Caminhando nas Sombras escrita por Carol Campos


Capítulo 16
Explicações


Notas iniciais do capítulo

Novos inimigos aparecerão. Daqui em diante irá começar o clímax da história, leia com atenção. Boa leitura, querido leitor :3



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Corri até ela e praticamente a joguei dentro do meu quarto, enquanto fechava a porta apressadamente, só conseguia pensar ‘mas que diabos ta acontecendo aqui?!’. Não tinha como a Nathale estar aqui, mas agora ela tinha pele pálida e olhos vermelhos, como eu quando estou na forma de vampira. Quer dizer que ela tinha virado vampira para tentar me encontrar? Não, ela não seria doida á esse ponto. Seria? E quem teria contado á ela que eu tinha vindo aqui? Ninguém sabia disso, e minha mãe nunca contaria isso a ninguém, ou contaria? Ah meu deus, minha vida ta virando uma bola bem grande de neve, totalmente descontrolada.

– Kat, você ta bem? Tá encarando a porta faz uns 5 minutos – Nathale falou por trás de mim, colocando a mão no meu ombro – Caramba, parece que viu um fantasma ou algo assim quando me viu.

– É claro que eu fiquei assim! – me virei pra ela, olhando nos olhos - O que diabos você ta fazendo aqui? Caramba, não me diz que você... – fiquei angustiada ao pensar nessa possibilidade. Eu posso virar humana de novo, á hora que eu quiser. Mas ela, se ela tiver mesmo sido transformada, não há mais volta.

–Não não nããão, já sei o que está pensando, e eu já vou te explicar. Mas, primeiro de tudo, como você ficou assim? – ela apontou pra mim.

– Ah, Nat, é uma loooonga história... Posso te contar qualquer dia desses, mas primeiro, me fale o que houve com você. – disse, então me sentei em minha cama, enquanto ela se sentava na poltrona em frente á cama de Alice. – O que diabos você fez pra vir até aqui e me achar? Caramba, e eu pensei que meus problemas estavam acabando... – passei a mão em meu rosto em sinal de cansaço – Comece a contar tudo. Agora.

– Tava sentindo falta desses seus milhares de ‘carambas’ entre as frases – ela riu brevemente, então, se ajeitou na poltrona e continuou – bem, antes de tudo, eu não virei vampira, ou qualquer coisa do tipo. Eu usei um dos meus vários contatos para encomendar uma fantasia, muito bem feita por sinal, da Terra, parece que vários humanos de lá adoram se fantasiar de monstros e coisas do tipo em um dia chamado ‘Halloween’.

– Espera... Isso é uma fantasia? – disse, incrédula – você quase me matou do coração com essa coisa, caramba! – suspirei – mas, eu senti o seu cheiro da escada, não acho que essa fantasia vá funcionar tão bem assim. Além do mais, é impossível trazer coisas da Terra pra cá e vice e versa, você sabe muito bem disso.

– Eu já disse, tenho meus contatos. E são bons contatos – ela jogou o cabelo para trás, fazendo uma pose que me lembrou brevemente Stefani e aquele jeitinho irritante dela – enfim, dentro da fantasia, veio um par de lentes de contato vermelhas e um pó muito estranho pra passar no rosto, pensei que era maquiagem, mas nem era – ela apontou para o rosto, e olhando com mais atenção pude ver um pequeno traço da cor natural de seus olhos, um castanho claro, mas a lente o escondia por completo – enfim, também veio essas belezinhas aqui – ela abriu a boca e vi duas presas, quase que perfeitamente verdadeiras – e um perfume muito estranho que não tinha cheiro nenhum. Eu o trouxe aqui na mala – ela abriu a mala, que eu nem tinha visto junto com ela, e tirou de lá um frasco de perfume, e me entregou – veja você mesma.

Por fora aquele parecia um perfume normal, tipo os milhares que a minha mãe tinha no banheiro. Abri a tampa para cheirá-lo, ele tinha um cheiro de pinho, só que muito, mas muito forte.

– Claro que isso tem cheiro, tem um cheiro de pinho forte pra caramba, é até meio incômodo se eu cheiro direto daqui. – devolvi á ela.

– Eis a questão. Veio um papelzinho junto com ele, que dizia: ‘Este perfume é o ingrediente principal para o seu disfarce. Só vampiros podem sentir seu cheiro, e ele sobrepõe seu cheiro natural, se tornando vital para o disfarce. Mas cuidado, quem já conhece seu cheiro natural não sentirá o cheiro do perfume, e sim o seu e duas vezes mais forte. ’

– Então é por isso que você conseguiu entrar na cidade, mas só eu sinto seu cheiro... Interessante... – passei a mão pelo queixo, fazendo cara de reflexão, então fui até o pequeno frigobar que tínhamos em nosso quarto e pequei uma latinha de sangue, então voltei á minha cama e abri a latinha.

– I-isso é – Nathale disse, apontando para a latinha – s-sangue?

– Ah, não, não. É tipo um sangue sintético, não sei se é melhor que sangue de verdade, por que só tomei esse até agora.

– Isso é muito estranho vindo de você, mas tenho que me acostumar. Então, e foi assim que eu entrei aqui. Agora em relação a como eu descobri de tudo isso, bem...

– Foi o Johny, não é? – disse, olhando para o chão

– Aaah, Kat, sinto muito – ela disse, mas não saiu do lugar – mas sim, foi ele. Depois da noite que você desapareceu, ele contou pra todo mundo que você era algum tipo de aberração que tentou matar ele. Eu não acreditei em uma palavra sequer daquele garoto, e então fui falar com a sua mãe. Ela me disse tudo o que tinha acontecido, e depois que contei meu plano a ela, me disse onde você estava, e pediu para que cuidasse de você. Ela está muito preocupada.

– Nat, é mais fácil eu proteger você do que o contrário. Você não tem idéia de como esse lugar pode ser perigoso para humanos. Se eu não fosse essa... Aberração que sou... eu nem estaria aqui.

– Você não é uma aberração, Katlyn Haumbris. Só é um novo tipo de humano, um humano super desenvolvido que pode se transformar em vampiro. E o mais importante de tudo, é minha melhor amiga, e nem que você fosse uma lobisomem-monstra do lago Néss isso mudaria – antes que percebesse, ela estava ao meu lado, me abraçando.

– Obrigada Nathale – a abracei, realmente me sentindo em casa depois de todo esse tempo que passou enquanto eu estava no meio de tantos desconhecidos – então, onde você vai ficar?

– Claro que eu não vou virar mendiga e ficar andando pela cidade. Eu me matriculei aqui, e perguntei á diretora se poderia ficar no mesmo quarto que você. Ela disse que sua colega de quarto estava ausente no momento, então, que poderia ficar aqui por um tempo, até ela voltar.

– Que ótimo – me lembrei de Alice, e ainda precisaria pensar em como irei procurá-la, e se levaria Mary comigo, mas poderia deixar isso para depois. Ainda precisaria de pistas de onde ela está e...

– Toc toc toc, alguém aí? Katlyn, eu sei que está aí – ouvi a voz de Mary atrás da porta, então fui abri-la.

– Ah, oi Mary. O que faz aqui? – perguntei

– Queria saber se queria ir até o shopping passear um pouco, e talvez depois ir até a casa da Alice pra procurar ela e – ela olhou sobre o meu ombro, e voltou pra mim, quase sussurrando – quem é ela?

– Ah, essa é a Nathale. Ela... – caramba, pensa Katlyn, pensa! -... É uma velha amiga minha, veio de Argentori para estudar aqui também. E como a Alice está, hm, “ausente” – fiz aspas bem sutis para que só Mary percebesse, já que não contaria isso para Nathale tão cedo – ela vai ficar aqui no quarto por um tempo.

– Prazer em conhecer, Nathale Stroller – ela veio para o meu lado e estendeu a mão para cumprimentar Mary

– Maryne Blumia, prazer – e apertou a mão dela

– Então, vamos ao shopping. Estou louca para ver aquele filme novo que lançou esses dias, e vou aproveitar para comprar o novo CD do TDG. Vamos, vamos! – e empurrei as duas pra fora. Mal elas sabiam que estava mais preocupada em procurar Alice do que ir ao shopping.


Em algum lugar não tão distante dali, um garoto observava as garotas atentamente, sentado no galho de uma árvore, balançando algumas coisas parecidas com cobras - só que feitas de pano - amarradas em suas pernas. Sua capa o escondia nas sombras, e em baixo de seu chapéu, só se conseguia ver um sorriso indolente, com dentes perfeitamente brancos. Ele brincava com sua espada, apontando-a para as garotas.

– Achei você, Katlyn...

Ele pulou do galho, e sumiu em meio as sombras misteriosas da floresta.


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Notas finais do capítulo

Não se esqueça dos reviews. Eles me dão motivação a mais para escrever. :3



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