Salve-me escrita por HannahHell


Capítulo 3
Salve-me




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/92139/chapter/3

-Zuko, é a Katara, eu estou aqui – ela começou a falar, desejando que desse certo, de alguma forma ela sabia que se ele não resolvesse seus problemas internos, não conseguiria o curar – você mudou, eu sei disso... Er... Não dê ouvidos para ele.

 

Isso é algo completamente idiota, ela suspirou e olhou para cima, se sentia envergonhada e confusa, ao mesmo tempo queria saber se isso estava dando certo, mas não conseguia entender os murmúrios dele.

 

-Por favor, diga algo que eu entenda – pediu nus suspiro.

 

__//__

 

-Que bonitinho! Nem para salvar sua vida você presta – ele comentou debochado – precisa da ajuda da garotinha idiota.

 

-Eu já te disse – comecei, mas algo me interrompeu.

 

-Zuko, é a Katara, eu estou aqui – ela andou até o meu lado. Por alguns instantes achei que ela havia desaparecido depois de me salvar – você mudou, eu sei disso... Er... Não dê ouvidos para ele.

 

Não pude deixar de sorrir, as palavras dela me fizeram sentir muito melhor – você está certa, eu não preciso dele.

 

-Claro que precisa! – ele berrou – EU SOU VOCÊ! Pare de negar isso!

 

-Você ERA eu!

 

-Isso é o que veremos – ele deu uma risada sádica – você ainda quer sua honra não é? E, mesmo que não queria admitir, ainda quer ser amado por seu pai. Eu posso te dar tudo isso... Vamos Zuko, fama, amor, poder, honra, vamos até mesmo voltar e reconquistar a Mai. Voltar aos bons e velhos tempos.

 

Ele estava errado, não é isso que eu quero, eu quero mudar o mundo, fazer da nação do fogo a melhor nação do mundo e não a mais temida e para isso preciso ajudar o Avatar e seus amigos.

 

-Não! Não é isso que eu quero.

 

__//__

 

Katara ouviu alguns fragmentos dos murmúrios dele, uma hora ouviu algo como “você era eu” e um pouco depois algo como “é isso que eu quero”. De algum modo curá-lo estava ficando mais fácil, ele não estava mais tão quente nem tremendo tanto, mesmo assim, parecia estar preso em sua alucinação.

 

-Zuko, você está do nosso lado, eu confio em você – espero que ele não se lembre disso – todos confiamos em você, mas por favor, confie em si mesmo.

 

-Confiar... em mim? – ele balbuciou obviamente confuso.

 

-Sim! – ela se calou subitamente, ele estava no meio de uma discussão com ele mesmo e se ele entendesse errado?

 

__//__

 

-Mas não nele – ela apontou para Ele – eu quero dizer que você precisa confiar em você, ouvir o que seu coração fala e seguir o que você acha certo – ela se aproximou e encostou o indicador no meu peito – escute o que essas batidas querem dizer, não ouça o que um lado problemático da sua mente quer, você vai conseguir tantas coisas maravilhosas se simplesmente confiar em si mesmo e na sua escolha – ela sorriu tão confiante que eu até mesmo esqueci de respirar, apenas para observá-la, meu coração batia forte demais para que eu entendesse o que ele queria me dizer.

 

-Que bonitinho, a sessão ‘mata-diabéticos’ já acabou?

 

-Calado! – me virei e andei até o ‘lado problemático da minha mente’ e o empurrei na direção do paredão – eu não quero mais ouvir você, não quero mais ser você – continuei o empurrando até a beirada – eu não preciso mais de você – o empurrei e assisti a água o engolir.

 

­­__//__

 

Ele piscou e seus olhos voltaram ao foco, demorou um pouco para entender o que havia acontecido ou o que estava acontecendo, mas  se surpreendeu quando reparou como estava.

 

Nunca imaginaria que algum dia estaria deitado usando a perna da garota como travesseiro enquanto ela terminava de curá-lo. Nunca, mas nunca mesmo imaginou que numa situação, inimaginável, dessa ela estaria sorrindo do mesmo jeito que estava em seu sonho/alucinação. E, o principal, ele nunca, mas nunca mesmo imaginou que iria gostar tanto de estar naquela situação.

 

-Está melhor? – ela perguntou e deslizou a mão pelo rosto dele até parar na sua garganta. Ação esta que fez o coração dele acelerar tanto que chegou a assustá-lo, mais uma vez batendo tão rápido que o deixou confuso ao não entender bem a razão de tal comportamento.

 

-Sim – ele respondeu ouvindo sua voz retornar e sua dor acabar por completo – obrigado, Katara.

 

Ela arregalou um pouco os olhos ao ser pega de surpresa pelo sorriso que ele direcionou à ela, sentia suas bochechas se aquecerem e virou o rosto para que ele não a visse o rubor em suas bochechas.

 

-Próxima vez que você ficar doente, por favor, me avise – ela pediu tirando as mãos dele.

 

Ele apenas riu. Depois desse dia, ele até mesmo rezaria para ficar doente, mas o que estou pensando? Ele colocou uma mão na testa e se levantou, amaldiçoando-se por ter pensado algo assim. Não podia se aproveitar da boa vontade dela, mesmo que a sensação dela o curando e a ver preocupada com ele fosse tão boa – vamos voltar para o acampamento? Está frio, podemos pegar um resfriado...

 

Ela riu e se levantou ficando ao lado dele – vamos então – mas antes que ela pudesse começar a andar ele a abraçou. Dessa vez ele entendera ao menos um comando que seu coração dava.

 

-Obrigado – murmurou apertando um pouco o abraço – obrigado por me salvar, não sei o que seria de mim sem você – murmurou tão baixinho que se não fosse a proximidade de sua boca com a orelha dela, Katara nunca teria ouvido.

 

Se antes as bochechas dela estavam rubras, agora era todo seu rosto, ainda bem que ele não está vendo – você seria um homem morto. Por que é tão teimoso? – ela tentou quebrar o clima e, julgando pela cor de seu rosto começar a voltar ao normal, calculou que conseguira, mesmo assim retribuiu finalmente o abraço.

 

Gostou da sensação de conforto e segurança que sentiu, ao mesmo tempo gostou do calor dele, especialmente por causa que até aquele momento elas estava morrendo de frio, mas agora o vento não a incomodava mais. Ele precisa de mim, sorriu ao pensar isso, mas seu sorriso logo se desfez quando se separaram e o frio voltou, fazendo-a se arrepiar.

 

Começaram a  andar para o acampamento e, a única coisa que se passava na mente dela era se ela, precisava dele também. Mantinha os braços cruzados tentando inutilmente se aquecer. Maldito frio, não consigo pensar direito assim.

 

Sentiu os braços dele nos seus ombros e o corpo dele ao seu lado. O frio passou e a mesma sensação confortável e quente que sentira quando o abraçou voltou. Inconscientemente o abraçou pela cintura para ficar mais perto e se esquentar mais.

 

Sim, ela precisa dele.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado *-*

Eu realmente gostei de escrever essa fic *.*

Mesmo ela sendo tão curtinha, eu amei escrevê-la.

Espero sinceramente que ela tenha os agradado.
E não se esqueçam das reviews *-*