Konoka até pensara em responder Negi, mas fora interrompida por um vulto branco que passara correndo, por de baixo de suas pernas, entrando em uma porta .

A maga olhara para o arminho que se jogara contra a parede, parecendo assustado.

Só havia uma coisa no mundo que o deixava realmente aterrorizado. Presumiu.

– Asuna-chan...

Dito e certo, a guerreira descontrolada apareceu procurando pelo arminho:

– CADÊ ESSE ARMINHO TARADO???? EU TE PEGO, SAFADO!!

– O que ele fez dessa fez? - ela não pôde deixar de rir à expressão de ódio da amiga.

– Adivinha?? Eu estava dormindo na paz, e de repente, quando acordo, esse arminho tarado estava sonhando com não sei o que, e tentando beijar minhas pernas.

– Ah! Então ele estava dormindo? Só isso? - Perguntou Negi, ingênuo.

Asuna ruborizou-se, instantaneamente.

– Como assim "só dormindo"? Ele é um tarado! E vai morrer agora, isso sim! Vou te pegar, safado!

Gritou Asuna, procurando por Kamo, que saiu correndo pelo outro lado do salão, e conseguiu escapar das suas investidas.

Asuna, em menos de dois minutos, desistiu de procurá-lo por preguiça, sentando no sofá ao lado da cadeira em que Konoka se encontrava.

– Vou descansar um pouco de procurá-lo, mas se ele reaparecer na minha frente... ah, eu pego. - disse, ficando confortável ao colocar os pés para cima no sofá.

Konoka observou a amiga, admirada. Era realmente engraçada...

Após uns segundos de silêncio, a ruiva encarou a amiga, coisa que não fazia a um bom tempo, e tomara um susto.

– E o que aconteceu com você? Um furacão passou e bagunçou tudo??

Negi foi o primeiro a rir, depois seguido por Konoka que percebeu que estava precisando de um bom banho, para esfriar a cabeça.

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Mais tarde, Asuna encontrara, por acaso, Setsuna pelos corredores do colégio.

– Set-chan.

– Oi... Asuna - disse, distraída. Não tinha percebido a presença da outra.

– Como estão as coisas?

Setsuna não sabia o que dizer. Sua expressão dizia tudo. Estava arrasada desde o acontecido, evitando as aulas, evitando conversas, evitando pessoas. Então, sem resposta, simplesmente permaneceu em silêncio, e a Asuna continuou.

– Sinto muito...

– Pelo que?

– Você sabe... Pela discussão entre você e Konoka.

Os olhos da espadachim lacrimejaram, e ela apenas desabafou, algo que estaria engasgado.

– Eu sei que fui egoísta, mas eu realmente acreditei que seria o melhor pra ela também...

– Então por que você deixou ela pensar que iria embora ?

Setsuna não entendeu, e confirmou:

– Como assim? Não fui eu quem disse para ela que iria embora. Mas, de qualquer modo, eu pensei em ir realmente. Então... foi tudo culpa minha.

– Não. Ela pensou que você iria embora de verdade, que teria desistido de protegê-la.

– O que?!?! Por que ela pensaria isso? - disse, consternada

– Talvez por que você não tenha dito nada, no momento em que deveria ter explicado as suas razões para ter decidido partir?! - respondeu, sarcástica

Setsuna se encostou contra a parede, e simplesmente sentou no chão.
Asuna sentou ao seu lado, e continuara, explicando os sentimentos da maga.

– Ela está chateada por isso, Set-chan. Pensa que você iria deixá-la sozinha, depois do que sempre a prometeu. Você precisa conversar com ela, dizer que não é verdade. Eu tentei mas ela simplesmente não me deixa tocar no assunto "você".

Uma lágrima caiu dos olhos de Setsuna, que temia os sentimentos que Konoka estaria sentindo por ela naquele momento. Não deixar Asuna tocar no assunto, não era típico de Konoka. Ela estava realmente chateada. Nunca tinha visto ela assim. Konoka sempre foi a garota mais calma e paciente que já teria conhecido. Tudo isso a assustou.

– Não sei se eu consigo.

– Por que?

– Tenho medo que ela me mande sair do quarto dela, novamente.

– E por isso, você prefere que ela te mande para fora da vida dela, totalmente?

Setsuna se assustou. Não havia pensado nisso. Sempre acreditou que em algum momento ela a perdoaria, quando visse o quanto ela estava arrependida, no entanto, o que Asuna havia lhe contado era sério, e quase uma ofensa pessoal... Ela não poderia deixar Konoka acreditar nisso, nunca a abandonaria à própria sorte... ainda mais por aquela razão - um beijo.

– Eu vou fazer um reconhecimento hoje. Ficarei fora alguns dias. Vou aproveitar esse tempo para pensar em tudo isso que você me disse.

Setsuna se levantou, e deixou Asuna sozinha. A ruira suspirou, e disse:

– BAKA!

– Quem é baka, Asuna-san? - perguntou Negi, assustando Asuna, que se surpreendera ao ouvir uma voz masculina, de repente, por trás dela.

– Que susto, Negi-chan!

Negi sentou no chão, ao lado da ruiva, sorrindo, satisfeito.

– Quem é Baka?

– Setsuna-chan... - declarou, seguido de um suspiro

Sem juntar o nome à pessoa, e entender a razão do "Baka", Negi mudara de assunto, e admitira.

– Sabe, Asuna-san. Eu estou preocupado com a Konoka-san.

Asuna respirou profundamente, tentando entender como um ser humano poderia ser tão inteligente e tão burro ao mesmo tempo. Bateu na cabeça do rapaz, e explicou:

– Exatamente. Eu também estou. E Setsuna-chan é a razão do problema da Konoka-chan.

– Elas brigaram?

– Sim, seu tapado!! - disse, batendo novamente em sua cabeça, dessa vez com força, fazendo-o gritar.

– Aaaai, Asuna-san!

– Konoka-chan gosta de Setsuna-chan, que tem medo de enfrentar seus sentimentos pela outra, e quase foi embora daqui, deixando Konoka-chan sozinha, e isso foi responsável por uma briga delas, quase um rompimento, já que Konoka-chan não a perdoou por quase ir embora sem nem mesmo se despedir. A relação delas está por um fio, e eu não posso fazer nada para ajudar.

Negi ficou em silêncio, pensativo. Era muita informação para assimilar, e embora sua mente costumasse ser um pouco infantil, ele pareceu entender a situação finalmente.

– Então, Konoka-san e Setsuna-san se gostam, e Setsuna-san tem medo de ser amiga da Konoka-san por algum motivo, e por isso decidiu ir embora. E agora elas estão brigadas, porque Konoka-san se sentiu desvalorizada, quando Setsuna-san decidiu ir embora sem se despedir... e é essa a razão pela qual Konoka-san anda tão assustadora ultimamente? - concluiu.

OU ao menos Asuna pensou que ele teria entendido.

Asuna observou a expressão de orgulho de Negi por finalmente ter compreendido a história por trás de Setsuna e Konoka, e decidiu não estragar a emoção do rapaz, gritando "BAKA BAKA BAKA" umas 20 vezes, dando socos em seu ombro direito, até a raiva passar. Desistiu. Ele talvez fosse muito criança para compreender.

– É isso. Konoka está triste - disse, simplesmente, com preguiça de tentar explicar tudo novamente.

– Ela realmente deve gostar muito da Setsuna-san.

Asuna suspirou com profundidade ... Negi às vezes era um pé no saco para sua paciência que, no geral, já era praticamente inexistente.

– Gosta, Negi. Gosta muito.

– Então nós precisamos ajudá-las, Asuna-san.

– Como? - perguntou, finalmente interessada.

– Não sei.

Já imaginava a resposta de Negi, porém, arriscara ainda assim. Suspirou novamente, se afundando contra a parede atrás dela.

– Eu sei. - disse o arminho, pulando no ombro esquerdo de Negi.

– Sério, Kamo-chan? Como? - perguntou, Negi, curioso

– É simples... Nós precisamos forçar um reencontro delas. E deixar elas sozinhas, e presas, até que conversem, e se resolvam.

Asuna ficou escutando, em silêncio, apenas refletindo.
Considerou essa sugestão um bom "Plano B"... embora o "Plano A" ainda lhe parecesse o ideal: Setsuna procurar Konoka por sua própria vontade.

E o arminho, cheio de vontade, continuou:

– E eu, obviamente, ficaria lá para intermediar a discussão. - disse, sorrindo maliciosamente, quando foi agarrado pelas mãos de Asuna, que passou a dar frenéticos golpes na cabeça do animal, enquanto reclamava:

– O QUE?! ATÉ EM UM MOMENTO DESSES VOCÊ É TARADO!!

Depois passado o mal comportamento de Kamo, Asuna voltou a pensar na idéia da bola de pêlo, e decidiu esperar. Mas caso Setsuna não resolvesse o problema por si só, iria dar um pequeno empurrãozinho.