Meio a Meio escrita por Karine


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Proximo cap vai ser o final, espero que gostem



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Cap 02

Musica para este cap.Robert Pattinson - Let Me Sign - Permita-me Ceder

 

Ela estava lá na árvore quebrada

Suas mãos foram todas retorcidas,

ela estava apontando para mim

Fui condenado pela luz saída de seus olhos

Ela falou com uma voz que interrompeu o céu

Ela disse 'Venha pela triste sombra,

Eu te envolverei em meus braços e você saberá que

foi salvo'

 

—_ Então essa é sua casa?

            Ela falou olhando com superioridade para o meu apartamento, surgiu uma pequena ruga na minha testa, que garota mais... Aff, não vou nem falar, senti uma pequena vontade de estrangula-la, ta que meu apartamento não era muito grande, esta bem, um único cômodo e um banheiro é realmente uma merda, mas poxa, eu não tenho dinheiro, trabalho, estudo e sou sozinho, o que ela queria? Que eu tivesse uma mansão? Bufei e me joguei no meu sofá enquanto ela analisava as fotografias da minha estante.

—_ Quem são essas pessoas nas fotos?          

            Eu olhei para ela.

—_ São amigos, pessoas que sempre cuidaram de mim.

—_ E por que você não mora com eles?

            Bufei com a observação dela, eu não ia falar que eram pessoas de um orfanato, não ia mesmo, se eu pudesse eu realmente teria continuado lá, mas o lugar estava quase falindo, eu sempre mandava metade de toda minha renda como doação para as crianças que viviam lá. Sabe, eu não era um santo ou coisa parecida, eu não queria gloria ou qualquer outra coisa por ajuda-los, só que eles sempre foram minha família, e não se cobra pela ajuda de familiares.

—_ Bem, lá já tem gente suficiente.

—_ Então sua família deve ser bem grande.

            Ela sorriu e começou a andar pela casa, e aquele foi o nosso primeiro dia.

 

2 dia

 

            Acordei cedo, eu dormia ao lado dela, só que a folgada na minha cama e eu no chão, levantei, fiz o nosso café da manha e deixei o dela sobre a mesa, eu ia me ausentar só por alguns minutos, ela não passaria fome, pois minha comida apesar de rui era comestível, me dirigir a porta e antes de tranca-la, ao sair para o lado de fora, a dor novamente me atingiu, parecia que eu ia morrer, a ouvi gritar e me joguei dentro do apartamento novamente.

—_ Qual é o seu problema seu idiota?! Ta querendo nos matar?!

            Ela gritou, eu me assustei, merda, eu tinha esquecido, olhei pedindo desculpa para ela, mas como sempre, ela não tinha piedade, me fuzilou e levantou da cama brava demais para me dirigir qualquer palavra, foi ao banheiro, passou umas duas horas la dentro, eu fiquei mofando e morrendo de ódio do lado de fora, eu não queria passar o dia inteiro dentro de casa, ela finalmente saiu do banheiro vestida com uma roupa minha, que nela ficava muito larga, coloquei a mão sobre a boca tentando não rir. Ela percebeu e me olhou mortalmente, senti um pensamento assassino passar por minha cabeça, aquele pensamento não era meu, então só podia ser... Ai que medo, me sentei no sofá e nem olhei para ela que continuava calada. Ate que...

—_ Que merda é essa?

            Eu olhei para ela horrorizado enquanto ela colocava para fora o café esforçado que fiz para ela.

—_ Hey, minha comida não é tão ruim assim.

—_ Não!? Você é doido por comer isso, alias você é doido por chamar isso de comida.

—_ Então faça você algo para comer.

            Fiquei chateado, levantei do sofá e fui olhar a janela, ela começou a preparar uma gororoba para comer.

—_ Ei.. Bells.

            Ela me olhou desconfiada desfiando sua atenção do que estava fazendo para me olhar.

—_ O que você quer?

—_ Bem, você podia sair um pouco comigo?

—_ Er... Não!! Você ficou doido? Olha para mim, eu só saiu daqui amanha quando minha roupa estiver seca, eu não saio nem morta, NEM MORTA com essa sua roupa cafona por ai.

            E assim se passou o nosso segundo dia, ela de um lado, passeando pela casa com minha roupas e eu na minha cama escrevendo uma musica.

 

Permita-me ceder, permita-me ceder,

o demônio não pode lutar, então apenas permita-me ceder

 

 

3 dia

 

            Acordei atordoado, era bem cedo e a casa estava com um ótimo cheiro de panquecas, olhei para cima, a cama estava vazia, olhei para a cozinha, e a encontrei, parecia feliz preparando algo para comer, levantei com muito preguiça, fui ao banheiro e ao voltar ela estava na mesa, sorrindo para mim, senti um frio percorrer toda a minha espinha, ela não era do tipo gentil, o que ta havendo? Será que tem veneno ali. Ela continuava sorrindo, mas se ele tivesse com pensamentos homicidas na cabeça eu também os sentiria.

—_ Você não vai sentar? Eu preparei nosso café.

—_ Por que você fez isso?

—_ Bem, você vai morrer daqui a quatro dias, então acho que merece uma comida saudável antes de parti, senta ai.

            Vontade de estrangular!!!

—_ Quem disse que eu vou morrer?

—_ Bem, um de nós vai, e adivinha? Não vai ser eu queridinho.

            Ela levantou da mesa e piscou para mim, a mesa estava ate bonita, tinha frutas, panquecas(eu adoro panquecas), suco, café, leite, ovos, pães, perai... Como ela conseguiu pães?

—_ Onde você conseguiu pães?

—_ Toma, eu tenho meus segredinhos Edward.

            Ela me deu um toco, eu sorri, ela estava sendo gentil, eu sentia que era verdadeiro e mesmo assim não deixei de desconfiar.

—_ Você pode ir comigo despois em um lugar?

—_ Sim, mas onde vamos.

—_ Você vai ver, traga seu violão, vai ser legal.

            Comi um pouco, e caraca, ela cozinha muito bem.

—_ Gostou?

            Ela perguntou levantando uma sobrancelha.

—_ Ate que não esta ruim.

            Tentei, mas ao ouvir a risada dela sabia que mentia muito mal.

—_ Esqueceu que eu sinto suas emoções, bem, de qualquer jeito eu sei que cozinho divinamente bem, obrigado.

 

Estive fora para uma bebida no Soho bar

O ar foi defumado como um charuto barato

Ela levantou de seu assento como um fantasma pintando

Era a mulher que eu mais queria

Quando ela alcançou meu braço, eu a dei minha mão

Eu disse: 'Estabeleça-me facilmente, deixe-me entender'

Permita-me ceder, permita-me ceder,

o demônio não pode lutar, então apenas permita-me ceder

 

            Naquele dia ela me levou a um bar, era um lugar calmo, bem simples e mesmo assim bonito, ela sorriu feito uma criança, me contagiei com o sorriso dela, ela me puxou pela mão e me levou ate uma mesa bem próxima ao palco.

—_ Que tal?

—_ Como você descobriu esse lugar? Ele é incrível.

—_ Eu sei, eu adoro isso aqui, ta vendo esse palco.

            Ela apontou para o local, era simples e mesmo assim bonito, parecia ate aconchegante, eu acho que me deixei levar pelas emoções dela, já que sentimos o que o outro ta sentindo.

—_ As pessoas fazem de tudo ali, tem de desabafo a pequenos talentos.

            Eu sorri para ela, ela parecia uma criança num parque de diversões.

—_ Você já subiu lá?

            Senti uma pontada dentro de mim, será que perguntei algo que ela não gostou? Eu sabia que esse sentimento de angustia vinha dela.

—_ Faz muito tempo, mas já sim.

            Ela voltou a sorri, mas eu entendi que ela não queria falar sobre aquilo, apenas devolvi o sorriso e peguei na mão dela, não sei por que fiz aquilo, mas me deu uma vontade de ficar perto dela, de tê-la perto de mim, ela sorriu e não puxou a mão como eu esperava que fizesse, apenas ficamos lá, olhando as pessoas falando de suas vidas ou cantando alguma coisa, ate que ela me obrigou a subir no palco e cantar. Morrendo de vergonha, eu sei que estou fazendo musica, e não era para ter vergonha, mas ainda não superei essa fase.

—_ Essa musica vai para aquela dama ali, que essa noite seja magica para nós todos que estamos aqui hoje, eu acho que tem um motivo para existirmos, mas nada se explicar nessa noite, pois ela é uma exceção a regra, é nossa noite de liberdade.

 

Enquanto eu andei através da porta ela ainda estava na minha cabeça

Porque eu entrava no quarto ela foi colocada lá na cama

Ela me alcançou toda retorcida em sombras

Eu estava no meu caminho, nunca voltaria

Permita-me ceder, permita-me ceder, o demônio não pode lutar, então apenas permita-me

ceder.

 

            Falei sempre olhando para ela, que sorria e escondia a cara, bem, ela também é tímida, eu acho, sorri e comecei a cantar, mas naquela noite, eu tive certeza de que era especial, pois algo dentro de mim dizia que eu ia recorda dela para sempre, mesmo que em quatro dias eu morresse, eu sempre ia recorda dela.

 


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Notas finais do capítulo

Se gostou comenta e da estrelinha, ou recomenda, eu ficaria muito feliz com isso, obrigadoooo, bjss



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