Um belo fim de tarde de sábado, um por do sol encantador, no fone uma musica conhecida – para os dois, um enorme sorriso no rosto de ambos. Uma garota, um garoto e uma amizade admirável.

The world has broken down

Every stone's been turned around

We feel no fear at all

Not at all

- Musica bem deprimente não acha Emily?

- Não. – Respondeu a garota sem tirar os olhos do sol que estava se pondo.

- Emily sua emo. – Disse indiferente também olhando para o sol indo embora.

A garota acabará de dar uma risada.

- Essa é a única musica que me faz esquecer os meus problemas.

- E você tem algum problema? – Perguntou Erick dessa vez olhando para garota ao seu lado.

- Não quando estou do seu lado. – Abrindo um lindo sorriso, mas ainda sem encará-lo Emily o respondeu com toda certeza do mundo.

Erick agora se encontrava sério, um vazio enorme havia sido feito com as palavras de Emily.

- Erick? – Chamou-o preocupada, agora seus olhos olhavam para as orbitas negras de seu melhor amigo. – Você está bem?

Depois de um tempo ele respondeu ainda sério.

- Emily. – Disse olhando para os olhos castanho claro de Emily que agora ganhava um tom verde por causa da luz do sol. – Pode prometer uma coisa para mim?

A garota olhou para o horizonte depois voltou a encarar o amigo estranhando o pedido.

- Claro! O que você quiser.

- Se um dia eu morrer. – A garota dessa vez o olhava engolindo seco. – Promete que jogará flores no meu tumulo.

Silêncio... Só se ouvia o barulho do vento, Emily de fato estava assustada com a promessa.

We don't know what's to come

Our beginning had already begun

And now we have to run

Come on

- Claro que prometo! Eu nunca negaria nada para você. – Erick agora sorria radiante. – Mas porque isso agora?

- Nada não eu só queria que você prometesse. – Disse rindo.

- Você é um filho da mãe Erick.

Where have you gone? 

Duas semanas depois e a promessa tinha que ser cumprida, Porque Erick nunca a contou que tinha uma doença terminal? Perguntava para si mesma, talvez maldade, falta de confiança ou apenas não queria vê-la sofrendo, bom se era isso que ele queria ele conseguiu! Ele não a viu sofrer, mas sim ele sofreu e muito.

Todos já haviam ido embora, parentes, alguns amigos, e conhecidos, agora havia apenas Emily e Erick os dois melhores amigos. Erick estava morto e Emily com os olhos inchados de tanto chorar.

O sol aconchegante de duas semanas atrás havia se transformado em uma tempestade cortante.

- Você disse “para sempre” – Disse a garota com os olhos marejados se referindo a um belo dia que eles haviam prometido serem amigos para todo e eterno sempre. – Como você pôde ser tão cruel Erick? – Disse Emily olhando fixamente o “motinho” de terra em sua frente. – Lembra quando eu chorava por qualquer motivo? – Deu uma risada amarga. – Se você me visse agora provavelmente me daria um soco. – A garota ainda tentava segurar as lagrimas que teimavam em cair. – Mas você está longe de ser um “qualquer motivo”, Erick...

Por fim não conseguiu segurar as lágrimas chorava descontroladamente, as lágrimas que conseguiu segurar até o final do enterro desmoronou de uma única vez, a dor no peito só aumentava a cada lágrima.

- Você foi o cara mais legal que eu conheci. – Disse ajoelhada com os olhos mais vermelhos do que nunca. – Quem diria não é mesmo? Você parecia o mais saudável de nós dois. – Disse tocando um pouco da terra que cobria o corpo de seu melhor amigo. – Porque você fez isso comigo Erick? Você me prometeu que seria pra sempre... Sempre. – Disse refletindo o poder que essa palavra havia.

Pegou em seu bolso uma rosa branca que havia guardado... a promessa... só de lembrar daquilo era como levar uma facada no peito.

- Pode fazer um favor pra mim agora Erick? – Perguntava agora olhando pro céu onde gotas de chuva caiam. – Por favor, não me deixe esquecer-se de você. – Implorava enquanto a chuva caia e molhava seu corpo. – Eu te amo muito e você sabe disso.

Emily deu um beijo na rosa branca e a jogou no tumulo de seu melhor amigo como um ultimo presente para ele.

- Você é um filho da mãe Erick. – Disse sorrindo e secando as lágrimas.