Indagava-me por minha exitência errônea
Devaneiando em meus pensamentos
Esquecendo-me que era agora mortal
Quando atravessa-me um vulto
Um vulto esdrúxulo
Um vulto sinuoso que apenas prendeu minha atenção
Uma existência que pôde me desviar os pensamentos
Quem será tal alma?
Qual será teu nome, tua voz?
Apenas devaneios confusos que não pude compreender
Fantasias conturbadas de uma realidade distante
Pensei esquecê-la, mas...
Por que? Por que não a esqueço?
Terei eu, um anjo, me preocupado com um mortal?
Terei eu me apaixonado por uma existência mortal?
Não pode ser verdade...
Por que eu, imortal, impassivel teria um sentimento mortal?
E por que logo por um mortal?
Mortal ao qual nada sei se não teu rosto
Nada sei se não o que sinto a teu lado
Só pode ser isso... Amor, é assim que chamam?
Paixão, será isso real? Amor não existe entre anjos...
Devo ser o primeiro, mas ainda assim não chego a acreditar...
Que os anjos podem amar...