Emily levou um susto ao ver sua mãe e sua avó entrando daquele jeito na mansão dos Burton. De fato, ela não havia nem pensando em revê-las tão cedo.

O que a vovó esta fazendo aqui? Quer dizer, eu poderia esperar qualquer um, menos a vovó. Afinal não a vejo a anos... Mas o que mais me assusta é o fato da mamãe ter ficado daquele jeito, os vampiros não são monstros. - Emily pensava enquanto segurava firmemente a mãos de Anthony.

_Mamãe – Emily começa meio receosa – Eu não posso ir. Já me tornei vampira.

_C-como? - Hanna pergunta com voz trêmula.

_Na noite do acidente, Anthony me transformou em vampira.

_Como pode fazer isso a ela!?

Hanna se altera e se prepara para lançar um feitiço em Anthony mas Emily corre entrando na frente do mesmo abrindo os braços para defende-lo e diz de forma seria:

_Anthony salvou minha vida! Se ele não tivesse me transformado eu estaria morta!

Momentos de silêncio se passam. Hanna tenta organizar os pensamentos, e volta até o momento daquela noite fria e chuvosa. Ela estava com medo e temendo pelo pior por seus filhos. Mas isso não dá o direito de um vampiro imundo se aproveitar da situação para enganar sua filha.

_Emily...

_Mãe, eu o amo. - Emily diz convicta.

_Mas você não sabe o que pode acontecer com os seus poderes. O sangue das bruxas é muito forte, mas você pode morrer filha!

Hanna dizia cada palavra com desespero e angústia. Ela sabia bem o fim trágico que a filha teria se não cuidasse logo de seus poderes. Ela tinha que tirá-la daquela casa custe o que custar.

_Mamãe, vamos cuidar disso. – Emily diz docemente – Juntas.

_Vamos. Você vem comigo.

Hanna se aproxima de Emily mas a mesma se afasta agarrando o braço de Anthony.

_Não mãe, eu não posso ir!

_Você precisa ir ver a conselheira! Precisa treinar. Ver sua situação diante de nossa família.

_Por quanto tempo?

_2 anos.

_O que!!? - Anthony se manifestou – 2 anos longe da Emily? Não!

_Você não tem escolha – Hanna diz ríspida – É isso ou ela morre.

_Ah, querida – disse Emília interrompendo – Desculpe interromper mas ela já está morta.

_Mamãe!! - Hanna grita.

Emily encara Anthony com um aperto no coração.

_Tony eu...

_Não Emy. Não quero que vá.

Emily se vira para a mãe e diz com firmeza;

_Mãe nos dê uma noite para conversar. Amanha a noite lhe darei minha resposta.

Hanna respira fundo não querendo aceitar aquilo de jeito algum, mas depois de pensar um pouco viu que não teria outro jeito. No fundo ela sabia que Emily aceitaria seu destino e iria com ela.

_Certo. Vamos mamãe. - Hanna diz sem olhar para a filha.

_Adeus meu docinho. - Emília diz docemente enquanto ia saindo da casa.

Depois que a mãe e a vó saíram Emily se joga no sofá pondo a mão na testa. Ela não sabia por onde começar a pensar. Sua mãe tinha um lado que era o mais certo, mas seu coração dizia que seu lugar era onde Anthony estivesse.

_Desculpem – Emily pede sinceramente – Desde que cheguei aqui só trouxer confusão.

_Imagina – David diz sorrindo – Desde que você chegou, nossas vidas estão cheias de emoções.

Emily sorriu triste.

_Vamos conversar lá fora.

Anthony diz pegando a mão de Emily e seguindo para fora da mansão. O luar iluminava o todo o jardim. O vento frio vindo do norte batia nas arvores fazendo um baile sombrio entre as folhas verde escuro.

Emily estava nervosa. Não sabia ao certo o que dizer a Anthony, não sabia como explicar, tinha as palavras mas não sabia como dizê-las. Já Anthony temia pela decisão da amada que não o encarava de forma alguma. Tudo estava indo tão bem entre eles, por que Hanna tinha que atrapalhar tudo? Nervoso Anthony solta um grunhido que desperta a atenção de Emily.

_ Anthony – ela o chama – Tudo bem?

_Você precisa acalmar sua mãe. O casamento já aconteceu, não tem como mudar o que já está feito. Ela vai ter que aceitar isso de qualquer jeito.

_Eu não sei como fazer isso. Nunca a vi tão irritada!

_O que ela pode ter contra nós? E tirar você de mim por dois anos. Sua mãe é maluca!

_Não fala isso da minha mãe!

_Ah, é? E o que você quer que eu fale? Quer que eu a apóie? Ela está errada, não eu! Só estou tentando salvar nosso casamento!

_E é isso que você chama de salvar um casamento?

_Pelo menos eu estou tentando fazer alguma coisa! E você ? Parece até que concorda com ela!

_Talvez mamãe tenha razão, isso não daria certo! Olhe para nós. Parece que estamos juntos a anos. Vai ser sempre assim? Se for, é melhor esquecer que tudo isso aconteceu!

_Então se é assim que você pensa, porque não segue o concelho da sua mãe e esquece tudo isso?

_É exatamente isso que eu vou fazer!

_Você acha que é tão simples? Acha que conseguiria esquecer assim?

_Sim, e será como se nunca tivesse acontecido!

_Emily, eu... Tudo bem. Faça o que quiser então!

Emily sai correndo e entrando na floresta escura e fria. Ela só queria esquecer de tudo. Por que as coisas tinha que ser tão difíceis? Ela não podia ser só uma garota normal e Anthony também, por que sua mãe não entendia que ela o amava mais que tudo e por que Anthony não entendia que Hanna é sua mãe e só quer o seu bem?

Ela sentia vontade de se jogar nas águas frias do pântano, mas de quê adiantaria se ela já esta morta? Sentando-se em uma pedra e olhando a água correr, Emily pensava em tudo o que estava acontecendo, será que ela podia mesmo morrer se não fosse treinada corretamente? Por que sua mãe e sua avó achavam que essa mistura de sangues resultaria em algo ruim?

Perdida em seus pensamentos Emily nem percebe a figura esguia que se aproxima dela com lentidão.

_Por que choras minha pequena? - Uma voz doce e calma pergunta.

Emily se levanta em um pulo e encara um pouco mas calma ao ver a bela jovem que estava em sua frente.

_Quem é você?

_Yue.

Yue era com certeza uma bela mulher, mas com feições de anjo. Belos cabelos ruivos com cachos perfeitos, lindos olhos castanhos, lábios rosados e sorriso de criança. Não tinha como não se sentir bem só de olhar para ela.

_Meu nome é Emily.

_Que lindo nome doçura – diz sorrindo – o que faz aqui nessa noite tão fria? Vai pegar um resfriado.

_Eu estou bem. - Emily diz olhando para o lago. Depois de se transformar em vampira não tem mais com o que se preocupar ela pensara. Bem nem tudo estava sendo fácil.

_Oh, por que esta assim? - Yue pergunta se sentando ao lado dela.

_Briguei com a pessoa que amo.

_Oh... Isso é muito difícil. - Yue diz pensativa.

_E você o que faz aqui? - Emily pergunta curiosa.

_Estou procurando uma nova aluna.

_Nova aluna?

_Sou professora. - ela diz com um sorriso.

_De que?

_Se eu contar você não vai acreditar. - Yue dá um pequeno sorriso.

_Pois digo que acredito. Tem acontecido tanta coisa em minha vida que acredito até que porcos tem asas.

Yue riu e então comentou bem perto dos ouvidos de Emily:

_Sou professora de bruxaria.

_Mesmo? - Emily se surpreende.

_Oh, sim. Eu ajudo a pequenas bruxas a se alinharem.

_Então você poderia me ajudar! - o rosto de Emily se ilumina – eu preciso de ajuda para o meu...

_Para o seu...?

_Problema.

_E qual seria? -Yue pergunta interessada.

_Preciso aprender a controlar meus poderes. - Emily diz olhando para as próprias mãos. Ela não entendia ao certo o por que de sua mãe estar tão desesperada, mas se estava é por que o problema é realmente grave.

_Pois então posso ajudar-lhe. - Yue diz se levantando com entusiasmos – Venha comigo?

_Como? - Emily perguntou receosa.

_Confie em mim.

Yue estendeu a mão e meio duvidosa Emily a aceitou, assim que tocou Yue, sentiu uma carga elétrica passar por seu corpo e fechou olhos sentindo seu corpo ser puxado. Quando abriu os olhos se deu conta de que estava em um campo verde  e tenta se levantar com as pernas ainda bambas devido ao choque. Ela olha em volta e percebe o quão bonito o bosque era. Tinha vida, flores coloridos e o Sol brilhava como nunca.

_Vamos começar? - Yue perguntou.

_Onde estamos? - Emily perguntou antes de tudo, percebendo que não estava em Tóquio.

_Inglaterra, o berço da magia – Yue diz sorrindo mas logo fica seria e desce da pedra e se aproxima de Emily – Você precisa saber de uma coisinhas Emily. As bruxas estão separadas em cinco castas: Guerreiras, Curadoras, Murdes, e Videntes. Seu poder se desenvolvera segundo a sua casta.

_Como eu descobri minha casta?

Yue dá um sorriso frustrado, pois nem mesmo ela saberá. Mas depois de pensar ela coça a cabeça e chega a uma conclusão.

_Já sei! Sua mãe? De qual casta ela é? Que poderes ela tem?

_Minha mãe eu não sei, mas pelo o que disse ela deve ser Guerreira. Já minha avó é vidente.

_Não dá pra saber ao certo. Você é uma bruxa que nunca usou seus poderes.

_Minha mãe achava melhor não usá-los. Ela quer que eu tenha uma vida normal.

_Que besteira! - Yue se altera, e começa a andar de um lado para o outro – você é uma bruxa, nunca terá uma vida normal!

Emily olha um pouco assustada para sua mentora, de doce e angelical a totalmente revoltada.

_Oh, desculpe querida – ela diz se acalmando – É que a hipocrisia me mata.

_Como assim?

_Sua mãe não pode lhe esconder meu anjo. Você tem que aprimorar seus poderes. Venha vamos testá-los.

Yue levou Emily para perto de uma rocha bem grande e então parou com ela na frente da mesma.

_Muito bem quero feche os olhos – Emily assim o faz – e quero que se imagine em um situação de muito risco. Em que a vida de alguém muito preciosa está em perigo.

Emily obedecera, em em sua mente vinham os flashes da noite do acidente, e agora vinham com força total. Sua mãe presa naquele sinto, o carro explodindo o corpo de Hanna em chamas.

Enquanto Emily imaginava a situação horrenda em sua mente, seu corpo explodia por fora de tanta luz. Yue via tudo com um sorriso satisfeito nos lábios e pensava – Essa menina vai me render uma bela recompensa...

Tóquio, mansão dos Burton.

Anthony jazia furioso com o que ocorrera. Emily é muito importante para ele e perde-la agora estava totalmente fora de cogitação. Acima de tudo ele a ama e fará de tudo – mesmo contra a vontade Hanna e de todos mas ficará com ela.

_Querido não devia ter brigado com ela – Violeta dizia – Ela esta confusa.

_E como ela acha que eu estou mamãe? - Anthony pergunta indignado – Eu a amo. Mais do que tudo. Não posso nem pensar em viver sem Emily.

_Eu sei meu amor. Mas precisamos ter calma.

_Isso mesmo Anthony – David dizia descendo os degraus da escada calmamente – Emily é uma menina esperta, e ela o ama.

_E também ela precisa se cuidar. - Violata diz.

_Por que? Não entendo.

_Nossos sangues são muito diferentes e incompatíveis filho – David disse dando um suspiro – E também, as bruxas e vampiros vem a anos travando uma briga de poderes que foi apaziguada com um tratado.

_Hoje em dia ninguém mais liga para isso – Violeta disse calmamente – Bem, só a Hanna.

_O problema maior é que, Emily nunca usou seus poderes – David concluiu – Ela tem guardado dentro dela durante todos esses anos.

_E esse é o problema? - Anthony pergunta.

_Não exatamente – Violeta diz – Com essa mistura que ocorreu com os sangues de vocês é bem provável que Emily tenha ganhando novos poderes.

_Isso é ruim?

_Não – David diz – Não enquanto ela estiver protegida conosco.

_Então temos um problema – Alexander diz entrando na sala ofegante.

_O que foi? - os três perguntam.

_A garota sumiu.