Love Forever, Love Is Free escrita por NoOdle


Capítulo 13
Recordações


Notas iniciais do capítulo

“O que... O que ele está fazendo aqui?” Noodle perguntou, logo quando chegou em seu quarto e encontrou Russel com Ray ao seu lado.
“Ray está me ajudando, Noodle. Foi ele que descobriu onde você estava e outras coisas importantes também. Nunca pensei que diria isso, mas precisamos dele e ele vai ficar.”
Ela o olhou. Ray estava destruído, estava muito cansado e cheio de olheiras. Estava com roupas sujas e velhas e não tinha aquela cara de safado de sempre. Ela chegou até a sentir dó, mas se lembrou do momento que se despediam e se reconstituiu.
“Tudo bem. Russel, Murdoc programou Andróide para te matar. Acham que você sabe alguma coisa a mais que vai ferrá-los.”
“Estão certos. Já sabia que iam fazer isso, mas não vou ferrar Murdoc, só chantageá-lo. Não quero que esta banda acabe, ela é minha vida.”
Noodle chegou mais perto, apagando a bituca do cigarro. “Não me deixe por fora. Conta aí o que já sabe. Tenho informações também, que ouvi no inferno.”
Russel e Ray se viraram, encarando-a. 2-D correu da porta até a cama, se encolhendo no travesseiro.
“Muito bem. Você sempre soube manipular e negociar bem com as pessoas, não é mesmo?”
“Já ouvi isso hoje. Conte-me.”
Russel de ajeitou e Ray se encolheu atrás dele, muito envergonhado. Noodle o ignorou, se focando somente em Russel.
“Murdoc está devendo muitas coisas para o diabo. No momento ele se esqueceu disso, e Murdoc acha que não vai lembrar até sua morte. Quando ele morrer não vai para o inferno, vai ficar por aqui voando e espalhando o caos. Mas se o diabo ficar sabendo disso vai pegá-lo e levá-lo instantaneamente para lá. Foi o que Ray descobriu e eu sei que Murdoc invocou aquele moleque que te puxou para o inferno. Este menino deve saber algo a mais, saber o que ele está devendo ao diabo, pelo menos...”
“Ele está devendo a própria alma. Murdoc fez uma invocação de si mesmo, ou algo do tipo, e conseguiu fazer com que sua alma não vá á nenhum lugar, nisso aquele menino ficou nervoso porque tinha perdido um ‘freguês’ e voltou pra cá, a procura dele. Mas não o achou então me pegou, mas não podia fazer nada, eu não era a certa. Não era para eu estar lá.” Falava Noodle, mecanicamente. “Testavam coisas em mim e, entre conversas, acabei descobrindo e entendendo tudo isso.”
Ficou um silêncio mórbido naquele quarto e os olhos de Noodle caíram nos de Ray, mesmo contra sua vontade. Ele chegou mais perto, esticando a mão.
“O que aconteceu com seu olho?” Perguntou.
Noodle corou fortemente, colocando novamente a franja nos olhos. “Nada de importante, não precisa se preocupar, já tem muito o que... pensar.” E saiu andando para fora de seu quarto.
“Onde... onde você vai, querida?” Perguntou 2-D.
“Vou ao quarto de Andróide roubar algumas armas e balas, volto já.” E saiu, deixando-os no quarto, aflitos.
Ray sentou na cama, relaxando. “Viu? Falei que ela estaria diferente comigo!”
Russel sentou ao seu lado. “Calma... todos estamos tensos por causa do que está acontecendo. Vamos tentar negociar com Murdoc e tudo vai ficar bem.”
“Essa... Andróide... foi ela que machucou Noodle, não?”
“Aquele olho roxo não...” Começou 2-D “Mas machucou outras partes. Olha só o que ela fez com minha mão... Você... Pode me ajudar aqui, por favor?”
“Sim, claro... Depois gostaria de tomar um banho.” Ele falou, pegando alguns instrumentos em sua caixa de primeiros socorros.
“Ok. É logo ali.” Russel apontou para o banheiro do quarto de Noodle. “Já é madrugada, vou pegar algo na cozinha. Andróide provavelmente já foi ‘me procurar’ por aí, fora da Plastic Beach.”
“Não eu... Eu... Atirei nela no meu quarto, então... Provavelmente está com Murdoc sendo concertada, mas... Acho que está tudo bem se você sair...” 2-D falou, fazendo caretas enquanto Ray mexia em sua mão.
Russel sorriu. “Muito bem. Finalmente uma notícia boa.” E saiu do quarto, rindo consigo mesmo.
2-D agarrou o travesseiro onde estava encolhido. “Desculpe-me” falou Ray “Ela fez um grande estrago aqui...”
“Como... como você sabe fazer isso?” Ele perguntou.
“Quando voltei para o Japão eu meio que... deprimi, sabe...? Nood... Inglaterra era minha vida. Então comecei a achar algum hobby, e um dos que escolhi foi medicina básica.” E mordeu os lábios, terminando de enfaixar. “E... Pronto. Só tem que deixar essa mão bem quieta, ok?”
“Ok.” 2-D disse, se levantando e rumando á porta, enquanto Ray entrava no banheiro. “Ah... obrigado...”
Ele sorriu. “De nada. Bem quieta, se lembre!”
2-D consentiu, já fora do quarto. Topou com Noodle, que carregava umas 5 pistolas e 3 revólveres.
“Já está indo, 2-D-San?”
“Sim, estou com sono... Noodle. Nossa, nem dá pra te reconhecer com esse tanto de arma!”
Ela sorriu. “É melhor prevenir... Também vou dormir um pouco, nos falamos depois!” E entrou no quarto, guardando as armas e um revolver em sua bota, deitando na cama, deixando seus pensamentos voarem.
Estava tudo começando a ser como era antes. Assim, é claro que tinha aquele medo de ser morta a qualquer hora ou um da sua família morrer, mas ela estava em casa, isso já era uma grande coisa... Murdoc estava doido novamente, 2-D tinha medo de tudo como sempre e Russel... Bem, Russel era o Russel, mas um Russel mais sério. E ainda tinha Ray.
Tudo bem que, no inferno, nunca ia imaginar que quando voltasse ia encontrar Ray aqui. Para falar a verdade pensava que nunca mais ia encontrá-lo.
Virou de lado, tentando tira-lo da cabeça. Não queria sofrer de novo o que já tinha sofrido. Começou só a pensar no passado.
Mas então ouviu um barulho de maçaneta de porta se mexendo. Se sentou rapidamente, nem dando tempo de tirar a arma da bota. Gritou, entrando debaixo das cobertas.
Ray tinha acabado de sair do banheiro e estava com duas toalhas, uma presa em sua cintura e outra enxugando o cabelo. Escorregou no tapete com o grito de Noodle, fazendo as duas toalhas voarem.
“Ah!! O que está fazendo aqui!? E... nesse estado!?!”
“Ã... eu, eu...” Ele tentava falar, muito vermelho, pegando as toalhas do chão. Noodle espiava por debaixo dos cobertores.
“Se veste logo!!”
“Eu tava... eu tava... banho, eu era só... eer” Ele falava, correndo para fora do quarto
“Já entendi!” Ela disse, sentando e rindo. Ele já estava saindo, deixando uma das toalhas para trás.
Deitou na cama, ainda sorrindo. Não acreditava no que tinha visto!! ‘Bom, alguém precisava mesmo pagar um mico para quebrar a tensão da casa... Que bom que não fui eu!’ ela pensou, fechando os olhos, suas recordações voltando. Logo já estava dormindo.
Se foi depois de alguns minutos, ou muitas horas ela não sabia. Só sabia que sentiu algo em sua cama, um toque de alguém se aproximando. Olhou na parede, havia uma sombra de alguém com uma arma na mão.
Indo em sua direção.



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