedosa dor!

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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