Desculpe-me, mas pouco hei de me importar

com o amor, ó, tão doce como dizem.

Mas que de doce não há, nada que o faça adoçar.

É um ato insano e descrente.

Desce pela garganta, arranhando-lhe o estômago

o gelando, fazendo o sangue correr.

Não há nada de doce.                                                                    

Não, ó, não há.

O nervoso e as pernas bambas.

Desculpem-me aqueles que gostam de cair nos próprios pés,

Não sinto a razão, e nem sinto o sabor

desse amor, tão doce.

O sal me borbulha, queimando meu estômago.

Não há com o que de se orgulhar,

só trás dor e sofrimento.

Traindo-lhe com uma relés puta,

ou lhe trocando por uma garrafa de licor.

Há coisas que me importam mais.

Dinheiro jamais.

Orgulho deveras nunca.

Paixão e amor, são tudo a mesma coisa.

Na realidade.

Deveras não há.

O amor virou princípio, virou central.

De tudo e de todos.

O que há de ser de mim?

Amor não me importa.

É insano e desleal.

Ó, não é doce, é quase letal.

O que farei?

Não hei de me arriscar, ficarei aqui.

Corroendo meu estômago, como uma traça rói velhos vestidos.

Sem saber o quanto vale, sem saber o que come.

Hei de ficar, sim irei.

Amor não me vale o sofrimento.

Amor não é tão doce como dizem.

Há vocês de colocarem açúcar e sofrerem por causa de uma relés prostituta.