De manhã, quando acordei, as mãos suaves continuavam a acariciar-me.
-Bom dia – disse o deus grego
-Ficaste aqui a noite toda? – perguntei admirada
-Não, acabamos de tomar o pequeno-almoço, por isso vim ver se acordavas – explicou.
-Tenho de arrumar as minhas malas! – afirmei
-Não tens não, fica cá Bella – disse Edward
-Sim Bella, fica cá, podemos fazer tantas coisas divertidas as duas. . . – disse Alice ao entrar no quarto.
-Eu não quero incomodar – respondi envergonhada.
Alice pôs-se de pé em cima da cama onde eu estava e começou a gritar enquanto saltava:
-A Bella fica cá, fica mesmo . . . Wiiiiii
-O melhor é vires comer algo antes de irmos para a escola – sugeriu Edward
-… melhor sim, estou a morrer de fome! – admiti
Assim descemos as escadas juntos, até ao piso inferior onde se encontrava a cozinha, cheguei lá de mão dada com Edward.
-A tua mão está tão fria! – disse-lhe
-Eu sei, nós temos uma doença, que faz com que a nossa temperatura do corpo seja muito baixa. – explicou
Não continuei a pensar na doença estranha de Edward e da família, só pensei em matar a fome que tinha, assim comi uma taça cheia de cereais.
Toda a família de Edward foi para a escola, uns no carro de Edward e outros no jipe de Emmett, eu fui no carro preto e grande do Edward, devia ser muito cara pela luxo que existia dentro dele. Connosco também foi Alice.
-Então, são novos cá? – perguntei
-Mais ou menos, o Carlisle e a Esme já cá estão à algum tempo, mas a nossa transferência da outra escola estava complicada! – disse Edward
-De onde é que vocês vieram?
-Do Alasca – continuou ele
-Há uma coisa que não percebo, porque é que vocês, não chamam pai e mãe ao Carlisle e Esme, mas sim pelos nomes?
-Eles não são mesmo nossos pais, “adoptaram-nos” – disse Alice
-Vocês também viveram em lares? - perguntei surpreendida
-Não, mas também não interessa, é difícil de explicar! – respondeu Edward incomodado
Entretanto chegamos à escola, e não tive mais a coragem de perguntar sobre a sua vida passada, talvez ele não quisesse falar por ter sofrido ou talvez achasse cedo contar-me da sua vida, visto que ainda me conhecia mal.
Segui até à aula de Inglês enquanto Edward foi ter aula de Química.
Na aula de Inglês, não me conseguia concentrar na matéria nem em nada, só sentia uma grande vontade dentro de mim de escrever à estrelinha.
Pensei melhor, agora era adulta, não uma criança, e agora já era patético escrever a uma estrela que não responde.
Voltei a pensar novamente, e resolvi escrever, afinal de contas, todos temos uma criança dentro de nós.
Comecei a rabiscar na última folha do meu caderno de inglês, até o professor chegar ao pé de mim e tirar-me o caderno.
-O que temos aqui menina Swan? – perguntou ele em alto – Uma carta, interessante, vamos lá lê-la à turma.
-Não! – gritei
O professor começou a ler:
“Querida estrelinha, a minha vida mudou, não sei bem como mas mudou muito, como sabes, tu e o senhor pinguim eram os meus melhores/únicos amigos, mas agora ganhei novos amigos, amigos de carne e osso.
Eles são especiais e fazem-me sentir especial também, na casa deles, sinto a família que nunca tive, sinto amor a pairar no ar, sinto o calor humano, apesar de eles serem frios, sinto que finalmente encontrei o meu caminho, mas não posso viver para sempre às custas deles, tenho de arranjar trabalho, casa.
Estrelinha, guardas um segredo? Eu sei que sim, mas guarda-o bem, eu acho que começo a sentir algo pelo deus grego como nunca senti por ninguém, nem pelo senhor pinguim.
Espero que me ajudes.
Com muito amor, Bella”
Toda a turma começou a rir, e eu saí da sala a chorar, nunca me tinha sentido tão envergonhada.
Caminhei pelas ruas de Forks e cheguei a um sitio escuro, voltei para lá, para ficar sozinha. . . mas. . .
-OMG! – gritei horrorizada e fugi