Assim permaneceram por uma hora. Setsuna já tinha se acostumado com a sensação de ter Konoka abraçada a si. Olharam as estrelas, contaram histórias, sorriram... A maga adorara cada momento de provocação com a espadachim, que embora meio assustada, estava compartilhando do gostar de estar tão próximo à amada.

Chegara a hora de dormir, a angústia tomou conta da protetora, enquanto levava Konoko para o seu próprio quarto. Fazia parte do plano de Asuna, elas não serem incomodadas. Dessa forma, levou um tempo, mas a maga acabou convencendo sua protetora a permitir que ela dormisse em um lugar 'inapropriado para alguém como ela'.

Deitada na cama, Konoka esperara Setsuna sair do banho, enquanto a outra, planejava formas de ficar no banheiro pra sempre, só para não ter que lidar com aquela situação. Não sabia como aguentaria passar uma noite com Konoka, e se comportar como sua protetora espadachim, nesse intervalo de tempo. Seria a noite mais angustiante de todas.

Passado vários e vários minutos, e cedendo às pressões de Konoka que a todo momento lhe chamava, Setsuna saiu, corada, de camisola, e correu em direção a sua cama. Deitou ao lado da amiga, que sentiu uma vontade muito forte de beijá-la... Mas não, precisava seguir o script organizado por Asuna.

Se ajeitando nos braços da amada, a maga apoiou sua cabeça no pescoço da espadachim, que tremia a cada respiração da outra. As sensações percorreram-na por todo seu corpo, e Setsuna não sabia mais o que fazer com os desejos que sentia. Fechara os olhos, e tentara relaxar, o que era impossível, ouvindo a respiração da amada como um sussurro, e sentindo-a ao seu lado na cama.

– Se-chan?

– O-oi? - Saindo do transe, disse, assustada.

– Eu sinto umas coisas engraçadas quando estou com você...

Setsuna corou bruscamente, e tentou desviar o olhar da maga, que puxou seu rosto gentilmente, para encará-la melhor...

– E... que...  -  Ela intencionava perguntar, mas realmente não sabia se aguentaria ouvir a resposta. Estava se controlando para não beijar a maga, que a encarava de muito perto.

– O que você sente por mim, Set-chan?

Definitivamente, Setsuna preferiu ter perguntado. Tudo o que não queria responder agora era algo como a essa pergunta.

– Você sabe, Kono-chan...

– Não, não tenho certeza.

A frase confundiu Setsuna. Como a amada não podia ter certeza da sua amizade, mesmo diante de tudo que fazia por ela...? A menos que ela não estivesse falando de amizade. A espadachim, então, sentiu um estalo. Tava na cara, todo esse tempo. Esse comportamento estranho, essas palavras estrahas, e demonstrações de carinhos, explicitas e contínuas... Ela era correspondida.

– Você é tudo pra mim, Kono-chan.

Konoka sorriu, mergulhando seu rosto no pescoço da amiga, que suspirou fundo e fechou os olhos.

– Você também é tudo pra mim, Se-chan... - disse, em um sussurro provocante, próximo ao ouvido se Setsuna.

E, assim, tempo depois, as duas pegaram no sono, ainda abraçadas.