Always By Your Side escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 5
Capítulo 5 -Tentando Ser Feliz




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No dia seguinte, Alice acordou cedo e foi para o colégio.

Carlisle foi para o hospital e deu carona para Alice, ficando em casa apenas Esme e Anabelle.

Anabelle voltaria a frequentar a escola no próximo ano. Uma escola com professores capacitados a ensinar crianças com deficiência visual. Por ora, tinha aulas em casa, uma vez que ainda estava se adaptando a sua nova condição.

No fim da aula, Alice voltou para casa e encontrou Anabelle, chorando, no colo de Esme, que tentava consolá-la, mas estava difícil.

– O que houve? – Alice questionou ao jogar seu material escolar em um lugar qualquer, indo até onde elas estavam.

– O que foi florzinha? – questionou mais uma vez. Agora afagando as costas da irmã.

Anabelle virou para ficar de frente para Alice, e enlaçou seus bracinhos em volta do pescoço da irmã, que a puxou para o colo.

– Alice... – a garotinha choramingou abraçada à ela.

Alice olhou para Esme, com olhar suplicante, que lhe dissesse o que houve. Esme apontou a mão em direção a TV, onde estava passando desenho animado.

Não foi preciso nenhuma palavra ser dita para que Alice entendesse. Era o desenho preferido de Anabelle. Ela estava chorando porque não podia vê-lo.

Alice abraçou a irmã com força, como que para protegê-la de algo. A garotinha foi parando de chorar aos poucos.

– Florzinha, daqui a uma semana você faz cinco anos. Como vai querer sua festinha? Me fal?

– Eu não quero – a garotinha respondeu, fazendo beicinho.

– Porque não, meu anjo? – Esme questiona com a voz suave.

– Por que não vai ter graça, eu não posso ver nada, e não tenho amigas – falou meio ressentida.

Cada palavra dita por Anabelle afetou Alice profundamente. Esse será o primeiro aniversário dela sem os pais, as amiguinhas e a visão.

Realmente será difícil para ela.

– Escuta, minha vida – Alice falou ao beijar a testa da irmã. – Eu sei que têm razões para não querer, mas eu te amo demais para deixar que essa data passe em branco. E a Rose e o Emmett vão vir nos visitar no dia do seu aniversário. Nos permita poder comemorar com você e te encher de mimos. Eu juro que não farei nada grandioso, já que você não quer, mas deixe que tenha ao menos um bolo, uns docinhos e muitas bexigas. Vai florzinha, diz que sim – Alice fala, em seguida faz cócegas na barriga de Anabelle.

– Tá bom! – disse ela sorrindo.

– Então meninas, vamos almoçar? – Esme pergunta ao notar que as coisas já foram resolvidas.

– Vamos, sim – Alice responde.

Anabelle ficou de pé segurando a mão de Alice e a de Esme. Ambas erguem Anabelle do chão e a balança no ar, fazendo-a gargalhar.

– Faz outra vez – ela pede. E assim elas fizeram.

Na hora do almoço era sempre uma luta, Anabelle não queria comer verduras e legumes, torcia o bico para tudo.

– Come o brócolis – Alice tentava fazer com que ela comesse.

– Eu não gosto de brócolis, é muito ruim – ela reclama.

A campainha toca.

– Deixa que atendo – Esme fala indo em direção a sala.

– Come Anabelle, só um pedacinho vai – Alice insiste mais uma vez e Anabelle se recusa.

– Oi! – Jaspe fala ao chegar à cozinha, acompanhado por Esme.

– Jazz! – a garotinha grita ao reconhecer a voz.

– Oi Jazz – Alice o cumprimenta. Jasper vai até ela e a beija, um beijo rápido. Afinal Esme estava olhando.

– E minha princesinha, como está hoje? Os arranhões nas mãzinhas e joelhos melhoram? – questiona ao beijar a testa de Anabelle.

– Já está melhor, Jazz – fala mostrando as mãozinhas para ele.

Ele segura suas mãozinhas e as beija. Ela sorri.

– Almoça conosco, Jasper? – Esme questiona.

– Não, obrigado, acabei de almoçar. Quem sabe numa próxima vez.

– Eu já terminei – a garoinha aproveita a deixa para fugir de comer o brócolis.

– Não, a senhorita não acabou – Esme avisa.

– Você não comeu o brócolis – Alice fala.

– Come só um pouquinho.– Jasper pede para ela.

– Mas é muito ruim, Jazz – ela rebate.

– Mostra pro papai Jazz, que você é uma garotinha destemida, e come um pouco.

– Tá, mas só um pedacinho.

Jasper sorri vitorioso. Ele leva uma colher de brócolis àa boca de Anabelle que mastiga fazendo cara feia.

– Muito bem florzinha – Alice a incentiva.

– Come mais um pouquinho. – Jasper pede.

– Não. Eu já comi.

– Tudo bem – ele concorda.

– Posso comer a sobremesa agora?

– Pode, sim – Esme responde entregando uma taça de mousse de maracujá.

– Obá! – ela comemora.

Após o almoço, Alice ficou ajudando Esme a pôr a cozinha em ordem. Enquanto isso Jasper brincava com Anabelle no jardim.

Algumas vezes ouviam os risos de Anabelle acompanhado pelo de Jasper.

Jasper ama Alice intensamente e com ela aprendeu amar Anabelle. Às vezes, ele desejava que a garotinha fosse sua filha, mas não precisa ser pai biológico para dar amor e carinho. E isso ele já fazia.

Algumas vezes as pessoas perguntavam se Alice era a mãe e ele o pai, tamanho o amor que ambos sentiam um pelo outro. Era tão puro e verdadeiro que até mesmo eles se confundiam.

Nessa mesma tarde, Esme saiu para checar a decoração da casa de um cliente, ficando apenas os três. Jasper e Alice brincaram por horas com Anabelle no jardim, até que ela disse que estava cansada.

Alice então a levou para o banho e aproveitou para tomar banho também. Jasper tomou banho no quarto de hospedes. Ele sempre levava uma muda de roupa quando ia passar à tarde na casa de Alice, por ocasiões como essa em que eles brincavam no jardim com Anabelle.

Depois do banho, jasper foi ao quarto de Alice.

– E aí mulheres de minha vida, já terminaram? – questiona ao deitar na cama de Alice que, por sinal, era de casal. Quando elas vieram viver com os tios, no inicio Anabelle não dormia sozinha. Mas com o tempo ela foi aceitando.

– Terminamos – ambas respondem ao sair do closet.

Anabelle sobe na cama e anda de joelhos até onde jasper estava. Depois deita apoiando a cabeça no braço dele. Ele cobre Anabelle com o edredom e lhe da um beijo na bochecha.

Alice liga a TV. Em seguida deita na cama ao lado da irmã. Jasper a puxa mais para perto e a beija, inclinando a cabeça sobre a garotinha, que estava deitada entre os dois.

Os três ficaram falando sobre coisas banais, até que acabaram por pegar no sono. Jasper abraçado a Alice, que abraçada Anabelle, que, por sua vez, abraçava a boneca de pano Sabine.

Por volta das oito da noite Esme chegou. Assim que estacionou o carro, Carlisle chegou também. Se fosse combinado não teria dado tão certo.

– As meninas não estão em casa? – Carlisle questiona ao ver todas as luzes apagadas.

– Estranho. Alice não falou que iria sair – Esme responde ao abrir a porta, tateando a parede em busca do interruptor.

– Acho que estão sim, o carro de Jasper está na garagem – Carlisle fala.

Esme vai até a cozinha, sempre acendendo as luzes pelo caminho, e deixa uma sacola de compras em cima do balcão.

– Alice, Anabelle – Carlisle as chama, mas ninguém responde. Então ele sobe as escadas e vai em busca das duas.

Enquanto isso, Esme fazia o mesmo no andar de baixo.

Já no corredor, Carlisle nota a porta do quarto de Alice entreaberta.

A única luz que iluminava o ambiente era a luz da TV, que estava ligada. Ao abrir a porta, ele vê os três dormindo abraçados. Ele rir consigo mesmo, observando a cena. Ele sai do quarto e vai até o topo da escada e chama por Esme.

– Esme, elas estão aqui no quarto.

Esme sobe as escadas e vai até o quarto.

– Deixe eles dormirem – aconselha ao ver a cena.

Segurou na mão do marido o tirando de lá. Carlisle foi tomar um banho e Esme foi guardar as compras.

Alguns minutos depois, Alice acordou e tentou sair da cama com cuidado para não acordar Anabelle.

– Alice... – a garotinha choraminga ainda de olhos fechados.

– Shhhh... Estou aqui florzinha, pode dormir – Alice fala ao fazer carinho no rosto da irmã, que volta a dormir. – Eu te amo... – Alice sussurra para ela. Em seguida ajeitou o edredom para que Anabelle não sentisse frio.

Jasper acordou, mas permaneceu em silêncio apenas observando o carinho e o amor com que Alice cuida de Anabelle.

Ela não era mais apenas a irmã, ela era a mãe, a amiga, a protetora e, acima de tudo, uma era o porto seguro da outra.

– Oi – Alice fala ao notar que ele a observava.

– Eu te amo cada dia mais, sabia? – ele encosta sua testa na dela e a olha intensamente nos olhos. Depois se beijam.

– Não quero nunca me afastar de vocês – sussurra ao ouvido de Alice. – As duas já são parte de mim, ficaria perdido se me deixassem. Em breve você será minha esposa e Anabelle já é como uma filha para mim. Torço todos os dias para que em algum momento ela me chame de pai. Eu sei que seu tio ficaria ressentido se ela chamasse a mim de pai e não a ele, mas o que posso fazer se é assim que me sinto?! Como pai de Anabelle. E você é a mulher de minha vida. Tão frágil e ao mesmo tempo tão forte. Mesmo assim ainda sinto que tenho que protegê-las de tudo e de todos.

Alice, no entanto, ouvia cada palavra atentamente, seus olhos brilhavam como duas joias preciosas.

– Eu te amo Jazz. Você entrou em minha vida quando mais precisei. Como um anjo enviado por alguém. Meus tios são maravilhosos comigo e com Anabelle e, não fosse por eles, talvez eu não estivesse com ela hoje – Alice olha a irmã dormindo. Depois olha para Jasper e o beija.

Após esse momento romântico, ambos descem as escadas de mãos dadas. E seguem em direção à cozinha, de onde vinha o som das vozes de Carlisle e Esme.

– Oi tio.

– Oi querida, como passou o dia? – pergunta após beijar a testa de Alice.

– Bem, Anabelle se divertiu muito. Se ela está bem, eu também estou.

– Que bom, querida.

– Anabelle ainda está dormindo? – Esme questiona ao fechar a porta da geladeira.

– Está sim, deve está cansada. Ela brincou bastante com o Jazz.

– Jasper, você fica para o jantar? – Esme questiona ao passar por ele, segurando uns tomates.

– Não, tenho que ir. Minha mãe deve estar me esperando. Mas, mesmo assim, muito obrigado pelo convite.

– Tudo bem Jasper, não se preocupe – ela responde ao entregar os tomates para Carlisle, que já estava com a faca na mão para cortá-los.

– Tia, eu vou acompanhar o Jazz até o carro, já volto.

– Está bem querida.

Alice o acompanhou até a garagem. Ao se aproximar do carro, Jasper tirou do bolso a chave e desligou o alarme. Em seguida, encostou Alice na porta do veículo colando seu corpo ao dela.

– Queria dormir com você. Já estou com saudades e ainda nem fui embora.

– Eu também – Alice sussurra, com a cabeça apoiada no peito de Jasper.

– Acho que vou escalar sua janela durante a madrugada – fala e depois beija os lábios de Alice, no final do beijo morde o lábio inferior dela, de forma provocante.

– Jazz você é maluco, se meu tio te pega...

– Sou maluco por você, minha ninfa.

– Desculpe Jazz, mas tenho que entrar, eles estão me esperando.

– Tudo bem, vai lá minha pequena, mas fique esperta, eu posso aparecer – fala ao liberar a cintura dela, e dá um sorriso torto. Esse sorriso que fazia Alice perder o foco.

Jasper entra no carro e ao sair da uma piscadela para Alice, que sorrir em resposta.

Alice volta para a cozinha onde os tios estavam.

– Anabelle comeu algo antes de dormir? – Esme questiona enquanto Alice puxava uma cadeira para sentar.

– Não, mas quando eu subir levo a janta dela, e a acordo para comer.

Durante o jantar falaram sobre coisas do dia a dia e o aniversário de Anabelle que estava chegando.

Após o jantar, Alice e Carlisle ajudaram Esme a deixar a cozinha em ordem. Esme colocou um prato com o jantar de Anabelle na bandeja, com um copo de suco de abacaxi e um copinho de gelatina de morango que ela adora.

Alice pegou a bandeja e levou para o quarto onde a garotinha estava dormindo. Depositou a bandeja na mesinha de cabeceira e sentou-se ao lado da irmã. Pensou por alguns segundos se deveria ou não acordá-la, mas chegou à conclusão que ela precisava comer.

– Florzinha – Alice a chamou com carinho enquanto tirava o cabelo de Anabelle dos olhos. – Acorda minha vida... Trouxe sua janta. Tia Esme preparou com muito carinho. Acorda para comer um pouquinho, vai meu anjo – a garotinha apenas geme de preguiça e dengo. – Eu sei que seu soninho está gostoso, mas você não comeu nada. E tem a gelatina que você gosta.

Anabelle abriu os olhinhos lentamente, mas para ela, os dias e as noites haviam se tornado todos iguais. Sempre escuro.

– Posso comer só a gelatina? – pergunta ainda sonolenta, esfregando os olhinhos.

Alice beija ambos os olhos dela com ternura.

– Não, florzinha, você tem que comer tudo.

– Não seja má – a garotinha resmunga, fazendo beicinho.

– Eu não sou má – Alice fala ao puxar o edredom, e começa beijar a barriga da garotinha inúmeras vezes fazendo-a sorrir.

– Tá bom você não é má – fala em meio a gargalhadas. Alice parou com os beijos e Anabelle sentou na cama.

Ela pegou a bandeja, colocou uma quantidade razoável de comida na colher e fala.

– Eu vou te servir, tá? Abre a boquinha que aviãzinho está com pressa para pousar.

A garotinha sorrir com o que Alice disse.

Alice serviu Anabelle e depois deixou que ela comesse a gelatina sozinha, porque ela pediu. Quando a garotinha acabou, Alice a levou até o banheiro onde escovaram os dentes.

– Eu vou dormir com você? – Anabelle questiona ao voltarem para o quarto.

– Vai sim, eu gosto de dormir com você pertinho de mim – Alice fala enquanto ajuda Anabelle a localizar a cama.

– Obá! Eu gosto de dormir com você.

Alice apenas sorri.

– Alice?

– O que, minha florzinha? – questiona ao deitar ao lado da irmã.

– Eu te amo como amo a mamãe.

– Também te amo muito, muito, muito – fala ao trazer Anabelle para um abraço apertado.

– Também amo a tia Esme o tio Carlisle e o Jazz. E também a Rose e o Emmett. Eles são legais. O jazz brinca comigo como o papai brincava. Ele parece um papai – a garotinha fala aconchegada aos braços da irmã.

– Você gosta muito dele, não é? – Alice questiona afagando os cabelos dela.

– Gosto sim – responde já fechando os olhinhos.

Em poucos minutos Anabelle estava dormindo serenamente no lugar onde ela se sentia mais segura no mundo. Nos braços da irmã, que, para ela, havia se tornado uma mãe.

– Dorme bem, florzinha mais linda do meu jardim. Eu faria qualquer coisa para que você pudesse voltar a ver a luz do sol novamente – Alice fala enquanto olha a irmã dormindo em seus braços.

Em pouco tempo Alice também estava dormindo.

Alguns minutos depois, Esme foi ao quarto ver como elas estavam. Ao entrar viu as duas dormindo abraçadas como mãe e filha.

Alice é sempre tão amável e protetora com Anabelle que chega a ser impressionante.

Esme anda até a cama e cobre a duas com o edredom, em seguida beija ambas na testa.

Suas meninas, suas filhas de coração. Desde que ambas chegaram à sua vida, Esme tem estado mais feliz. Agora tinha as filhas que tanto sonhou um dia ter.

Ela recolheu a bandeja que Alice havia levado com a comida, e apagou a luz. Ao sair fechou a porta lentamente.


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Notas finais do capítulo

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