Seu olhar transmitia raiva, escuridão, seus olhos não davam lugar á emoção, eles tinham uma missão, mas eu ainda não sabia qual era, ignorando totalmente o meu instinto de ficar alerta afundei de novo o meu rosto naquela pele macia e naquele corpo quase sem pulsação

Logo a sensação ruim foi se transformando em premonição e enfim confirmação, eu sentia a respiração se aproximando, os movimentos iam ficando mais rápidos, eu não reagi fiquei esperando o seu golpe, quando a respiração finalmente chegou em cima de mim, eu apenas fechei os olhos e o senti, senti a madeira atravessando o meu corpo, perfurando o lado direito do meu peito de onde vertia, descontrolado,  o líquido doce e quente, eu larguei o corpo, sem vida que estava em meu colo, no chão, olhei para Bianca, seus olhos estavam vibrados no sangue que descia pelo meu corpo, eu sentia o desejo expelindo de seus poros

Sem deixar escapar um barulho algum eu arranquei o pedaço de madeira que atravessava o meu peito

Eu ainda sentia o desejo vindo dela, ainda sentia seus olhos vidrados no sangue que vertia do meu peito, eu lhe olhei com doçura

- Prove meu bem, eu sei que você vai gostar, prove meu bem – enquanto eu falava tentava expor mais o lado direto de meu corpo

Ela dava passos pequenos até mim, mas mesmo assim ela estava vindo e era o que mais importava, ela chegou perto de mim e afundou o rosto em meu peito aberto, eu sentia o liquido essencial de minha existência sendo arrancado de mim, com um movimento rápido de predadora eu peguei a estaca e cravei em sua perna direita e cambaleou, com o rosto ainda afundado em meu sangue, caiu, seu rosto que ao mesmo tempo transmitia dor e satisfação, mas seus olhos transmitiam vazio, a escuridão dominava sua alma a sua mente estava perdida, ela me fitou com o seu olhar frio

- Eu consegui – sua boca se curvou em um projeto de sorriso, mas logo a dor tomou conta de sua expressão

Eu iria mata-lá, não matei, sabia que devia estar escondendo algo, então com um chute a deixei inconsciente e logo depois disso a levei pra o meu recanto, o meu porão

Voltei correndo para a sociedade eu precisava ver o meu conselheiro, eu precisava saber o que estava acontecendo, eu precisava saber mais sobre a história dos vampiros, eu precisava saber mais sobre a minha própria história

Entrei ofegante em seu quarto, ele estava de costas para a porta, olhando a janela encarando a imensidão da noite

- Eu tenho as respostas – ele não se virou ficou lá parado, eu fui chegando devagar até o seu lado e lá fiquei por um tempo até organizar todos os meus pensamentos