Aberrações escrita por Karina Ferreira


Capítulo 2
Capítulo 1




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2010

Em algum lugar do EUA, uma garotinha aparentando três anos de idade no máximo penteava fraternamente uma boneca, exatamente como a mãe fazia com ela todas as manhãs, mas é claro que ela penteava a boneca carinhosamente, tratava-se de sua filha.

Como a boneca comportara-se adequadamente durante todo o processo de desembaraçamento de seus cabelos foea merecedora de um premio. Mas que recompensa seria adequada ao comportamento de mocinha que a boneca teve? Há claro, um biscoito de chocolate, como não pensou nisso antes?

A garota levantou-se de seu cantinho no chão e foi em direção a cozinha onde obviamente se encontrava a guloseima. Chegando à seu destino a garotinha olhou entediada ao seu redor a procura de seu alvo, finalmente o avistando em cima de um armário, estrategicamente colocado pela mãe para dificultar o seu alcance.

Desapontada a pequena menina olha ao seu redor a procura de algo que possa lhe auxiliar em sua conquista, com um sorriso no rosto avista uma cadeira, é claro, já vira a mãe fazer isso milhares de vezes, não parecia ser tão difícil. Com muita dificuldade devido aos seus bracinhos curtos e desprovidos de força ela consegue puxar a cadeira até onde deseja.

Talvez pegue um para ela também, mamãe não gosta que coma biscoitos antes do jantar, mas ela merece, afinal olha só todo o esforço que estava tendo para consegui-lo

Rapidamente sobiu na cadeira, mas ainda assim. eles lhe pareciam terrivelmente longe, decidiu então subir no balcão do armário, talvez assim alcançasse. Mas não, ainda assim não podia chegar a eles. “Droga de biscoitos bobos porque tem que ficar tão longe?”

E a garotinha ficou terrivelmente revoltada por não conseguir pegar os biscoitos, mas o que esta acontecendo afinal? Ela não poderia desistir, sua filha merecia o biscoito e ela ia pegar

Começou a se esticar ficando na ponta de seus pequeninos pés a fim de alcançar os biscoitos, era possível ver em sua face que quanto mais se esticava, mais sua raiva aumenravaa devido o fracasso de seus esforços, de repente seus olhos começaram a ficar tom a tom em vermelho vivo de tanta raiva que sentia daquele pote idiota e seus pequenos pés começaram a sair do balcão, fazendo com que flutuasse pelo ar, chegando em fim no objeto de sua cobiça

—Isabella o que pensa que está... Oh meu Deus! - a menina assustada com o grito do pai despencou no chão quebrando o pote em suas mãos. Machucada começou a chorar, mas o pai parecia alheio ao fato da filha estar ferida e chorando, a única coisa que conseguia raciocinar é que a menina estava levitando poucos minutos antes

—O que foi que eu fiz de errado? - gritou estendendo os braços pro alto -  Senhor por que eu? Eu criei um monstro! – o homem gritava deixando a criança ainda mais assustada, a garotinha em posição fetal em um canto na cozinha, apenas derramava algumas lagrimas e cada vez ficava mais assustada com o desespero do pai que andava de um lado para o outro com a mão na cabeça, proferindo palavras desconexas

— Talvez possamos te esconder da sociedade - parou finalmente olhando para a menina com olhos transtornados - É isso!  - Foi em direção a garotinha a pegando pelos braços - Você nunca mais vai fazer isso de novo, Está me ouvindo Isabella? - o homem começou a chaqualhar a pequena menina desesperado por uma resposta – Me responda Isabella! Está me escutando?

A garota voltou a chorar desesperadamente implorando que o pai parasse com aquilo, o medo foi crescendo dentro dela e seus olhinhos já não estavam mais vermelhos devido as lagrimas, mas sim devido a uma força sobre humana que vinha de dentro dela, o pai parou e encarou o vermelho vivo que estava o olho de sua filha

— Pare já com isso! Volte a cor do olho imediatamente! Anda menina! Eu estou mandando voltar o olho ao normal! Você... Ah! – o homem sentiu seu corpo levantando do chão e soltou a garota imediatamente que continuou flutuando a frente dele com olhos totalmente escarlates. Uma dor profunda tomava-lhe todo o corpo, como se o estivessem cortando com uma faca, olhou para seus braços e em meio a gritos desesperados viu célula por célula abandonando-lhe.

A garotinha ainda de olhos vermelhos não sabia o que estava acontecendo, mas gostaria de alguma forma ajudar seu pai, a cada grito que ele dava mais desesperada e assustada ficava, e entre esses sentimentos um outro nascia, raiva, raiva por seu pai não parar de gritar, impossibilitando assim que ela raciocinasse, raiva por ao invés de socorre-la quando estava caída no chão ficara gritando com ela, afinal eram apenas porcarias de biscoitos.

De repente um som de explosão foi ouvido e os gritos do homem sessaram havia pedaços dele por todos os lados e muito sangue inclusive na face da menina combinando com seus olhos que ainda estavam vermelhos.

A garotinha olhou freneticamente em volta a procura do pai mas tudo o que avistou foram gosmas vermelhas, todos os sentimentos ainda se misturavam dentro dela quando de repente a mãe entrou correndo pela porta e se assustou com a imagem da filha e todo o sangue

A garota ainda flutuando abaixou a cabeça pensando em como iria explicar que a culpa não fora dela, e que não sabia o que aconteceu, desesperadamente encarou a mãe já prevendo a reação estupefata da mulher, e no mesmo segundo em que seus olhos entraram em contato com o corpo da mãe, o mesmo que acontecera ao homem instantes antes ocorrera com a mulher.

— Mamãe? Papai? – a menina sentia vontade de sair correndo dali, não sabia o que estava acontecendo, queria achar os pais e queria colo

Começou a olhar em volta, e tudo em que seus olhos tocavam explodia, quebrarva ou simplesmente voava pelos ares, rapidamente fechou os olhos já que ao que parecia eram neles que estava o problema, se agachou ao chão novamente abraçando-se em posição fetal, desejando nunca ter inventado de dar recompensas para a boneca, já que ela não fizera nada além da obrigação ficando quieta

...

Muito longe dali um grupo da força especial caminha rapidamente para dentro de um helicóptero, foram informados de que uma nova aberração ameaçava a paz dos cidadãos de bem.

— Oh poxa, estava em um jantar especial com a Ange, iria pedi-la em casamento hoje – queixou-se um dos homens

— Quem mandou escolher esta profissão meu caro, ninguém te informou que não temos tempo para sentimentalismos? – informou o outro que o escutava

— Só porque você não se importa com ninguém, que todos tenhamos que ser assim Charlie – retrucou o primeiro

Charlie simplesmente abaixou a cabeça tristemente, nunca compartilhara com os companheiros, que antes de fazer parte das forças armadas tivera uma família, ainda muito jovem engravidara a namorada, e como qualquer homem de bem assumira suas responsabilidades, três anos após o nascimento de sua pequena menina fora abordado por um homem encapuzado que mesmo após entregar-lhe tudo o que tinha no momento, covardemente tirara seus bens mais valiosos, atirando em sua esposa e filha.

Fora esse o motivo que o influenciara em sua escolha de carreira, jurara que ao que dependesse dele, ninguém nuca sentiria a dor de perder pessoas valiosas

Chegando em seu destino o grupo desceu do helicóptero dando-se conta da gravidade da situação, haviam destroços por todos os lados, fumaça, homens ensanguentados agonizando a espera da ambulância, uma sena um tanto quanto desesperadora.

Charlie avistando o comandante da operação foi ter com ele, em busca de informações

— O que diabos esta acontecendo aqui? - perguntou chocado com tudo o que via

— Uma espécie de mutante, parece que ela consegue destruir tudo o que olha, meus homens com muito esforço conseguiram venda la - informou-lhe o outro, ainda olhando em volta para ver se identificava mais sobrevintes

— Agora que esta sobre controle o que faremos? - continuou com o interrogátorio

— Estou aguardando permissão para executa-la, ela é muito perigosa

— E esta aguardando permissão de quem? - questionou Charlie um tanto quanto enfurecido, a coisa destroi propriedades, mata e fere homens de bem e ainda precisam de permissão para executa-la?

— De quem ora bolas? Do governo, que adora brincar com esse tipo de monstro. Dizendo isso o homem afastou-se deixando um Charlie revoltado para trás, “porque não matam logo? Trata-se da segurança de outras pessoas”

— Charlie, precisam de reforços la dentro – “dentro da onde?” questionou-se olhando para o que um dia pode ser chamado de casa

— Me disseram que já capturaram

— Sim mas os poucos homens que ainda restam parecem estar receosos de estarem em pouco numero em um mesmo ambiente que a criatura – Charlie bufou

— Bando de maricas que ainda temem o bicho papão – resmungando Charlie acompanhou o outro homem até onde encontrava-se a tau criatura

Chegando ao que se parecia uma cozinha detonada, Charlie avistou pelo menos quinze homens apontando armas poderosíssimas para um ponto em comum, todos muito concentrados e nervosos, revirou os olhos ao constatar que alguns tremiam enquanto apontavam a arma.

Aproximou-se um tanto curioso, afinal nunca vira nada parecido, quando finalmente pousou seus olhos no tal monstro avistou apenas uma criança encapuzada que pelo tamanho julgou ter entre três e quatro anos, e logo constatou que tratava-se de uma menina já que estava vestida de rosa e o cabelo passava um pouco mais dos ombros

— Pelo amor de Deus, o que pensam que estão fazendo? – falou já aproximando-se da menininha para liberta-la, a pobrezinha não deveria estar se quer conseguindo respirar com aquele saco na cabeça

— Charlie pare! Ela é perigosa - informou-lhe um dos homens com temor

— Perigosa? É apenas uma criança! - afirmou, ainda indo em direção à menina

— Olhe ao seu redor, veja o que a criança fez – ele realmente não acreditava que aquela garotinha indefesa tivesse feito tudo aquilo, mas se seus homens diziam não poderia duvidar, mas ao mesmo tempo, sentiam uma vontade enorme de protege-la.

Olhou-a novamente e percebeu que estava chorando. Mesmo com os alertas dos outros aproximou-se dela a tocando com ternura

— Olá, meu nome é Charlie, qual é o seu lindinha – falou bem calmamente para que ela se sentisse segura

— O que esta acontecendo? Eu quero a minha mamãe – a garota falou em meio ao choro

— Esta tudo bem, esse bando de medroso esta brincando de policia e ladrão e está na sua vez de ser o bandido, entendeu? – a garota pareceu raciocinar por um momento e depois relaxou

— E porque não me avisaram antes?

— porque são burros, e agora, vai me dizer seu nome?

— Isabella, mas prefiro Bella, não quero brincar. será que da para me desamarrar agora?

— É um lindo nome Bella, desamarrar eu não sei, mas talvez possamos ver o seu rostinho o que acha? – a garota pareceu pensar um pouco e depois acenou positivamente

— Muito bem, você está mais calma? – após a menina confirmar, mesmo com todos os protestos dos soldados ali presentes ele libertou-a do capuz improvisado que estava, Bella já não estava com olhos vermelhos, agora já tinha o tom normal de chocolate, ela olhou para o homem que a ajudara e sorriu inocentemente, Charlie ficou encantado com aquele sorriso, ficara louco, mas era o mesmo sorriso de sua pequena

— Muito bem homens, não fomos liberados a fazer a execu... mas que porra você pensa que esta fazendo homem? – o general que acabara de entrar ficou abismado com a imagem da criança dormindo calmamente nos braços do soldado

— Não grite general, vai acorda-la

— Isso ai não é um brinquedo soldado

— Eu sei, é uma criança – o general abriu a boca em surpresa

—Piorou, isso é um demônio – Charlie o olhou ofendido mas ignorou, ou começariam a discutir e ele não queria que acordassem a garotinha

— Para onde vão leva-la?

— Pra a área de aberração – Charlie olhou tristemente a garota em seu colo, seria muito difícil trocar de área de atuação?

QUINZE ANOS DEPOIS...

Um homem corria rapidamente pelas ruas de Los Angelis, seguido de vários outros que estavam armados ate os dentes

"Caralho se não fossem os diversos calmantes que lhe jogaram já estaria longe"

Virando uma esquina avistou uma senhora que andava vagarosamente pelas ruas, não era sua refeição favorita mas nas circunstancias em que se encontrava qualquer coisa serviria, só precisava ingerir um pouco do sangue e o efeito anestésico sumiria

Pulou na frente da senhora e antes que a pobre pudesse dizer qualquer coisa, ele já havia dilacerado seu pescoço

Aproveitando um momento de distração do vampiro, um soldado lançou-lhe um outro sedativo, em seguida mais outro, o vampiro tonteou um pouco, e cinco soldados pularam de cima das casas cercando-o, lançando vários outros sedativos o deixando meio grogue.

O vampiro teve tempo de blasfemar uma ultima vez até que tudo se apagasse.

CONTINUA...


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Notas finais do capítulo

bom gente se alguem ler comente por favor



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