Triângulo escrita por medusa


Capítulo 12
Onze (final)


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo! É tão triste acabar uma história... Mas tudo tem um fim, rs



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- Ai meu Deus – falei baixinho.

- O que você está fazendo aqui? – o Dã falou, com um tom de repugnância.

- Eu... Vim me desculpar.

- Ah – revirei os olhos e simulei uma risada.

- Só me ouve, ok?

Olhei para ela e levantei as sobrancelhas, em um gesto de “fale”.

- Eu estava obcecada por você, Daniel. Desde aquela festa eu estava afim de você, e eu me tornei uma completa idiota tentando ficar com você. É sério, eu fui muito idiota mesmo, e eu assumo. E, Bel... Me desculpe por tudo. Você acabou com ele por mim e a única coisa que eu fiz foi de apunhalar pelas costas, eu nem sei por que eu fiz aquilo... Eu fui uma vagabunda mesmo, eu admito. Eu não quero que nossa amizade termine por aqui. Eu te conheço desde os tempos em que a gente engatinhava, não dá para acabar tudo por aqui. Lembra de quando eu lavei o guarda-roupa com a mangueira? Quando você deu banho na sua boneca que falava sozinha e quase tomou um choque? E quando a gente destruiu o colchão novinho da minha mãe com uma faca? – não pude conter o riso, junto com ela - Foram tantas risadas, briguinhas, fofocas, agente já fez tanta coisa juntas que nosso passado já condenou a gente, e muito. Só você sabe as besteiras que eu já fiz, e eu sei as suas também. Todos os nossos segredos foram sempre colocados à mesa, e a gente nunca escondeu nada uma da outra. Eu te amo, irmã – ela começou a chorar, e eu junto com ela.

Daniel estava sorrindo quieto na cadeira dele.

- Vem aqui – falei, chorando e abrindo os braços para ela, que veio me abraçar.

- Te amo, amiga – ela falou.

- Eu também te amo muito – falei.

- E olha, você me prometa uma coisa – falou quando nos soltamos do abraço.

- O que?

- Que você nunca mais vai fazer algo assim por minha causa, ok? Manda eu me foder, mas não faça isso de novo, me ignora se eu voltar a ser vadia assim com você, ok?

- Ok – sorri enquanto secava minhas lágrimas.

 

Passamos a tarde inteira conversando. Eu, Renata e Daniel. Até que ela teve que ir.

- Gente, já está tarde – Renata falou, depois de olhar o horário em seu celular -, eu tenho que ir. Ela deu um abraço em mim e no Dã.

- Tchau – falei quando ela cruzou a porta.

Olhei pro lado. O Daniel ainda estava lá. Eu nunca pensei que mereceria ter um namorado assim, que preferisse dormir em uma cama de hospital do que ir para casa.

- Que foi? – ele não entendeu por que eu estava olhando para ele sorrindo.

- Eu te amo.

Ele se aproximou e me beijou. Dessa vez pude tocar em seu cabelo com a mão, enquanto ele entrelaçava os dedos na outra. E o monitor disparou novamente. Ouvi alguns passos e abri um olho sem parar de beijar o Dã. Havia uma enfermeira na porta da sala. Provavelmente ouviu o monitor e veio saber o que havia de errado. Ela sorriu, deu de costas e se foi.

 

Alguns dias depois, pude ir para casa. Eu estava de muletas e com alguns esparadrapos na testa e atrás da cabeça. Daniel, como sempre, me ajudou a entrar e sair do carro.

Quando chegamos no prédio, meus pais ficaram no térreo conversando com o zelador, e eu e o Dã fomos para o elevador. Enquanto esperávamos esse chegar, olhei bem o hall do prédio.

- Foi aqui que eu te conheci – falei, sorrindo. O elevador chegou e nós entramos.

- E foi aqui o nosso primeiro beijo – ele completou, apertando o botão “7”.

- Não foi não!

- Ah, então... Vai ser o nosso primeiro beijo usando alianças.

Fiquei surpresa.

- Ei, como assim... - ele pegou uma caixinha de camurça e abriu. Haviam duas alianças prateadas lá dentro. Fiquei paralisada. Ele pegou uma delas e colocou no anular de minha mão direita. Me recuperei e fiz o mesmo nele.

O elevador se abriu, estávamos no sétimo andar.

Ele olhou para fora, sorriu e apertou o botão “16”, o último andar. Eu ri, enquanto ele me puxava para me beijar. Entrelaçamos nossas mãos. Seus lábios tocaram nos meus delicadamente. Soltei as muletas que eu estava segurando com a mão esquerda, o que fez um estrondo ao bater no chão do elevador. Ele riu nos meus lábios e continuou a me beijar, dessa vez urgentemente. Coloquei a mão livre em seus cabelos, mais macios do que nunca.

O elevador abriu novamente. Ao contrário do que eu esperava, ele me entregou as muletas.

- Vamos – ele disse. Fiquei confusa, mas o segui.

Ele estava indo em direção às escadas, e me ajudou a descer um lance delas. Nos sentamos no chão entre o 16º e o 15º andar, e ficamos lá, simplesmente abraçados.

Como dois namorados. Nada além disso.

 

- Agora eu entendi tudo.

Ele me olhou confuso.

- Eu me sinto completa – falei, enquanto brincava com o anel prateado de sua mão direita. Ele continuou sem entender, eu acho – Assim como esses dois anéis, que separados são simplesmente dois anéis. Só que, juntos, eles têm um significado.

Ele sorriu.

Me abraçou.

Me beijou.

Eu ainda te amo, Daniel.


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Notas finais do capítulo

Aaaaah adorei essa história! E aí, gostaram do fim?
Simples, mas fofo. Eu gostei, rs. Acabou meio misterioso, sei lá.



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