Love Forever, Love Is Free escrita por NoOdle


Capítulo 1
Alguém está roubando a Kong Studios!


Notas iniciais do capítulo

Eram 2:30 da manhã em Londres. A movimentação era mínima no Kong Studios, somente 2-D se mexia na cama, com insônia. Murdoc havia brigado com ele porque estava cismando que algo ia acontecer, mandou-o dormir na sala para não incomodar-lo enquanto estava com uma garota.
Os grilos gritavam, desesperados por causa da noite gelada de inverno, que não afetava em nada nenhum dos integrantes da casa: de fora parecia que era uma prisão, mas dentro era tudo grande e reconfortante, ótimo para... um assalto.
Mas ninguém, nem fora de si, roubaria o local. Havia coisas inesperadas lá dentro, monstros, demônios, bichos esquisitos e uma comida estragada na geladeira que dava até arrepios. Ninguém menos uma pessoa.
2-D estava cansado de ficar rolando na cama, sem ter como dormir, decidiu ir beber uma água ou comer um amendoim. Como sempre se perdeu, virou em algum lugar errado e foi parar numa sala, voltou, bateu na parede.
‘Eu realmente não devo mais sair andando quando estou meio dormindo...’ Pensou ele.
Mas não importava, já estava no meio do caminho (pelo menos é o que ele achava). Passou por mais alguns quartos, algumas janelas bem grandes, uns vasos de plantas, um vulto de alguém, uns quadros estranhos...
Ele parou, congelando. Sabia que tinha visto o vulto de alguém. Mas não queria acreditar. Virou-se lentamente e...
Gritou.
“Não, idiota!! Não é para gritar!! Eu só estou roubando sua casa!!” falou o desconhecido, tapando a boca do cantor.
“Hmff... Mddd!!!!” Tentou gritar, mas seu som era abafado.
“Olha, seja lá o que você quer vai lá pegar, mas só me ajuda a sair daqui! Eu entrei, mas não consigo sair!! É muito grande!” o homem de cabelos brancos falou, agora angustiado. “Vou soltar a mão, mas você tem que prometer que não vai gritar e vai me tirar dessa casa de loucos, ok?” 2-D fez que não, com a cabeça. Ele continuou “Ta bom, confio em você.”
“MUDS!!!!!!!”
“Ah, não, magrelo azul! Você falou que não ia gritar!!”
Mas já era tarde demais, Murdoc já estava no andar de baixo, pisando fundo. E ia gritando:
“É melhor ser alguma coisa importante, idiota! Você sabe o que eu tive que parar para descer até aqui!?”
Apareceu, no meio do corredor, uma figura estranha, meio verde, com um cigarro na boca e de cueca. De muito mau humor.
“O que foi... O que é...?” Ele falou, mas parou no meio da frase, olhando o invasor. “O que diabos você ta fazendo aqui?”
“Eu... ã... Olha, eu quero ir embora, desisto de roubar sua casa! Esse cara aí de azul é muito escandaloso.” Ele disse, com um tom descontraído.
“Muds, eu... eu... eu tentei, eu só estava indo beber amendoim na cozinha...” falou 2-D, ainda em estado de choque.
“Cala a boa, barata. Senta! Fica quieto no chão!” Ordenou Murdoc, e assim foi feito. Já se ouviam os sons de passos, pelo visto Noodle e Russel haviam acordado.
“Roubar, não é? E gostaria que eu te ajudasse a levar algo de muito valor e não ligar para a polícia?” Falava Murdoc, enquanto Noodle chegava ao corredor.
“Ah, se não fosse pedir muito!” Falou o homem. Logo seus olhos caíram na menina, que estava encostada na parede. Ela disse:
“O que está acontecendo aqui? Esse barulho não me deixa dormir!”
“Dormir? Para que dormir se podemos ficar juntos, gatinha?” Falou ele, chegando mais perto “Eu sou o Ray... e seu nome, é tão bonitinho quanto seu rostinho?”
“Se chegar mais perto morre, garoto.”
“Uii... adoro as que se fazem de difícil!” Ray falou.
“Eii!! Olha aqui, garoto, não ia dar o fora não!?” Gritou Murdoc, agora realmente estressado.
“Olha aqui, não atrapalha não, ô vovô... eu to conversando é com ela... quantos anos você tem?” Perguntou, encostando a mão na parede. Noodle o encarava com aquela cara de “vou-te-matar”. Ela disse, entre dentes:
“14, e é o tanto de soco que você vai leva se não saí de perto de mim. Não vai poder ter filhos. Estou avisando. Vou contar até 3.”
“14? Olha só, 3 anos mais nova do que eu! Perfeito. Vamos dar uma volta?”
“1.”
“Não, fala sério aí... tomar alguma coisa para animar a noite...”
“2.”
Russel estava agora ao lado de Noodle. Ray recuou, quase tropeçando em 2-D, que ainda estava no chão.
“Olha só, se você não ta afim conversamos outra hora. Talvez amanhã cedo, eu estou com sono, acho que vou dormir...!” Falou, dando a volta por 2-D “Onde é meu quarto mesmo?”
“O moleque, o que tu ta fazendo aqui?” Perguntou Russel
“Ele não está mais aqui. Ele já está fora daqui ou está morto.” Falou Murdoc, olhando ameaçadoramente para Ray.
“Não quero brigar com vocês, porque eu ia ganhar, na verdade...”
“Tente.” Falou Noodle, chegando mais perto.
“Há! Com você, gatinha? Eu não bato em mulher. Acho que você devia ir dormir, o sono está afetando seu cérebro...”
“O que foi... ta com medo japinha?” Falou Noodle, passando um dedo pelo peito dele. Ray riu, fez a posição de ataque e disse:
“Pode vir. Vou pegar leve.”
“Se eu ganhar você sai.”
“E quando eu ganhar você fica comigo, Lindinha!” Riu Ray.
Foi a gota d’água. Noodle relaxou o corpo, esperando ele dar o primeiro passo. Ou respirar pela ultima vez.
Ele piscou. Noodle estava do lado dele, dando um soco na barriga. Ela falou baixinho, só para ele ouvir: “Lindinha não... Meu nome é Noodle.”.
Ray ficou sem fala. Tossiu e caiu de joelhos.
“Putz, menina, tu é forte, ein? Mas não foi o bastante. Eu também luto, ta? Saí da prisão á uns 4 anos atrás. Porque você acha?” Ele riu, ficando de pé novamente. Noodle olhou para ele, com cara de desgosto.
Murdoc interferiu: “Olha, não é um bom lugar para uma lutinha! Eu vou subir. Isso tudo aqui é uma palhaçada. Quero ele fora daqui, Russel. E não quero o 2-D andando de novo pelos corredores.”
“Mas espera aí! Eu não vou dormir aqui não?” Falou Ray, já relaxando.
“Meu filho... Você acha que isso aqui tem cara de hotel? Foda-se, faça o que quiser. Só não quebrem nada.”
“Eu... não quero ele aqui, Muds! Tenho medo dele!” Falou, pela primeira vez, 2-D, se levantando.
“Fica quieto. Você é igual uma barata: não serve pra nada e é difícil de se livrar!
“Mas... Muds, eu...!! Não quero dormir sozinho se ele...”
“Quieto! Senta! Espera até todos forem dormir e volta para seu quarto!” Ordenou Murdoc, subindo. Noodle já estava indo atrás dele, com um sorrisinho de satisfação no rosto. Ray interveio:
“Ei, gata, onde vai? Ainda não acabei com você! Vai fica parecendo que não consigo lutar contigo!”
“Russel-Kun, estou cansada. Acaba com ele, por favor?” Ela disse, virando para subir logo atrás de Murdoc. Ray pode jurar que a viu piscando para ele, e 2-D se encolheu mais ainda na parede.
“Tu vai dormi no sofá. Quero você o mais longe possível da Noodle.” Falou Russel, sério. Ele avançou para pega-lo no colo, mas Ray foi mais rápido, com um só golpe derrubou-o.
“Vou sozinho, obrigado. Até que essa casa é legal. Que bom que não roubei, assim deu pra dormi por aqui. Boa noite olhudo azul!” Falou ele, já deitando no sofá. 2-D foi embora receoso, sabendo que não ia conseguir dormir. Ele sentia que algo ia acontecer...
E os grilos gritavam naquela noite gelada, onde pela primeira vez alguém teve coragem de “roubar” o Kong Studios.



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