Perfect Kanojo - Little Puppet! escrita por violentsminds


Capítulo 2
A namorada


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo tem muitas coisas!
Como o Namikiri Gaku, o ponto de vista do Koron e... bem, leiam!
Quem raios acorda os outros tão cedo?!?!



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            Ruki até que estava se divertindo, pois seu lado exigente estava adorando escolher um monte de características para a personalidade da cyborg. Ele havia chegado à conclusão que como usaria apenas o período de graça, não faria diferença a quantidade de características que colocasse, certo? Pronto. A primeira parte estava completa. Clicou em ‘next’ e uma nova página se abriu.

- Características físicas, é? Hmm... Oh! Posso escolher com aparência estrangeira! – clicou.

            Se os amigos o vissem agora, achariam que ele estava um pouco mais feliz. E ele de fato estava. Enquanto imaginava como seria sua garota perfeita esquecia de seus problemas presentes e passados. Conseguia apenas esperar ansiosamente pelo futuro. Talvez seja isso que chamamos de esperança. Talvez seja apenas efeito de muito chá preto com gengibre.

- Tamanho dos seios... EH?!? TEM ATÉ ISSO?? – Koron levantou assustado do canto onde estava e foi até o dono que estava um pouco corado. Ruki mais uma vez engoliu a seco – Certo, certo... cor dos cabelos e olhos... Já vejo muitos olhos castanhos todos os dias, então quero olhos claros. Hm... mas não quero loira de olhos azuis, isso parece clichê – exigente como sempre – Então cabelos castanho e olhos azuis... não, verdes!

 

            O vocalista preenchia um questionário com inúmeras perguntas sobre a aparência do cyborg. Já era tarde, mas ele ficava cada vez mais empolgado. Olhou a hora e lembrou-se que no dia seguinte só precisaria ir à PSC de tarde, então poderia dormir um pouco mais. Voltou-se ao computador e preencheu a última questão daquela parte.

- Altura. Bem, ela não pode ser mais alta do que eu. Acho que vou colocar a mesma altura que a minha. Hmmm... não, uns 2 centímetros mais baixa. 1,60. Pronto... – sorriu – Yoshi, Koron! – pegou o animalzinho no colo de novo e clicou no botão de finalizar.

            Primeiro, apareceu um formulário para que ele preenchesse seus dados, como endereço, cartão etc. Quando terminou, uma mensagem apareceu:

 

“Muito obrigado por comprar uma namorada perfeita! Aliás, quem deve agradecer é você! Uma garantia da Kronos Heaven! O prazo de entrega de seu produto é 3 dias!”

 

- Ee...eles tem bastante confiança nos produtos, ne, Koron~

- Au! – o cachorro respondeu concordando.

- Bem, então está na hora de irmos dormir. Amanhã vai ser divertido contar aos outros como foi – riu – Certeza que o Aoi vai twittar sobre isso e Kai-kun provavelmente não vai gostar. Em compensação... Akira e Kouyou vão me zoar muito... tsc ... será que devo deixar surpresa? – se perguntou, colocando o bichinho de estimação em sua caminha enfeitada de babados – Boa noite, K-chan~ Ah, deixa pra lá, eles iam me zoar depois também de qualquer jeito.

            E então Ruki foi dormir. Ou pelo menos tentar. Ele se deitou e ainda ficou um bom tempo imaginando como as coisas seriam quando a cyborg chegasse. Ainda parecia que estava apenas comprando uma boneca e não uma namorada postiça. Mas bem, teria que se acostumar com isso depois, agora....

            E caiu no sono.

 

***

 

             “Mas que barulho infernal!” Foi o que Ruki pensou enquanto colocava o travesseiro sobre a cabeça para encobrir o som da campainha que era tocada insistentemente. Quem raios iria visita-lo àquela hora da manhã?

             Ele logo desistiu e foi atender a porta.

- ARGH! JÁ VAI! – e se atrapalhou todo ao tentar se livrar das cobertas, caindo de joelhos no chão. Se alguém tivesse visto sua cara nesse momento, certamente teria rido, mas Koron-chan era muito compreensivo, então apenas abanou o rabinho.

            O vocalista correu até a porta e abriu, deparando-se com uma caixa maior do que ele tapando toda a entrada.

- Ee?! O que é isso?

- Você é Matsumoto Takanori? – perguntou uma voz que parecia vinda do além.

- Eeee.....

            Foi quando uma cabeça brotou de trás da caixa, com um boné daqueles de entregador, com o logo da Kronos Heaven. “Mas... não pode ser...”, Ruki pensou, “devem fazer apenas algumas horas desde que fiz o pedido!”.

- Senhor?

- Ah, sou eu, sim – ele respondeu hesitante.

- Assine aqui, por favor – disse o entregador passando-lhe uma prancheta.

            Enquanto o homem arrastava a grande caixa para dentro da casa, Ruki olhava um tanto atordoado para a situação toda e Koron latia pro estranho. Seu dono ainda ficou alguns minutos encarando o logo da Kronos Heaven na caixa depois que o entregador saiu.

            Ele sacudiu a cabeça e respirou fundo, se sentindo um pouco nervoso, mas também ansioso. Aproximou-se da grande caixa e começou a abrir o fecho. Um daqueles fechos de baú antigo. Precisou fazer mais força para a tampa se abrir, o negócio parecia se recusar a sair dali. Ele puxou, puxou e puxou. Depois resolveu fazer uma alavanca com uma chave de fenda. Enfiou a ferramenta no pouco que conseguira abrir e forçou na direção contrária.

            Ele conseguiu, mas não foi exatamente o efeito desejado. A tampa voou para um lado e o conteúdo da caixa.... BAM! Subitamente caiu em cima dele, derrubando-o no chão. Koron começou a latir para ‘a coisa’, achando que ela estava atacando seu dono.

- Ouch... o-o que acont... – ia dizendo o vocalista enquanto se levantava meio confuso – AH! – E deu um pulo ao ver o corpo desnudo sobre si, jogando a cyborg pro lado.

            Olhando de cima, parecia realmente humana. Ele se aproximou lentamente, prendendo a respiração. Koron esperava ao seu lado, também tenso, o rabinho entre as pernas.

            Ruki colocou sua mão sobre a do cyborg. Primeiro um toque de leve, mas ao perceber como era suave, segurou a mão do robô e disse para Koron:

- Oh, Deus... é como se fosse pele de verdade! – disse assombrado. E então tomou um baita susto quando seu telefone começou a tocar. Ele levantou e foi até o aparelho. Porque ele tinha esses toques estranhos em seus telefones mesmo? – Mo-moshi moshi?!

- E aí?! O que está achando? Já está pensando em ficar com ela pra sempre?! – perguntou uma voz que parecia anormalmente animada.

- Quem é?

- Oh! Desculpe a falta de educação! Sou Namikiri Gaku, seu assistente técnico! Guarde bem o meu número, hein! E então? O que está achando? Perfeita, não? – o homem falava tão rápido que demorou um pouco para Ruki processar tudo que havia sido dito.

- Er... e-eu acabei de abrir. Ela está... er... parecendo um cadáver no meio da minha sala.

- O que?! Você ainda nem ligou? Você já leu o manual por acaso? Qual é a desse descaso com nosso produto?! Vou ter que ir até aí? Veja, Matsumoto-san, leia bem o manual! Assim vai poder ligá-la facilmente. Bem, tenho que ir agora. Se precisar me ligue!

            E desligou.

            Ruki estava completamente confuso com tudo acontecendo tão rápido, sentia a cabeça girar. E além de tudo havia acabado de acordar, ele não era uma pessoa necessariamente matinal.

            Mas ainda bem que ele tinha o Koron. O chihuahua já tirava um bloco de papel de dentro da caixa e levava para o dono, que começou a ler atentamente o manual. E o cachorrinho ficou o observando, olhando de relance para a robô de vez em quando, para ter certeza que não havia se mexido.

 

            Depois de um tempo, o vocalista terminou de ler tudo e pensou “Eu não acredito nisso!”. E se querem saber, ele estava se referindo ao método necessário para ligar sua nova namorada.

- Certo, vamos fazer isso de uma vez, K-chan! – exclamou ajoelhando-se ao lado do corpo que estava estendido de bruços em seu tapete.

- Au! – obviamente Koron estava lá para apoiá-lo.

            Ele virou a cyborg pra cima e tirou os cabelos da frente do rosto dela. Assustadoramente parecida com um ser humano e igualmente linda, bem como ele havia visto no site. Enquanto estava prestes a fazer o que tinha que fazer, tentava se lembrar por que raios estava fazendo aquilo. De quem tinha sido a idéia mesmo? Ah, do maldito do Akira.

            Vamos parar um momento e voltar ao manual que Ruki tinha lido. Pagina 5. Parágrafo 1. “Como ligar sua namorada”.

            Bem como os cyborgs masculinos que a Kronos Heaven havia produzido anteriormente (vide Zettai Kareshi), todos os modelos de namoradas possuíam em seus lábios um sensor de temperatura que permitiria que elas identificassem seus respectivos namorados. E para ligá-las...  acho que vocês já entenderam.

            E bem, essa é a situação atual.

            Ruki dando o primeiro beijo em sua nova namorada-robô, e os lábios dela eram incrivelmente macios, como os de uma humana de verdade. E Koron-chan disfarçando o máximo que podia, tentando não olhar para aquela cena constrangedora.

            Logo que separou seus lábios dos dela, o vocalista sentiu um pouco de movimento e se afastou. A cyborg se sentou tão de repente que assustou o cachorrinho, que correu para a cozinha. Ela olhou tudo ao seu redor e parou ao ver o rapaz em sua frente, abrindo um lindo sorriso.

- Bom dia, namorado~

            Ee~, a voz dela era para ser assim tão doce?

 

***

 

            Ele estava achando aquilo tudo muito assustador, okay! Primeiro ele acordou com aquela barulheira, ele tinha ouvidos sensíveis! Então um cara estranho entrou em sua casa trazendo um brinquedo gigante. E depois o brinquedo atacou o papai! Mas ele logo percebeu que era porque o tal brinquedo estava desligado. Ele era muito inteligente!

           Alias, ele particularmente achava que aquele brinquedo era bastante cheiroso, mas então quando papai ligou aquilo, a coisa começou a se mexer do nada. É claro que qualquer um teria se assustado! Mas ele acabou deixando seu querido papai sozinho com aquele ser desconhecido, então resolveu dar uma espiada.

           O papai e o brinquedo... não, agora que ele olhava bem, aquilo era muito parecido com o papai. Tinha aquelas patas de fazer carinho e também as patas de andar. Só o cheiro que era diferente. Parecia uma mistura de cheiro de flor com televisão. Sabe, televisão, aquela caixa de imagem que o papai ficava vendo de vez em quando.

           Enfim, o papai e o outro ser estavam sentados de frente um para o outro. Papai parecia um pouco tenso. E então o brinquedo estranho viu o pequeno Koron-chan observando da porta da cozinha e o chamou.

- Ah, um cachorrinho! Vem cá, vem – e a cyborg estalou os dedos.

           Um pouco desconfiado Koron se aproximou, mas o cheiro agradável que saia dela era bem convidativo. Ruki observava os movimentos dela ainda impressionado com como aquilo podia ser tão real. Então o cachorrinho chegou perto da cyborg e ela começou a fazer carinho no animal, que pareceu gostar. Ela também parecia bem feliz.

- Qual o nome dele? – ela perguntou.

 - Ah, é Koron...

- Que gracinha! – e então ela notou o olhar confuso de Ruki – ah, você me programou para gostar de animais~

- Ah!.... É mesmo... – ele ficou meio sem graça.

- E então – ela começou a dizer, se aproximando mais de Ruki, analisando-o de cima a baixo – qual é seu nome, namorado?

- Matsumoto Takanori – ele respondeu se afastando um pouco.

- Takanori, é? Hmmm... então irei chama-lo de Taka! – e riu. Ruki tentou se lembrar se havia programado que ela tivesse uma risada tão adorável.

- T-Taka...? – ele perguntou, não parecendo gostar muito.

- Bem, você me programou para chamá-lo por um apelido fofo... – disse corando um pouco – se quiser eu posso chamá-lo de Ursinho, docinho, ou bombomzinho~ - e corou mais ainda.

            Vê-la corando deixou Ruki ainda mais impressionado com o nível de tecnologia a que o Japão havia chegado.

- Er, pode chamar de Taka mesmo....

            A cyborg se levantou e começou a olhar a sala.

- Você tem uma casa bonita – ela comentou. E só então o vocalista se lembrou que ela estava sem roupa.

- V-vou arrumar algo para você vestir! – falou, tapando os olhos e correndo em direção ao quarto.

            Foi nesse momento que a campainha tocou, deixando o rapaz desesperado, sem saber se corria pro quarto, ou pra porta.

- quem é?! – ele gritou do corredor.

- Akiraaa~ Estava preocupado e vim ver como você estava – o baixista respondeu.

            “Gah! Akira maldito! Eu ainda te mato!!”

- Ah, deixa que eu abro, Taka – disse a cyborg indo até a porta.

- NÃO! – ele gritou assustando-a, e deixando Reita confuso do lado de fora. Talvez Ruki estivesse brigando com Koron. Ele deu os ombros – Er, vem aqui! – e puxou a cyborg até o banheiro – Fica aí! – E voltou correndo para abrir a porta – O-oi, Akira!

- E aí, como você ta? – perguntou Reita.

- Ah... é... tudo bem. – ele forçou um sorriso.

            Mas ele obviamente havia esquecido que havia uma caixa enorme no meio da sala.

- mas o que... – começou o baixista, até que viu o logo da Kronos Heaven na tampa que estava largada em algum canto – AH! VOCÊ REALMENTE FEZ ISSO! Onde ela está? Cadê? Quero ver, Takanori!! – exclamou sacudindo o vocalista pelos ombros.

- E-er... é que....

- Quem é seu amigo, Taka?

            Ruki ouviu a voz dela e quase teve um ataque cardíaco de susto.


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Notas finais do capítulo

E aí? que tão achando? XD
Alias, o que será que Reita vai achar??
Não percam o p´roximo quando Ruki dará um nome à cyborg, ou será que vai ser o Reita?
E eles ainda a apresentam pro Uruha!
Eee, tudo bem deixá-la sozinha com o garanhão do Ussan?!?!?

Idéias são bem-vindas, então deixem reviews ok~
E obrigada por lerem