Keys escrita por Charlotte


Capítulo 2
Elliott e Sally


Notas iniciais do capítulo

Segundo cap, então espero que gostem.



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  Quando acordei já não estava mais na minha casa, mas sim no grande quarto escuro, na mesma cama do meu pesadelo. E os risos começaram de novo.


  -Bem vinda!- a mesma voz de antes disse.


  Eu não conseguia responder nada. Aquela voz me assustava mesmo soando gentil e doce.Minhas pernas não se moviam, e aquele “ser” se aproximava cada vez mais.Ele se curvou e aproximou seu rosto.


  -Sophie, por que não diz nada?


  A escuridão era tanta que eu não conseguia ver seu rosto. Ele se afastou e começou a andar pelo quarto.


  -O que eu faço? O que eu faço? - ele se perguntava enquanto andava de um lado para o outro - Já sei!


   Ouvi seus passos se afastando e um “click” e as luzes se acenderam e eu esperei meus olhos se acustumarem com a claridade, e finalmente pude ver seu rosto, olhos azuis como safira, cabelo loiro e alto. Não era o que eu tinha em mente.


  -Está melhor, Sophie?


  -Um pouco, eu acho. - finalmente pude dizer algo - Quem é você?


  -Uhm... - parecia pensar em algo -  ... Meu nome é...


  Ele foi interrompido pelo barulho da porta se abrindo.De lá saiu uma garotinha com cabelos castanhos claro e olhos verdes de uns 7 anos com um ursinho de pelúcia nas mãos, parecia perdida.


  -Sally? - ele perguntou.


  -Você viu o Elliott? - perguntou timidamente.


  -Não, ele sumiu de novo?


  -Uhm...


  Parecia que ela iria chorar a qualquer momento. Pela expressão daquele “ser”, ele estava sendo o mais cuidadoso possível para não faze-la chorar.


  -Ahm...Quer... - parecia estar pensando em algo -  ... que eu te ajude a procurar ele?


  Ela afirmou com a cabeça e esticou a mão para que ele a segurasse. Ele olhou para mim e disse:


  -Quer ajudar também?


  Ele disse sorrindo, mas eu percebi o que ele queria dizer.Ele queria que eu o ajudasse com a garotinha caso ela começasse a chorar.


  -Não tenho mais nada para fazer. - respondi olhando em volta.


  Comecei a segui-los, Sally segurava o ursinho de pelúcia com a mão direita e segurava a mão daquele “ser” com a mão esquerda.

  Aquela mansão era grande, várias portas e um corredor imenso, eu poderia me perder ali facilmente, nem me lembrava da porta que sai. Ele não abria nenhuma das portas, parecia que já sabia onde Elliott estava.  Ele começou a descer as escadas, passando por uma sala enorme, e abrindo a porta para o jardim, que também era grande. O jardim era belo e a luz da Lua o deixava mais belo ainda. Os dois andavam até uma enorme árvore que parecia ter milhares de anos.


  -Elliott? - Sally perguntou.


  -Que...? - parecia que ele estava dormindo lá.


  Então vi seus olhos se abrindo, pareciam dois rubis que conseguiam brilhar na escuridão. Lentamente desceu da árvore, assim pude ver a cor de seu cabelo, branco. Parecia que eu já tinha visto ele antes, mas não lembro onde.

  Ele me olhou meio incomodado, mas logo ignorou voltando a atenção para Sally, que o abraçou ainda com o ursinho na mão.


  -Então Sally, seu pai já terminou a reunião?


  -Não.


  -Então eu posso dormir mais um tempinho. - ele se soltou de Sally e subiu na árvore novamente.


  Sally estava com a mesma cara que estava quando eu a vi pela primeira vez mas dessa vez ela iria chorar...


  -E-Elliott des-desce. - ela estava chorando algo que eu havia previsto.


  Ele não descia e ela continuou, só que cada vez mais alto. Por isso que aquele “ser” não queria fazer ela chorar. Quando chorava parecia que estava gritando de tão alto que era.


  -Meu ouvido... - reclamei.


  Nem Elliot aguentou o choro, desceu da árvore com as mãos nos ouvidos.


  -Sally...-a garota não parava de chorar-...Sally!


  Finalmente silêncio, ela parava de chorar enquanto limpava as lágrimas. Elliott tirava as mãos dos ouvidos, e acariciava a cabeça da garota que se acalmava instantaneamente com o toque da mão de sua mão.


  -Acho que mimei ela demais. - Elliott disse - Bom, - ele mudou de expressão para um sobrio - amanhã é dia de Lua Safira. Amanhã o jantar vai ser por sua conta Lewis. E acho que já podemos voltar para casa Sally...


  -*Então o nome dele é Lewis...*- pensei.


  Ele saiu rindo, o que foi assustador, mas Sally parecia não se preocupar, Elliott deve ser como um pai para ela.

  Os dois desapareciam na escuridão, e eu estava sozinha com Lewis na escuridão o que me deixava assustada. Eu me lembrava daquela cena passando e passando, ele dizendo que humanos têm medo de dele e depois rindo.


  -Sophie...


  Ele tocou meu ombro e eu num ataque de medo dei um tapa na mão dele. Após isso ele abriu um largo sorriso que realmente me assustou. Ele se aproximou da minha orelha dizendo:


  -Seu medo, eu posso senti-ló.Não adianta fugir, Sophie, você é tão fraca que qualquer um podia te matar a qualquer instante, sem mim você não sobreviverá. Amanhã não terá mais saída, você será meu mais novo brinquedo...


  Meu medo se tornou em raiva, raiva daquele “ser” que me chamou de fraca e brinquedo.Não hesitei, dei um tapa no rosto dele.


  -Não pode me machucar com isso.


  Eu não queria ficar ali, eu voltei pelo caminho que vim. Mesmo na escuridão, minha mente parecia lembrar do caminho. Entrei dentro daquela mansão, e subi as escadas entrando em qualquer quarto, e logo caindo na cama, quando percebi meus olhos já estavam se fechando, vendo Lewis entrando no quarto com os olhos cor de safira brilhando.


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