Rascunhos de Um primeiro Amor. escrita por villarino


Capítulo 10
Capítulo 10 - Love Is Our Weapon.




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Capítulo 10 - Love Is Our Weapon.


Destranquei a porta, ainda assim deixei-a fechada. Peguei uma toalha dentro do armário e fui tomar outro banho. Não agüentava ficar melada daquele jeito e o banho frio talvez ajudasse a me acalmar.Deixei a porta do banheiro aberta, já devia estar tarde e todos dormindo. Então, quem entraria? Pendurei a toalha no apoio que havia, liguei o chuveiro e, enquanto esquentava um pouco a água, fui tirando minhas roupas e as deixando no chão.

Olhei-me no espelho novamente. Meus olhos e minha face estavam inchados. Choro e sono. Eu estava nua mais uma vez olhando meu reflexo. Parecia que nada havia acontecido no meu tempo curto das férias na Grécia.Balancei a cabeça, apagando as coisas idiotas que eu pensava e entrei no box. Desta vez não lavei meus cabelos, os prendi. Deixei com que a água fria caísse sobre minhas costas, massageando-as. Aos poucos, eu me acalmava. Era bom, ficar ali por uns minutos. Me dava paz, ninguém perturbava. 

Fiquei em mais um estado de transe por um bom tempo, a água molhava minhas pernas, fazendo-as arrepiar assim como meus braços. Eu conseguia respirar fundo, eu não queria falar. Eu gostava de não pensar quando estava silêncio. Era bom, tirar as coisas da cabeça. Todos os problemas, todos os pesadelos... Tudo.

Peguei o sabonete líquido e passei lentamente pelo meu corpo. Não tinha pressa. Quanto mais tempo eu ficasse ali, melhor seria para mim. O perfume era bom, um cheiro de... Bebê. Cheiro de talco, ou algo parecido. A espuma era mais branca que folha de papel, e eu não sabia como se realçava em minha pele. Coloquei um bocado dessa espuma em minha mão e a assoprei carinhosamente para a parede de vidro do Box. Algumas das bolhas que estavam formadas voaram aleatoriamente. Passei pelo corpo todo, depois tirei. Eu conseguia respirar tão fundo, tão bem. Tão... Calmamente.

Eram poucos os momentos em que eu poderia ter calma. Ou os meus batimentos eram rápidos demais, ou eram desesperados demais. Nunca se acalmavam. A menos que eu estivesse num sonho perfeito. Fechei a torneira, puxei a toalha e seguei meu corpo com a maior delicadeza do mundo. Nunca havia sido tão lento. Coloquei o roupão e estendi a toalha num apoio que havia.

Deixei as roupas no chão. Saí do banheiro e, quando olhei para minha cama, assustei-me. Ela estava ali, sentada. Olhando para mim. Como ela entrou? Era tarde da noite, quem a deixou entrar? Pisquei duas vezes fortemente para não achar que estava vendo miragem.

- Sim, eu estou no seu quarto, sentada na sua cama. -disse ela.

- Como entrou? -disse, abrindo o guarda-roupa e pegando um pijama descente.

- Seu irmão. Não sabia que havia contado para ele. 

- Não contei. Ele descobriu. - disse, vestindo as roupas na frente dela. Mesmo com vergonha.

Ela sorriu, mas não do jeito que eu gostava. Do jeito tímido, e não do jeito alegre. Não sabia exatamente porque. Talvez pelo pijama que eu estava vestindo, azul com nuvens brancas. Ou talvez por meu irmão ter descoberto.

- Que foi? -perguntei, parando tudo que estava fazendo.

- Vem cá. -murmurou, tranqüila.

Fiz o que mandara, quando ela deu dois tapinhas no colchão assim que cheguei até ela, pedindo para me sentar. Sentei. Ela soltou meus cabelos e colocou uma das mechas que caiu sobre meu rosto atrás da orelha. A partir daí, sua mão foi à minha nuca, que me puxou para mais perto.

Nossos narizes encostaram um ao outro. Com a ponta do seu, subia e descia, contornando o formato do meu. Logo depois, o encostou ao lado. Ainda assim, me acariciava com ele.

Olhei para seus lábios quando seus olhos se fecharam, e eu podia sentir a sua respiração ofegante como a minha, agora. Os batimentos do meu coração aceleraram, até que nossos lábios colaram uma vez. Demoradamente. 

Nathalie gostava de brincar. Mordia meu lábio inferior porque sabia que me arrepiava. Minha mão foi em seus cabelos, e comecei a entrelaçar meus dedos neles. Ela tinha nervoso. Era lindo vê-la envergonhada.

Começamos a nos olhar e nos olhar, até que não agüentamos. Nossos lábios insistiam uns pelos outros, era incontrolável ficar sem beijá-la. Eu queria a sua boca na minha, o seu corpo no meu. A sua pele esquentando a minha enquanto ela puxava meus cabelos com uma de sua mãos para mais próximo de si.

Até que caí em cima de Nathalie, e paramos o beijo, ofegantes. Seus olhos me perguntavam se eu queria aquela noite. Eu me perguntava se queria aquela noite. Eu não resistia à ela. Ela era uma droga completamente dominante no meu corpo, na minha mente, na minha alma. Um calor inexplicável surgiu em meu corpo, apelando para que beijasse-a novamente. Atendi ao apelo. Respondi à pergunta de seus olhos. Confundi a pergunta de minha mente. 

Deixei que seu beijo me levasse e iludisse, fazendo-me suar novamente. Eu não ligava mais. Nossos corpos se tornaram um só por breves e deliciosos momentos. Sua mão ia e vinha por dentro de minha blusa, querendo-a tirar. Não tínhamos coragem o suficiente para isso. Porém, Nathalie me excitava. Por um momento juntei minhas pernas querendo esfregar meus pés uns nos outros, se senti ao molhado. Eu havia tido a primeira excitação com ela. Só pelos seus beijos, só pelo nosso calor, só por nos amarmos. 

Nathalie selava seus lábios rapidamente pelo meu pescoço, descendo ao meu peito, ainda vestido. Levantou minha blusa, mostrando meu abdômen e continuando a selar seus lábios ali. Passou a mão pelo elástico da calça do pijama e a desviou para a coxa, enquanto eu olhava cada movimento provocante que ela fazia. Por um momento quis arrancar a calça e as roupas dela também. Me agoniava.

Eu queria provar da pele dela, queria guardar o gosto de seu pescoço, a rigidez de seu peito, a porcelana de seus costas. Eu queria a possuir naquela noite. Ela subiu novamente, mordendo meu lábio inferior e puxando-o para sua boca. Levantei-me para poupá-la de tanto esforço só por uma noite que eu queria. Então me veio perguntas que precisavam ser respondidas. Parei selando com um, dois, três rápidos beijos. Até que ela começou a me fitar.

- Nah...

- Hm? -disse, colocando seus lábios para dentro de sua boca, os provando novamente.

- Você quer mesmo essa noite?

- Quero tudo que eu puder ter com você. Se eu pudesse ter mais vezes como essa do que só essa noite... Talvez você conseguisse me enlouquecer mais do que já estou. -admitiu.

- Eu quero essa noite. Só com você. Quero dormir ao seu lado e acordar com carícias nos meus cabelos. Poder provar dos teus lábios sem hesitar. Poder tocar em seu corpo sem medo de que rejeite. Quero tê-la para mim. 

- Você terá, você sabe que não há nada que me faça querer outra pessoa que não seja você. Sabe que sou completamente sua. Não tema. Nós pertencemos uma à outra. -disse ela.

Parei de falar, querendo provar mais dos seus lábios e guardá-los comigo. Sentei-me eu seu coloco, dando breves beijos a cada segundo. Ela não parecia estar bem. Perguntei porque. 

- Alana... Daqui alguns dias... Nós iremos embora. Você, para o Brasil. Eu, para a França. E, a gente vai...

- Cala a boca, Nathalie. Nós vamos dar um jeito. E, vamos parar de falar disso, não quero estragar essa noite. -pedi.

Ela assentiu e continuei a beijá-la, cheia de carinhos e malícias. Até que deitamos e a abracei. Fechei meus olhos mesmo não querendo dormir. Eu queria virar aquela noite ao lado dela, queria saber mais sobre a minha namorada, guardar cada detalhe, lembrar de cada momento. 

- Alana.

- Sim.

- Eu te amo, muito. 

- Eu também. Mais do que pode imaginar. 

 


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