Love Forever, Love Is Free escrita por NoOdle


Capítulo 10
Ele está atrás de quem?


Notas iniciais do capítulo

Sua barriga roncou novamente. Noodle respirou fundo, com muita fome.
Três dias inteiros sem comer e nada de Russel chegar! ‘Eu tenho que agüentar, tenho que agüentar! Russel-Kun falou que não era para sair...'
Mais um ronco. Ela agarrou a barriga, que doía de gastrite. ‘Não. Vou ter que ir á cozinha. Não vai ter outro jeito.’ Levantou da cama, cambaleando. Procurou pela pistola que tinha certeza que estava em seu armário. Achou, pegou e contou quantas balas tinha.
Umas cinco. Carregou, com a mão tremendo, e andou em direção á porta. Estava pior do que pensava: mal conseguia ficar em pé. Pegou uma lanterna e uma faca, porque sabia que o corredor de seu andar era escuro.
Saiu de seu quarto, jogando o feixe de luz para todos os lados. Não tinha ninguém. O medo e a ansiedade subiam por seu corpo enquanto andava se encostando à parede.
E se encontrasse Andróide antes mesmo de chegar á cozinha? Não podia pensar nisso, não queria pensar nisso.
Observava todas as sombras em todos os lugares. Ela ia ter que usar o elevador, porque tinha certeza que se usasse à escada sairia rolando. Não tinha força o suficiente.
Chamou o elevador, apunhalando a arma em caso de emergência. Por sorte ele estava vazio, mas gastou um tiro para estourar a câmera de segurança. Queria menos provas o possível de que ela esteve ali.
‘Agora preciso ficar atenta. Não esperava mesmo que fosse encontrá-la no meu andar, mas aposto que está rondando a Plastic Beach.’ Pensou, carregando novamente o revolver e se encostando na porta do elevador. Nesse momento Murdoc poderia ter sentido falta de uma câmera e ter mandado Andróide ao local.
‘Tomara que encontre 2-D-San na cozinha, ele pode me ajudar. ’ Pensou ansiosa. A porta se abriu. Esperou um pouco.
Respirou mais rápido, muito tensa. Mas não tinha barulho nenhum, então saiu, sempre segurando em uma mão a arma e na outra a faca. Já tinha luz naquele corredor, então a lanterna estava presa em sua calça jeans.
Continuou encostada na parede, o andar era grande o suficiente para ter perigo de ser atacada.
Então ouviu um barulho. Muitas panelas caindo no chão, presumiu. Noodle congelou.
Tinha alguém na cozinha? Podia ser 2-D... Mas podia ser Andróide.
Andou um pouco mais rápido, tomando cuidado para não fazer muito barulho. Encostou na parede ao lado da porta, respirando rápido.
Não ouviu ninguém falar. Nenhum barulho. Apunhalou a arma com as duas mãos, apontando para dentro da cozinha. Entrou logo depois.
Aparentemente não tinha ninguém, apesar de ter muitas panelas bagunçadas no chão.
Continuou procurando, sem abaixar a guarda. Até que ouviu um movimento atrás da bancada. Apontou a arma para lá, prendendo a respiração.
Soltou o ar. Era só um rato. “Rato filho da mãe, quase me matou de susto aqui.” Ela falou, indo direto as prateleiras e a geladeira para pegar comida.
Tinha pouca coisa. Leite e queijo na geladeira, pão, bolacha, pipoca e macarrão no armário. Pegou umas sacolas e estocou-as com o maior numero de comida possível que conseguiu encontrar, inclusive algumas frutas que estavam dentro de uma cesta.
Conseguiu encher três sacolas pesadas. Antes de sair ainda fez um lanche rápido e colocou-o na boca, com algumas frutas.
Desligou a luz e pegou, meio sem jeito, a arma novamente. Era bastante coisa para carregar. Decidiu que ia correndo até o elevador, assim teria menor chance de topar com alguém.
Até a preocupação a deixou quando ela engolia os pedaços de sanduíche. Finalmente carboidratos e proteínas em seu corpo!
Saiu se encostando à parede novamente, andando rápido. Dessa vez, para voltar, tinha que dar uma volta maior e passar por outros corredores que cortavam o corredor principal do andar da cozinha, estes estavam com pouca iluminação.
Faltava em torno de 25 metros até o elevador quando ela percebeu.
Em cada corredor que passava uma sombra passava junto com ela. Ela pensava que era sua própria sombra, mas parou e olhou.
Andróide estava ali, na sua frente, encarando-a, muito séria.
Noodle deixou cair tudo que estava na mão. Ficara tão alegre com a comida que não tinha prestado atenção á sua volta!
As duas ficaram ali, se encarando. Noodle apontou a pistola para Andróide, mas suas armas não serviriam para nada se ela usasse as delas: ela tinha, preso em suas costas, duas metralhadoras carregadas. E a pobre pistolinha mal tinham quatro balas.
Mas andróide não fez nenhum movimento. Continuava parada e olhando Noodle, que tentava engolir rapidamente o resto do lanche em sua boca.
Se encarando.
Até que...
Andróide saiu andando, continuando seu caminho, como se não tivesse cruzado com ninguém. Noodle deixou o queixo cair, em uma exclamação muda. Então era isso...? Porque ela não a tinha matado logo?
Ela chegou mais perto, seguindo Andróide. A robô seguiu reto naquele corredor, descendo em uma rampa até o andar de baixo, topando com Murdoc, que estava exasperado. Noodle se abaixou, ouvindo.
“O que... Por que... Por que diabos você não a matou de uma vez?! Ou pelo menos a pegou e levou até mim!?”
Silêncio. Andróide não respondia.
“Sei que te dei a missão de achar e matar uma pessoa primeiro e depois ir atrás da Noodle, mas você acabou de encontrá-la!! Podia ter matado logo!!”
Noodle engoliu seco. Andróide falou alguma coisa baixinho, provavelmente muito séria.
“Eu sei que não era a ordem matá-la agora, então isso quer dizer que só vai matá-la depois de cumprir a 1ª missão!?”
Silêncio. Noodle já sabia que sabia de mais, estava na hora de ir embora.
“Puta que o pariu. Isso tudo é uma merda. Vai, continue rondando a casa e de madrugada vá procurá-lo. Lembre-se, não deixe 2-D sair do quarto.”
Ouviu passos se afastando e decidiu subir até onde deixara as sacolas.
Chegou, sentou e pensou no que tinha acabado de ouvir. Andróide tinha uma missão mais importante do que matá-la, então ela estaria ‘livre’ até esta primeira missão ser resolvida. 2-D estava preso e seu quarto e...
2-D! Já sabia o que ia fazer.
Andou em direção ao elevador, entrando e apertando o botão mais para baixo, até ao quarto de 2-D. Carregava, em uma das mãos, uma das sacolas com bastante comida e sua arma estava presa á calça.
Chegou na porta do quarto dele. Estava com muita segurança e alguma coisa á laser de colocar o olho para poder abrir. Será que conseguiria?
Tentou a sorte: colocou o olho lá. Logo uma voz de mulher falou: “Acesso permitido, Andróide identificada”
A porta se abriu lentamente, e, antes mesmo de Noodle terminar de entrar, já ouviu a voz de 2-D, suplicando: “Não fiz nada!! Não tentei escapar!! Nã... Nã... Não, por favor!!!”
Ele estava encolhido em um canto, com as mãos e os braços cobrindo o rosto em forma de proteção. Ela se aproximou, tocando-o e o consolando.
“Calma, calma, xiiii.... Sou só eu, pode ficar tranquilo 2-D-San...!”
Ele parou de tremer e levantou a cabeça. “Noodle...? Noodle! Ah, Noodle!! Você está bem!!!” Falou, dando um abraço caloroso nela
“2-D-San, estou muito feliz de te ver bem!! Fiquei com medo de não estar vivo ou quase morrendo de fome como eu tava...!”
“Como... Como... Como você está aqui?” Falou, soltando e olhando-a melhor.
“Estava quase morrendo de fome lá no meu quarto, então não aguentei e desci até a cozinha. Descobri muitas coisas, se você quer saber. Mas vamos falar nisso enquanto tomamos um lanche.”
Noodle usou uma fronha de cama como ‘toalha de piquenique’ e colocou tudo que tinha dentro da sacola no chão. 2-D estava com a mesma fome que ela: nem terminou de colocar as coisas os dois já tinham comido mais da metade.
“Ouvi Murdoc falando que deu outra missão para Andróide, uma que tem que ser executada antes mesmo dela me matar. Por isso que quando topei com ela, ela não fez nada. Ela precisa encontrar alguém e matá-la, ou seja, Murdoc está odiando muito esse ser. Ele deve saber alguma coisa a mais sobre algum assunto.”
2-D engoliu o pão, pasmo. Falou, de vagar. “Noodle... querida... eu... eu acho que sei quem é essa pessoa que tem informação de mais e precisa ser morta. Se for quem estou pensando... precisa mesmo de ajuda...!”
“Quem??” Perguntou Noodle, largando a comida e chegando mais perto dele.
2-D abriu a boca para falar, quando a porta se escancarou. E nela apareceu Murdoc com Andróide, que apunhalava a arma.
Pronta para atirar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/94710/chapter/10


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Love Forever, Love Is Free" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.