Terrara: Guerra Familial escrita por Kristain


Capítulo 7
Capítulo 6 - Traição, Revelação, Iniciação


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!
Acabei mais um capítulo! E quis logo vim postar!
Espero que gostem mesmo!
Fiz com muito carinho!
Me desculpem se escrevi muito rápido, ou errado, vou dar um jeito assim que possível!
Mas por enquanto quero que leiam! Capítulo com mais magia até agora!
Espero que gostem!
XD



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Já era noite, o primeiro exército da aliança família marchava em direção à cidade de Krisalia. Eles estavam no meio da floresta do Reino Kristain, o exército andava meio cauteloso olhando para os lados como se estivessem esperando que alguma coisa saísse de entre as árvores. Athos e Emanuel iam à frende de todos, afinal eram os comandantes. A luz do luar mal chegava até eles, as copas das árvores impediam a passagem da luz com suas imensas folhagens. O Prescinato fitava a floresta, não conseguia ver nada além de uma escuridão imensa, até que viu um pequeno ponto amarelo sair de trás de uma árvore e ficar balançando para cima e para baixo até sumir.

- Uma fada... – Athos sussurrou.

- O que disse?  - indagou Emanuel.

- Nada! Só dizem que existem fadas na floresta mágica Krisori, pensei ter visto uma.

- Isso é um mito! Fadas não existem. É um conto para fazer criança dormir.

- Então você acredita em seres gigantescos como dragões e não acredita em criaturas pequenas como fadas?!

- Isso mesmo! Só uma criança para acreditar nisso. Ah, já ia me esquecendo, você é uma criança! – zombou o príncipe.

- Eu não disse que acredito em fadas!

- Você ficou protegendo elas e agora vai dizer que não acredita?

- É... Bem... – Athos ficou pensando em alguma resposta.

- Criança!

- Seu... – o Prescinato perdeu cabeça.

- Até quando eles vão ficar discutindo? – perguntou um soldado atrás dos comandantes, vendo que estes tinham se alterado e insultavam um ao outro.

- Não sei, provavelmente até eles se cansarem. – comentou outro soldado.

- Vai demorar. – o primeiro soldado suspirou.

No centro do Reino Kristain, o castelo real estava calmo, todos estavam apreensivos, afinal o primeiro exército tinha ido para a guerra, agora só restava pensar positivo e esperar eles voltarem anunciando a vitória.

Após o jantar, Hanee Okamoto tivera se dirigido para seu quarto, a fim de descansar. Rafaela Miranda tinha parado em uma das janelas do corredor que dava para o seu quarto e ficou observando a lua, a princesa sorria ao ficar fitando o grande astro, o luar parecia acalmar sua alma. Fechou os olhos como se entregasse aquele sentimento, mas logo fora interrompida.

- Rafaela.

- Eu?  - ela se virou e sorriu logo em seguida. – Oi, Neto.

- Conversando com a lua de novo? – ele se escorou junto à janela, olhando a lua.

- Eu não faço isso. – ela corou, voltando a olhar a lua ao lado do amigo.

- Sei. – Kristain riu. – Algo te preocupa?

- É a mesma coisa de sempre, Neto.

- Ei Rafaela, me chama de Kris também. – ele sorriu.

- Eu? – ela corou mais ainda.

- É sim, porque não? Você é minha melhor amiga.

- Está bom, Kris. – ela sorriu, envergonhada.

- É sobre o assunto de ter que se casar?

- É... Eu ainda não achei alguém que eu ame, entende? Eu tenho que me casar, sou a única herdeira.

- E a Beatriz, sua irmã?

- Aquela nem pensa em casamento, só quer saber de lutar, treinar, batalhar. Ainda não acredito que ela é uma princesa mesmo.

- Entendo. Mas não tem como algum familiar seu se tornar rei até você ser uma rainha por completo, ou seja, se casar.

- Impossível, não tenho nem um familiar vivo, a não ser o Humberto.

- Não me diga que é o Humberto Miranda? – Kristain se surpreendeu.

- Ele mesmo, ele é meu avó.

- Incrível! Humberto Miranda, o homem que quase se tornou arcano, o homem que destruiu um exército com a apenas uma magia de ar.

- Assim ele parece tão incrível.

- E não é?

- De fato, afinal tudo que eu sei hoje sobre magia foi ele que me ensinou. Ele foi um grande mestre, admito. Mas ele queria sempre mais, ele deixou seu próprio reino em busca de mais poder, ele estava obcecado.

- Agora entendo, porque não o chama de avó.

- Mas esquece isso, Kris. Passou. Mas pode guardar segredo? Não precisa os outros ficarem sabendo disso.

- Ninguém vai saber. Não se preocupa. – ele sorriu.

Os dois continuaram a olhar a lua juntos, mas Rafaela estava curiosa por uma coisa:

- Mas falando de segredos, contou “aquilo” para mais alguém além de mim?

- Não... – Kristain abaixou a cabeça perdendo o sorriso.

- Ei Kris, a Hanee vai ser sua futura esposa, você tem que contar pelo menos para ela, quem sabe ela pode te ajudar, além disso, você tem que contar isso para “ele”, o quanto antes.

- Vou tentar... – sussurrou Neto.

- Você consegue, só saiba que o quanto antes é melhor. – Rafaela ficou bagunçando o cabelo do amigo. – Entendeu?

- Entendi sim.

- Então vou indo para o quarto, estou cansada. – ela puxou o cabelo do amigo, este só ficou rindo. – Vai fazer o que agora?

- Vou para a sala de reuniões, conversar com o Luidi, preciso descobrir mais coisas sobre como comandar um exército.

- Então... Tenha uma boa noite.

- Boa noite.

Kristain ficou acenando para amiga enquanto ela ia se afastando, mas quando ela sumiu logo tomou o caminho oposto.

No quarto de Hanee, ela acabava de colocar seu pijama, uma veste branca que cobria todo seu corpo sem deixar ao mesmo uma curva. Antes de dormir, a princesa se ajoelhou ao lado da cama e orou para Palacium, pedindo que protegesse seu irmão na guerra que abençoasse seu relacionamento com Kristain. Após isso a princesa se jogou na cama, se embrulhando e depois abraçando um travesseiro toda sorridente.

- Boa noite, Israel. – ela disse olhando para o gato deitado no seu lado, este apenas miou.

O gato esperou que sua dona fechasse os olhos e então se levantou, pulou da cama e foi andando em direção à porta. O felino ergueu sua pata em direção a maçaneta da porta e magicamente uma mão humana a segurou, Israel já em forma humana girou a maçaneta e olhou sua dona uma última vez. Suas orelhas felinas no topo da cabeça abaixaram-se, ele tinha um semblante triste e tentou esboçar um sorriso, mas saiu do quarto logo em seguida, soltando um suspiro.

Rafaela já estava abrindo a porta do seu quarto, mas a mesa tinha emperrado, ela tentou empurrá-la, porém ela não abria. A princesa jogou seu corpo contra a porta, enfim a abrindo, ela sorriu vitoriosa, mas não pode deixar de notar alguém passando por trás dela. A Miranda se virou parar ver o desconhecido que tivera passado e estranhou ao ver Kristain andando por ali.

- Ei Kris, onde você vai?

O príncipe parou de andar e se virou.

- Me chamou do quê?

- Kris. Você disse que era para eu te chamar assim há pouco tempo.

- Ah é, claro. – o príncipe sorriu.

- Não ia conversar com o Luidi?

- Eu estava indo, mas cancelei com ele, disse para o mesmo descansar, seu irmão foi batalhar, deve estar aflito. Por isso vou ver a Hanee, afinal ela eu posso consolar.

- Entendo...

- Agora estou indo! Tchau, minha linda. – o príncipe fez um coração com as mãos e a princesa corou demais, ficando rubra, ele se virou e foi andando, dando um sorriso malicioso.

Rafaela ficou pensativa enquanto suas bochechas pareciam queimar. Kristain tivera parado de chamá-la de “minha linda” desde que conheceu Hanee. Então porque justamente quando ele estava indo ver sua noiva ele fala isso para ela? A Miranda ficou confusa, alguma coisa tivera acontecido para Kristain está assim. Até que Rafaela arqueou a sobrancelha imaginando algo, ficou sério e saiu andando em direção à sala de reuniões.

A princesa dava passos rápidos, estava começando a ficar nervoso, empurrou a porta da sala com força e viu Luidi á mesa enrolando alguns pergaminhos que lia, prestes a se retirar. Caio – o lacaio – também estava na sala, afinal ele só podia ir descansar quando todos deixassem aquela sala. Por um momento Rafaela suspirou aliviada, afinal Luidi estava mesmo indo descansar como Kristain disse que tivera ordenado, porém ela ficava mais confusa ainda, porque ele a chamou de “minha linda”?

- Luidi, trouxe outros pergaminhos que podemos usar para escrevermos a estratégia de guerra. – disse o príncipe Kristain entrando na sala com um monte de pergaminhos embaixo do braço.

- Ótimo, já enrolei esses aqui e já ia guardá-los. – afirmou o Okamoto.

A princesa no meio dos dois, arregalou seus olhos verdes.

- Kris, você...

- Eu o quê, Rafaela?

- Um homem igual a você, outro Neto Kristain foi para o quarto da Hanee!

Tudo estava claro na cabeça da princesa. Matt foi a terceira pessoa que Neto tivera conhecido em suas viagens antes de conhecer a Hanee. Até então Kristain só se referia a Rafaela como “minha linda”, os únicos que podiam saber disso eram os três primeiros conhecidos de Neto: Athos, Rafaela e Matt. E não havia mais dúvida de quem poderia ser aquele impostor.

- Vão matá-la. Ele vai matá-la! – a princesa completou.

- Caio! O arco e flecha e o florete! – ordenou Kristain.

O lacaio sem demora arremessou as armas pedidas para seu mestre e este colocou o florete em sua cintura, em seguida já preparando seu arco e saiu correndo em direção ao quarto de sua noiva. Luidi também não demorou, puxou a imensa espada em suas costas e saiu a empunhando com as duas mãos. Rafaela foi correndo atrás dos dois príncipes para auxiliá-los.

O suposto Kristain entrou no quarto de Hanee Okamoto, abrindo a porta lentamente, vendo a princesa dormindo. Ele fechou a porta calmamente caminhou até a beira da cama, sempre com os olhos na moça. Hanee era tão jovem, dormia serenamente e parecia um anjo. O homem ao seu lado acariciou seu rosto, sorrindo malicioso, deixando pensamentos pervertidos invadirem sua cabeça, afinal a princesa ainda era virgem. Mas ele se absteve de seus pensamentos e fez alguns sinais com as mãos, uma cortina de fumaça o envolveu e eis que Matt aparece dentro dela, cancelando sua técnica ninja de transformação.

- Uma virgem declarada à morte. Que desperdício. – o ninja levou sua mão para as costas segurando o punho de sua katana e a puxando lentamente. – Acho que rasgando a garganta vai ser mais rápido, se bem que eu podia sufocá-la, não, talvez ela use alguma magia contra mim em seu desespero. Pensando bem posso até enfiar uma kunai na barriga dela. Ai, ai, tem inúmeras formas de matá-la, pena que só vou poder fazer isso uma vez. – o ninja ria cinicamente, dialogando aquelas coisas bizarras com si mesmo, naturalmente. Em seguida ele elevou a espada ao alto e a segurou com as duas mãos. Por trás da mascara ficou evidente que ele deu um sorriso de uma orelha a outra, pronto para enfiar a espada na princesa. – A esse mundo dirá adeus e à morte dirá olá.

Um gato preto saltou da janela para cima da cama, durante o pulo ele adquiriu a forma humana e levantou sua mão direita, amostrando suas garras afiadíssimas. Quando este caiu na cama, enfiou suas garras na barriga do ninja, o fazendo jorrar sangue pela boca, sujando a máscara que ele usava, juntamente com seu rosto. Hanee tivera acordado em pânico, quando conseguiu ver tudo aquilo, Israel já tinha enfiando as garras em Matt.

Enquanto o shinobi ainda se recuperava do espanto, o menino com orelhas de gato - Israel - deixou cair uma lágrima dos seus olhos, seguida das seguintes palavras:

- Desculpa, Amaya.

Matt abaixou a parte frontal da sua máscara e tossiu mais sangue, mas encarou Israel, dizendo:

- Não era para você está aqui.

O menino com rabo de gato nada disse, apenas limpou suas lágrimas e tirou sua mão da barriga do ninja, este recuou e colocou sua mão sobre o ferimento, tentando parar o sangramento.

- Nós tínhamos certeza que você não ia atrapalhar, você também é um...

A porta do quarto desaba com o escorão de Luidi. O príncipe Kristain mal entra no quarto e lança uma flecha contra o ninja. Este esquivou com dificuldade e a flecha continuou em direção a princesa na cama, mas Israel agarra a Okamoto e os dois saem rolando pela cama em direção ao chão.

- Matt!

- Meu caro Kristain. – ele ri, como se a dor no ferimento não tivesse nenhuma efeito sobre ele.

Os dois se encaram por um segundo ou menos e um enorme relâmpago atravessa a o quarto, cegando todos por algum momento, contudo após o clarão Caique aparece ao lado do ninja.

- Não saiu como o planejado. – comentou o assassino.

- É... Cuida deles, eu mato a Hanee. – disse Matt.

- Certo...

Não pude me controlar ao ver meus próprios aliados me traindo, tentando matar minha noiva.

Saquei meu florete e investi contra Matt que defendera sem demora, fui tomado pela raiva e comecei a esgrimir com tudo que eu tinha, mas o ninja não parecia estar preocupado. Quando percebi atrás de mim, Caique estava prestes a me apunhalar, mas Rafaela fez dois gestos rápidos com a mão e puxou Caique para si com a força do vento.

O mercenário caiu de cara no chão e Luidi enfiou sua monstruosa espada nele, porém o corpo de Caique se transformou em milhares de faíscas e se materializou na frente de Rafaela pronta para ataca-la de surpresa, mas Luidi em um rápido movimento chutou a panturrilha do mercenário. Rafaela aproveitando o momento, socou o maxilar do traidor e este voou contra o teto por causa dos ventos emitidos pela maga e em seguida despencou ao chão, começando a se contorcer de dor, mas tentando se recompor.

Já comigo, Matt empurrava a katana com força contra meu florete, ficamos chocando nossas espadas por alguns segundos, enquanto eu fitava seriamente seus olhos prateados.

- Porque essa traição, Matt?! – perguntei.

- A quantia oferecida é alta, meu caro Kristain. – ele sorriu cinicamente. – Além disso, eu mesmo lhe disse que eu não era confiável.

- Mas eu pensei que...

- Você pensa demais!

Nós dois recuamos, mas eu dei mais uma cambalhota para trás e puxou meu arco com uma flecha rapidamente, a atirando contra o ninja. A flecha não o acertou seriamente, mas rasgou a sua máscara e a arrancou. Os cabelos negros do ninja balançaram, finalmente livres, mas o mesmo continuava machucado, era incrível que mesmo ferido ainda conseguia desviar, com certeza estava aguentando a dor, afinal ninjas eram treinados para isso.

Matt gesticulou sua mão como se tivesse pedindo mais flechas, aceitei o desafio e continuei lançando inúmeras flechas contra ele.

Enquanto isso Caique tinha acabado de levantar e pulou o mais alto possível, sua adaga pegava choque e as faíscas azuladas começavam a crescer. Luidi ficou de prontidão na frente de Rafaela para protegê-la, então Caique gritou:

- FINDAR RELÂMPAGO!

enfiou a adaga no próprio ar, liberando um enorme relâmpago contra o Okamoto. Luidi começou a defender, mas a cada segundo que passava ficava mais difícil, pois Caique já estava no chão e andava em direção ao Okamoto ainda com adaga enfiada no ar, sendo assim quanto mais o mercenário se aproximava do príncipe, mas forte e maior o relâmpago ficava. As faíscas elétricas relampeavam com grande fúria e cegando todos ali.

Eu não estava mas conseguindo lançar minhas flechas contra o Matt, temi que ele fugisse, por isso gritei:

- Rafaela! Usa aquela magia!

- Mas se eu usar...

- Usa! - ordenei.

- VENDAVAL!

Os ventos ali no quarto começaram a girar no sentido horário e ficavam cada vez mais fortes. Os papéis do quarto começaram a voar e em seguida os lençóis da cama alçaram voou. Os ventos tiveram ficado mais fortes e parecem tijolos acertando nosso corpo, tentando nos tirar do chão. Chegou um momento que os ventos ganharam do meu peso e me levantaram no ar e comecei a voar ali também. Depois de mim um a um dos que estavam presentes na sala foram erguidos no ar, Caique fora puxado pelos ventos cessando seu poderoso ataque e até mesmo Israel e Hanee voaram, gritando desesperados. Rafaela também gritava ainda mantendo a magia e era a única que não tinha voado na sala, tudo e todos giravam ao redor dela. Os que rodopiavam no ar começaram a se chocar um contra o outro. Bati minha na cabeça na cama em cima de mim, vi Luidi se chocar contra Matt e depois o criado-mudo voou entre as pernas de Israel e o mesmo arregalou os olhos, e por conta desse choque, ele fora arremessado em direção a janela do quarto, saindo do redemoinho que Rafaela mantinha.

- Kristain, o que vai fazer agora?! A Hanee está desprotegida posso muito bem matá-la! – gritou Matt. – Ela vai morrer, Kristain. Ela vai morrer e você não vai ter ela, Neto! – ele ria sarcástico.

- Cancela a magia, Rafaela! – berrei.

E no momento seguinte a princesa Miranda relaxou seus braços e suspirou fundo, fazendo tudo e todos caírem. O criado-mudo caiu em cima de Luidi e o mesmo ficou imóvel, porém eu caí em cima da cama e pulei rapidamente em direção a Matt e já morrendo de raiva empunhei meu florete pronto para enfiar nele, hesitei por um segundo, mas continuei. Então Caique aproveitou o mero um segundo e chutou o rosto do seu parceiro com toda força, o fazendo rebolar pelo quarto, tentou desviar do meu golpe em seguida, mas não obteve sucesso, enfiei meu florete em seu ombro, o travessando por completo.

Caique fraquejou por um momento e gemeu, tirou meu florete de seu ombro e deste jorrou sangue ao chão.

Matt se levantou e se pôs na frente do amigo que estava ajoelhado no chão, sangrando. Ele praguejou algo por os dois estarem feridos e então disse:

- Eu vou voltar, Neto. Eu vou matar a Hanee. Eu sempre cumpro meus trabalhos.

O ninja de cabelos negros arremessou uma pequena esfera preta no chão e uma nuvem de fumaça se ergueu, quando se dispersou os dois assassinos haviam sumido.

A minha futura pegou a gola da minha camisa e gritou na minha cara:

- Porque não o matou?!

- Mas eu...

- Você hesitou, eu vi!

Segurei os ombros dela, tentando a acalmar.

- Hanee, calma, você...

- Ele tentou me matar, Kris!

- Mas eu não podia matá-lo.

- Porquê, idiota?! Ele é mais importante que eu por acaso?!

- VOCÊ NÃO ENTENDE, HANEE! – aumentei meu tom de voz.

- ENTÃO ME EXPLICA!

- Conta pra ela logo... – sussurrou Rafaela para mim.

- Ah! Então até mesmo a Rafaela sabe e eu não?! – Hanee continuou a berrar. – Está me traindo com ela, não é, seu pervertido?!

- O MATT É MEU IRMÃO! – berrei. – Satisfeita agora?

Ela continuou calada e eu olhei para baixo, suspirando fundo, por admitir aquilo.

- Há quatorze anos meus pais tiveram um segundo filho chamado Matheus Fleur Kristain, tudo isso seria maravilhoso, se não fosse pelo fato de ele também ter cabelos negros. – comecei. – Huck naquela época não era ministro, mas sim conselheiro real. Então ele deu o seguinte conselho, ter dois filhos de cabelos negros seria muita desgraça para um casal real, seria muita desgraça para um reino só, então aconselhou que declarassem que o segundo deles tinha morrido após o parto, para assim mandarem o bebê para fora do reino, sem nenhum título real, sem sequer uma identificação de quem eram seus pais. Depois disso, nunca mais se ouviu falar nesse bebê.

- Se Matt é seu irmão porque nunca contou isso para ele? – indagou Hanee.

- Quer que eu fale o quê? “Oi, Matt, eu sou seu irmão, meus pais te deixaram quando criança, pois acharam que seria desgraça demais te ter. Ah e claro, não se esqueça o fato de que você matou meus pais, ou seja, você matou seus próprios pais.”

- Eu só fiz uma pergunta! Não precisava ser sarcástico! – minha noiva berrou.

- Você não entende a gravidade da coisa! Eu descobri o assassino dos meus pais e no momento seguinte descubro que ele é meu irmão, como acha que eu me senti?! Tive que perdoá-lo!

- Você é um idiota, isso sim!

- O quê, Hanee?!

- É isso que você ouviu! IDIOTA!

Apertei mais os ombros dela e segurei minha raiva.

- Vai me bater, seu covarde?! Bate! – ela provocou. – Você esconde isso de mim um tempão e depois que eu fique como?! Calminha te dando consolo?! Vai te catar, seu...

Beijei seus lábios dando um selinho bem demorado nela e depois parei.

- Seu pervertido! Seu safado! Seu...

Dessa vez beijei seus lábios com mais paixão e apertei o corpo da minha linda mulher contra mim, saboreando mais seus lábios, depois parando novamente.

- Seu... – ela não terminou, estava toda corada.

- Eu te amo, desculpa esconder isso por tanto tempo.

- Não precisa esconder nada de mim, sou sua mulher. – ela sussurrou.

Eu sorri e dei mais um beijo nela.

- Pois é, né? – disse Luidi, olhando para nós. – Por favor, dá para se desgrudarem e para com essa coisa melosa?

Eu corei e me separei dela, então Luidi continuou a falar:

- Agora sim. – ele sorriu. – Mas hein, Kristain... O Huck tem uma fama bem ruim, não? Entendo porque não gosta.

- Não podemos confiar nele, de maneira alguma. – disse.

- Mudando de assunto, saibam de uma coisa... – começou Rafaela, séria. – Perdemos dois aliados, a força da Aliança Familial caiu.

Todos nós abaixamos a cabeça, tristonhos, afinal era verdade. Perdemos dois aliados e agora estávamos mais fracos. Meu irmão tinha fugido e eu nem sequer tinha falado para ele a verdade.

Mas agora não me resta lamentar e sim esperar boas notícias do Emanuel e do Athos.

Enquanto os aliados se recuperavam da recente traição e voltavam para seus quartos, Israel que tivera caído da janela do quarto da sua dona agora estava em uma sala escura. Em alguma sala ali no castelo, estava prostrado de frente para uma mesa, onde atrás dela estava assentado um homem, ele aparentava ter uma idade avançada, usava vestes brancas, porém a escuridão cobria seu rosto e este homem que parecia ser um Kristain, disse:

- Você fez o que ordenei, Israel?

- Não, mestre, me desculpe.

- Você sabe as consequências dessa traição, não é? – tal homem sorriu, apontando sua mão para uma bola de cristal em sua mesa.

Na bola de cristal se formou uma imagem um tanto que embaçada, mas nela dava para se ver uma mulher, na verdade uma mulher com orelhas e rabos de gato, ela tinha olhos verdes e estava acorrentada. O homem estalou seus dedos e as correntes que prendiam a garota começaram a se eletrificar juntamente com a garota que agora gritava de dor.

- Amaya! – Israel gritou.

O homem estalou os dedos novamente e a tortura acabou, então prosseguiu:

- Da próxima vez siga minhas ordens, Israel. Afinal quem você quer que morra? Hanee Okamoto ou Amaya Neko? – ele riu malicioso. – Pense bem. Agora vá.

- Sim, mestre. – Israel assentiu e saiu da sala, triste.

Já no sudeste do Reino Kristain, amanhecia, as tropas de Athos e Emanuel acabavam de sair da floresta mágica e de cara, avistaram a cidade de Krisalia. A cidade de fato não era grande, a maioria das casas eram feitas de madeira, porém ao oeste e leste da cidade se viam muitos campos de flores, que coloriam a paisagem, dando um ar de paz. Porém de longe, já dava para se ver a bandeira do Reino Obi erguida na cidade, proclamando sua conquista. Athos e Emanuel junto com todo resto do exercito ficaram olhando a cidade de longe.

- Atacaremos amanhã. – disse Athos. – Por hora vamos deixar os soldados descansar.

- Atacaremos hoje e agora. – retrucou Emanuel.

- Não! – Athos ficou indignado pelo príncipe o contrariar. – As tropas estão cansadas, passamos a noite atravessando a floresta mágica.

- Se acamparmos aqui seremos vistos pelos vigias da cidade. – retrucou Emanuel novamente.

- Vamos acampar na floresta, perto aqui.

- Não. – disse Emanuel sério, fitando o céu e depois erguendo sua mão para ele.

- Não deem ouvidos a ele, soldados! – gritava Athos. – Vamos descansar primeiro.

- O céu vai cair e eu vou sorrir, pois a destruição vai vim, perante mim. Então não há porque se chocar, se eu estou a te avisar. – citou Emanuel.

- Hã? – Athos não entendeu nada.

- METEORO!

Emanuel berrou e o estrondo ecoou do céu. As nuvens começaram a se dispersar dando espaço para algo vermelho e gigantesco que estava preste a cair do céu.

De repente um homem encapuzado saiu da cidade, galopando com toda velocidade em cima do seu cavalo. Tal homem era o mesmo que estava comandando todo o exército Obi na conquista da cidade.

O meteoro, qual Emanuel tinha invocado, começava a descer do céu com grande velocidade, ele era gigantesco, estava indo em direção a cidade de Krisalia e com certeza ia destrui-la por completo. Porém o homem encapuzado também ergueu sua mão ao céu, conjurando:

- METEORO CORTANTE!

Um meteoro visualmente menor do que o de Emanuel começou a vir na direção contrária do meteoro maior. Contudo o meteoro cortante era muito mais rápido e se chocou contra o meteoro maior quando os dois ainda estavam no ar. Houve uma imensa explosão, o céu ficou todo avermelhado e nuvens negras de fumaça impediam que qualquer raio solar chegasse na terra. De uma hora para outra já parecia noite e os estilhaços dos meteoros começaram a cair em terra, contudo nenhum causava um dano realmente sério.

O homem encapuzado riu e parou bem ali no meio do campo, avistando Emanuel e Athos junto com suas tropas.

- Princípe Ichiro! – o homem encapuzado gritou.

- Quem ele está chamando? – perguntou. – Tem algum Príncipe Ichiro aqui?

- Sou eu. – disse Emanuel.

- Seu nome é Emanuel!

- Meu segundo nome é Ichiro, sua criança.

Athos segurou sua raiva e nada disse.

- Ora, ora, é você mesmo. O grande Príncipe Ichiro, um mago negro formidável. – disse o homem de capuz, ainda lá no meio do campo, mas estava saindo de cima do seu cavalo. – Será um prazer lhe enfrentar, Príncipe Ichiro. – tal homem sempre tinha um tom de deboche quando chamava Emanuel pelo segundo nome. – Já ouvir falar muito de você, queria testar suas magias negras. – o homem de capuz colocou sua mão sobre a terra e sorriu, conjurando: - INVOCAÇÃO: MINOTAURO!

Um círculo mágico de coloração roxa se formou no chão, este tinha muitas runas mágicas escritas. O círculo brilho intensamente e dele começou a se levantou um monstro, metade humano, metade touro. Suas pernas eram peludas e ele tinha cascos, seu tronco era de um homem e era bem musculoso, já sua cabeça era a de um touro com chifres brilhantes de tão afiados.

- Você não vai testar minhas habilidades com uma simples invocação como essa. – disse Emanuel.

- Se você diz. – o homem de capuz estalou seus dedos e o minotauro avançou contra Emanuel e seus soldasos.

O jovem príncipe já estava preste a lançar uma magia quando Athos interferiu dizendo:

- Eu cuido dele. – o Prescinato saiu correndo em direção ao monstro três vezes maior que ele e sacou sua katana, gritando: - LÂMINA TRANSCEDENTE!

O minotauro urrou e Athos desferiu um golpe em pleno ar, fazendo apenas um clarão branco, porém o minotauro começou a sangrar bem no meio. O corte da katana tivera atravessado o monstro e o partido ao meio, o monstro começava a se separar, mas iria cair bem em cima do Prescinato se não fosse Emanuel conjurar:

- FOGO DO INFERNO!

De baixo do minotauro ergueram colunas de fogo vindo diretamente do submundo, o fogo tinha uma coloração esverdeada e queimava tudo que ele tocasse. Athos estava muito perto da coluna de fogo e a rápida incineração havia afetado seus olhos, ele cambaleou gritando pela ardência em seus olhos, eles pareciam estar queimando.

Em questão de segundos o fogo cessou e eis que não havia sobrado nem cinzas no minotauro, o homem de capuz ficou admirado, porém Athos berrou:

- Idiota, o que você fez?! Não consigo enxergar! – ele lagrimava, pois seus olhos ardiam muito, mas pouco a pouco a visão dele voltava. – Eu podia ter ficado cego!

- Eu disse que te mataria se fosse preciso, caso você estivesse me atrapalhando. – Emanuel sorriu.

- Seu... – Athos foi interrompido.

- Acho que pude ver seu potencial, Príncipe Ichiro. Você terá a honra de me desafiar. – o homem de capuz ria. – Mas claro não queremos que seu exército e seu amiguinho atrapalhem, não é mesmo?

O homem encapuzado bateu no seu cavalo e este correu em direção a cidade, todos ficaram só olhando para ele, pois quando o cavalo chegou na cidade ouviu-se a primeira explosão e uma cortina de fumaça se ergueu da cidade e depois mais e mais explosões aconteceram.

- O que é isso?! – Athos berrou, agora com a visão já melhorada.

- A cidade está sendo destruída, meu exército matara tudo e todos. – o homem misterioso riu.

- Se queria que a cidade fosse destruída, porque não deixou que o meteoro do Emanuel fizesse isso?! – o Prescinato gritava.

- Pois os homens dele estavam na cidade, criança idiota! – gritou Emanuel. – Vai logo para a cidade e leve todo o exército!

- Eu sei, não precisa mandar. – Athos bufou e em seguida chamou todo o exército ordenando que as tropas marchassem para a cidade o mais rápido possível.

Todos os soldados corriam em direção a cidade e passavam pelo lado do homem encapuzado, porém o homem não os atacava. Athos ficou o encarando quando passou por ele, mas nada fez, continuou marchando para a cidade que estava em perigo.

Depois que o exército estava longe, quase chegando na cidade, Emanuel dirigiu a palavra ao homem a sua frente:

- Qual seu nome? Afinal tenho direito de saber o nome da pessoa que vou enfrentar.

- Eu tenho muitos nomes, apelidos, essas coisas, mas ninguém sabe meu nome verdadeiro mesmo. Porém todos me chamam de... – o homem riu, tirando seu capuz, revelando seus olhos negros como a noite. – Mordekai.


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Notas finais do capítulo

Então...
O que acharam?
Reviews, hein! Preciso saber como estou indo!
XD



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