—Oi Dylan! – Com um sorriso no rosto, me sentei ao lado dele.

         —Oi Melody, vamos começar? – Ele parecia estar tímido, mais um pouco ansioso.

         —Claro! – Tentei esconder meu nervosismo.

         —Então, classe, vocês abrirão este sapo, para podermos analisar a estrutura interior. Vamos começar dissecando-o.

         —Ah não! Eu não vou dissecar esse pobre sapo! – Eu disse colocando a mão no rosto pra não ver.

         —Ah, você consegue! Eu te ajudo se quiser...

         Ele vai me ajudar? É claro que eu quero! Que pergunta... Mais não sei se posso aceitar... Seria esquisito, eu feiticeira e descendente de uma guerreira, pedindo ajuda pra dissecar um sapo?!

         —Ah, sim... Se você puder me ajudar... Seria bom! – Fiz a maior cara de feliz!

         —Bom, eu não imaginava que você diria isso, mais... Eu te ajudo.- Ops! Ele não imaginava... Que eu dissesse isso?!

         Ele segurou na minha mão e me ajudou a cortar.

         —Ai, que nojo!

         —Não acho, é interessante. – Ele saiu de perto de mim, mais continuou segurando a minha mão.

         —Eita... Pode largando a mão dela! – Myzuno chegou acabando com tudo!

         —Eu não acredito! O que você está fazendo? – Dylan e eu falamos ao mesmo tempo.

         —Nada... Eu e o Eurus estamos só de olho em vocês!

         —Seu bocó! Não era pra você falar isso pra eles! –Eurus falou com raiva.

         —Poxa! Eles tem que ficar sabendo que não os queremos juntos!

         —Hum? É por isso que vocês estão fazendo isso? Ciúmes? – Dylan falou.

         —Não é isso exatamente... – Myzuno falou.

         —Eu e ele não estávamos... Bem... Juntos! – Falou Eurus nervoso.

         —E vocês acham que eu namoraria ela? – Está bem... Agora ele pegou pesado!

         —Ei! Olha bem como você fala dela em... – Myzuno tentou me defender, mais o sinal o cortou.

         —O que? Você fica me insultando porque, seu bocó?- Eu falei, realmente com raiva.

         —Eu não fiz nada. – Disse Dylan.

         —Pois você é um Mané, sabia?

         —Não era isso que eu queria dizer... – Duvido! Com certeza ele queria me magoar!

         —Mas foi o que eu entendi! – Falei.

         —Foi mal, então.

          Epa! Sem essa de “Foi mal”... Eu fico com mais raiva ainda...

         —E aí? Já acabaram com a discussão de amor? Pombinhos! – Elisa falou com um sorriso, e como sempre, se intrometendo.

         —Olha... Eu, ele... Nós, não somos um casal!

         —Então chega de briga, porque querem fechar a sala e temos que ir pra casa.

         —Ah, sim... Vocês já querem ir... – O meu colar começou a brilhar.

         —O que é isso? A minha pulseira esta brilhando... Acho que é uma chamada urgente!

         —É melhor nós irmos, esta acontecendo algo no mundo mágico! – Disse Myzuno.

         —Espera! – Elisa falou, com os olhos brilhando. – Acabei de ter uma visão!

         —O que você viu?

         —Essa chamada... Lembra que quando fomos naquela reunião e eles disseram que a Selena estava de volta?

         —Sim. Todos disseram juntos.

         —Então... A Selena é a Melody.

         —Como assim?- Perguntamos.

         —Não sei. Na minha visão ela tinha os olhos em chamas e estava com raiva por algum motivo. Mas você estava ao nosso lado em uma guerra.

         —Que estranho... Achei que eles não estavam falando de Selena em pessoa, mais sim alguém de sua família. – Myzuno estava meio confuso.

         —Então, eu sou dessa família?

         —Eu não sei. Mais seja o que for, não perca sua força de vontade, não vá pelo caminho que talvez você tenha herdado.

         —Eu nunca seguiria essa Selena... Ou seria ela. Não pode ser! Será que eu sou adotada?

         —Esquece isso agora. Temos que ir. – Disse Dylan... Acho que ainda estava com raiva.

         —Vamos.

         Abri o portal e todos entraram. Dessa vez fomos parar direto na sala de reuniões.

         —Onde estamos? – Dylan foi o primeiro a comentar.

         —Estamos na sala de reuniões, lembra? Aqui que aconteceu o último RCM. – Tentei dar uma de esperta, e falei. Acho que não deu muito certo...

         —Que legal! Mais está um pouco deferente... – Elisa comentou.

         —Também achei, está um pouco... Vazio. – Falei.

         A sala estava vazia. Ou seja, não tinha nenhum móvel e nenhuma cadeira. Nada. Nem cortina tinha mais...

         —Aconteceu alguma coisa por aqui! – Elisa falou.

         —É, mais a mensagem que nos enviaram era para nós virmos aqui nesta sala mesmo.

         —Tem razão Dylan. E eu acho que quando abri o portal, não errei o caminho. – Continuei. – Dá uma luz aí, Myzuno. Alguma solução?

         —Na verdade não. Isso nunca tinha acontecido antes.

         —Nem isso você sabe fazer? É, esses instrutores de hoje em dia não são como os de antigamente! – Eurus entrou na conversa.

         —Dá pra parar! Eurus, não é hora de implicar!

         —É, ta...

         —Vamos lá fora. Talvez esteja acontecendo algo por lá. Da última vez que viemos aqui, estavam invadindo o reino mágico. Eles disseram que não queriam por eu e o Myzuno em perigo.

         —Estranho... Eles não me disseram nada sobre isso.

         —É verdade, eu estou... – Elisa estava com os olhos brancos, saindo uma luz, e logo em seguida desmaiou.

         —Lisa! – Dylan a segurou.

         —O que aconteceu?

         —Isso acontece quando ela tem uma visão que ela não queria ter ou que vai acontecer algo grave. Isso acaba com a sua energia.

         —E agora?

         —Não sei. Isso já aconteceu várias vezes.

         —Mais... O que será que ela viu?

         —Não sei. Mais da última vez que ela desmaiou, ela tinha previsto que o tio dela iria morrer.

         —Mais aconteceu mesmo?

         —Sim. Uma semana depois, ele teve que vir para o reino mágico para concluir uma missão... Mais ele foi morto em combate. Foi uma dor muito grande pra ela, pois ela chegou tarde demais para salvá-lo.

         —Que horror! Mais como ela ainda é tão alegre assim?

         —Ninguém sabe. Ela sempre foi assim. Nunca está triste por completo, está sempre rindo. É isso que as pessoas admiram nela...

         —Ahn, vocês ainda estão ai? – Lisa falou se levantando.

         —Sim, que bom que você acordou! – Falamos alegres.

         —Eu tinha visto...

         —O que você viu? – Perguntamos ao mesmo tempo.

         —O Dylan... Ele ia morrer... – Pela primeira vez, eu a vi triste.

         —Como assim? – Falei espantada.

         —Não sei, exatamente. Ele estava tentando atacar um bicho gigante... Eu não entendi direito...

         —E depois?

         —Não vi mais nada.

         —Isso não importa, vamos. – Disse Dylan, determinado.

         —Você está louco? Você não vai. – Eu não podia deixá-lo ir!

         —Temos que correr o risco. – Retrucou.

         —É... Nós temos que ir. – Disse Eurus.

         Fiquei muito preocupada, mas não sei se devo falar. Vai deixar muito na cara que eu gosto dele. Então prosseguimos.