Caminhando nas Sombras escrita por Carol Campos


Capítulo 12
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Não sabia o que pensar. Como poderia Caleb, ser um humano? Se bem que eu nunca vira seus olhos... mas como ele conseguiu vir para uma escola cheia de vampiros como um humano? Ele poderia ser um meio-a-meio, igual a mim, mas a mamãe disse que era quase impossível um vampiro e uma humana terem relacionamentos sérios. Aaaah, que dor de cabeça!

Sentei-me no chão, ainda com os olhos fixados onde Caleb havia saído correndo à alguns minutos. Não sei o que pensar disso. Em um momento, nós estávamos praticamente nos matando, no outro estávamos quase nos beijando e no outro o Caleb sai correndo logo depois de eu descobrir que ele pode ser ou não um humano. Ás vezes eu não entendo o que eu fiz pra merecer isso...

Ouvi o sinal do final das aulas tocando. O que pareceu ter passado somente alguns minutos durou, na verdade, horas. Estranhamente, eu sabia exatamente de onde vinha o som do sino graças as minhas habilidades vampíricas, então foi fácil só ir andando até onde vinha aquilo.

Não demorou muito até eu ver a quadra e alguns alunos voltando junto com suas duplas, conversando animadamente como se um treino onde você pode quase morrer fosse normal.

Logo quando cheguei na quadra, o professor veio falar comigo sobre onde o Caleb estava. Eu inventei uma mentira na hora, disse que logo quando ele ouviu o sino disse que já ia embora e sumiu no meio da floresta. Bem, pelo menos metade do que disse era verdade, não era?

– Bom, a aula acabou. Quero um relatório todo sobre suas lutas para a próxima aula. Dispensados – disse o professor, já indo embora

Quando já estava pegando minha mochila para ir embora, senti alguém me cutucar por trás, e só pelos cochichos que ouvia atrás da pessoa já sabia quem era.

– Ah, oi Alice – disse, colocando a mochila no ombro e me virando

– Oi Kat – e ela sorriu, depois voltou com a expressão normal dela – ficamos sabendo que você fez dupla com o Caleb. Como foi?

– Ah, nada demais...

– Nada demais, nada! O Caleb nunca fez dupla com ninguém na aula de Ed. Física, e você chega hoje, pede pra ser a dupla dele e ele fala sim? Isso não é normal. Aconteceu alguma coisa, sim.

– Já disse, não aconteceu quas... nada, nadinha mesmo.

– Está bem, está bem. Outra hora nós falamos sobre isso – ela afastou alguns cabelos do rosto – Eu creio que ainda não te apresentei á minha melhor amiga. Kat, essa é a Maryne. Mary, essa é a Katlyn.

– Oi, prazer em conhecer – disse, dando um sorriso

– Oi – ela disse, desviando o olhar

– Erm, então – Alice interviu – eu e a Mary vamos ao shopping hoje. Você quer vir junto?

Ouvi Maryne murmurando alguma coisa enquanto revirava os olhos, pelo que deu pra ouvir graças á minha audição vampírica ela disse alguma coisa como “droga, não era pra chamar ela”. Bem, já deu pra perceber que temos uma Stefani vampira aqui, mas para essa eu não vou perder também!

– Claro, seria ótimo – dei um sorriso bem grande em direção á Maryne

– Então está combinado. Vamos indo ao dormitório para nos arrumarmos – Alice disse praticamente nos empurrando.

Fomos então até os dormitórios. Alice não perguntou nada sobre o Kaleb, mas parecia estar se segurando para não falar nada.

Alice estava se arrumando tanto que parecia que estava indo para uma balada: Saia super curta, uma camisa rosa que mostrava um pouco a barriga, um casaco roxo com pêlos no capuz e uma sandália rosa com salto super “patricinha”. Meu deus, ela colocou tanto perfume que o quarto ficou com um cheiro insuportável, tanto que eu tive que sair um pouco para depois terminar de me arrumar.

Diferente de Alice, eu coloquei minha roupa bem simples de sempre. Minha calça jeans preta, uma camisa preta escrita “I Love Shoes, Bags & Boys”, meus tênis super coloridos – que todos falam que é “emo”, mas eu os acho muito confortáveis – e uma jaqueta jeans. O cabelo eu deixei solto e com franja de lado como sempre.

Tive que esperar Alice acabar de arrumar o cabelo – o que demorou mais de uma hora – no qual ela fazia tanta chapinha que o cabelo estava soltando até fumaça. Não é a toa que o cabelo dela é tão liso, até o meu ficaria tão liso com tanta chapinha.

Algum tempo depois, eu estava quase dormindo na minha cama quando Alice me cutuca no ombro.

– Nossa Kat, não demorei tanto assim! – ela disse com cara de surpresa

– Não, imagina... – levantei-me da cama e fui até a porta, segurando a maçaneta – podemos ir agora?

– Claro, vam... Aaaah, espera! – ela correu até sua cômoda, abriu a gaveta e pegou um colar. Ele era feito de obsidiana e em formato de rosa – Esqueci meu colar da sorte.

– Ele é muito bonito – eu disse, analisando o colar

– É, meu pai que me deu de aniversário. Ele sempre me dá muitas coisas bonitas de aniversário, qualquer dia desses você podia ir lá na minha casa – ela falou colocando o colar

– Sim, eu adoraria – abri a porta – podemos ir?

Descemos até os pátios que dividiam os 4 dormitórios femininos. Alice disse que o quarto da Maryne ficava no dormitório oeste, então fomos até lá. Maryne estava sentada em um banco de madeira ao lado da porta onde podia-se entrar nos dormitórios. Ela olhou pra Alice e deu um sorriso, olhou para mim e revirou os olhos. Ora, menina metida á besta.

– Vocês demoraram – ela disse – estou esperando aqui desde ás 8h da noite, já são 9h10!

– Foi a Alice, ela demorou para se arrumar – eu disse, apontando para ela

– Oras, não me culpe por querer ficar bonita – ela fechou os olhos, fez pose e jogou os cabelos para trás. Depois riu junto comigo

– Que seja – Mary disse – Vamos logo que eu quero voltar antes das 3h da manhã

– Os horários aqui são liberados? Pode sair a hora que quiser? – eu disse, com cara de interrogação

– Menos em semana de provas. O resto dos dias podemos sair á hora que quisermos, já que todas as lojas ficam abertas 24h

– Que legal! Na minha antiga cidade não é assim – fiquei deslumbrada. Pode-se passar, literalmente, o dia no shopping!

– É, acho que só cidades onde reis e rainhas vivem existem isso – Mary disse, enrolando os cabelos no dedo.

– É isso mesmo – Alice disse – então. Vamos?

– Claro, vamos logo – Mary disse, puxando Alice e me deixando um pouco para trás, mas não tanto. O que essa menina tem contra mim, afinal?


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