Love Forever, Love Is Free escrita por NoOdle


Capítulo 5
Até que a morte chegue


Notas iniciais do capítulo

"Certo, já faz uma noite que estou aqui”. Analisou Noodle, vendo se ia descer até a cozinha ou não. "Assim, por quanto tempo eles ainda vão ficar com o negócio na cabeça? O que há de tão ruim assim em eu sair com Ray?".
Respirou fundo, colocando a mão na maçaneta.
"É isso, vou sair".
Era manhã e sempre o café da manhã tomavam juntos, mesmo que a pior briga tenha acontecido na noite passada. E essa ‘noite passada’ que Noodle estava com medo foi a da festa, onde Russel e Murdoc descobriram que ela estava saindo com Ray.
Parou no canto da escada, respirando. Fez a cara habitual de sono e virou, entrando.
“Bom dia...”
“Bom dia, dormiu bem, querida?” Perguntou-lhe 2-D, como de costume.
“Sim, sim, 2-D-San, e você?”
“Eu...” Começou, mas não pode terminar, Murdoc o interrompeu.
“Chega de papo furado, Noodle, quando vai ver aquele cara de novo?”
“Não sei, talvez hoje, por que?”
Todos se espantaram com a sinceridade da garota. Mas Murdoc continuou:
“Já disse minha opinião sobre isso, acho que ele não é forte o bastante para agüentar a mídia, que já está sabendo de tudo.” Falou, jogando um jornal na frente de Noodle. Ela pegou lendo a manchete: “Festa na Kong Studios”, logo em baixo: ‘Quem é o cara que Noodle está saindo?’ e uma foto dela e de Ray, vestido de 2-D, se abraçando.
“Não acredito... Que bando de vagabundos!”
“Eu avisei. Só espero que esteja contente e pronta para acabar logo com isso. Ainda da tempo de inventar a desculpa do velho amigo e...”
“Mas eu não quero acabar com isso!”
Eles piscaram. 2-D se encolheu na cadeira, com os ombros nos ouvidos.
“Noodle, ele não é bom para você.” Russel falou pela primeira vez.
“Russel-Kun, eu gosto dele e acho que não vai fazer nada de mais para mim. Não quero discutir isso, ok? Vocês só devem aceitar quem eu estou saindo e pronto! Nunca questionam porque a mulher que o Murdoc saiu era tão nariguda, ou tossia de um modo estranho, ou tinha cabelos crespos, ou, ou...”
Ela já estava ofegando, se segurando para não gritar. Mas se agarrou na mesa, respirando. 2-D colocou a mão dele sobre a dela.
“Tudo bem, querida, se acalma... Toma esse suco de maracujá que eu fiz antes de você acordar... Eu estou bem aqui com meu leite...”
“Ah, muito obrigada, 2-D-San... Obrigada também por me apoiar... As vezes é tão difícil receber apoio aqui!” Falou, olhando de relance para Russel e Murdoc.
O café continuou em silêncio. ‘A pior parte já passou.’ Pensou Noodle. Agora só falta alguém perguntar...
“E que horas você vai?” Russel perguntou.
“Não sei, Russel-Kun, acho que na hora do almoço. Por que?” Ela respondeu, rindo um pouco com sigo mesma.
“Eu te levo, pode deixar que eu te levo.”
Ela arregalou os olhos.
“Mas é tão pertinho daqui, eu acho!” Noodle falou, pensando agora que não sabia exatamente onde era a casa de Ray. Não tinha falado direito com ele. “Quer saber? Acho que tinha combinado que Ray vinha aqui me pegar com sua moto.”
“Moto? Mas o garoto nem tinha grana pra comer!” Murdoc observou.
“É, e você não tinha instrumentos para tocar na banda no começo. Murdoc, você é o único que não pode reclamar do fato de que Ray de vez em quando rouba alguma coisa.”
Ele se calou, mexendo em seu cereal. Russel continuou.
“Eu busco então. Quero ter certeza de que você vai estar bem, ok?”
Noodle riu, dando um abraço em Russel e saindo da cozinha para ligar para Ray de seu quarto.
“Oi... Tudo bom? Não aqui está tudo bem sim, já estão calmos... Aliás, acredita que Russel-Kun até deixou eu ir na sua casa hoje no almoço? Hahaha, sim, ele tem que deixar, ele é como meu irmão mais velho... Você vem me pegar? Ok, estarei pronta, beijo...!”
Ela desligou suavemente o telefone e...
Começou a correr. Ele estaria ali em 1 hora!! Tinha que se aprontar, arrumar o cabelo, escolher a roupa... Em menos de 1 hora!
Foi quando saia do banho, enrolada em uma toalha, e penteava o cabelo ao mesmo tempo, que bateram em sua porta.
“Entra!!” Ela gritou, entrando em seu closet. 2-D abriu a porta de vagar, entrando com vergonha.
“Er... Noodle, ele chegou...”
“ELE O QUE???” Noodle apareceu em seu quarto, com a cara pasma, uma mão segurando a toalha para não cair e a outra segurando uma blusa branca com alguns escritos.
2-D corou mais ainda, olhando para o chão. “Eer... O Ray, ele... Está aqui, eu... Só vim avisar, eu... Deixo ele entrar ou... Ele fica esperando na sala?”
“Deixe ele esperando na sala, por favor, 2-D-San, estou trocando de roupa, fale que já estou quase pronta...” Noodle entrou novamente no closet e 2-D saiu do quarto.
Ele encostou na parede, expirando. Isto fora mais difícil do que pensara que seria, sabia que seria bem ruim avisar a sua pequena Noodle que o provável namorado dela estava na casa.
Foi até a sala, ainda distraído. “Ela já está quase pronta... Pediu para você ir lá...”
Ray arregalou os olhos. “Ir lá? Mas ela não está trocando de roupa?”
“É, é, é, ela pediu para você esperar aqui! Eu confundi...” 2-D falou, sacudindo a cabeça. Sentou no sofá, apontando para Ray fazer o mesmo. “Então... Você... Tem quantos anos mesmo?”
“17.”
“E já anda de moto?”
“Sim, você sabe, consegui uma licença... Mas sou bem cuidadoso, pode deixar, trouxe até capacete.”
“Ah... Bem... E o que quer fazer no futuro, assim, digo, de profissão?”
“Eu? Bom, arrumei um emprego no Mcdonalds, mas não é o que eu quero fazer. Sei lutar muito bem, posso ser um professor ou sei lá. Algo que não da muito trabalho...”
“É...” Pensou 2-D. “E quais são suas intenções com minha Noodle?”
Ray riu “Eu quero dormir com ela e nunca mais ligar. Não, né, 2-D, gosto mesmo dela. Talvez rola alguma coisa a mais, tava pensando em conversar com ela sobre isso hoje.”
“Sobre dormir com ela?!?!” 2-D falou, quase caindo da poltrona.
“Não!! Putz, tu é lerdo mesmo, em? Sobre namorar. Já cansei de ficar. Como falei, gosto mesmo dela.”
O cantor continuou com a boca aberta, sentado com as pernas cruzadas na poltrona. “Ãã... e... e você... ã...”
“Pronto?” Perguntou Noodle, que aparecera na sala.
“Você está linda...!” Falou Ray, se levantando para dar um beijo. 2-D interferiu.
“Está mesmo e... está na hora de irem...” Falou, entrando no meio dos dois.
Noodle riu e falou: “Muito obrigada por tomar conta de mim, 2-D-San... Ligo para Russel-Kun quando for embora, ok?” E deu um beijo na bochecha dele.
2-D corou fortemente, sentando no sofá de novo.
“Cuidem-se!” Foi a ultima coisa que ele falou, até que os dois saíram pela porta em direção á moto.
Eles desceram a ladeira da Kong Stúdios, conversando.
“Bem que você falou que 2-D era como um pai para você.”
“Por que? O que ele falou?”
“Ah, coisas de sempre, o que você faz, quantos anos tem, quais não as minhas intenções com você...”
“Aé? E o que você falou?” Noodle perguntou, segurando no braço dele.
“Falei que eu queria dormir com você e nunca mais te ligar. Ele acreditou!”
Noodle riu “De você eu não duvido nem nego nada...” E deu um beijo nele.
Chegaram à moto. Era bem simples, dava até para falar que ele tinha pego em um ferro velho e concertado, dando alguns toques.
“O cara ex-dono dessa moto estava pensando em doá-la... Então, mesmo sem ele saber, doou para mim!”
Eles riram, colocaram o capacete e subiram, dirigindo pela cidade.
“Pensei em almoçarmos em casa hoje. Fiz uma macarronada especial.” Falou ele quando pararam em um sinaleiro.
“Por mim tudo bem” Noodle falou, segurando mais firme na cintura de Ray quando o sinal ficou verde.
Logo pararam em um pequeno prédio, meio roxo pichado. Ray deixou a moto em um estacionamento próximo dali, acompanhando Noodle até a porta da casa dele.
“É bem pequeno, como já disse... mas acho que você vai gostar.” Ela sorriu. “Feche os olhos...” Ele ordenou, guiando-a até dentro do apartamento. “E... Pode abrir!”
Ela olhou. Era mesmo bem pequeno e um pouco sujo. “É lindo. Adorei. Parabéns por ter conseguido isso tudo sozinho!”
E o abraçou, dando um beijo. “Calma, calma, calma, se não vamos perder o apetite e eu não passei 20 minutos cozinhando o miojo e a salsicha em vão!” Ele falou, rindo.
Sentaram em uma mesa que tinha ao lado da cama, que por sua vez era ao lado de uma banheira – a divisão era feita por pequenas cortinas.
Comeram e conversaram, Noodle contando sobre o jornal.
“Sim, eu vi hoje de manhã. Pelo menos eles não sabem que sou eu, aí não fica tão pesado pra você... Isso deve ser ruim, não?”
“É... Pior é que é...”
“Mas eu estou pronto para ficar ao seu lado, ta gatinha?” Ele falou, chegando ainda mais perto e beijando-a, caindo da cadeira na cama.
“Ué, mas você não estava preocupado em perdermos o apetite?” Brincou Noodle
“Mas agora estou mais preocupado é com essas cortinas... Acho que elas rasgam facilmente...”
Eles riram e se abraçaram, sentando na cama.
“Noodle...” Falou Ray, tirando a franja dos olhos dela, como fez no primeiro encontro. “Namora comigo?”
Noodle corou muito. “Sim...!”
Ela começou a rir, não sabia muito o por que, mas estava feliz. Ele também riu, e depois a beijou. Mas logo cessaram, Noodle estava com fome, como sempre.
O almoço demorou mais do que o normal, eles mais se olhavam do que mastigavam.
“Eu sabia...” Falou Noodle, um pouco mais tarde, quando estavam sentados no terraço do prédio.
“Sabia o que?” perguntou-lhe Ray, colocando a mão em seu rosto.
“Sabia que você ia pedir. Eu senti isso desde que você tentou roubar a Kong Studios.”
“Sério? Você devia se aposentar em ser guitarrista e começar a ser vidente, gatinha...”
Eles riram e deram um beijo, mas foi quando... Ela sentiu.
Ela sentiu um Flash.
“Ah, não!!” Noodle falou, levantando e colocando a franja novamente no olho.
“O que foi?” Ray perguntou, assustado.
“Eles me viram, a mídia está por aqui, eu senti o Flash batendo em meu olho!”
Um homem saiu correndo e descendo as escadas, sumindo de vista. Ray ainda tentou pegá-lo, mas não conseguiu, geralmente os fotógrafos são bons atletas.
Noodle entrou na casa de Ray, se deparando com o relógio. “Nossa, já são 3:30! Puxa, preciso ligar para Russel-Kun..”
“Mas já? Então se você for embora a noite jura que janta comigo?”
Ela sorriu. “Juro. Alô... Russel-Kun, estou pronta, pode vir me pegar. Sim, está tudo bem, eu acho... Obrigada, te espero.”
Desceram até a porta, onde, por incrível que pareça, Russel já estava lá esperando.
“Obrigada pelo almoço inesquecível. Volto aqui as 5:00h, e venho andando, pode deixar, é bem perto mesmo da Kong Studios.”
“Te espero, linda...!” Ele se inclinou para beijá-la, mas Russel interferiu também:
“Ta de brincadeira, né, garoto?” Os dois riram. “Até, Ray!” Noodle se despediu.
Antes de saírem Noodle deu uma ultima olhada. Ray estava acenando para ela, enquanto uma outra japonesa de cabelos lisos entrava no prédio e um cara esfaqueava outro na esquina de traz. Mas nada era mais importante do que ‘aquele’ cara de cabelos brancos sorrindo e acenando para ela.
Ela mal chegou em casa já entrou correndo para tomar outro banho e trocar de roupa.
Dessa vez ela escolheu um short jeans e uma blusa listrada branca e preta. Esta roupa, na maioria das vezes, a dava azar, mas dessa vez ia dar uma chance á ela.
Olhou no espelho. Penteou o cabelo mais uma vez, colocando a franja no olho. ‘É questão de minutos até publicarem a foto.’ Ela pensou, agora um pouco tristonha. ‘Devia imaginar que não pode acontecer tudo de bom com uma pessoa só. Vou ter que aturar Murdoc falando em meu ouvido, principalmente porque é bem provável que meus olhos tenham aparecido...’
Ela nunca gostou muito que as pessoas soubessem que ela tinha olhos verdes. Era outra coisa para a mídia. Se olhou outra vez no espelho, vendo o reflexo do relógio no espelho.
Se virou. 5:00h, já?! Tinha que sair agora ou chegaria muito atrasada!!
“Tchau Russel-Kun, Tchau 2-D-San, eu volto com Ray, pode deixar!” Despediu dos dois que estavam na sala de TV, jogando PS3.
Ela saiu caminhando rápido, ansiosa.
Passava cada rua sem mesmo perceber o que estava fazendo, só lembrando o que havia acontecido e imaginando o que poderia acontecer.
Faltava um quarteirão, Noodle já sorriu. Olhou para o prédio, Ray estava na janela, olhando o céu. Ela já ficou mais feliz, pronta para acenar um “tchau”. Foi quando aconteceu.
Uma menina japonesa o abraçou por trás, sorrindo, e ele se virou, pegando-a no colo e rindo também.
Não. Não podia ser isso!! O estômago de Noodle se embrulhou e ela deu meia volta, andando rápido. Ele estava... traindo? Estava traindo ela??
A guitarrista se segurava para não chorar, mas já perto da Kong Studios as lágrimas rolaram, e foi só ela entrar e fechar a porta...
Que berrou.
Gritou em plenos pulmões, desesperada e chorando ao mesmo tempo, encostada na parede.
2-D e Russel desciam correndo a escada e a menina os olhou, assustada.
“O que foi que...?” O cantor começou, mas Noodle gritou e subiu correndo, quase os derrubando da escada e fechando a porta, ainda berrando.
Russel terminou de descer, saindo da Kong. 2-D perguntou: “Aonde você vai...?”
Ele só respondeu: “Vou trazer um filha da mãe para matar aqui!!” e bateu a porta.
“E vai me deixar sozinha aqui com ela assim??” Tentou gritar, mas não adiantava mais, estava falando sozinho. Subiu de vagar, indo para o quarto de Noodle. Parou na porta, batendo de leve “Noodle, querida, eu...”
Mas a menina gritou mais alto e tentou falar alguma coisa que 2-D agradeceu por não ter entendido. Desceu novamente a escada, sentando no sofá, com a mão na cabeça. Sabia que isso ia acontecer, só não sabia que seria tão rápido...
A porta se abriu e Russel entrou, segurando Ray pelo calcanhar. “Eeeeei, me deixa no chão, eu não fiz nada!!! Onde é que está...?”
“Cala a boca!!” Gritou o baterista grandão, deixando o garoto cair no chão. “O que você fez com nossa Noodle?? Responda!!”
“Eu não fiz nada, ela nem chegou no meu apartamento!!”
“Mentira!!” Disse, chutando a barriga dele.
“Eu não...” Ele começou, mas foi interrompido por Noodle, que estava parada no meio da escada, a cabeça meio baixa e rosto sério.
“Largue-o. Isso é entre eu e ele.” Falou, parada. Levantou o rosto, mostrando seus olhos cheios de lágrimas e borrados de lápis. “Por que você me traiu?? Por que estava com aquela outra menina??”
“O que..? Eu não sei do que você está fala...”
“Não me interrompa!!! Eu o vi com ela, e justo hoje, que você falou aquelas coisas para mim!!”
“Você está enganada, eu não... Eu nunca... Aquela era...”
Noodle descia as escadas, de cabeça baixa. Ela parou na frente de Ray e se ajeitou, estalando os dedos.
“Olha, é sério, você não está pensando em lutar de verdade, está?”
“Não.” Falou ela, relaxando o corpo. “Estou pensando em matar.” E levantou a cabeça, mostrando sua feição ameaçadora. Em um minuto pulou em cima dele.
Ray desviou por pouco, e o pé de Noodle foi parar ma parede, que furou. Colocou a mão para tirá-lo de lá, dando uma cambalhota e caindo no chão. Ele estava perto do sofá, com as mãos na frente, falando: “Presta atenção, não vou lutar com você é besteira, eu não te traí!”
Mas ela já estava gritando, dando socos enquanto ele só defendia. Acertou um soco na cabeça, ele caiu sentando. Noodle foi dar um chute em sua barriga, porém, por intuição, ele pegou no pé dela e girou, fazendo-a rodopiar e cair no chão.
“Meu Deus! Desculpe, foi reflexo, eu não queria...” Tentou falar, mas Noodle já tinha prendido-o com suas pernas e torcido seu pescoço.
Colocando dois dedos no joelho dela, Ray a fez cair ajoelhada, dando tempo para se levantar.
“Me escuta!! Eu não estou te traindo!! Eu te...”
Foi quando Noodle passou uma perna pelos pés de Ray, e subiu em cima dele, uma mão em sua garganta e a outra apunhalando uma arma, apontada para ele.
“Eu te amo!” Terminou.
Ela ofegava, sua franja balançando e mostrando seus olhos verdes cheios de lágrimas. Seu rosto estava úmido, não sabia o que ia fazer. Não queria chorar na frente de 2-D e Russel, mas não conseguia segurar. Ray repetiu:
“Eu te amo, menina! Me desculpe pelo que eu te fiz passar, mas a garota que você viu no meu apartamento era minha irmã!”
“MENTIRA! Você disse que não se lembrava de sua família! Está mentindo!!”
Carregou a arma, pronta para apertar o gatilho, com seus dentes cerrados e muita água descendo de seus olhos.
“Não, não, não! Por favor, pare!” Falou uma voz muito fina, vinda da porta. Todos olharam. “Ele não mentiu, sou mesmo irmã de Ray!” Ela respirava rápido, provavelmente tinha subido a ladeira da Kong Studios correndo. “Vim procurá-lo porque queria conhecê-lo...!”
Noodle saiu de cima de Ray, olhando o chão, ofegando. Ele se sendo e se virou para ela, segurando seu queixo. Ela virou o rosto rapidamente, ainda confusa. Olhou para o sofá, 2-D estava com os olhos arregalados, olhando para a arma que ainda estava na mão de Noodle. Ela largou o revólver no chão, olhando a menina japonesa de relance.
“Eu... Ah... Me desculpe!” E subiu correndo, tampando o rosto, topando com Murdoc que descia segurando um jornal na mão e falando:
“Noodle!! Você viu a capa desse jornal com ma foto sua e do Ray?? O que foi que eu te falei sobre...?” Mas ela o empurrou, xingando-o e correndo.
Chegou em seu quarto, chorando muito. Eles realmente se pareciam, Ray e a sua suposta ‘irmã’. Ela tinha exagerado levando a arma.
Colocava a mão em sua cabeça, agarrando os cabelos e gritando abafado no travesseiro. Só parou quando ouviu alguém bater na porta.
“Posso entrar? Vim com Hina para explicar a situação...”
Noodle sentou rapidamente, enxugando o rosto na fronha da cama. Ray entrou, seguido pela menina. Ela estava com o rosto baixo, envergonhada.
“Me desculpa.”, falaram juntas.
“Não, desculpa eu, você...”, continuaram, ainda dizendo juntas. Elas riram um pouco, descontraindo. Noodle falou:
“Desculpe a reação exagerada que tive com seu irmão...”
“Não, me desculpe porque entrei na casa dele sem avisar, causando toda essa confusão...”
Elas se olharam e Noodle sorriu, abraçando-a. “Que bom que achou Ray, ele precisa muito de uma família...”
“Eu sei” ela falou, “E ele também precisa de você... Então vou dar licença para vocês conversarem... Ah, meu nome é Hin.”
“Noodle... Obrigada, e desculpa novamente, Hina!”
Ela piscou para Noodle, saindo do quarto. Logo depois Noodle já caiu na cama, escondendo o rosto no cobertor. “Me desculpa, me desculpa, me desculpa! Vou entender perfeitamente se você não quiser mais sair comigo, e se quiser ir embora agora já estou até com os olhos fechados para ficar menos embaraçoso!”
Ray riu, sentando ao lado e colocando a mão em sua cintura. “Deixa de ser bobinha! Já não falei que te amo? Sabe o que eu achei quando você lutou lá em baixo?”
Noodle levantou o rosto, olhando-o. “Que eu sou louca?”
“Não... Eu achei muito... Sexy.”
“O que?” Falou ela, rindo um pouco e se sentando.
“É, e o fato de você ter lutado quer dizer que você sabe se defender. Mas mesmo assim eu teria acabado com sua raça.”
“Ah, fica quieto, vai... Teria nada!” Ela disse, empurrando-o.
Ele segurou no ombro dela e ela envolveu os braços em seu pescoço, ele disse: “Desculpe pelo que te fiz passar, ta?”
“Desde que você me desculpe por ter sido tão neurótica.”
“Acho que temos um problema aqui então...” Eles riram, e se beijaram. Foi mais intenso dessa vez, mas logo foram interrompidos por uma batida na porta, e 2-D entrou, fazendo-os se separarem rapidamente.
“Eer... Vim ver se... Estava tudo bem e... Hina quer ir dormir então...”
De longe ouviram um gritinho de uma menina: “Não quero não!! Deixa eles conversarem!!”
Noodle riu, levantando. “Tudo bem, obrigada 2-D-San... Agradeça a Russel-Kun e peça-o para devolver meu revólver depois, porque provavelmente foi ele quem pegou, não?”
2-D fez um ‘sim’ com a cabeça, abrindo a porta para Ray passar. Noodle segurou seu braço.
“Não, não vai! Dorme aqui hoje!!”
“Dormir aqui? Mas e Hina, ela...”
“Ela dorme aqui também, em um dos quarto de hospedes!”
“Não, não...” Falou 2-D “Se... Se ele for dormir aqui não vai ser no seu quarto... Vocês vão... Não vou deixar... Cadê Muds...?”
Noodle sorriu, dando um abraço em 2-D. “Você não confia em mim?”
“Em... Em você sim, mas nele não.”
Eles riram. “Ele não via fazer nada. Só vamos conversar e dormir.” 2-D olhou, desconfiado. “Ajude Hina a encontrar o quarto, se estivermos com fome descemos, ok?” Ela falou, por fim.
“Tudo bem, mas... Depois eu volto aqui, ta?”
“Ta, boa noite, 2-D-San!”
Ela fechou a porta e voltou para a cama, indo em cima de Ray.
“Não vamos fazer nada, ein...?” Brincou ele.
“Aah, cala a boca que daqui a pouco ele volta...!” Ela disse, se deitando.
O vento fez a janela se abrir e bater na parede, fazendo um barulho seco. Nada mais importava agora, nem as estrelas, nem o mar, nem o sol, nem as nuvens, porque estava juntos e não iam se separar.
Até que a morte chegue.



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