Os Opostos também se Atraem Vol. Iii escrita por estherly


Capítulo 10
Capítulo 10




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/94656/chapter/10

13 de junho de 2026 * sábado

Apartamento do TPD – 02:55 da tarde

 

- Vamos Rafa! Você tem que usar esse daqui!  - disse Amanda.

- Amanda isso é ridículo! Ela tem 22 anos, não 30! – disse Laura ajudando a amiga.

- Obrigada. – disse Rafaela.

            O quarto estava bagunçado. Roupas jogadas de um lado, revistas do outro, maquiagens espalhadas na cama.

- Vou usar isso. – disse Rafaela mostrando um vestido tomara que caia branco, balonê. Havia várias bonequinhas coloridas no vestido. Um vestido infantil perfeito para uma adulta.

- Mas... – Amanda tentara argumentar.

- Amanda, deixe a Rafa, ela sabe o que usar.

Dim dom...

- São três horas! – disse Rafaela apavorada.

- Calma. Amanda fique com ela e ajude-a. Eu vou lá atender a porta. – disse Laura sorrindo.

- Laura! – ralhou Rafaela.

- O que? – perguntou Laura em sua defesa. – Com licença.

 

Eu tenho que dar um tempo
Um pouco de tempo para pensar melhor nas coisas
É melhor eu ler nas entrelinhas
Caso eu precise quando estiver mais velha

 

- Oi. – disse Laura atendendo a porta. Quase caiu para trás. “Dessa vez a Rafa se deu bem”, pensou Laura.

- Oi. A Rafaela mora aqui?

- Sim. Ela já está vindo. Entre. – convidou Laura. Ele deu um sorriso e entrou na casa. Laura foi atrás dele. – Sente-se. – convidou ela.

- Não obrigado. – disse ele observando os quadros nas paredes da pequena sala. Rapidamente ele se virou para Laura. – Desculpe. Eu sou Marcelo Scarpari.

- Laura. Laura Zinning. Prazer.

- O prazer é todo meu.

- Laura? – chamou Rafaela. Ela se virou e sorriu.

- É todo seu. – sussurrou Laura para Rafaela. Ela sorriu para a amiga.

- Oi. – disse ela.

- Oi. Vamos?

- Claro. – disse ela indo para a porta. Ele abriu para ela. Desceram de elevador e foram para o carro dele. Entraram e ele começou a dirigir.

 

Na minha vida houve mágoa e dor

Não sei se consigo encarar isso de novo

Não posso parar agora, já viajei até aqui

Para mudar esta vida solitária

 

- Para onde vamos? – perguntou ela.

- Num parque. O dia está lindo. O que acha? – perguntou ele sorrindo.

- Maravilhoso. – sussurro ela.

- O que? – perguntou ele para ela. Ela corou rapidamente.

- Não! O dia está maravilhoso para um parque. – disse ela olhando para a rua. Ele ria.

            Chegaram no parque. Não conversaram.

- Olha a maçã do amor! – gritou uma velhinha com uma cesta de palha. Várias maçãs do amor estavam ali.

- Fique aqui. – pediu ele e então saiu correndo. Minutos depois voltou com uma maçã do amor e entregou para ela.

- Obrigada. – agradeceu ela. Eles se sentaram num banquinho. Marcelo olhava ela morder a maçã do amor. – Desculpe. Quer um pedaço?

- Não obrigado. – disse ele. – É que está sujo perto da sua boca. – disse ele se aproximando dela. Ela fechou os olhos assim que sentiu os lábios quentes e envolventes dele envolvendo os seus num beijo apaixonante. Se encaixando perfeitamente. 

 

Quero saber o que é o amor

Quero que você me mostre

Quero sentir o que é o amor

Sei que você pode me mostrar

 

            A maçã foi deixada de lado. Estava jogada no chão, esquecida. Os braços finos dela estavam em volta do pescoço dele. Não queriam sair dali. As mãos dele estavam na cintura dela. Não queriam sair dali. Seus lábios se moviam numa dança apaixonante. Os lábios macios e quentes contra os dela. Opostamente perfeitos. Opostamente feitos um para o outro. O tempo passou e o oxigênio acabou. Estavam ofegantes. Ele sorriu para ela que corou.

- Quer andar de pedalinho? – perguntou ele se levantando e estendendo a mão.

- Claro. – disse ela aceitando a mão dele e indo para o pedalinho. Ele pagou por 30 minutos e entraram num. Ele dirigia. O pedalinho parecia minúsculo diante do lago gigante. – MARCELO! – ela gritou assustada. Ele se assustou. Estava tão compenetrado nela que nem viu que acabara de atolar na grama que circundava o lago.

- Diabo! – resmungou ele. Foi um pouco mais para a beira do pedalinho e começou a empurrar o pedalinho da grama.

 

Vou dar um tempo

Um tempo para olhar a minha volta

Não tenho mais onde me esconder

Parece que o amor finalmente me encontrou

 

            Conseguiu. O pedalinho ia, conforme a força, para o meio da lagoa. Ele limpou a mão na água da lagoa e sacudiu para tirar um pouco. Acabou molhando Rafaela. Ela sorriu, fechou a mão em concha e jogou água nele. Minutos depois, ele começou a achar a situação infantil engraçada. Começou a rir e bem na hora entrou água na boca dele. Ele afogou. Tentava engolir a água suja, mas não conseguia.

- Você está bem? – perguntou ela colocando a mão na ombro dele. Ele olhou para cima. Melhorou.

- Estou melhor. – admitiu ele. Ela sorriu. – Falta dez minutos. Quero ti mostrar um lugar. – ele começou a pedalar rápido. Ela não acompanhava. Chegou ao lugar.

- É lindo. – disse ela. O lugar pegava um por do sol. Podia ser verão, mas o sol estava de pondo mais rápido. Ela olhava fascinada. Ele olhou para ela. Ela sentiu que ele a encarava, olhou para ele. Sem falar nada e numa fração de segundos, ele colocou as mãos nas bochechas grandes dela e a beijou.

 

Na minha vida houve mágoa e dor

Não sei se consigo encarar isso de novo

Não posso parar agora, já viajei até aqui

Para mudar esta vida solitária

 

- EI VOCÊS! DO CISNE 12! O TEMPO DE VOCÊS ACABOU! – gritou um cara de megafone. Marcelo olhou emburrado para ele. Começara a chover.

- Vamos. – disse Marcelo. Começaram a pedalar rápido. – Merda de chuva.

- Eu gosto dela. – disse Rafaela. Ele olhou para ela. Linda. Conseguiram chegar lá e “estacionarem” o pedalinho. – Vamos. – ela o puxou para uma tenda. Ela começou a espirrar.

- Saúde.

- Obrigada.

- Você está bem? – perguntou ele preocupado.

- Acho que vou ficar resfriada até o fim da semana. – resmungou ela. Ele sorriu.

- Venha. Vamos para a minha casa? – perguntou ele. Ela o olhou assustada. – Foi só uma idéia.

- Uma idéia muito idiota. – respondeu ela. – Me leva pra minha casa? – pediu ela.

- Claro. Pegue. – disse ele dando o casaco pra ela. Ela colocou e sorriu pra ele. Rapidamente eles começaram a correr. Rafaela caiu no chão de pedrinhas e acabou machucando o seu joelho. Marcelo ajudou ela. Chegaram no carro. Ele ligou o ar condicionado. – Está melhor? Saúde. – disse ele para ela que espirrara naquele momento.

- Sim. Apenas dirige pra minha casa. O meu joelho está doendo. – ela pediu. O joelho dela sangrava muito. Marcelo engoliu em seco. Começou a dirigir. Pegou a principal e invés de dobrar para a direita dobrou para a esquerda.

- Desculpe. Nós vamos para a minha casa. Eu tenho uns remédios. Uma coisa que provavelmente suas amigas não têm. Vamos para lá e depois eu ti dou uma carona, você liga para elas, sei lá. Você decide. Ok?

- Mas...

- Por favor.

- Tudo bem. – disse ela vencida.

 

Quero saber o que é o amor

Quero que você me mostre

Quero sentir o que é o amor

Sei que você pode me mostrar

 

            Chegaram na casa dele. A casa grande e iluminada.

- Que linda casa.

- Obrigado. Sente-se. Eu já volto. – disse ele sumindo num corredor. Voltou minutos depois com uma caixa. Ela sentou e estendeu o joelho. Ele pegou uma almofada, sentou no chão e começou a analisar o machucado. Abriu a caixa. Pegou as poções. Explicaria tudo depois. Queria curar aquilo com um simples toque de varinha, mas ela não entenderia. Pegou uma poção roxa.

- O que é isso? – perguntou ela preocupada dobrando o joelho, impedindo-o de tocar nele. Ele olhou-a.

- Por favor. Confie em mim. – pediu ele encarando aqueles olhos violetas. Ela hesitando foi esticando o joelho. Alguma coisa em si falava que era para ela confiar nele. Devia? Ele abriu a poção e inclinou levemente. – Não se assuste com o medicamento.

- O quê? – ela perguntou assustada, mas fora tarde. Marcelo inclinou a poção. Rapidamente a poção fez o ferimento se fechar e o sangue “evaporar”. Ela começou a sacudir a perna. Gemia de dor. – Tá doendo!

- Calma.

- AAAAAAAAAAAAAAAAA... – ela começou a gritar. Ele começou a ficar assustado. Idiota! A poção faz sucesso nos bruxos, mas em trouxas... Ele se aproximou dela. Abraçou-a.

- Calma. Ele dói no começo. Depois para.

- Marcelo! – gritou ela antes de cair nos braços dele. Ela havia desmaiado.

 

(Quero saber)

Quero saber o que é o amor

Quero que você me mostre

Quero sentir o que é o amor

Sei que você pode me mostrar

 

- Rafaela. Acorde. – chamava Marcelo. Ele deu uma xícara de chocolate quente para ela. Ela tomou e sentiu as energias virem. – Melhorou?

- Muito. – ela olhou para o joelho. Não tinha nada, machucado, cicatriz, nada. – Como...

- Eu faço remédios para um hospital. – disse ele. Ela sorriu.

- Você é um ótimo curador. – disse ela. Ele sorriu.

- O que você estuda?

- Química. Química para fazer remédios. – ele sorriu. – Quantos anos você tem?

- 21. E você?

- 20. Sabe a Laura?

- Sim.

- Ela está fazendo jornalismo. Escreve textos ótimos. A Amanda faz desenhos lindos!

- Eu tenho uma amiga que é detetive. – disse ele. Se referindo à Rose. – Ela foi minha namorada. Nos conhecemos desde do 1º ano da escola. Ela saiu da escola por cinco anos e depois tivemos que fazer umas coisas juntos e ficamos juntos. Depois ela terminou comigo para ficar com um amigo. Estão juntos agora.

- Eu... Bom, eu tive um namorado. Desde os meus 18 anos. Ficamos juntos e eu sentia que íamos noivar e essas coisas. Sonhos de crianças. – disse ela rindo da própria piada. Ele riu. Por que ela contava isso para ele? – Ele era uns 3 anos mais velho. Conseguiu um emprego quando meu pai morreu. Eu precisava do apoio dele e tudo mais, quando ele terminou comigo, dizia que iríamos seguir caminhos diferentes. O mundo havia desmoronado. Eu tinha perdido meu pai. O meu namorado havia terminado comigo, minha mãe morreu logo depois.

- Eu sinto muito. – disse ele sentindo ela o abraçar. Ele olhou para ela. Beijou-a novamente.

 

(Quero saber)

Quero saber o que é o amor

Quero que você me mostre

Quero sentir o que é o amor

Sei que você pode me mostrar

 

            Beijar ela era um vício e ele era um viciado. O beijo dela era pior do que qualquer droga que pode existir na face da terra. Não conseguiria resistir ao vício. Isso ele sabia.

 

Eu quero saber o que é o amor

Eu quero que você me mostre

Eu quero sentir o que é amor

 

            Era tarde demais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Opostos também se Atraem Vol. Iii" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.