"Sebastian.." Ecoou uma voz no vazio da sala de xadrez.

"Sim, Bocchan?" A figura alta do homem saia do escuro, com olhos vermelhos, ferventes.

"Você vai vir.. Não vai?" O pequeno sussurrava, olhando para a janela, com olhos vazios.

"O que quer dizer?" Seus olhos vermelhos pareciam confusos diante da pergunta.

"Mesmo que eu esteja sozinho, desesperado. Mesmo que tudo que eu faça seja sussurrar seu nome... Você virá, não virá?" Na mente de Ciel, se passava a solidão, que surpreendentemente desaparecia, somente com aquele homem ao seu lado.

"Eu viria, Bocchan.." -Sebastian se aproximava dele- "Mesmo se todas as estrelas.." -Se abaixava, olhando diretamente para os olhos do pequeno- "E mesmo se a Lua já perdessem seu brilho." -Abraçou o pequeno. Como ele estava frio.. Deveria ter passado quase a noite toda naquela sala vazia, escura, só olhando para a janela, refletindo sua solidão. Chegava a preocupar o demônio que aquele que agora já não era mais só seu mestre, mas também seu amor efêmero estivesse só...

"Eu não quero ter que te deixar! Sebastian.." -Ciel falava, quase vociferava, deixando escapar uma pequena lágrima.

"Sim, Bocchan?" -Ele afagava os cabelos do menor, acolhendo-o em seus braços e seu peito.

"Eu te amo..." -Os olhos do pequeno se enchiam em lágrimas, até que já não pudesse mais ver sequer o mordomo.- "Você é o unico que me tira dessa escuridão e dessa destruição que o fogo deixou para trás!"

"Ciel..." -Uma coisa efêmera na eternidade. Sebastian se afundava nos cabelos, no corpo e até na alma de Ciel.- "Enquanto viver, eu vou te amar."

"Não.. Você viverá eternamente, e, eventualmente me esquecerá. Não quero que sofra para sempre. Mas peço que guarde minha alma onde sempre possamos estar juntos, uma lembrança que fará a eternidade ser nossa." -Ciel parava suas lágrimas, sorrindo fracamente ao maior.

"Venha, vou te levar para a cama, já está tarde. Está frio hoje, então teremos de dormir na mesma cama." -Sebastian sorria maliciosamente ao menor.

"Não! Definitivamente não preciso!"- Ciel se debatia, corado com vergonha.

"Yes, my Lord." -Sebastian ria com Ciel.
"Sebastian! Sebaaastiaaan!"

A Lua brilhava, enquanto os olhos azuis encontravam os vermelhos.