Edward PDV

Acordei naquela manhã de quinta-feira com uma sensação de dejavú. Não sei explicar bem o que era, mas alguma coisa ia acontecer. Como uma premonição. Sentei na cama e passei as mãos no cabelo, lembrando da noite passada.

Flashback on

“Êita por**...é agora que seremos expulsos. – cochichei para Hermione.

“Cuidado com o que você fala Edward.” – censurou o professor.

Olhei para ele de olhos arregalados e tudo que consegui foi murmurar um – “Desculpa, diretor.”

“Vocês tem consciência do que fizeram hoje?” – perguntou ele numa voz calma, o que deixou tudo perfeito. Se ele continuasse a falar com aquela calma eu ia pensar que ele só estava tentando nos acalmar antes de tentar nos matar.

“Não foi por mal, senhor. A gente tem um bom motivo para aquilo.” – falou Hermione.

“Então fale. Vai ter que ser um bom motivo pra me explicar o que vocês estavam pretendendo fazer se passando por alunos de outra casa. Eu sinceramente não consigo entender.”

“O Harry...ele acha que o Malfoy está planejando fazer alguma coisa contra a escola.” – Hermione começou devagar, e depois falou tudo num jorro.

Será que ele entendeu? Ela é burra também né. Não sabe que pessoa velha tem problema de audição?? Humpf.

“Entendo. E o que faz vocês pensarem que o Sr. Malfoy tentaria algo de ruim contra a escola?” – ele falou e olhou para mim piscando o olho.

Putz. Será que ele consegue ler minha mente?

Vou ter que começar a não pensar coisas erradas perto dele.

“Nós temos suspeitas. Mas nada de concreto.”

“E o que vocês meninos tem a dizer sobre isso?”

“Eu..eu..nada..” – falou o Rony.

“Mesmo da Hermione.” - falei.

“Hum. Então tá. Mas vocês devem saber que o que fizeram hoje foi muito errado. Os três receberam uma punição. Ficarão em detenção o final de semana.”

Por favor, com o Snape não. Snape não. – pensei comigo mesmo.

“Sim senhor.” – respondeu Hermione.

“Vão cumprir a detenção com o professor Snape, durante a tarde ou à noite. O professor irá escolher. E eu espero que isso não se repita mais, ou eu não terei outra alternativa a não ser expulsá-los.”

“Mas professor...tem mesmo que ser com o Snape?” – objetei.

“Está me contestando Sr. Cullen?” – ele me olhou por cima dos oclínios de meia-lua.

“Não senhor...só achei que..”

“Não acho que você tem algum direito agora. Vocês violaram pelo menos umas dez regras da escola. E eu estou disposto a apagar isso e somente dar uma punição. Está achando injusto?”

“Não senhor.”

“Muito bem então. Podem voltar aos seus dormitórios.”

Saímos os três em silêncio absoluto. Somente quando descemos as escadas que Rony teve coragem de quebrar a tensão do momento.

“Ufa. Achei que seríamos expulsos.”

“É, eu também. Não achei que ele poderia descobrir.” – falou Hermione, perdida em pensamentos.

“Demos uma sorte tremenda. Eu é que não quero mais me meter em confusão.”

Me desliguei da conversa deles e me concentrei em fazer a única coisa que estava em meu pensamento. Domir. Amanhã eu teria um dia de cão. Mas ainda bem que ainda seria quinta-feira. Eu poderia resolver alguns assuntos pendentes.

Flashback off

Levantei da cama e como ainda era cedo decidir tomar um banho para poder esfriar um pouco a cabeça. Tem sido dias muito difíceis, principalmente pela falta que a Bella fazia. Tanto tempo sem sentir o seu cheiro, sem ver o seu rosto, isso tudo me deixavam maluco. Eu precisava dela imediatamente!

Bella PDV

Alice me acordou bem cedo, como sempre. Espreguicei-me e levantei na maior preguiça. Não tinha dormido muito bem. Levantei e coloquei meu roupão. A Alice já estava louca pra sair daquele quarto.

“Anda logo. Credo. Você é muito lerda.”

“Ai Alice, me deixa ser lenta em paz.”

“Não. Eu preciso falar com você..”

“Então fala, desembucha logo.”

“Você tá mesmo ficando com aquele Mateus?”

“Tô. Porque?”

“Ai, Bella. Você é tão ingênua. Porque não vai logo falar com o Edward? Não é dele que você gosta?”

“Eu já falei que ele não quer saber de mim. Ele está com outra garota..”

“Não, não está. Eu já cansei de repetir isso. Você que não percebe.”

“Tá bom. Eu não quero falar sobre isso. O Mateus gosta de mim e eu não vou me desfazer dele.”

Mateus PDV

Maldita hora em que eu fui aceitar essa aposta. Não agüentava mais nem um minuto sequer ao lado daquela seca. Desde a primeira vez que eu a vi eu não gostei do jeito dela. Os meninos percebendo a minha aversão me fizeram aceitar a aposta. Pelo menos eu estava cumprindo, e já não via a hora de chegar sexta-feira para fazer a última parte.

”No que tanto está pensando Mateus?” – perguntou Renato.

“Em nada. Nada.”

“Sei. Eu quero ver é se você vai cumprir a sua parte sexta-feira. Como está indo com a monstrenga?”

“Está indo. Eu já falei que eu vou conseguir. É só uma questão de papo. Uma mulher acredita em tudo quando um homem se diz apaixonado.” – murmurei.

“Quero só ver como isso vai ser. Será que ela se entregaria assim, tão facilmente para você?”

“Não sei. Mas eu o farei de qualquer jeito.”

Edward PDV

Mas que desgraç**!!

Não acredito no que acabei de ouvir. Então, quer dizer que ele está usando a Bella só para pagar uma aposta? Ahh mas esse canalha me paga!

Levantei do banco e fui até onde ele estava com o grupinho. Não me importava que lá tivesse quatro homens e eu fosse só um. Se ele fosse macho me enfrentaria sozinho. Cheguei perto deles e falei em alto e bom som.

“Mateus seu canalha!”

Ele se levantou depressa. Me encarava com fúria enquanto seus amigos deram um passo atrás. Talvez eu estivesse com uma cara muito feia por isso eles ficaram com medo.

“Do que me chamou?” – perguntou ele.

“Seu canalha! É por isso que está com ela? Uma aposta? Como?..seu ser desprezível!” – joguei na cara dele.

“E o que você tem a ver com isso?”

“Puff. – bufei – Você é asqueroso. Que tipo de ser faz isso com uma menina? O que você está esperando?”

“Eu não te devo satisfações. Agora saia daqui e me deixe em paz. Eu faço o que eu quiser.”

“Ah mas você não vai encostar um dedo nela!” – gritei e alguns alunos começaram a se aproximar murmurando.

“É mesmo? E quem vai me impedir? Você?”

Não consegui me refrear depois dessa. Tudo o que eu queria era quebrar a cara desse sujeito. Ele não tinha o direito de fazer aquilo. Dei um soco bem merecido em seu rosto e ele apenas virou para mim me fitando. Passou as costas da mão no sangue que escorria de sua boca e se preparou para revidar.

Enquanto ele jogava seu corpo para a frente me esquivei e dei uma joelhada em sua barriga. Nisso os alunos começaram a gritar, como era típico. Briga! Briga! Briga!.Ele se levantou e me deu um soco no queixo. Cambaleei mas não perdi a concentração. Pulei em cima dele e caímos no chão. Comecei a encher o rosto dele com socos. Eu estava tomado por uma fúria desconhecida.

Só quando eu ouvi a voz dela que eu me lembrei de quem eu era e percebi o que estava fazendo.

“Edward! O que está fazendo? Pare!” – gritou ela.

Saí de cima dele e pude ver o seu estado. O rosto dele estava com manchas em toda parte. Seu lábio estava roxo e deformado. Olhei bem para seu rosto desfigurado e depois para minhas mãos. Abri e fechei-as e senti as juntas doerem.

“Rápido. Levem ele para a enfermaria.” – falou alguém atrás de mim.

Seus amigos se moveram rapidamente e em segundos ele estava longe dali. Olhei ao redor e muitos alunos tinham se afastado. Muitos olhavam com uma cara de medo. Só então percebi o monstro que havia sido. Mas nem tanto. Eu não podia deixar ele fazer aquilo, era totalmente fora de cogitação.

“Edward? Pode me explicar por que diabos você fez aquilo?”

“Eu...não sei o que deu em mim..eu ouvi ele falando..”

“Você está louco? Sai por aí batendo em quem bem entende. Bem que eu devia conhecer o seu tipo.” – Bella falou se virando.

Peguei em seu braço – “Bella espera. Eu posso explicar.”

“Explicar o que? Que você estava socando ele por querer? Eu não quero saber.”

“Não. Bella, eu estava tentando te proteger..eu estava tirando ele do seu caminho.”

“Pra quê?”

“Ele não gosta de você...ele só está com você porque fez...”

“Chega, Edward! Não quero ouvir suas desculpas esfarrapadas. Me solta!” – disse ela puxando seu braço.

“Bella...” – murmurei.

Como explicar que a monstruosidade que eu fiz foi para protegê-la.

Eu não sabia o que dizer.

“Por favor...me escuta.”

Ela olhou para mim com uma cara séria. E por fim disse.

“Eu não tenho nada pra falar com você. Aliás, eu não quero mais saber. Não quero mais ver você Edward, me deixa em paz! Agora me deixe ir.” – falou amarga. Mas eu ainda pude sentir a dor que causava nela ao dizer aquilo.

Soltei seu braço e ela deu uma última olhada para mim e foi atrás do menino que queria acabar com a sua vida. Será possível que eu não vou conseguir tê-la de novo para mim? Em meus braços. Sentir sua pela tocando a minha me causando arrepios. Será que é tão difícil assim ter quem a gente gosta do nosso lado? Por que tudo tinha que ter sido complicado assim?

Bella PDV

Ao ouvir gritos de brigas no jardim, eu e a Alice corremos para o aglomerado de alunos. Me enfiei no meio de todo mundo para ver a cena mais horrorosa da minha vida. Edward, parecendo um assassino, socando o Mateus que já nem conseguia reagir mais.

“Edward! O que está fazendo? Pare!” – gritei por cima dos gritos dos alunos.

Ele parou no instante em que ouviu minha voz. O que ele pensa que está fazendo? Mateus estava todo machucado no chão. Se não fosse por seus gemidos de dor eu teria pensado que ele tinha morrido.

“Rápido. Levem ele para a enfermaria.” – Alice interveio.

Edward se levantou e encarou os punhos.

Idiota.

Agora ele queria se passar por desentendido. Mas eu não me enganaria. Ele cometera essa atrocidade e teria que assumir o que fez. Mas como acreditar num filho da mãe desses, quando ele já te enganou uma vez? Simplesmente não esquecia que ele dizia que gostava de mim e de uma hora para outra diz que já tem outra.

“Edward? Pode me explicar por que diabos você fez aquilo?” – perguntei.

“Eu...não sei o que deu em mim..eu ouvi ele falando..”

Eu não sei o que deu em mim.. – repeti mentalmente. Será que ele estava fazendo por vontade e sem motivo nenhum? Típico otário.

“Você está louco? Saí por aí batendo em quem bem entende. Bem que eu devia conhecer o seu tipo.” – falei dando-lhe as costas. Ele pegou em meu braço me impedindo de sair.

“Bella espera. Eu posso explicar.”

“Explicar o que? Que você estava socando ele por querer? Eu não quero saber.”

“Não. Bella, eu estava tentando te proteger..eu estava tirando ele do seu caminho.”

“Pra quê?” – perguntei, retórica.

“Ele não gosta de você...ele só está com você porque fez...”

“Chega, Edward! Não quero ouvir suas desculpas esfarrapadas. Me solta!” – falei puxando meu braço.

Não queria ouvir mais nem uma palavra sequer sobre aquilo. Primeiro porque eu já não me importava, o Mateus me dirá tudo o que eu precisava saber. Segundo, porque eu não queria mais nada com o Edward, não queria mais olhar para o rosto dele. Mesmo isso sendo totalmente contrário ao que meu coração dizia.

“Bella...” – murmurou ele.

Tá vendo, nem ele consegue explicar o que fez. É um babaca mesmo.

“Por favor...me escuta.”

Olhei para ele com a decisão já feita.

“Eu não tenho nada pra falar com você. Aliás, eu não quero mais saber. Não quero mais ver você Edward, me deixa em paz! Agora me deixe ir.” – falei seca, sentindo meu coração partir ao dizer aquilo.

Ele afrouxou meu braço e eu dei uma última olhada em seu rosto. Havia uma grande onda de dor passando em seu lindo rosto. Saí correndo dali antes que fizesse alguma besteira. Fui até a enfermaria ver como o Mateus estava. Chegando lá, eu vi que ele já estava todo curado. A enfermeira dava um último remédio para ele. Que bom. Agora eu poderia descobrir o porque de toda aquela confusão.

Alice PDV

“Edward...por favor, me explica o que aconteceu. Eu estou aqui. Eu vou te entender, sei que você não é capaz de fazer aquilo sem motivo nenhum.” – falei, olhando meu irmão cabisbaixo e com o rosto cheio de lágrimas. Ele não era capaz de fazer aquilo. Eu sei que não. – Edward..” – coloquei a mão em seu ombro e ele se virou para mim.

“Alice...” – ele falou com a voz embargada me puxando para um abraço.

Ver meu próprio irmão chorando daquele jeito era demais para mim. Sempre achei ele forte e uma pessoa de muita fibra que não se abalava por nada. Mas eu acho que isso foi demais para ele. Deve ser o que o amor faz com a gente. Nos deixa sensível demais, e principalmente, nos torna totalmente dependente daquele que amamos.

“Edward, calma. Me conta” – implorei.

Ele se separou do abraço e deu uma fungada. Sentamos no banco mais próximo e ele me contou toda a história. Disse que a única coisa que queria era tirá-lo do caminho da Bella, só que a raiva foi mais forte do que ele. Eu pensei em quão injusta a Bella fora com ele. Mas eu também a entendia. Na hora certa eles iriam se entender. Era só uma questão de tempo.

“O que você fez foi muito honroso. Mas agora o que resta fazer é falar com a Bella e explicar o que realmente aconteceu.”

“Não. Ela não vai me ouvir. Você viu o que ela disse, ela não quer mais me ver.” – falou ele sem forças.

“Mas você tem que tentar Edward.”

Ele balançou a cabeça.

“Eu vou fazer o que ela pediu. Se ela não quer mais me ver eu não vou deixar ela me ver. Só ela pode contornar essa situação.” – finalizou ele me olhando com uma cara de derrota.

Bella PDV

“Você está bem?” – perguntei me sentando ao lado da sua cama.

“Não. Bella..eu preciso te falar uma coisa..”

“Sim, pode falar. Eu já sei que a culpa é toda do Cullen, e...”

“Não, não. Bella escuta.” – me repreendeu ele, sentando em sua cama. – O Edward estava te defendendo. O culpado aqui sou eu. Me perdoa Bella. Me perdoa.”

Não entendi. Aonde ele queria chegar.

“O que? Não estou entendendo..” – murmurei confusa.

“Presta atenção, Bella. Eu sou um cafajeste. Você não merece passar por isso, eu não devia fazer isso..eu..você não..”

“Clama, Mateus. Me explica direito por favor, que eu não estou entendendo nada.”

“Uma aposta. Foi tudo uma aposta que eu fiz com meus amigos. Eu fiquei com você por que eles me forçaram...e amanhã eu teria que fazer você tran...”

“CHEGA! Não fala mais nada! Nem uma palavra sequer...seu..seu nojento! Safado! Cachorro! Sem vergonha!” – gritei furiosa saindo de lá.

Antes de chegar na porta, voltei até onde ele me olhava com uma expressão dura. Me preparei e dei o soco que ele merecia. Aaauuuu! Esse doeu. Meus dedos estralaram, e enquanto ele choramingava de dor na cama eu saí correndo de lá.

Mal dei dois passos para fora da enfermaria e o sinal tocou, informando que as aulas começariam. E para não arranjar mais confusão fui assistir as aulas. Eu tinha dois períodos de poções. Ahh nem!! Eu não mereço isso. Fui rapidamente para a sala evitando chegar atrasada.

Ao chegar na porta sinto alguém me pegar pelo braço e me arrastar até uma carteira vazia no fundo da sala. Só de relance vi uma baixinha passar por trás de mim e se sentar ao meu lado.

“Aii Lice.” – resmunguei.

“Ai nada. Você precisa pedir desculpas para o Edward imediatamente.” – falou ela, baixinho.

“Eu..eu não posso” – sussurrei.

“E porque não? Você não sabe que ele fez aquilo pra te proteger, ele só...”

“Eu sei, eu sei Alice. O Mateus me contou tudo.”

“Contou éh? Humpf. E o que aconteceu?”

“Eu dei um soco na cara dele e saí correndo.”

“Uau. Você é louca. Mas fez bem. Mas ainda falta pedir desculpas para o Edward e fazer as pazes com ele.”

“Eu já falei que não. Eu...não tenho coragem. Ele não vai querer olhar na minha cara.” – falei.

“Mas você tem que fazer isso. Por vocês dois.”

Fiquei em silêncio. Ela percebendo que eu não ia responder voltou sua atenção á aula. Também tentei me concentrar, mas agora minha mente vagava por outro mundo.

[...]

Após as aulas da manhã, eu e a Alice estávamos indo para o salão principal. Nenhuma de nós falamos depois da nossa conversa. Acho que ela estava me dando um tempo para pensar melhor.

Antes mesmo de chegar ao salão, uma multidão de alunos corria para o outro lado.

Mas o que será que estava acontecendo?

Eu e Alice nos olhamos. Ela fez um sinal com a cabeça e a gente seguiu os alunos para ver o que era. No caminho ela me deu uma cotovelada e apontou na direção de alguém. Segui seu dedo e notei que era o Edward. Ele olhava fixamente para a frente. Acho que não tinha visto a gente.

Os alunos pararam e eu segui o olhar até onde eles estavam encarando. Fitei de olhos arregalados a mensagem escrita na parede da escola.

A Câmara Secreta foi aberta...cuidado! O herdeiro de Rawena Ravenclaw não perdoará ninguém. Fora os sangue ruins!!

“Droga! E agora Bella?” – Alice falou, em estado de choque.

“Eu não sei. Realmente, eu não sei.” – murmurei sentindo minha cabeça girar.

O que faremos agora?