Love Forever, Love Is Free escrita por NoOdle


Capítulo 2
O dia depois daquele


Notas iniciais do capítulo

2-D estava na cozinha, tomando o café. Era a única hora do dia que todos “se reuniam” para fazer alguma coisa. Nem que seja falar ‘bom dia’ ou ‘você é idiota’, mas todos se reuniam naquela hora.
Ele era o primeiro a chegar, sempre. Ficava olhando o teto e re-contando quantas falhas tinha, quando a tinta começa a descascar. ‘Sempre aparece mais uma quando Murdoc chega com uma garota’, observou ele, ‘porque o quarto dele é bem em cima’. Com um arrepio parou de pensar nisso, lembrando da noite passada.
Aquele garoto louco e abusado tinha entrado na casa, e provavelmente ainda estava dormindo no sofá... Onde já se viu, além de tentar roubar a casa ainda fica dando em cima da Noodle dele!
“Já está lutando consigo mesmo logo de manhã, barata?” Falou Murdoc, que já estava na cozinha. 2-D pulou da cadeira onde estava sentado, levando um susto.
“Eu... Não percebi que estava aqui Muds! Estava pensando naquele menino estranho de ontem... Você... Você sabe dele?”
Murdoc o olhou, com desprezo. “Acabei de acordar, era você que devia me falar! Acha que fiquei pensando nisso? Vou mandar Russel botá-lo para fora agora mesmo.”
“Mas ontem ele... ele derrubou Russel! Não acho que... Não acho que vamos...”
“Quieto, seu idiota. Se não conseguirmos tirá-lo daqui vamos fazer com que ele queira sair...” Falou Murdoc, muito pensativo. 2-D conhecia aquela cara: era a mesma que ele fez quando falou que tinha uma surpresa e colocou um lagarto em sua cueca, ou quando ele colocou todos dentro do carro e dirigiu... Essa parte até dava medo.
Russel agora estava também na cozinha. ‘Será que eu fico muito tempo para formular uma frase na minha mente?’ pensou 2-D, começando a ficar preocupado. Russel estava falando com Murdoc.
“Tu ta querendo que eu bata naquele moleque? Com prazer!”
“Não... Quero que solte os bichos. Todos. Ele não vai ser expulso, vai querer sair.”
Russel riu, uma risada longa e grossa. “O que tem de engraçado, Russel-Kun?” Falou Noodle, que estava entrando na cozinha, com Ray atrás. Ele estava com um sorriso satisfeito no rosto, ainda com a mesma roupa preta de ontem. Ela estava, como sempre, de blusa, calcinha e meia, seu “pijama” de sempre.
Todos, inclusive 2-D que ainda estava pensando sobre como ele pensa devagar, se viraram para eles. Murdoc deixou cair um leite (que provavelmente já estava estragado), 2-D abriu a boca, em uma exclamação muda e Russel levantou da cadeira, gritando:
“O que você fez com ela seu... o que você fez com minha pequena Noodle, seu idiota!?” E pegou-a no colo, defendendo-a.
“Russel-Kun, o que você está fazendo? Quem fez o que comigo?”
“Ele!” Gritou Russel, apontando para Ray. “Vocês chegaram juntos, assim! E você é tão... pequenina! E ele é tão... não certo!”
“Ei, ei, ei! Por mais que eu quisesse que algo tivesse acontecido, nada aconteceu! Foi coincidência, só!” Ray se defendeu. Noodle complementou:
“Eu nem sabia que esse idiota estava atrás de mim, Russel-Kun... Pode ficar tranqüilo que eu já até prometi: se ele tocar em mim, morre.”
Ray riu, sentando na frente de 2-D que ‘escorregou’ um pouco na cadeira, se abaixando. Noodle sentou ao seu lado, sorrindo para ele e fitando de forma ameaçadora Ray.
“Quando você vai embora?” Perguntou
“Logo depois do café, não se preocupe” Brincou Ray “Hahaha, não sei não, gatinha! Por que, ta preocupada?”
“É...é melhor pegar leve, garoto!” Falou 2-D, sentando melhor. “Você não pode ficar por aqui.”
“Por que?” Perguntou Ray, colocando cereais em um pote.
“Olha, vejamos só, por que será?” Falou Murdoc, olhando para ele. “Não te conhecemos, você queria roubar estava casa, não sabe nem quem agente é, e queria ficar com nossa Noodle!”
“Olha... só pra constar a Noodle aqui não é Noodle de ninguém...!” Falou a menina, levantando-se para pegar um suco.
“Que seja. O ponto é que não vamos ter mais um integrante na banda e nem mais uma pessoa para ajudar a aumentar as despesas da casa. O que diabos você ta fazendo??” Perguntou Murdoc, agora olhando para 2-D, que estava pegando o leite dele.
“Nada, eu só pensei que... Só pensei que... Um pouquinho de leite, só isso! Leite me acalma, você sabe, Muds...”
“Mas do MEU leite não!” Falou, pegando a caixa de leite e saindo da cozinha em direção ao quarto.
“Pega aqui um pouco do meu, 2-D-San.” Noodle falou, olhando para Russel, que a chamava. Ela foi perto e ele falou algo em seu ouvido. “Entendi. O garoto... Como você se chama mesmo?”
“Ray, mas para você pode ser qualquer coisa, gatinha” Sorriu Ray, enchendo a boca com uma colherada de cereal
“To avisando. É Noodle. Olha, logo depois vou te mostrar a casa. Se for ficar por aqui tem que escolher um quarto,”
2-D deixou o copo com o resto de leite cair do chão, boquiaberto. “Qu, qu, que??? Com, com, como assim!?”
“Certo. Já estou acabando aqui, gat... Noodle.”
“Bom mesmo. Pode ir, Russel-Kun, te encontro depois. 2-D-San,vá junto com Russel, ele precisa te explicar umas coisas...”
“Tem... Tem certeza que vai ficar só com ele, querida?” Perguntou 2-D, quando já estava saindo. “Você não sabe se ele é perigoso, ou...”
“Pode deixar, sei me cuidar. Só vou mostrar a casa para ele.”
Ray já estava ao lado de Noodle, pronto para ir. 2-D lançou um ultimo olhar de preocupação para ela, que tirou a franja do olho mostrando seus olhos verdes, o que queria dizer que estava tudo bem.
Com um movimento sua franja voltou a tampar os olhos, e ela encarou o garoto.
“Pronto? Tente me seguir, não tenho muito tempo.”
Noodle saiu andando rápido, seguindo por corredores e apontando muitos quartos e objetos. Entrava em alguns cômodos, deixando por muitas vezes Ray para trás.
“Ei, espera aí, pow!” Ele gritou, mas já era tarde, estava preso e perdido em algum lugar da casa. “Este lugar parece mais é um labirinto. Noodle!? Cadê você??”
Vendo um movimento de sombras em um quarto ele entrou, e se deparou com algo inesperado.
Monstrinhos estranhos pulavam e quebravam muitos objetos, fazendo a maior bagunça e falando muito alto. Todos pararam quando viram Ray na porta, e se encararam.
“Ai... Meu... Deus!” Foi a única coisa que ele conseguiu falar, depois já estava sendo ‘atacado’ pelos pequenos demônios. Ele era forte, mas os demônios eram muitos: enquanto um atacava pela barriga outro atacava pelo cabelo e outro atacava pelo ponto fraco dele e outro pisava no pé...
Precisava sair dali!!
Tentou ir se arrastando e batendo nos demônios ao mesmo tempo, sentindo muitas dores nos ouvidos, tentando chegar até a outra porta.
“Ajuda!! Ei, tem alguém aí!? AAAAII! Tem muitos de monstrinhos tentando me matar!!!” Ele gritava, mas ninguém respondia. Devia estar bem longe mesmo!
Até que encostou na maçaneta da porta, conseguindo ficar de pé e derrubando todos os demônios.
Saiu e fechou a porta. Estava livre.
“Noodle???!” Foi gritando, até achar uma escada. Subiu e deu de cara com muitos corvos, que ficavam voando envolta de sua cabeça. Não conseguia enxergar muita coisa: estava coberto por penas. Ventava muito, e barulhos estranhos eram constantes.
As aves o empurraram para dentro de algum local, onde elas não entraram.
Abriu o olho: estava voando!
“O que??!” Olhou para frente: era um helicóptero. Mas tinha um problema: ninguém estava dirigindo!!
Tentou pegar no volante, dando a volta direto á Kong Studios. Conseguiu: pousou quase quebrando o negócio e desceu correndo. O helicóptero continuava voando, seguindo-o!
“Ahh!” Gritou, descendo novamente pela escada, indo para qualquer lugar longe do terraço e da sala com demônios.
Continuou correndo, até tropeçar em uma coisa: um jacaré. Não, era o fim. Um jacaré? Levantou e se afastou, olhando para ver se sabia onde estava. Por sorte viu alguém alto andando, devia ser o 2-D. Ele correu até lá, falando:
“Ow, essa casa é de loucos! Como vocês conseguem viver aqui!?” Mas ele não se virava. “Ei, estou falando com você!! Ei!” pegou em seu ombro, virando-o a força. O que ele não esperava era que o braço caísse. Olhou melhor: era um zumbi.
“A, não... zumbis agora, é?” Falou ele, cansado. Fez posição de ataque, pronto para bater. E começou.
“NÃO!! PARA!!!” ele ouviu de longe, e se virou para ver quem era. “O que você está fazendo, seu... seu... louco!?”
Era 2-D, e estava exasperado. “Não é para bater nele, ele te fez algo!?”
“É um zumbi! Um zumbi na sua casa!!” Ray tentou falar, confuso. Logo já chegava Noodle com Russel. Ela já perguntou:
“O que está acontecendo? Onde você estava, Ray!? Já passou da hora do almoço!”
“Ele... Ele... quase matou meu zumbi! E o zumbi não fez nada para ele!” Falou 2-D, nervoso.
“Por que você fez isso!?” Perguntou Noodle.
“É um zumbi! Quando você vê um zumbi tem que matar! É a reação mais... normal! Se bem que nada nessa casa parece normal!!”
Russel levava 2-D e o zumbi para fora daquele corredorzinho, deixando Noodle para dar as ‘explicações’.
“Olha, você sumiu e me deixou sozinho! Eu encontrei demônios, um helicóptero que começou a voar, um jacaré e...”
“Você o que?! Você voou no helicóptero? Murdoc vai te matar...!”
“O que? Você fala que Murdoc vai me matar só porque eu andei no helicóptero?? E eu quase morri!!!”
Ray se afastou dela, ofegando. “Não da pra morar aqui não... Impossível! Vocês são malucos! Todos malucos! Eu... eu vou embora. Olha, me liga, deixei o número no seu quarto ontem de noite.”
E, correndo, pulou da escada para a porta de saída.
Noodle sorriu.
“Murdoc, conseguimos! Ele já foi!!”
Murdoc saiu de outro cômodo, com o controle do helicóptero na mão. “Falei que todos os meus planos funcionam! Agora vou para meu quarto, daqui a pouco escurece e eu chamei outras... amigas para virem aqui hoje.”
E logo já tinha passado a janta, todos estavam em seus quartos. A noite continuou com muitos ventos, bem fria. Quase não havia movimento na Kong Studios. A não ser por uma menina japonesinha que saia pela noite, ligando para um número.



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