Na Sua Estante escrita por kmila_firmo


Capítulo 1
Na Sua Estante


Notas iniciais do capítulo

"Na Sua Estante" é uma música da Pitty, que eu adoro Por isso resolvi fazer essa song fic, o link da música no youtube é esse: http://www.youtube.com/watch?v=DP3j6hgS4VY



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Nunca pensei que iria dizer isso, mas estou apaixonada. Tudo começou quando quis viajar para Santa Catarina. Eu nasci lá, mas vim para São Paulo quando tinha dez anos. Conheci uma pessoa que me fez amar esse estado poluído. Mas idiota arranjou outra pessoa, e terminou comigo na cara dura, beijou ela na minha frente, e nem ligou para o que eu sentia. Fui visitar um amigo, lá eu ia ter tempo pra organizar as idéias. Mas isso não vem ao caso agora, estou no avião procurando minha poltrona.

 

“Senhores passageiros, caso necessitarem de um banheiro, dirijam-se ao fundo do avião. Ao lado das poltronas, se encontra um saco plástico, caso sentirem enjoo. As aeromoças estarão passando daqui a cinco minutos, boa viagem!”

— Onde está a minha poltrona? — olhei para meu passaporte. Ele havia acabado de cair no chão. Eu estava absolutamente lotada de malas, casacos e bolsas com coisas pessoais. Não conseguia segurar mais nada, ainda mais naquele corredor apertado. Que raiva! Eu precisava era ir de primeira classe... — Ah, achei... Como abre esse negócio? — sim, eu estava tentando abrir o negócio de colocar as malas. Não, eu não sei o nome daquilo. Só sei que é um negócio que fica a cima das poltronas, só. Mas, naquele momento, TUDO o que eu estava segurando caiu no chão. — Isso não tá acontecendo...
— Infelizmente está sim. — olhei para o lado. Adivinha quem estava lá? — Quer ajuda?
— Não, imagina. — reuni toda a ironia que pude acumular e falei isso. Me arrependi, pra ser sincera. — Prefiro ficar aqui, com toda minha bagagem no chão. Pelo menos, malas não te decepcionam nem te fazem sofrer.
— Tá, entendi. Agora dá licença que vou te ajudar com isso aqui... — ele abriu o negócio das malas. Pegou boa parte das minhas bolsas e enfiou lá dentro. Enfim, só sobrou a mala maior e meu passaporte, que continuava no chão.
— A mala eu carrego comigo. Não precisa se dar o trabalho de abrir espaço aí. — eu falei isso, enquanto fechava o... Ah, você sabe.
— É sue esse passaporte?
— É... — eu me abaixei para pegá-lo. Ele se abaixou junto. E como aquelas típicas cenas de filme romântico meloso, nossas mãos se encostaram, nos olhamos e vivemos felizes para sempre. — Olha Cascão, quero saber o que você está fazendo no avião.
— Estou indo viajar. — ele me olhou com cara de quem estaria encarando a pessoa mais burra do mundo. — Magá, eu vou pra Blumenau.
— Ah... Duas cidades grandes... Parece que vamos ficar bem longe um do outro.
— Você vai pra onde?

— Navegantes. — como se já não bastasse, nós sentamos um do lado do outro, e nossos braços ficaram colados, disputando lugar no apoio da poltrona. Estávamos fazendo força para empurrar o braço do “oponente” pra fora. Ele conseguiu, não foi surpresa. Mas ele fez tanta força, que sua mão pousou na minha coxa.
— Magá...
— Ok, e como tá a Cascuda?
— Não importa.
— Tá bom, né... — Ele me virou de modo que ele visse meu rosto.
— Magá, presta atenção... Eu terminei com ela... Mas não quero falar sobre isso. Não com você.

Fiquei em silêncio. Ficamos a viajem toda sem falar nada.
Depois de torturantes quarenta e cinco minutos, ele abriu a boca.

— Te falo por que terminei com a Cascuda no aeroporto.

Novamente me calei. Não queria falar nenhuma besteira. Ficamos mais alguns longos minutos sem falar nada. Finalmente chegamos ao aeroporto.
Desembarcamos. Eu ia pegar um ônibus, mas ele me parou. Lembrei que iríamos nos separar em alguns minutos.

Lembrei que iríamos nos separar em alguns minutos.

— Magali, eu vou te explicar por que...
— Por que você e a Cascuda terminaram?
— Olha, é complicado...
— Fala!
— Ok... — nesse momento, o ônibus dele chegou. O ônibus iria esperar cinco minutos até todos os passageiros chegarem. — Olha, eu e a Cascuda estávamos felizes, mas deu uns problemas...

 

Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar
Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar


— Que problemas? — visualizei os passageiros entrarem no ônibus.

Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar ao menos mande notícias
Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar


— Eu tenho pouco tempo pra te explicar... Vou direto ao assunto.

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia


— Sempre quis alguém legal pra ficar do meu lado, alguém com um jeito legal, gente boa...

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

— Alguém especial, que me admirasse, mas não me venerasse... Que gostasse de mim como eu sou sem precisar mudar nada.

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu


Neste momento, meu coração começou a bater forte. Ele sempre estava mudando de namorada, mas eu sou a melhor amiga dele há muito tempo... Todas tinham ciúmes.

Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura


Reuni toda minha coragem. Ele continuou a falar.
— Eu nunca entendi por que todas terminavam comigo.

E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido


— Nunca encontrei ninguém que me quisesse de verdade...

Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante


— Hei! Você vai embarcar? — o motorista do ônibus gritou para ele.
— Sim, já vou!

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia


— Sim, você sempre quis alguém... E nunca encontrou? — perguntei, chegando mais perto dele.

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres e outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu


— É nunca encontrei. O que há de errado comigo? Quando finalmente achei alguém, que seria a Cascuda, ela não gosta do meu jeito!
“Eu gosto do seu jeito” pensei.

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu


— Sim, mas... Já pensou por onde Você procurou?
— Já... Até nas meninas do Limoeiro, mas ninguém gosta de mim de verdade lá! — Quando ouvi isso, baixei a cabeça.

Só por hoje não quero mais te ver

— O que foi Magá? Tá triste?

Só por hoje não vou tomar minha dose de você

— Poxa Cascão... Que pena... Já que não encontrou ninguém ainda, eu te desejo boa sorte... — tentei sorrir, mas fiquei com muita vergonha.
— Tá bom... Obrigado então... — ele embarcou no ônibus. As portas se fecharam. Enxuguei a lágrima que caiu no meu rosto e ergui meu queixo.

Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam

Vi ele olhando para mim. Pude ouvir um grito, junto com o barulho do acelerador do ônibus. Era ele, pedindo para o motorista parar.

— Por favor, para! Eu preciso sair desse ônibus!
— Está ciente que não vai embarcar de novo depois, certo?
— Sim! Agora para, por favor!

E essa abstinência uma hora vai passar...

Ele veio correndo em minha direção quando as portas se abriram. Veio e me beijou. Finquei minhas unhas em suas costas e aproveitei o momento.

— Magali... Acho que encontrei a pessoa certa...
— Você acha? Eu tenho certeza!

 

FIM


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Notas finais do capítulo

É isso galera, espero que tenham gostado Deu um trabalhão, é minha primeira song-fic. Então, beijos, até a próxima :*