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12º Capítulo – Descobrimentos - Parte II

Por incrível que pareça, na manhã seguinte acordei triste e não estava com disposição para nada, porque no fundo não queria que o meu pai sofresse, eu sei que parece errado depois de tudo o que ele me fez, mas eu não quero que o meu pai vá para a prisão ou coisa pior, mesmo depois de tudo o que ele me fez, eu só quero que ele me peça perdão e que voltemos a ser a família como antes, não quero voltar a sofrer, quero ser feliz.

Quando desci as escadas da casa do Jacob, senti os seus braços fortes em volta da minha cintura.

- Bom dia meu amor. – cumprimentou-me o Jake.

Ele abraçou-me carinhosamente e quando me virou beijou os meus lábios de forma carinhosa e apaixonada.

- Bom dia Jake. – sorri para ele.

Tantas vezes que tive medo que ele me deixasse, nunca acreditei que ele me aceitasse como sou e o que sofri e o que me fizeram.

- Vamos comer, tens que te alimentar bem para estares forte para conseguires superar tudo. – disse-me já puxando-me para sala onde apenas se encontrava a Rachel.

- Bom dia. – cumprimentou-nos ela. – Jacob, o pai já saiu, mas disse que voltava cedo. – disse-nos a irmã do Jacob.

Durante o resto do pequeno-almoço ninguém comentou nada, muito menos o sucedido do dia anterior, o que dei graças a deus por isso.

Eu não estava com vontade de começar a explicar novamente os meus motivos de não querer denunciar o meu pai, a verdade é que ele é o meu pai, então ele merece uma segunda oportunidade e agora que ele sabe que tenho alguém que se importa comigo, ele não vai tentar fazer mais nada.

Quando terminamos de comer, o Jake seguiu comigo para a rua.

- Jake, eu preciso de ir a casa, eu despacho-me. – disse-lhe, mas ele não ficou muito feliz.

- Eu vou contigo, não te quero sozinha naquela casa. – explicou-me e seguiu-me em direcção á minha casa.

Quando entrei notei que estava vazia, nem sinal do meu pai, o que me deu um enorme alívio.

Subi para o meu quarto, peguei na toalha de banho, numa calças e numa camisola de manga cumprida e fui em direcção á casa-de-banho tomar um duche rápido.

Quando desci, o Jake estava a ver uma das minhas fotos quando ainda tinha apenas 10 anos, onde estava com a minha mãe numa das poucas fotografias que tinha com ela.

- O que aconteceu ao teu cabelo? – perguntou-me assim que me viu a descer as escadas.

- O meu pai obrigou-me a pintá-lo, uma coisa estúpida ,nem sei bem porquê, mas já não o pinto á meses e acho que devido ao meu estado o meu cabelo começou a escurecer. – expliquei-lhe.

- A cor do teu cabelo era diferente, ficava-te bem. Claro que continuas linda e serás sempre maravilhosa. – elogiou-me e eu abracei-o.

- Obrigada Jacob. – agradeci-lhe e ele retribuiu o abraço apertando-me contra o seu corpo.

- Não tens que me agradecer Nessie, eu amo-te e nunca me senti assim por ninguém. – ele olhou-me nos olhos e beijou-me.

O beijo foi lento, apaixonante e muito cuidadoso, parecia que tinha medo que eu me partisse ao meio

Quando os nossos olhos se encontraram senti que era amada e que nada podia mudar isso.

- Amo-te. – disse-lhe nos olhos e voltamo-nos a beijar apaixonadamente.

- Vamos, temos que ir para a escola. – disse-me o Jake interrompendo o nosso beijo.

Quando saímos de casa fomos em direcção á sua mota e partimos para a escola.

O dia passou rápido, a Hilary não se meteu comigo e passei os intervalos inteiros com o meu amor.

Quando voltamos para casa o Jacob começou a implicar que eu nunca mais deveria voltar a morar com o meu pai, mas eu não aceitei.

- Nessie, por favor não vais voltar para aquela casa, depois do que ele te fez? – dizia-me o Jacob.

- Jake, mas aquela casa é o meu lar, o meu pai já não me vai fazer nada, não agora que sabe que tenho alguém que conhece toda a verdade. – disse-lhe indo abraçando-o.

- Eu não concordo com isso, podes muito bem viver na minha casa, o meu pai não se importa, a minha irmã também não e eu estaria muito mais descansado. Nessie ele fez-te coisas que devias estar agora a conhecer e acredito que tenhas ficado com traumas, aquele canalha devia estar morto e tu ainda o proteges? – o Jake tentava que eu visse pela teoria dele, mas eu não iria dar o braço a torcer, eu não posso viver na casa dele.

- Jake, eu prometo que sempre que ele tentar alguma coisa eu chamo-te, podemos deixar as janelas abertas e tudo o que mais queiras, mas eu quero o meu quarto, a minha casa, mesmo que não tenha boas recordações, eu preciso de lá estar. – tentei explicar-lhe.

- Ai Nessie, eu não quero que mais nada te aconteça. Só de pensar no teu pai apetece-me ir lá e acabar com ele e depois vens tu com essa conversa, eu fico aterrorizado. Eu não posso aceitar isso. – disse-me o Jake completamente alterado no meio da sua sala.

- Jacob o que se passa aqui? – perguntou o pai do Jacob que tinha chegado da cozinha.

- Pai, ajuda-me. A Renesmee quer voltar a viver com o pai, já tentei ela não me ouve. – ele explicou ao pai.

- Renesmee, o Jacob tem razão. Tu podes muito bem viver aqui, eu também não irei ficar descansado se viveres naquela casa. O que o teu pai te fez é muito grave e já não quereres denunciá-lo é terrível, quanto mais continuares a viver debaixo do mesmo tecto que ele. – disse-me o pai do Jacob.

- Obrigada senhor Billy, eu agradeço imenso a sua sugestão, mas eu não me iria sentir bem aqui a dar-vos trabalho. E é o que expliquei ao Jake, agora o meu pai já sabe que existe pessoas que sabem a verdade, ele não é estúpido ao ponto de voltar a fazer o mesmo. – eu não poderia deixar o meu pai sozinho, ele não iria aguentar e eu só quero ser feliz e para isso tenho que ter pelo menos um membro da minha família comigo, neste caso é o meu pai.

- Renesmee, quero que saibas que fiquei a gostar muito de ti e agradeço tudo o que fizeste pelo Jake, ele está realmente mudado, por isso digo-te que podes contar sempre connosco e tu mereces o melhor. – disse-me o pai do Jake, numas palavras que me sensibilizaram.

- Obrigada.

A tarde passou depressa e no fim do dia o Jake foi me levar á porta da minha casa.

- Renesmee caso acontece alguma coisa, nem que seja a mais insignificante grita está bem? Eu preciso de saber que estás bem. – ele olhou para mim, puxou o meu rosto para perto do seu e continuou. – Nessie eu amo-te e prometo que nada de mal te vai acontecer a partir de agora.

- Obrigada Jake, eu também amo-te e nem sabes o quanto. – nem tinha terminado a frase o Jake beijou-me com toda a paixão que ele sentia por mim, todo o amor e ternura, mas nesse momento um barulho vindo de dentro de casa nos vez parar e o meu pai passou á porta.

Senti o Jacob enrijecer, olhou para o meu pai e deu um passo para dentro de casa.

- Se lhe tocar, nem que seja com um dedo num fio de cabelo dela, prometo-lhe que mato-o, percebeu? – ameaçou o Jake ao meu pai.

- Jake, pronto pára. – o meu pai virou costas e foi-se sentar no sofá sem dizer uma palavra.

- Nessie, já sabes se acontecer alguma coisa, avisa-me, eu venho logo a correr. – ele disse-me abraçando-me e despedindo-se de mim.

Quando o Jake saiu e eu fechei a porta, o meu pai falou pela primeira vez.

- Renesmee, Renesmee, Renesmee, quando ele tiver o que quer depois deixa-te num piscar de olhos. Renesmee não te iludas, rapazes como ele só querem uma coisa e quando tu lha deres ele descarta-te por outra. – disse-me sem olhar para mim, continuando a beber cerveja e a ver o jogo que dava na televisão, como se o que ele tivesse a dizer fosse uma simples conversa de pai e filha.

Eu não lhe respondi e fui em direcção ao meu quarto.

Quando abri a janela, vi o Jake lá á espera, ele acenou e eu imitei-o e deitei-me na cama.

Será que o Jacob só quer mesmo aquilo de mim?

O meu pai não é a primeira pessoa a dizer isso, mas nesta altura eu não estou pronta para um envolvimento mais físico, sinceramente nem sei se conseguirei ter alguma vez.

Será que é verdade?

Adormeci na minha cama, ainda com roupa e tudo a pensar nesta questão que tanto me importunava.

O final da semana chegou rápido e estava eu e o Jake á porta da minha casa a combinarmos o nosso sábado.

- Nessie quero sair daqui, estou a pensar ir a La Push amanhã, queres vir? – perguntou-me o meu amor, quando se despedia de mim.

- A La Push? Claro que sim Jake, eu adorei quando lá tivemos. – e é verdade, só de me lembrar que lá foi onde demos o primeiro beijo, fico ansiosa de lá voltar.

La Push é linda, parece mágico, não sei explicar, mas dá uma paz de espírito que uma pessoa deixa de parte todos os problemas.

- Óptimo, então fica combinado. Dorme bem princesa. Amo-te. – o Jake despediu-se de mim.

- Também te amo amor. Até amanhã.

Desde o dia que o Jake descobriu o que o meu pai de fazia, nunca mais ele me dirigiu a palavra, e muito menos me tocou.

O meu pai tem estado longe de mim, o que por um lado fico feliz, mas por outro sinto que não era isto que queria, mas não poderia fazer nada, estava tudo nas mãos do meu pai.

O sábado chegou e eu decidi caprichar um bocadinho na minha imagem.

Tomei um banho bem descontraído, vesti umas calças de ganga escuras justinhas, coloquei uma top com brilhantes, fiz uma maquilhagem leve e calcei umas botas de cano alto.

Sai de casa super contente pelo dia que iria ter, eu amo La Push, eu amo o Jake, então este dia só poderia ser excelente, ou pelo menos assim eu pensava.

Quando cheguei a casa do Jake a irmã dele pediu para o ir acordar que ele ainda estava a dormir, eu achei estranho, pois tínhamos combinado ás nove horas e eu já estava atrasada.

Subi as escadas e bati três vezes na porta e ele não disse nada, então conclui que ainda estava a dormir e decidi acordá-lo.

Quando abri a porta o meu mundo caiu, na cama do Jake não estava só ele, a Hilary também estava abraçada a ele, completamente nua junto a ele.

Senti as lágrimas escorrerem-me pela face, fechei a porta do quarto dele e desci as escadas a correr, sem dar conta do que vinha na minha frente.

- Renesmee, Renesmee, o que foi? – perguntou-me a Rachel?

- Vai…vai ver pelos teus próprios olhos Rachel. – disse gaguejando e sai daquela casa a correr, sem rumo nem direcção, eu não senti nada, só queria desaparecer e esquecer tudo e todos.