The Butterfly escrita por Lonely Looney


Capítulo 8
Capítulo 8 - Eu não amo mais você


Notas iniciais do capítulo

Só um comentário bobo. Não consigo colocar acento em "Quasi" porque só consigo assistir a Corcunda legendado. Quasí pra mim soa estranho, apesar de que eu coloco acento em "Quasímodo"... Eh bien.



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Capítulo 08 – Eu não amo mais você

"Eu não amo mais você".

Cinco palavras tão simples, que há tanto tempo não saíam da cabeça de Esmeralda.

A cigana ajeitava o cabelo, distraída, quando a voz de Zephyr a assustou e ela quase caiu do banquinho.

'Mamãe! Ah... Desculpe...'

'Não, não, querido! Eu já estava acordada há muito tempo... O que foi?'

'É o papai. Ele procura pela senhora.'

Esmeralda olhava nos olhos do filho, que jamais poderiam enganá-la.

'Zephyr... Qual é o problema, realmente?'

Hesitante, o garoto respondeu:

'Bem... É que... Eu queria casar...'

Esmeralda achou muito estranho alguém falar sobre um assunto tão sério dessa maneira infantil, mas ainda assim...

'Verdade? Mas isso é ótimo! E qual o problema? Sei que ela é de boa família porque é Éadaoin!', ela disse, rindo.

'O problema, mamãe, é que ela ainda não sabe...'

'Oh... Mas querido... Então você deve pedi-la!'

'Acha... acha mesmo?'

Pelas perguntas de seu filho, Esmeralda podia ver a confiança que ele depositava na resposta que precisava, e teve medo. Zephyr parecia mesmo muito apaixonado, isso era fácil de se ver. Mas o problema era Éadaoin...'

'Ora, Zephyr! Eu, achar alguma coisa? Isso é decisão de vocês, não é? Se você tem certeza de que ela o ama suficientemente para passar o resto da vida-'

'Como assim?'

'Zephyr... Se vocês dois se amam, não vejo problema nenhum em pedir Éadaoin.'

Depois de ouvir essa frase, Zephyr olhou para a mãe como se estivesse mortalmente ferido. Esmeralda fingiu não perceber.

'Bem, vou procurar seu pai.'


 

Febo, como sempre, andava por aí imponente e majestoso. Esmeralda o viu e acenou. Que casal destoante eles formavam, pensavam algumas pessoas que observavam os dois.

'Ah, Esmeralda... Você ainda é a pedra mais preciosa.'

Ela sorriu para ele, mas não sem pensar o que havia por trás daquele galanteio. Antigamente, elogios como aquele não eram incomuns, mas Febo agora só falava assim com ela quando queria alguma coisa. E ela geralmente se aborrecia depois de ele dizer o que era.

'Algum problema? Aconteceu alguma coisa?'

'Meu Deus, Esmeralda! Mas é claro que não! É que... Você anda tão estranha ultimamente!'

'Impressão sua!' ela disse, sorridente. 'Eu tenho novidades. E acho que são boas...'

'Certo. Você primeiro, então.'

'Hm. Então você também tem notícias. Bem. Zephyr vai se casar, muito provavelmente. Ele e Éadaoin-'

'O quê? Casar? Como assim?'

Esmeralda não se surpreendeu.

'Ora! Marido e mulher, coisas assim...'

'Ficou louca, Esmeralda?' ele disse, sacudindo-a. 'Não, não, não... Desta vez, vocês realmente perderam o juízo! Uma coisa é um namorico, outra coisa é casar! Muito bem, tenho algo a lhe dizer. Vamos embora daqui. Fui promovido, não é ótimo?'

Esmeralda olhava para Febo, incrédula.

'Será muito melhor, vai ver. Preciso ir à Inglaterra. Vou levar você e nosso filho comigo. A vida vai melhorar muito.'

'Eu não irei a parte alguma! Você enlouqueceu, Febo?'

'E por quê? Achei que fosse nômade por natureza! Não estou entendendo essa sua atitude, Esmeralda! É uma oportunida-'

'Você nunca mudou, não é, Febo? Nunca aceitou! Por que se casou comigo afinal?'

'Esmeralda, entenda. Não é essa a questão. Não era assim que eu ia lhe contar-'

'Não importa a maneira, a essência é a mesma!'

'Por que quer permanecer aqui? Podemos ter muito mais! Não vou continuar na mediocridade sendo que posso estar melhor que isto! Não vê que não faço isso só por mim? Penso na minha família, faço isso inclusive por você e pelo meu filho?'

'Nunca nos faltou nada!'

'Como pode pensar tão pequeno?'

'Como pode ser tão ambicioso? Nunca vi esse seu lado! Desde quando é medíocre, Febo? Você está sempre sendo promovido!'

'Mas nunca houve uma oportunidade como esta! Não entende?'

'Não se contenta com uma esposa que não seja nobre?'

Febo, de repente, abraçou Esmeralda apertado e soltando-a falou:

'Perdão, Esmeralda. Não quero que pense isso, certo? Eu a amo de verdade, do jeito que você é. Mas acho que é você que precisa me aceitar...'

Pensando bem, talvez ele estivesse certo. Ela tentou sorrir, mas a qualquer movimento lágrimas pareciam querer brotar de seus olhos...

'Tem razão, meu amor... Preciso pensar...'

E ela se foi, deixando Febo preocupado.


 

Éadaoin fechava os olhos, depois os abria. Não sabia o que via, mas também não queria ver nada. Recordava canções e lendas antigas... E fazia de tudo para não magoá-lo. Ela prometera isso a si mesma.

Então, lá estava ela, estirada sob o peso do corpo do seu jovem amante. Ela sempre era paciente nesses momentos. E mesmo quando ele parecia se preocupar com ela, Éadaoin até fingia. Se ele descobrisse a verdade algum dia, com certeza isso o magoaria profundamente.

Depois, como sempre, Zephyr abraçava sua amante, bem apertado, como se ela fosse fugir.

'Ah, Éadaoin... Eu amo tanto você...'

Ela nunca conseguia dizer nada após essa frase. Mas sempre tentava sorrir.

'Éadaoin... Você seria minha esposa?'

Diante da surpresa, Éadaoin se encolheu nos braços de Zephyr. O que ela responderia? O que deveria responder?

Se pensasse demais, Zephyr notaria sua insegurança. E por que não aceitar? Ele a amava tanto, afinal. E ela gostava dele. De que adiantaria... Quasímodo já havia deixado claro que nunca daria a ela uma chance. E ela não esperava ser feliz em outras circunstâncias. Seria só mais um casamento... Comum, como qualquer outro.

'Claro, por que não...' respondeu a garota, indiferente.

Zephyr a abraçou mais forte ainda e beijou-lhe a testa.

Enquanto ele dormia ao seu lado, Éadaoin lutava contra as lágrimas.


 

Febo voltou para o Pátio dos Milagres, preocupado, e encontrou Esmeralda apreensiva.

'Precisamos conversar.' ela disse.

'Conversar... Conversar... Sim, eu conversaria com você a noite toda, um dia inteiro, se preciso. Mas não gosto de como isso soa.'

Esmeralda riu, sem jeito. Não sabia como falar com ele.

'Por favor, Esmeralda... Sei que está insegura. Não a culpo, é tudo muito novo... Mas precisa confiar em mim.'

'Nunca deixei de confiar em você, Febo. Gosto de você, de verdade. Só quero seu bem... Mas... Não posso ir embora daqui! Talvez antes eu até largasse tudo e me arriscasse nessa aventura com você. Mas agora...'

'Esmeralda, seja franca. Tenho notado que tudo está muito diferente entre nós. Eu sei que há algo errado. E só uso a lógica. O que, em nome dos céus, está havendo, Esmeralda?'

Esmeralda respirou fundo e deu uma pequena pausa, antes de dizer, com voz segura e sem rodeios:

'Eu não amo mais você.'

 


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