Still Loving You escrita por Isabelle


Capítulo 11
Capítulo 9 I'm Still Here...




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Capítulo IX

                    I'm Still Here... 

Solar Reed - fim do verão.

Os dias no solar foram alegres e iluminados, o verão se despedia e os Nashs, incluindo a pequena Isa, estavam lá, agora com mais um morador, Fanny, uma Golden Retriever de dois meses, que fez milagres em todo o Solar, até com os “trogloditas”, como Angel chamava a equipe de segurança, eles ficaram mais normais depois das ‘diretas’ que Angel dava a eles. Na verdade eles eram ótimos, a melhor equipe que o dinheiro podia pagar, mas faltava um toque de humanidade.

Quando Isa ficou sabendo que seu ‘querido tio Michael’ estava doente, e que ela não poderia vê-lo, foi um desastre. Incomodou tanto os pais que Erin apareceu para o fim de semana sem avisar. E quando Angel sem entender, pois haviam combinado que Isa não veria Michael até ele se recuperar, ela apenas respondeu ‘nem pergunte’. O encontro foi emocionante. Michael estava no jardim de rosas, ela chegou correndo como sempre e se atirou nos braços de Michael. Esse retribuiu o abraço, levantou a pequena no ar e enterrou o rosto em seus cabelos. Depois a colocou no chão e voltou a olhar para o nada. A garotinha  sentou-se a seu lado e disse apenas ‘mamãe me disse que o senhor está dodói, não se preocupe, eu vou ajudar a tia Angel a cuidar do senhor, aí sara logo viu?’. Michael olhou para ela como se entendesse o que a garotinha falava. Depois disso, ela não saiu mais de perto dele, e Angel podia jurar que ele até sorria.

Outro ponto marcante daquele verão foi a cozinha. Helena e Violet quase se mataram, ambas defendiam suas panelas com unhas e dentes. Depois de uma briga onde  destruíram metade da cozinha, elas terminaram cobertas com o jantar e rindo muito, arrancando gargalhadas de todos que correram para lá, pois havia sons de batalhas vindo do lugar. Os seguranças pediram reforços, pois a cena era digna de ser vista. Nesse dia Michael foi atraído pelo barulho, ele se postou ao lado de Angel, abraçou a garota e sorriu.  Naquela noite foi instituída o dia da pizza. Que virou tradição das sextas-feiras. Depois disso elas passaram a ser amigas e a comida ficou melhor do que já era. Angel teve que pensar em um cardápio mais balanceado, todos estavam ganhando peso ali. Inclusive Michael que depois da noite da pizza passou a comer sozinho, antes só aceitava o que Angel colocava em sua boca.

O verão se foi, o outono veio dando tons de tristeza em tudo por ali, a paisagem estava contagiando a todos. Inclusive Angel.

- John  meu amor, eu   queria tanto que você voltasse. Sinto tanto a sua falta. Eu sei de tudo que aconteceu. Eu sei que foi difícil. – Angel brincava com os longos cabelos do garoto que olhava o teto alheio a sua presença. – Mas, acabou. Você está seguro, eu nunca mais vou deixar nada de mal acontecer com você. Eu te amo. Agora feche os olhos e durma.

Angel derrubou as primeiras lágrimas, enquanto o solar dormia, ela andava pela sala de estar assombrando o local. Rotina que se seguia desde que se mudou para o solar. Ela  dormia pouco e dividia os afazeres do solar com o hospital. Enquanto Michael dormia, ela pesquisava e participava de fóruns na internet, tentando entender o que se passava na mente do garoto. Muitas vezes, saia do computador direto para a mesa do café. Estava chegando ao seu limite.

- Olá fantasma! Já não assombrou o bastante? – Helena apareceu na sala com dois copos de chocolate quente. Exatamente como sua avó fazia.

- Helena. – Angel assustou-se e limpou rapidamente as lágrimas.

- Está demitida! Passe no setor de pessoal e esvazie suas gavetas. – falou entregando o copo para Angel.

- Deveria mesmo, sou uma incompetente.

Angel se abraçou a Helena e chorou todas as lágrimas que estavam guardadas, tudo que ela havia engolido a velha senhora a embalou com carinho. Ao seu ouvido ela ia dizendo.

- Eu vou permitir que você chore um pouco. Depois você vai até aquele lavabo, vai lavar o rosto, vai voltar aqui, tomar seu leite. Respirar fundo e continuar.  É isso que vai acontecer.

Angel assim o fez Helena a colocou na cama, ao lado de Michael, beijou ambos e voltou a dormir. Nunca ninguém soube que Angel fraquejou. Helena agora assombrava a sala no seu lugar. Não permitia que ela perdesse mais o sono.

O outono ia se insinuando no solar que perdeu a cor aos poucos, sendo substituído pelo dourado. O frio já era sentido e Angel ficou na cama um pouco mais naquele dia, e claro, Helena não permitiu que ninguém a importunasse. Acordou sim, apertada em um abraço. E ela conhecia bem aquela sensação.  Virou-se no abraço e encontrou os olhos grises que pela primeira vez em tempos olhava para ela.  

- John?...

- Pode me chamar do que quiser desde que fique comigo... – beijou Angel carinhosamente.

- Michael! Por que demorou tanto amor?

- Eu me lembrei de tudo, eu...

- Eu sei, olha, não sei se seria uma boa idéia falar isso agora... – Michael a cortou.

- Eu preciso encarar meus fantasmas de frente.

- Eu já me elegi o fantasma da casa, então me encare. – provocou Angel, tentando dissuadi-lo.

- É você mesmo que vou encarar, sei que depois do que eu te contar, não vai mais me querer na sua cama. – Michael se afastou. Levantou-se e andou pelo quarto. Angel calou-se. Tudo isso ainda era por sua causa.

Michael narrou, com riqueza de detalhes a história que Angel já sabia. Lágrimas caíam dos olhos de ambos. Michael encaminhou-se para a porta.

- Onde pensa que vai? – Angel foi mais rápida e se colocou entre a porta e ele.

- Sair da sua vida como você sempre quis. – respondeu simplesmente.

- Como ousa? – Angel deu uma bofetada nele. – Como ousa dizer isso a mim? Eu abri mão do meu tesouro mais precioso para você ter o um recomeço descente, eu abri mão do meu amor por você! Eu já sabia de tudo. Eu, os Nashs, Morgan e James. Seu pai não. Ele não suportaria. Fomos  a Paris, aquela mulher que te salvou, nos contou tudo. Foi quando você teve aquela febre, lembra? Não foi por acaso que cheguei com seu pai. Eu já estava no avião quando Helena ligou. Então eu não cheguei a descer em Londres. Decidimos que aquela história morria ali. Mas você lembrou.

- E mesmo assim você...

- Mesmo assim o que? – Angel o encarou. – Eu o amei, desde a primeira vez que vi você!

- Um mendigo! – Michael sorriu. – Gosto não se discute, lamenta-se.

- Quer apanhar de novo? – Angel tinha cara de poucos amigos e Michael resolveu não enfurecer seu anjo.

- Mas... Não entendo... Como... Isa. Eu não entendo como todos vocês ainda estão aqui! – Michael estava confuso demais para pensar coerentemente.

- Você é lento mesmo!

- E você deve estar tendo aulas com a Helena! Onde está o anjo doce que eu conheci!? – brincou Michael.

Angel ignorou. – É simples, seu lento, é que nós te amamos! E isso não é negociável! Temos regras aqui, e uma delas é a tolerância, aceitamos cada um como ele é. Se bem que tive que dar um jeito nos segurança. Mas! Não me venha com esse papinho de auto piedade! – Michael chorava. Angel o abraçou. Então lembrou-se de Helena. – Eu vou deixar você chorar um pouco. Depois você vai lavar esse rosto, vestir uma roupa bem legal, levantar essa cabeça e encarar seus amigos com seu melhor sorriso.

Michael sorriu ainda entre lágrimas e abraçado a seu anjo. – Definitivamente você está tendo aulas com a Helena.

Michael capturou os lábios do seu anjo. Devagar, e como não encontrou resistência intensificou o beijo. Aos poucos o corpo de ambos cobravam a ausência de toques e carícias mais intensas. Michael se concentrou em explorar aquele corpo que fazia perder seu norte.

Na lareira a madeira ainda crepitava dando ao ambiente mais calor que eles precisavam.   

oOo

- O que acha de vestir aquela roupa agora, as equipes de busca agora estão com novos integrantes.

- Não quero ser salvo no momento... – Michael choramingou.

- Nem eu, mas eu perderia meu prestigio, tenho que dar o exemplo!

- Do que? – perguntou curioso.

- Temos uma super-populacão no solar, então tive que colocar algumas regras, isso virou uma bagunça nos primeiros dias, eu e seu pai pensamos que morreríamos antes do fim do verão, aí nós tivemos que colocar regras. E uma delas é horário do café da manhã. Estamos atrasados!

A contra-gosto se levantaram, o primeiro lugar foi à cozinha.

- O café já terminou. Eu estou muito ocupada para servir os dorminhocos que ficaram na cama até agora! – Helena falou sem olhar para traz.

Helena conhecia muito bem o perfume de cada um na casa. Angel e Michael se olharam, o garoto foi até a mau humora e abraçou-a dizendo ao seu ouvido. – Nem para seu mimadinho preferido, pode abrir uma exceção?

- Michael! – Helena se virou no abraço e acolheu o garoto com carinho.

- Não chora, isso não combina com você! – brincou Michael.

- Não estou chorando, é só um cisco. – disfarçou a governanta.

- Você mente muito mal! – cutucou Michael.

- É cisco mesmo amor! Aqui no Solar Reed as lágrimas são proibidas, eu teria que demitir ela sumariamente! – brincou Angel.

- Proibido? – Michael não entendeu.

- Regras que essa sargento impôs! Esse Solar parece mais um quartel! – defendeu-se Helena.

- Olha só quem fala! – Michael estava achando aquilo cada vez mais engraçado.

- Senhor John? – Violet e Mary estavam na porta com Fanny, que se atirou no rapaz quando o viu. Bem como as criadas. Logo os seguranças foram chegando um a um.

Michael sentiu que era amado. Que tinha amigos, mesmo que fossem bem pagos. Ainda assim eram seus amigos. Max estava no escritório em Londres , e veio assim que soube, abraçou o filho com carinho apenas disse “não fui capaz de te ajudar, mas achei quem poderia, e dessa vez acertei”.

oOo

A nova mansão Templar era também na ilha. Pai e filho se mudaram alguns dias depois que Michael se recuperou. O solar ficou vazio. Quase perdeu a luz, as criadas que foram contratadas a mais, foram junto com Helena. Angel ficou só novamente. Ela não entendia porque Michael havia deixado o Solar com o pai. Mas, não disse nada. Eles estavam perto.

Aos poucos Michael foi voltando a ter a confiança de antes, voltou a trabalhar com o pai e raramente ligava para Angel. Mas, o garoto tinha seus planos. O dia já terminava quando Michael  finalmente saiu do closet, vestido em um casaco preto que lhe caiu muito bem. Ele caprichou no perfume que ele mesmo havia feito - ser um gênio perfumista tinha suas vantagens. Ele também havia desenvolvido um delicado perfume para Angel, inspirado nos perfumes que ele havia sentido nos dias em que passara em sua companhia. Sobre o aparador da sala, uma caixinha com o anel que um dia pertencera a sua mãe ; era uma jóia especial, símbolo da união de seus pais, apesar de curta, fora intensa. E rosas, as mais lindas que  mandou importar, visto que estavam no fim do outono.

Parou  na porta do Solar Reed. Olhou para o lampião aceso e sorriu. O garoto dos olhos grises estava por demais nervoso. Não sabia sequer se Angel  estava no solar  ou no hospital, ou se ainda lembrava que mandara ele voltar no outono, apesar de oficialmente ser o último dia do outono. Tocou a campainha, e a criada o atendeu. Ela quase gritou quando o viu, mas controlou-se, e deixou-o sozinho na sala de estar para chamar sua senhora.

Angel estava no jardim, apesar do frio que fazia àquela hora. Olhava para as roseiras secas e para a lápide de Lizie, tão absorta em seus pensamentos que não viu quando a criada se aproximou.

- A senhora não vai acreditar! – Exclamou a garota, entusiasmada.

- Ai! Que susto, Mary! – Angel deu um salto, levando a mão ao coração. – O que foi?

- O senhor Michael está lá na sala! Com rosas lindas!

O coração de Angel falhou uma batida.

- Michael !

A médica saiu correndo para a sala de estar, parando bruscamente na entrada. Manteve uma distância comedida de Michael , afinal, ainda não sabia o que ele fazia ali. Depois de quinze dias, alguns telefonemas rápidos, ela realmente não sabia o que esperar. A respiração de ambos estava um pouco alterada. Angel percebeu o nervosismo dele, e Michael  percebeu a ansiedade dela.

O garoto de olhos grises agora tinha os cabelos curtos. Vestia preto, malha, blazer e calça social, tudo com um corte impecável. Visual novo que o deixou ainda mais atraente. O sobretudo, já esquecido sobre o sofá, denunciava que a conversa não seria curta. Angel surpreendeu-se, acostumada a vê-lo sempre de calça jeans e camisetas.

Foi Michael quem quebrou o silêncio, inseguro e nervoso:

- Angel, eu... Eu estou aqui hoje para te agradecer. – Ele hesitou, vendo que a expressão de Angel dizia claramente que ela não queria agradecimentos, nem um prêmio de consolação. – Você me devolveu a minha vida. Eu... Eu sei que não te mereço, mas eu... Eu gostaria que você se tornasse minha esposa.

Michael  despejou de uma só vez o pedido que havia ensaiado todos aqueles dias, e se puniu mentalmente por tirar todo o romantismo do momento. Ele estava pálido, e tentava encontrar uma resposta no rosto de seu anjo. Angel, por sua vez, jamais esperaria um pedido de casamento. Uma volta, sim, ela torcia por isso, ainda que ultimamente não acreditasse muito na hipótese. Mas um pedido formal de casamento? Isso era uma surpresa e tanto!

O silêncio se tornou constrangedor, e foi só então que Angel percebeu que precisava falar algo. Ela se aproximou devagar, retirou as flores das mãos de Michael, colocando-as sobre o sofá, então pousou a mão no próprio peito e só então falou:

- Meu coração bate por você...

E, pousando a outra mão no peito de Michael , Angel pôde sentir as batidas descompassadas do coração dele.

- E o meu por você, anjo... – Michael  murmurou, sem quebrar o contato com os olhos de Angel, ora verdes, ora castanhos, em uma busca louca por equilíbrio.

- Sim! – respondeu a médica, por fim – A resposta é sim! Pela eternidade!

Michael  tirou do bolso uma caixinha ricamente decorada, e retirou de lá o anel de sua mãe . Tomou a mão de Angel e colocou delicadamente o anel em seu dedo anelar, selando o ato com um beijo sobre ele. Depois a tomou nos braços, e depositou um beijo casto em sua testa, sabendo que as criadas estavam espiando em algum lugar por ali. Com ela nos braços, encaminhou-se para o quarto da biblioteca. Não havia mais nada a se dizer; havia urgência da parte de ambos. O toque naquele momento se fazia necessário. E eles se entregaram ao amor novamente.

Finalmente, a ansiedade que consumira Angel durante aqueles quinze dias, deu lugar a um sentimento morno de paz. Michael  estava de volta, e eles se amaram na doce entrega de almas que se encontram depois de varias marés. Não havia pressa, não havia medo. Não havia nada que fosse mais importante do que Angel. Nada que fosse mais importante do que Michael .

oOo

- Onde a futura senhora Templar pensa que vai? – Michael  tentava prender Angel junto a si.

- Não sei quanto a você, mas eu estou faminta e ainda tenho que dispensar as criadas!

- Quanto a estar faminto, eu também estou. Mas acha mesmo que sobrou alguém na casa depois que te carreguei para cá?

- Seu bobo!

Angel saiu da cama, vestiu seu roupão e mal saiu do quarto quando se deparou com um carrinho de chá coberto por uma linda toalha de mesa. Sobre ele havia um bilhete:

Senhora,

Tomamos a liberdade de fazer uma bandeja. O jantar está no forno. Ah, também tomamos a liberdade de nos dispensar, visto que a companhia do senhor Michael  é com certeza melhor que a nossa!

Estamos felizes com a volta dele.

Até amanhã!

Mary e Violet .

Ah! Levei Fanny comigo, amanhã trago de volta!

Angel sorriu, surpresa pela atitude das duas criadas - elas eram sempre tão sérias e reservadas! Abriu a porta novamente e entrou com o carrinho de chá.

- Este foi o lanche mais rápido que alguém já me providenciou! – Disse Michael,  brincalhão.

- Você estava certo sobre Mary e Violet , elas  se dispensaram! – Angel foi dizendo, enquanto entregava o bilhete a Michael  e descobria a bandeja. Tudo ali fora feito com carinho, que estava estampado na riqueza de detalhes que Angel podia observar.

- Não te falei? Elas são espertas, mas acho bom trazerem Fanny de volta, estou morrendo de saudades dela, nunca tive um cão, sem dúvida é uma experiência e tanto! – respondeu Michael ao ler o bilhete.

Depois de uma noite cheia de carinhos e muito amor, ambos acordaram com a sensação de ainda estarem sonhando. Michael  sentia falta de acordar com o rosto enterrado nos cabelos da sua morena; o cheiro de oceano que Angel exalava era o convite para um dia especial, e esse cheiro seria seu pela eternidade. Amaram-se novamente na manhã fria que se iniciava lá fora, com ares de que o inverno não tardaria a chegar à ilha.

Quando finalmente decidiram sair do quarto já era hora do almoço. A mesa fora posta com esmero, e o almoço caprichado ao extremo. As criadas serviram a ambos com extremo profissionalismo.

 – Quanto ao casamento, James vai cuidar de todos os trâmites legais, isso leva algum tempo. Então quero que escolha uma data daqui a quarenta dias.

Angel congelou no lugar, surpresa.

- Bem, eu...

- Não vai dizer que mudou de idéia! – Michael  parou o talher no meio do caminho e a encarou com um olhar quase assustado. Angel tratou de acalmá-lo:

- Não, Michael ! Que idéia! Eu só fui pega de surpresa... Você não acha que pouco mais de um mês é muito pouco para organizar tudo? E ficamos realmente juntos pouco tempo e...

- Nem tente! Eu sei que amo você, anjo.  – Michael tomou delicadamente as mãos de Angel entre as suas. – Quero  que tenha meus filhos, quero acordar ao seu lado todos os dias, olhar o poente e sentir seu perfume, ver nossos filhos correrem e sorrirem, livres, debaixo desse céu, sem medo de nada.  Quero voltar para casa todos os dias com você nos braços. Quero realizar todos os seus sonhos. Quero envelhecer a seu lado. E eu serei o homem mais feliz do mundo se isso lhe bastar.

Michael  a encarou e uma lágrima caiu de seus olhos grises. Ele havia colocado toda a sua vida nas mãos de Angel.

Angel nada disse, apenas capturou a lágrima fugidia com os lábios e depois desceu para a boca do garoto. O beijo foi tão doce que ambos perderam a noção e o almoço ficou interrompido por um tempo.

- Não se preocupe, meu amor. Amanhã bem cedo vamos a Londres, e eu farei tudo que for necessário. Mas hoje... Hoje quero olhar o poente com você e sentir seu perfume, imaginar minha barriga crescendo com seu filho, sonhar junto com você e imaginar como será envelhecer a seu lado. Quero olhar em seus olhos e perceber que são espelhos que refletem o seu amor por mim. Descobrir e decorar cada pedacinho de você, e no fim descobrir que isso é tudo que sempre sonhei, que seu amor me basta e que vivo somente por você.

oOo

Os preparativos para o casamento em tão pouco tempo foram exaustivos para Angel e para Michael , que organizaram uma recepção digna de um Templar. Era a hora certa de mostrar à sociedade londrina quem eram os Templars, que voltavam a Londres depois de tantos anos. Angel, por sua vez, teve a ajuda de Erin.

O Solar teve um inverno quente. Michael estava sempre em Londres, mas um helicóptero pousava na praia todas as noites. Paralelo ao casamento Angel entendeu que a indústria de perfumes Templar tinha um lançamento milionário em andamento. Tudo mantido a sete chaves, o evento marcaria a instalação da marca em Londres.

Angel e Erin se ocuparam juntamente com Helena, Mary e Violet, de todos os preparativos. Helena executava o que era combinado com Angel, uma firma especializada em casamentos fora chamada é claro, mas elas cuidariam de tudo, apesar da diferença de idade, as cinco se tornaram muito amigas, e principalmente aprenderam a trabalhar juntas. Então faltava o vestido. Angel teve que preparar todo um guarda-roupa para as recepções das indústrias Templar, além de escolher um vestido a altura, sob o olhar de Helena, que acostumada ao mundo dos Templar, sinalizava se era apropriado ou não,  pagava a conta e encaminhava tudo para o Solar.

Escolher o vestido para a recepção do novo lançamento da perfumaria Templar foi mais difícil que o vestido de noiva. Foi pedido que fosse dourado. Angel teve a impressão que experimentaram toda a Londres. Mas por fim um estilista fez ajustes e finalmente Angel foi vestida para a ocasião.  


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