Percy Jackson 6 - o Filho de Deimos escrita por whysoboring


Capítulo 3
O Oráculo me dá uma ligadinha.


Notas iniciais do capítulo

mas uuum :)



ENJOY !



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CAPÍTULO TRÊS -  O Oráculo me dá uma ligadinha.                                                                                                                                                                                                                                                 Eu ganhei um carro.                                                                                                                                                                                                                                         Eu ganhei um carro. Um carro. Um carro. Um carro.                                                                                                                                                                                                                                                                                        Qualquer um podia falar: Tá você ganhou um carro, e daí?                                                                                                                                                                                                                             Mas eu só responderia: Cara, eu ganhei um carro.                                                                                                                                                              Eu ainda absorvia a notícia quando mamãe e Paul chegaram ao meu lado.   - Oh, Percy!  - Mamãe começou. -  Eu não sei se você gostou, mais eu e Paul queríamos te dar um carrinho, para você poder sair sem precisar usar o do Paul.. Considere isso como um presente de aniversário! - Sally não aguentou de ansiedade, precisava ver o que você tinha achado -  Disse Paul rindo.     Mamãe o ignorou. Annabeth sorria no canto. - Uau, mãe, muito obrigada  mesmo! Eu adorei! Nem desconfiei- Eu a abraçei, e depois, meio desajeitado, abraçei Paul.

Eu tinha ficado realmente surpreso. Não que Paul e mamãe sejam bons em guardar segredo, nunca,  mais eu só sabia que eles escondiam algo, nunca imaginei que me dariam um carro.  Eu sabia que mamãe não tinha condições de pagar-me um carro, pois sua loja de doces não era algo espetacular, e também ela estava pagando a mensalidade da faculdade que cursava à noite. E Paul trabalhava como professor na Goode High School ( inclusive, meu professor), o que também não rendia muito.  Mais mesmo assim, eles tinham se esforçado para me comprar um carro. Eu seria um idiota se não tivesse agradecido.

Nós continuamos lá na nossa pequena comemoração no estacionamento, e mamãe obrigou-me a entrar dentro do carro. O analisei por dentro. Um Caliber não era exatamente o Maserati  de Apolo, mais ainda assim,eu estava todo orgulhoso.  Meu carro. Quando mamãe finalmente se contentou,  - não por vontade própria,claro. Ela queria ficar tirando fotos, mas Paul me ajudou e disse para ela deixar eu levar Annabeth  em casa. -  ela deixou eu sair com Annie no carona, depois de duas horas de sermão para usar o cinto, e outras coisas.

Eu não tinha exatamente feito auto-escola, mais sabia dirigir. Paul já tinha me deixado dirigir seus Prius - não que ele não tenha se arrependido,já que da última vez, Blackjack pousou no capô do carro. Durante o caminho,  por incrível que pareça, nenhum monstro nos atacou. Estranhei, mais sabia que isso não podia ter sido sorte , afinal, essa palavra era desconhecida no meu dicionário ; Eu simplesmente apostei que Cronos tinha acabado com o estoque de monstros - não que isso me incomode.

Dirigi de volta para casa após deixar Annabeth no internato. Paul e mamãe viam televisão, mas estava sem saco, então fui para o meu quarto e sentei na cama.

Girando a chave do meu Caliber  no meu dedo, meus pensamentos vagaram.

 Cronos, o acampamento, meu padrasto, Annabeth, meu novo irmão.

Como seria se eu não fosse meio-sangue? Pensei. Todo semideus já se perguntou isso, provavelmente se iludindo com a esperança de poder ter uma vida normal, ou simplesmente ficam remoendo isso, enconformados; Ou talvez, uns até gostassem. Não que eu achasse isso provável, mas podia acontecer.

Por um segundo breve, deixe uma imagem fantasiosa tomar conta da minha mente. Eu e minha mãe na sala, só nós dois,rindo de algum programa da TV, e claro, comendo panquecas azuis. Mamãe me perguntava como foi a escola, e eu falaria animado. Nossa vida era normal, sem irmãos, sem monstros ou qualquer outra coisa. Imaginei se não seria isso que eu veria pelas sereias, com tudo aquilo de 'te mostrar o que você mais quer ver' .

Mais sabia que não era assim, e eu meio que já tinha aceitado a situação. Mas qualquer meio-sangue tinha seu momento de fraqueza.  Mas apesar de tudo, tinha coisas boas em ser meio-sangue.   Não acho que teria conhecido Annabeth um dia, se não fosse.  E eu não queria pensar nisso, não imaginava como poderia ser assim. Quer dizer, eu gostava muito dela. Muito mesmo.

E não só Annabeth, mas eu não conheceria Quíron, Silena,Beckendorf, Clarisse, Nico, Thalia, Zoe Doce Amarga, Bianca, e até mesmo Blackjack e Tyson.Também não conheceria Dionísio ou Ares, ou melhor, nem acreditaria que eles existiam, mais não que eu me encomode com isso.

Um trovão rimbombou nos céus.   Mais acho que soou mais como um " Eu também"  do que um "Continue e vou ter o prazer de te matar" E mesmo que Clarisse fosse uma orgulhosa e a mais irritante filha de Ares, bom, ela pode ser.. "simpática" quando queria. Só quando queria. E não quis dizer que ela sempre quer. De qualquer forma, fiquei imaginando como o Acampamento agora. Quer dizer, segundo Quíron, teria o dobro de campistas. E inclusive, praticamente o dobro dos chalés, deveria estar uma zona. Logo o cansaço veio à tona, e eu fechei meus olhos deixando a inconsiência dominar minha mente.                          *** - Percy! Percy! - Minha mãe gritava, me balançando bruscamente de um lado por outro. - Acorda. Levantei em um pulo só, arfando. Olhei para minha mãe e ela me olhava assustada.Tapei meus olhos da claridade que vinha da janela diretamente aos meus olhos.

Passei as costas da mão no meu rosto. Gotas de suor faziam uma trilha pela minha face, e lágrimas escorriam pela minha bochecha. Meu coração batia em batidas sem ritmo. É, pelo menos eu não fiz xixi na cama.

- Está tudo bem? Você parecia estar tendo um pesadelo. - Ela franziu o cenho,preocupada. - E teve uma hora que você mencionou algum James.. Ao som daquele nome as imagens do sonho repassaram pelos meus olhos.

                          ________Flashback   _______ Foi um sonho diferente de qualquer um que já tenha tido. Eu não participava dele, e também não o analisava como se eu estivesse lá, observando. Eu não via nada. Nem que fosse uma escuridão a minha volta.Era como se eu não estivesse em nenhum lugar específico. Não, era como se eu não estivesse ali; como se meu subconsiente tivesse se desligado por um momento da realidade. E antes que eu pudesse pensar mais alguma coisa, duas imagens se passaram sobre meus olhos, como se fossem formadas pela a densidade do ar, como as imagens do oráculo apareciam. - MÃÃE ! MÃAE! - Eu via o corpo de um menino ajoelhado chorando, e gritando desesperado.Seu cabelo era curto e castanho e sua franja caia sobre seus olhos,que  já estavam vermelhos pelo excesso de lágrimas. Suas roupas se encontravam rasgadas; seu cotovelo estava ralado, assim como seu braço. Seu estado estava péssimo, decadente. Apertei meus olhos e pude ver uma mulher deitada no colo da criança. Ela não estava morta, mais estava próxima disso. Seu corpo tinha machucados graves por toda sua extensão. - James, cuide-se.. - Ela disse com uma voz falha e rouca antes de seus olhos se fixarem em um ponto concreto e seus braços, antes segurando o garoto, agora caídos sem vida ao chão. Minha garganta fica seca. Eu sabia como era a sensação de perder uma mãe. Então a imagem muda ao som dos gritos de James. Gritos de tortura.  Gritos agoniados.     Era tudo que eu ouvia da boca daquele corpo em chamas. Não sabia se era mulher ou homem, criança ou jovem;  Só sabia que estava em agonia, era evidente. Eu não sabia descrever o que estava vendo. A pessoa se debatia, chorava, gritando com todas suas forças, enquanto seus olhos pareciam sair das órbitas. Sua pele se rasgava como uma lâmina imaginária estivesse cortando-a fundo, e ela usava suas mãos como se tentasse agarrar-se a algo, mas suas unhas simplesmente arravanhavam o nada. Meu coração batia forte, e sabia que meus olhos demonstravam horror e eu tremia.Tremia de medo, tremia de horror, tremia de terror; Eu me sentia inútil por não fazer nada, e ao mesmo tempo eu queria desviar meu olhar, me esconder e nunca mais abrir os olhos. Parecia uma atitude de alguma criança pequena, mais era tudo que aquela imagem me provocava.   E antes que eu pudesse pensar em mais algo, eu pisquei, voltando a realidade.            __________Flashback___________

- Percy! - Mamãe agora segurava em meus braços. Ela virou meu rosto, forçando-me a olhar em seus olhos. - Percy, o que está acontecendo? E quem é James? - Tá, tudo bem mãe, não era ninguém. - Disse me levantando - Ahn,vou tomar banho. Mamãe me fuzilou com seus olhos, demonstrando preocupação. E antes que ela abrisse a boca para dizer mais alguma coisa, falei a caminho do banheiro:

- É sério, só foi um sonho.

E uma premonição, acrescentei mentalmente.

                            ***

Desliguei o chuveiro ainda com a testa franzida. Não parava de pensar no sonho, mesmo que só de relembrar as cenas já me sentia arfando. Balançei a cabeça para retirá-lo da cabeça.  Quem diabos era James? Ele era um meio-sangue? A mãe dele? Porque ele estava no meu sonho? E quem era.. aquele corpo em chamas? E novamente, porque eu sonhei com aquilo?

É, algo me dizia que não teria as respostas dessas perguntas tão cedo.

Fechei meus olhos e dei um grande suspiro. Outra parte ruim de ser um meio-sangue:  Você tem sonhos, que são na verdade premonições, ou algo do passado. É, e você não sonha em coisas como carneiros pulando cerquinhas, ou um jardim florido. Nãaao, tem que ser cenas de tortura, ou um mistério que fiquei batucando em sua cabeça.

Me enxuguei,coloquei uma roupa qualquer, e fui comer; Só agora percebia o quanto minha barriga roncava. Peguei uns waffles na mesa da cozinha, onde Paul conversava com mamãe.

- Bom dia. Acordou cedo, não? - Paul franziu os lábios.

- É. - Dei um sorisso com o canto dos lábios.

Ter pesadelos de alguém sendo torturado geralmente ajuda, pensei, mas fiquei quieto. 

Mamãe me analisou delicadamente.Ela devia perceber que eu ainda estava pertubado, mas nada disse.  Eu não sou de "desabafar" e ela sabia disso.

Pórem, fui para a sala ciente de que ela comentaria com o Paul.

Liguei a TV e coloquei no Vh1 .  Tocava Sweet Dreams da Beyoncé.

"Doce sonho, ou um lindo pesadelo.. "

- Ah, que irônico.- Disse a mim mesmo,trocando para a Warner Channel, em uma reprise de Friends.

Então o telefone toca.

- Querido, pode atender para mim? - Mamãe grita da cozinha.

- Tá. - Falei já pegando o telefone.

- Alô, poderia falar com o Percy? - Disse uma voz que eu conhecia muito bem, mas a última que eu esperava ouvir.

- Rachel?

- Ah, Percy, é você.

- É. Mais porque você tá me ligando?

- Que horror, não posso ligar para o meu amigo?

- Ah,não. - Falei me concertando. - É que você não tá naquela Academia de Carion, ou algo assim?

- Academia de Clarion, transformando meninas em moças sofisticadas - Ela disse em uma voz feminina aguda totalmente forçada. - É, a última que eu precise que você me lembre.

- Ahn, desculpe. Mas como tá estar sendo um Oráculo sofisticado? - Ri mentalmente. - Espero que você não esteja fazendo nenhuma besteira.

- Ah, qual é. Você tá parecendo meu pai desse jeito. Mas geralmente a frase dele é "Rachel, sua mãe estudou aí. Por favor não nos envergonhe e blá blá blá " Tudo que ele liga é dele e aquela imagem estúpida dele!

- Hum.

 - Mas só digo que a Srta. Graylerve e a Srta. Leblesc - Ela pronunciou no tom agudo denovo. - Não estão muito felizes comigo, ou com a minha postura, minha linguagem, minhas ROUPAS! Acredita que elas querem me fazer usar aqueles vestidos estilo lolitas de NY?  E qual o problema dos meus jeans?

Eu ri imaginando a cena de Rachel com aquelas roupas.

- É, mas enfim, como você está?

- To bem. - Não havia necessidade de eu contá-la meu sonho.

- É, mas comigo não. Minha cabeça dói mais que tudo. Eu estou tendo milhares de profecias do nada e tendo que ligar para Quíron a todo minuto.

- Profecias? Sobre o quê? - Agora eu estava atento. Queria saber sobre qualquer coisa que pudesse ter haver com meus sonhos.

- A maioria é nas missões que os campistas estão fazendo para capturar os novos meio-sangues. - Ela disse. - Mas eu isso que eu queria te falar, também teve uma..

Então antes que ela pudesse terminar um grito agudo interrompeu ao fundo.

Srta. Dare!

- Merda, tenho que desligar, até outro dia.

- Rach, espera.. - Começei,mas ela  já havia desligado.

Xinguei baixinho. Ótimo!

- Quem era? - Mamãe entra na sala.

- Rachel Dare. - Grunhi, ainda indignado.

- Hmm - Mamãe arqueou a sombrancelha.

É,só faltava essa.

Saí dali antes que mamãe tirasse mais algumas conclusões.

O dia passou normalmente.  Almoçei, e fiquei deitado na cama sem fazer nada, mas mais tarde saí de carro e também tentei inutilmente fazer uns trabalhos da escola. Quando finalmente desisti, empurrei os livros para longe e fui para a bancada do apartamento.

Coloquei as mãos na grade e inspirei o poluído ar de Nova Iorque. Um vento frio batia no em mim e levantava os pêlos do meu braço. Tremi.

Fiquei ali refletindo, até que olhei para o lado. Lá estava a planta de Calypso, Por um momento lembrei de nós juntos na ilha de Ogígia, e como, por algum motivo, me senti em casa, em um lar.  Como teria sido se eu escolhesse ter ficado lá?

A terra de Calypso era acolhedora e convidativa.  Mas não, aquilo não teria sido a opção certa.  Eu reconhecia isso.

Mas onde estaria Calypso agora? Ela tinha sido libertada de sua prisão, isso estava certo, graças ao meu trato com os deuses. Mais onde estaria ela agora?

Não fazia ideia, mas não ia ficar ali para descobrir. Estava bem mais tarde, e agora estava  muito mais frio, ainda mais que eu estava com aquela camiseta.

Suspirei e fui dormir, dessa vez um sono sem sonhos .


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Notas finais do capítulo

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bgsbgs :*