9ºCapitulo

Katherine’s POV

7 Horas depois…

Já passava das 2h da manhã, e a sala estava deserta. Eu estava encostada no sofá com uma garrafa de vodka na mão há algum tempo. Para ser sincera, mal saí daqui, só para ir buscar mais bebida, pois para mim a festa estava uma grande seca. Urgh, o que eu dava agora por sangue fresco. Levei a garrafa a boca e fechei os olhos enquanto bebia. Senti alguém a aproximar-se.

- Ainda aqui? – Perguntou o David com um sorriso de orelha a orelha ao mesmo tempo que se sentou ao meu lado.

- Yup! – Voltei a levar a garrafa a boca, mas desta vez ele tirou-ma da mão.

- Acho que já bebeste o suficiente por hoje. – Olhou para a garrafa praticamente vazia. – Não sei como consegues beber tanto e ainda ficar praticamente sóbria. – Disse surpreendido.

- Pois, há muitas coisas sobre mim que não sabes! – Disse num tom de desprezo ao mesmo tempo que revirei os olhos.

Conseguia ouvir o seu coração bater perfeitamente, e o seu sangue a correr-lhe nas veias. Katherine concentra-te… Sabes que é contra as regras te alimentares em humanos… Fechei os olhos e respirei fundo.

- Estas bem? – Perguntou preocupado. Senti a sua mão no meu ombro e abri os olhos nesse mesmo instante. E pela cara dele reparei que a minha expressão tinha mudado. – Oh. Meu. Deus! O que se está a passar?! – Ficou a olhar para mim de boca aberta.

Oh bolas que se lixe… Como se eu alguma vez seguisse uma única regra.

- Como assim? – Disse num tom sedutor com um sorriso. Mordi o lábio de baixo e olhei-lhe nos olhos.

- Os teus olhos… - Pôs a sua mão num dos lados da minha face e passou com o dedo nos meus lábios. –...os teus caninos… - Agarrei na mão dele e beijei o seu pulso e em seguida passei com a língua no mesmo lugar. O seu sangue não tinha um efeito muito forte em mim, como o do Joe tem, mas mesmo assim havia algo que mexia comigo. Voltei a olhar-lhe nos olhos.

- Isto é capaz de doer um pouco! – Não o deixei falar e mordi o seu pescoço.

Ele a princípio começou a gemer de dor, mas segundos depois esse gemer passou a ser de prazer. Sem tirar a minha boca do seu pescoço, passei com a minha mão pela sua perna, parando no fecho das calças. Ele estava a sentir tanto prazer quanto eu, pois nesse momento comecei a sentir um alto a formar-se nas suas calças.

David’s POV

Conforme ela me mordeu senti uma dor horrível, mas logo a seguir passou e comecei a deseja-la cada vez mais. Comecei a passar com as mãos pelo seu corpo, parando nos seus seios. Conseguia ouvir ela a gemer enquanto bebia o meu sangue. Comecei a sentir-me cada vez mais fraco, mas eu não queria que ela parasse pois estava-me a dar bastante prazer.

Na manhã seguinte…

Zoe’s POV

Acordei com uma dor de cabeça horrível, e a luz que vinha da janela não ajudava nada. Senti um peso em cima da minha cintura. Levantei a cabeça lentamente e vi que era um braço. Conforme olhei para o lado vi o Jesse deitado a meu lado apenas de boxers, e foi ai que reparei que eu estava apenas de roupa interior.

- Oh! Meu! Deus! – Disse em choque. Tirei o braço dele de cima de mim e comecei a abana-lo com intensões de o acordar, mas ele estava ferrado mesmo. – Jesse! Jesse acorda! – Disse baixinho. - HEY!? – Gritei e ele caiu da cama abaixo.

- O que se passa? – Disse ainda no chão. Sentou-se, pondo a cabeça na cama. Mandei-lhe com a almofada em cima e ele voltou a cair. Em seguida sentou-se na cama e pôs as mãos nos meus ombros. – Olha que tal se dormisse-mos mais um pouco e depois falássemos!? – Beijou-me rapidamente e voltou-se a deitar. Cruzei os braços e segundos depois ele olhou para mim. – Zoe!? – Disse surpreendido.

- Não é o papa queres ver? – Revirei os olhos. – O que é que se passou ontem? O que estou aqui a fazer… contigo?

- Calma… - Interrompi-o.

- Calma!? Eu estou numa cama, praticamente despida, contigo. – Olhei para o relógio. – Eu não acredito! – Ignorei o facto de me estar a doer bastante a cabeça e levantei-me apressadamente e comecei a agarrar na minha roupa que esta espalhada pelo quarto. – Ninguém pode saber do que aconteceu… - Calcei os sapatos. - …ou o que não aconteceu. – Vesti o meu vestido e em seguida o casaco. – Resumindo, ninguém pode saber que “dormimos” juntos. Eu sei que não aconteceu nada mas isto não pode sair daqui. Adeus! – Sai do quarto e fechei a porta por detrás de mim.

O que é que passou pela minha cabeça para deixar isto acontecer!? Encostei as minhas costas a porta e respirei fundo.

- Bom dia! – Disse a Chloe ao mesmo tempo que saiu do quarto da Mel. – O que estavas a fazer a… - Interrompia.

- Nada. Aliás, tu não viste nada. – Fui em direcção as escadas. – Já agora, viste a Mel? Temos aulas daqui nada.

- Não, ainda não a vi hoje.

- Okay. – Comecei a descer as escadas. – Se a vires diz que fui até casa mudar de roupa e que nos encontramos na escola.

Chloe’s POV…

Segundos depois de ela ter começado a descer as escadas, ouvi a porta a abrir-se e a fechar-se logo a seguir.

- Bem, alguém está com presa. – Comentei comigo mesma ao mesmo tempo que comecei a descer as escadas.

Quando cheguei ao fim das escadas, reparei que o David estava a dormir no sofá… e estava agarrado a… Katherine!? Ignorei o que tinha acabado de ver, apesar de achar bastante estranho e fui á casa de banho arranjar-me. Estava prestes a voltar lá para cima quando um cheiro muito familiar chegou até mim. Oh não! Ela não pode ter feito o que estou a pensar que ela fez. Fechei os olhos e tentei não me descontrolar naquele momento. Movimentei-me super rápido e em segundos estava ao lado deles.

- Katherine! – Disse muito baixo. Num tom que só ela me pudesse ouvir.

- Sim Chloe!? – Disse como se não tivesse feito nada de mal. Levantou-se e ficou a minha frente. – Humm, já é de dia… Fixe!

- Como és capaz de ser tão irresponsável!? – Disse bastante zangada. – E o David? Porquê!?

- Estava á seca. – Olhou para as unhas, e em seguida para mim. – O que foi? Não me digas que também não fizeste o mesmo aquele… Qual é a palavra mesmo!? Já sei… HUMANO?

- CALA-TE! – Disse entre os dentes, irritada.

- O que foi? Vais-me “castigar” aqui? Ao pé dos humanos? – Deu um pequeno riso cínico. – Oh querida, eu sei que não o fazes. E para que fique esclarecido, tu podes ser umas quantas décadas mais velha que eu, mas não me metes medo. E eu não fiz nada de mais. E ele gostou quase tanto como eu. – Olhei para o David e reparei a marca dos dentes dela no seu peito, no pescoço e no ombro. – Ou até mais…

- Tu metes-me nojo.          

- Espera ai, não me vais dizer que não te apeteceu beber o sangue daquele humano? Podes tentar negar mas eu sei que querias… e ainda queres.

- Chega! – Disse o Drew, aparecendo de repente do nada. – Vocês não querem dar nas vistas. – Olhou para a Katherine. – Tu não mudas pois não?

- Olha quem é ele! – Disse ela sarcasticamente. Ele olhou-a de lado. – O que foi? Eu só me queria divertir um bocado. Claro que não me devo de ter divertido tanto quanto a tua humana. Quer dizer, ela passou a noite toda a fazer sabe-se bem o que com o rapaz que ela ama… - Provocou-o. – … e que escolheu, né? - O Drew agarrou-lhe pelo pescoço e encostou-a á parede com muita força. A expressão dele tinha mudado, e tinha os seus caninos bastante afiados de fora. – O quê? Só isso? Não me digas que tens mais nada?

- Tu não te atrevas a falar assim da Mel, ouviste?

- Isso é uma ameaça? – Sorriu. Ele estava prestes a perder a cabeça, por isso fui ter com eles e tentei acalmá-lo.

- Drew calma! – Pus a mão no seu peito tentando-o afastar. – Não estamos sozinhos e o pessoal pode acordar, por isso tem calma. – Ele fechou os olhos e respirou fundo e quando os voltou a abrir, já estava com a expressão mais calma e em seguida largou-a.

- Bem se já acabas-te, vou-me arranjar e vou para casa. – Começou a andar e a meio do caminho virou-se para nós. – E estejam descansados que eu trato dele. – Piscou o olho, agarrou na sua roupa e na mala e foi para a casa de banho.

- Ela é um caso perdido. – Disse ao mesmo tempo que cruzei os braços e olhava para a porta da casa de banho e abanava negativamente a cabeça.

- Á mínima coisa que ela faça agora, vou ter que avisar o Loren. – Olhei para ele. – Eu não queria chegar a tanto, mas não posso deixar que as coisas se descontrolem. – Olhei para ele preocupada.

- Como estas? Aquilo que ela te disse em relação a Mel afectou-te não foi?

- Não quero falar sobre isso. – Começou a andar apressadamente até a porta. – Vemo-nos na escola.

- Okay. – Saiu e eu comecei a subir as escadas.

Quando voltei para o quarto já estava mais calma. Deitei-me na mesma posição que me encontrava antes. Pus a cabeça no peito do Nick e ele colocou logo os seus braços á volta da minha cintura. Não me queria mexer, pois não o queria acordar. Fiquei a observa-lo enquanto dormia. Ele é tão fofo! Passei com a minha mão suavemente na sua face. Estava-me a saber bem estar nos seus braços. Ele fazia-me sentir normal, como se fosse humana outra vez, e segura. Sentia que lhe podia contar todos os meus segredos e que ele não me ia julgar. Mas não podia, não o posso por em risco. Voltei a fechar os olhos.

- Bom dia! – Disse beijando a minha testa. Olhei para ele, e lá estava ele a sorrir.

- Bom dia! - Retribui o sorriso como por instinto. E foi ai que reparei o quanto perto os seus lábios estavam dos meus. Conseguia sentir a sua respiração nos meus lábios. Por momentos não quis saber das consequências, do que podia acontecer, só sabia que o queria beijar. E foi o que fiz… Ele correspondeu logo ao beijo, como se soube-se que o ia fazer. Lentamente, ele foi se pondo em cima de mim enquanto acariciava a minha face com a sua mão, sem afastar os seus lábios dos meus. Estava tudo a correr bem, quando me começou cada vez mais a apetecer beber o seu sangue. – Acho que é melhor ficarmos por aqui. – Disse afastando-o lentamente. – Desculpa, mas é… - Ele interrompeu-me.

- Complicado, eu sei. – Deu um sorriso carinhoso e passou com o seu polegar nos meus lábios. – Por favor, não me voltes a evitar. Por mais complicado que seja o que se está a passar, não me faças isso… - Disse olhando-me nos olhos.

- Okay… - Como lhe podia dizer não? Eu não tinha a coragem de o fazer, por mais que fosse o melhor, era incapaz de tal coisa. Passei a minha mão pelos seus caracóis. – Tenho que ir andando. Ainda tenho que passar em casa antes de ir para a escola. – Dei-lhe um beijo na cara e levantei-me. – Até logo! – Disse já perto da porta.

- Até logo! Obrigado pela companhia ontem a noite. – Disse com um grande sorriso. Retribui o sorriso, e sai do quarto fechando a porta por detrás de mim.