Primavera Negra escrita por Brigith


Capítulo 4
Capítulo 3 - Eu quase morro. De novo.


Notas iniciais do capítulo

Oi! Mais um cap!Nem preciso dizer que ameei todos os comentários, né?
Beijos especiais para:
Carol
Sami e
Sarinha
Beijos, espero que gostem



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Não tenho o que falar do resto do dia ( e da noite também). Nada de mais aconteceu, nenhum monstro, nenhuma ligação do inferno, nenhuma notícia de meus amigos e assim sendo nenhuma notícia de Hermes também. Pensei sériamente em fazer contato, mas não achei que fosse uma boa idéia, ia guardar os dracmas para situações mais urgentes... por assim dizer.
Quando eu abri os olhos de manhã - talvez um pouco cedo demais - notei com espanto que alguma coisa tinha mudado. Pulei da cama e fui até a janela, quase chorei. As ruas estavam molhadas, as calçadas cobertas de neve.
Peguei uma roupa qualquer, uma toalha e fui correndo para o banheiro. Tomei um banho rápido, me vesti e fui para o primeiro andar comer alguma coisa antes de enfrentar aquela imensidão de braquisse.
Charlie já tinha ido trabalhar, mas não sem antes deixar um bilhetinho:
Bella, eu acho que você deveria dar uma olhada em suas flores antes de sair... você sabe, para elas se animarem a enfrentar o inverno.
Dei um sorrisinho, Charlie sabia surpreender as vezes.
Tomei rapidamente o café, e depois fui até o jardim. Valeu pai, eu pensei. As flores estavam "cabisbaixas".
- Oi gente. - falei - Vamos lá, ânimo.
Comecei a andar entre as flores, com as palmas das mãos voltadas para baixo, os olhos fechados.
Logo senti as flores ganhando novo brilho, se mechendo um pouco, como que para espantar o frio.
Parei de andar e abri os olhos. Bem melhor, o jardim estava mais lindo que nunca. Parecia primavera. Já mencionei que adoro primavera? Talvez seja por que minha mãe é a deusa da primavera... mas vai saber.
- Eu tenho que ir, mais tarde nos vemos.
Fui para dentro pegar minhas coisas, e me pus a caminho da escola, dirigindo bem devagar, devo dizer, não queria me acidentar nem nada do tipo naquelas ruas escorregadias.
Mas não vou mentir, não sou muito de mentir para mim mesma, eu estava ansiosa para chegar na escola, não acreditava que fosse pelo aprendizado, afinal, eu odiava escola, aquelas letras dançando na minha frente e tudo o mais. Não, não tinha nada a ver com essas coisas, tinha a ver com ele. O estranho Edward Cullen.
Eu previa mais problemas comigo dirigindo um carro na neve, mas incrivelmente foi quase como se a estrada estivesse seca.
Quando cheguei na escola a primeira coisa que eu vi foi Edward Cullen, perto de seu volvo prata, no lado oposto do escionamento. A segunda coisa que eu vi, foram correntes ao redor dos pneus da picape.
Fiquei tão impressionada com aquilo que quando percebi o que estava para acontecer já era tarde demais.
Não é como se eu pudesse prever o futuro, não, deixo o futuro para Rachel, mas em geral por causa do meu défciti de atenção eu consigo ver quando estou prestes a morrer. E desse vez eu não vi, que droga.
Primeiro houve um barulho, um guincho agudo e alto. Olhei para cima totalmente perdida.
A voz de Perséfone ressoou em minha cabeça:
- Deixe ele te salvar.
Não tive tempo nem para raciocinar, uma van vinha rodando na neve até mim. Mesmo se eu quisesse não teria como me mover.
- NÃO FAÇA NADA! - agora a voz gritava - DEIXE ELE TE SALVAR!
Mas que Hades minha mãe estava falando? Ele quem!?
Então aconteceu.
A van ia bater em mim, não tinha dúvidas, era tudo rápido demais. Mas antes que ela conseguisse encostar no meu corpo outra coisa dura e estremamente fria me atingiu. Só que do outro lado. Minha cabeça bateu com tudo no asfalto molhado, mas eu não conseguia me mecher, a mesma coisa  que me empurrara estava me prendendo no chão.
Infelizmente eu ainda não estava salva. A van ainda vinha e estava prestes a me atingir, de novo.
Ouvi um palavrão baixo e quase engasguei. Era totalmente impossível não reconhecer aquela voz.
Deixe ele te salvar.
- Valeu mãe. - sussurrei super baixo. A terra deu uma leve tremida.
Quando a van estava quase chegando até mim, um par de mãos pálidas se estenderam para frente, a van estremeceu até parar a uns trinta centímetros de meu rosto. As mãos haviam criado um amassado na lateral da van.
Depois as mãos se mecheram com tal rapidez que pareciam um vulto, o amasso não estava mais lá.
Franzi o cenho. Que humano seria capaz de fazer isso?
Depois que a van parou houve um momento de silêncio e então a gritaria começou. Suspirei.
Das últimas vezes que eu estava para morrer não havia tido tanto rebuliço. Pra que tanto escândalo?
Várias vozes gritavam meu nome, mas a única voz em que eu prestei atenção foi a de Edward Cullen,  baixa e rápida no meu ouvido:
- Bella? Você está bem?
- Sim. Eu já estive pior. - respondi com sinceridade.
Eu tentei me sentar, mas ele me segurava.
-Cuidado - Edward avisou - Acho que você bateu a cabeça com força.
É óbvio que eu tinha batido a cabeça com força. Mas para dizer a verdade, eu já perdi a conta de vezes que eu bati a cabeça com força e continuei em uma batalha. Por sorte agora não tinha nenhuma batalha acontecendo.
Me sentei com calma. A cabeça girou um pouquinho, mas não reclamei.
- Você é forte. - disse ele sério
- Em geral eu sou. - respondi reprimindo um risinho - Mas isso não vem ao caso. Como foi que você chegou aqui tão rápido?
- Eu estava bem aqui do seu lado. - disse ele, com cara de inocente.
Dei um sorrisinho ironico. Não poderia falar com ele agora... mas depois ele não se escapava.
Muitas pessoas estavam gritando ao mesmo tempo.
- Não se mecha, Bella. - instruiu alguém
- Tirem o Tyler da van! - outra pessoa gritou.
Ouve um alvoroço.
Tentei me levantar mas as mãos de Edward me seguraram no chão. Olhei enraivecida para ele, era nessas horas que eu queria ter aqueles olhos escuros e assustadores de Nico. Sério mesmo.
- Agora Edward, - falei na minha voz mais fria - me solte.
Ele revirou os olhos dourados, mas me soltou.
Fiquei em pé sem esforço. As pessoas estavam tirando a van de lá para as macas entrarem.
Edward recusou a dele com tal autoridade que eu me assustei. Eu fiz o mesmo. Cerrei os punhos pensando que minha mãe era de alguma forma rainha do mundo inferior, eu tinha que ter algo de assustador!
- Eu estou bem, posso ir sentada para o hospital. - falei encarando o paramédico
Ele não dicutiu.  Embora Edward tenha  feito.
- Bella... você bateu a cabeça com força...
O cortei antes que ele pudesse continuar :
- Você pode parar de reclamar um pouco e me dar uma carona para o hospital? Eu não preciso de maca, só uma carona. Pode ser, Edward?
Ele piscou meio bobo mas acabou assentindo, é claro que ele tinha que murmurar um "teimosa".
Ele me guiou até o seu carro, onde sua família estava. Senti um calafrio ao me aproximar deles. Os irmãos gêmeos me encaravam com raiva?
- Eu vou levar Bella ao hospital. - disse Edward calmamente
- Deixe que eu leve a picape dela para a casa. - se ofereceu uma baixinha de cabelos espetados, Alice.
- Obrigada, Alice. - eu disse e entreguei as chaves a ela sem esitar. Edward pareceu um pouco surpreso mas não disse nada.
A garota loira ia falar alguma coisa mas Edward a cortou:
- Agora não, Rosalie. - ele fez sinal para mim entrar no carro e foi o que eu fiz.
Quando estávamos fora do estacionamento eu notei que ele dirigia a uma velocidade surpreendente.
- Eu não estou para morrer, não precisa acelerar tanto. - murmurei
Edward sorriu:
- Não gosto de dirigir devagar.
- Você me lembra muito um amigo. E então... como conseguiu chegar tão rápido perto de mim? - perguntei como se pedisse as horas, sua expressão endureceu.
Ele realmente achou que eu pedira carona por nada?
- Eu estava bem ao seu lado, já disse. Você sofre de esquisofrenia? - perguntou
Franzi o cenho.
- Não, por que?
Ele deu de ombros.
- Você disse "valeu mãe" quando a van estava vindo... - disse ele - parecia que você estava falando com alguém.
Corei, eu não podia falar para ele que eu estava falando com alguém. Então não me restou opção se não a mais constrangedora delas:
- Eu estava falando da mamãe do céu. - disse
Ele cemiserrou os olhos.
- Claro que sim.
Tinhamos chegado ao hospital, a primeira coisa que eu vi foi a viatura de Charlie.
Edward me levou até um quarto e depois foi chamar o pai dele e o meu.
Demorou um pouco antes que os 3 ( o pai de Edward, Charlie e o próprio Edward) chegassem.
- Bella! - exclamou meu pai ao me ver sentada em uma poltrona que tinha no quarto, balançando as pernas feito uma criança com uma rosa na mão. A rosa foi uma idiotice minha. É que eu precisava de alguma coisa para segurar.
- Oi, pai. - disse eu normalmente, ele revirou os olhos.
- Será que você não consegue ficar um mês sem quase ser morta? - perguntou ele, na frente dos dois Cullens sem a menor cerimônia, depois me abraçou, eu corei.
- Acho que não consigo. Mas eu estou bem, Edward me salvou. - falei sorrindo
Charlie virou-se para ele e disse com emoção na voz:
- Sério? Bom, então obrigada Edward.
O Dr. pigarreou antes que Edward pudesse falar alguma coisa.
- Sou Carlisle, então srt. Swan - disse ele enquanto se aproximava, fiquei se fôlego. Meus deuses, será que toda a família era tão... desumanamente magnífica? - como esta se sentindo?
- Eu estou ótima. - respondi
- Deixe-me ver sua cabeça, Edward disse que bateu com força. - disse Carlisle enquanto colocava as mãos geladas em minha cabeça, apertando levemente em alguns pontos.
- Sem ofenças, mas Edward é um tanto exagerado. - falei
Edward bufou, Charlie riu.
- Preocupado, na verdade. - disse Carlisle parencendo divertido - Está doendo?
Neguei com a cabeça.
- Se tiver dor, tome um Tylenol. Você já pode ir para casa. - disse ele sorrindo
Sorri de volta, e antes que qualquer um se mechesse eu pedi :
- Será que eu poderia ter uma palavra em particular com Edward antes de ir embora?
Nossos pais acentiram e sairam. Edward estava rígido.
- O que você quer? - perguntou ele, meio rudemente.
- Muito educado. - murmurei - Eu quero a verdade. Se você não vai responder como chegou lá tão rápido pode responder como parou a van.
Os olhos dele se arregalaram levemente, mas depois Edward voltou a ter aquela mesma expressão ingenua.
- Você acha realmente que eu parei a van? - perguntou ele como se pedisse novamente se eu era esquisofrênica.
Suspirei.
- Não, Edward. Na verdade acho que você é um super homem. É. Ai você veio correndo e parou a van. E acredito que sua irmã e seu irmão, aqueles que pareciam querer me matar , sejam... - parei e pensei em algo - sejam dois vampiros que gostariam de sugar meu sangue. Francamente Edward, EU SEI O QUE EU VI!
Ele estava com os olhos meio desfocados, como se estivesse chocado.
- Ninguém vai acreditar em você. - falou ele
Sorri com desdém.
- Claro, por que era minha intenção sair espalhando por ai que você consegue para vans com as mãos. Sabe de uma coisa? Você tem que aprender a confiar mais nas pessoas.
- Eu salvei a sua vida. - disse ele com raiva - Não pode apenas agradecer?
- Ninguém pediu a você para fazer isso, fez por que quis, então não precisa ficar posando de herói. - disse eu, estava com raiva dele, de novo. - De qualquer forma, obrigada. Só vou dizer mais uma coisa, Edward. Eu vou descobrir a verdade.
E sai com passos firmes para fora. Muitas pessoas da escola estavam na escola. Sorri para eles como se dissese que estava bem e fui até a viatura, onde Charlie me esperava.
Fomos para casa em silêncio, e quando chegamos, meu pai perguntou:
- O que aconteceu, de verdade?
- Eu me distrai... e quando vi a van estava vindo. Minha mãe disse apenas para mim deixar ele me salvar e foi o que eu fiz. - respondi
Charlie não pareceu surpreso.
- Mas e como ele te salvou? - perguntou
- Era o que eu gostaria de saber. - respondi
Eu fiquei o resto da tarde junto ao meu jardim, lendo o morro dos ventos uivantes (meu livro preferido), até que minha cabeça começou doer.
Eu fui para dentro, tomei um Tylenol e pedi uma pizza, não queria cozinhar.
Charlie voltou do trabalho ( ao qual ele tinha voltado depois de me traser para casa) junto com o entregador de pizza. Comemos em silêncio e eu fui dormir, eu tinha uma boa desculpa para dormir mais cedo.
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- Hey! - chamou uma voz muito familiar.
- Ela dorme pesado. - murmurou uma voz feminina
- BELLA! - outra voz chamou
Eu levantei depressa, pegando o punhal que estava encima da mesa de cabeceira. Mas não era nada demais.Eram só Percy, Annabeth e Nico.
-  Vocês me acordaram. - disse em tom acusatório para a Mensagem de Íris.
Nico revirou os olhos.
- Sério? Não tinha notado. Soubemos do acidente, você está bem?
Franzi o cenho para eles.
- Como vocês souberam?
- Meu pai comentou. - disse Nico
Me arrepiei, mas deixei passar.
- Eu estou bem, nada demais. - respondi - E vocês?
Todos acentiram.
- Estamos em missão,(não tem nada a ver com Hermes, na verdade nos mandaram procurar uma espécie de moeda ou algo assim) mas as coisas estão estranhamente... calmas. - disse Percy
Nico sussurrou algo para os outros dois, que se despediram e sairam do alcance de meu olhar.
- Meu pai comentou algo sobre um salvador...  - disse Nico erguendo as sobrancelhas
Revirei os olhos.
- Sim, um garoto me salvou. - eu disse
- E como ele fez isso? - perguntou ele
- Ele me empurrou para o lado. - menti
Nico me olhou com aqueles olhos negros, ele sabia que eu estava mentindo.
- Não foi isso que eu ouvi. - disse - Foi mais algo como o garoto - ele sublinhou a palavra garoto - ter parado a van, com as mãos...
Suspirei.
- Eu realmente não sei como ele me salvou. - disse por fim.
Nico mordeu os lábios, como se ele suspeitasse de algo, mas no fim disse apenas:
- Só tome cuidado com o garoto. Eu tenho que ir. Até mais, Bella
E passou a mão pela mensagem, que desapareceu.
Voltei para a cama, Nico estava escondendo algo.
- Perfeito. - murmurei - Mais um que não me conta o que sabe, perfeito mesmo.
E adormeci, naquela noite, sonhei com Edward Cullen. Ele estava em uma espécie de floresta.
Mas ele estava tão... diferente. Ele e o irmão mais velho, aquele musculoso, estavam em uma posição meio agachada, com os dentes arreganhados.
Um leão apareceu por entre as árvores .
- Esse é meu. - sussurrou Edward, uma voz assustadora, e dizendo isso pulou contra o leão, mordendo-o.
Acordei sem fôlego. Não podia ser isso, não podia. Aquele sonho era só um sonho(contradizendo o que eu sei sobre os sonhos dos semi deuses... me forcei a acreditar que aquilo era só um sonho), nada mais.
Voltei a dormir com um pouco de dificuldade. E então sonhei com o mensageiro dos deuses, ele passeava em um gramado... espera aí!
Aquilo parecia o Elísio. Hermes se virou para mim e abanou, como se me cumprimentasse.
Acordei novamente, e perdi todas as esperaças de dormir novamente.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?