Eles foram visitar o Frank, e o Pierre disse que a mãe do Frank não deixou que eles o vissem, porque eles faziam muito barulho.

Eram 15:30hs mais ou menos, e o Gerard chegou lá em casa, ele estava estranho, estava com uma cara ruim e com um cheiro de cigarro enorme:

- Hum...Oi Kimberly. – Disse Gerard entrando no meu quarto.

- Oi Gerard, entra.

- O que você tem pra me dizer? – Ele perguntou se sentando em minha cama.

- Na verdade...Não é pra dizer, é pra você ler.

- Então me dê.

- Toma. – Disse lhe entregando uma folha de caderno com a letra do Frank. – É do Frank. – Completei.

- Do Frank? Mas é sobre o que? – Disse ele confuso.

- Eu não sei. Abre e lê.

Então Gerard começou a ler em voz alta.

- ‘Gerard, enquanto fiquei de molho essa madrugada aqui no hospital, tomei uma decisão. Vou voltar pra New Jersei. Eu preciso de um tempo, preciso pensar no que aconteceu, preciso tomar um rumo na minha vida. Eu sei que vou deixar o My Chemical, mas, tenho certeza que vocês podem arrumar um guitarrista melhor do que eu.

Eu sei que você deve estar pensando que eu sou um covarde por não ter coragem de dizer pra você ao invés de escrever essa carta, mas, eu realmente não tive coragem, não podia te olhar de novo, e pedi pra Kimberly te dar essa carta à tarde porque eu provavelmente já vou estar dentro de um avião com destino à New Jersei, e eu não queria te ver chorar (se você se emocionar não é?).

Eu também sei que não devia escrever isso, pois você não merece depois do que fez comigo, mas eu tenho um carinho mmuuiittoo grande por você, não mais como namorado, mas como ser humano.

Então pra terminar, quero dizer que te amei muito e que você me fez muito feliz, e quero que você e a Sophie sejam muito felizes, pois se vocês se amam, vocês devem ficar juntos, e eu espero um dia poder voltar e não ter mais nenhuma mágoa de você, e encontrar todo o pessoal de novo.

Vou sentir sua falta.

Meus últimos beijos pra você.

Frank.

Obs: Manda abraços para o Mikey, Pierre, David, Seb, Chuck, Jeff, Bob, Ray e Sophie, e diz que vou sentir a falta deles.’

Gerard terminou de ler e começou a chorar desesperadamente

- Ele não podia fazer isso comigo! – Exclamou chorando.

- Gerard me desculpe, mas, você que não podia ter aquilo com ele.

- Você tem razão. Eu conheço bem o Frank, eu devia ter lembrado o quanto ele é... era ciumento, e que um beijo iria magoá-lo.

- Concordo com você, mas não tem mais jeito né?

- Como assim? Claro que tem! Eu vou ao aeroporto buscá-lo, e dizer que se ele não quer mais nada comigo, nós podemos ser amigos e continuar o My Chemical.

- Gerard! Isso não é um filme de comédia romântica, se fosse, até daria certo mais não é! Eu acho que o melhor a fazer é deixar ele ir, dar um tempo a ele, pois ele realmente precisa.

- Não Kimberly! – Disse um pouco alterado, limpando as lágrimas. - Eu vou lá.

- É sua ultima palavra? – Perguntei na falsa esperança de que ele mudasse de idéia.

- É.

- Então boa sorte e até logo Gerard.

- Até Kimberly.

A partir daí não vi mais ninguém o resto do dia. Fui fazer um trabalho na casa de uma colega e cheguei as 21:00hs. E mais ou menos meia hora depois que eu cheguei o telefone tocou:

- Alô?

- Alô, Kimberly, sou eu Mikey.

- Oi, lindo, o que foi?

- O Gerard tá com você?

- Não, porque?

- Porque ele sumiu Kim. Eu tô desesperado, não sei mais onde procurar, já liguei pra todos os meninos, e minha mãe foi viajar, se ela ficar sabendo que o Gerard sumiu ela vai ter um ataque. – Ele me explicou apavorado.

- Ai Caraca! Olha, eu vou aí te ajudar ok. Assim também você não fica sozinho.

- Tá bom. Obrigado Kim! To te esperando.

- Ok. Beijo. Acalma-se.

- Tá vou tentar, beijo.

- Pai!

- Que é Kimberly! – Meu pai respondeu com voz de cansaço, pois tinha acabado de chegar de um show.

- Seu motorista ainda está aí?

- Sim porque?

- Por que...Hum...Eu posso ir dormir na casa do Mikey?

- Na casa do Mikey?

- É que...A mãe dele foi viajar e...

- KIMBERLY BITTENCOURT BOUVIER OSBOURNE! O QUE VOCÊS DOIS VÃO FAZER SOZINHOS?

- Ai, Pai! Pára de ser pervertido ok? Eu vou lá, por que o Gerard não chegou até agora e o Mikey tá preocupado, aí eu vou lá ver no que posso ajudar!

- Hum...Não sei.

- Ai pai! Vai dar uma de pai conservador agora?

- Ta bom. Você já sabe que eu não consigo ser um pai normal mesmo né? Olha, vai, mas não falte na escola amanha, e tenha juízo ok!

- Ok, pai. Ai pai, eu te amo! – Disse dando um beijo em seu rosto. E logo depois indo para o carro.

Uns dez minutos depois cheguei a casa de Mikey:

- Oi Mikey. – Disse meio confusa em relação ao modo como cumprimentá-lo, pois não sabia ao certo se ainda estávamos ficando.

- Oi Kim! – Disse me abraçando. Percebi que ele foi sábio, pois me cumprimentou de uma forma carinhosa, forma que podia ser de amigo ou ficante.

- E então? – Perguntei me separando dele. – Alguma noticia do Gerard?

- Nada. – Disse com voz de choro.

- Calma Mikey. Vamos tentar reconstituir os passos dele ok?

- Ok – Me respondeu se sentando, e eu me sentei ao seu lado.

- Então qual foi a ultima vez que você o viu?

- Ontem à noite e você?

- Na minha casa, eu mostrei uma carta que o Frank escreveu pra ele e...

- E...?

- Mikey, não sei você já sabe que o Frank foi pra New Jersei.

- Sim, eu sei, eu falei com ele por telefone antes dele embarcar.

- Então, depois que mostrei a carta pra ele, ele ficou atordoado me disse que ia ao aeroporto impedir que Frank fosse, e saiu da minha casa, depois disso eu não o vi mais.

- Então vamos ao aeroporto!

- Isso, pode ser que ele esteja lá.

Então pegamos o carro do Gerard e fomos:

- Puxa Mikey! Eu nem imaginava que você sabe dirigir!

- É, quase ninguém sabe. Foi meu pai que me ensinou, antes de se separar da minha mãe.

- Mikey, por que seus pais se separaram?

- Não sei direito, eu era criança. Eu acho que meu pai traiu minha mãe.

- Hum.

- E seus pais por que se separaram? Você quase não fala da sua mãe.

- Um dia, quando eu tinha quatro anos, meus pais discutiram e minha mãe disse que estava cansada de viver com ele e que precisava de uma só pra ela e foi embora. É só o que eu sei. Depois disso ela sumiu e meu pai casou com a bruxa da Sharon...

Depois disso conversamos mais um pouco, e chegamos ao aeroporto. Começamos a procurar em todos os lugares, até que o inacreditável aconteceu: achamos ele em deitado no canto de um bar, completamente embriagado.

- Gerard! – Exclamei assustada.

- Gerard fala comigo! – Dizia Mikey também assustado.

- Frank? – Perguntou ele com a voz meio embargada.

- Não cara. Sou eu o Mikey! – Disse com voz de choro. – O que é que você fez?

- Eu quero ir pra casa. – Disse começando a chorar. E eu somente assistia a cena inconformada.

- Kimberly, você me ajuda a levar ele pro carro?

- Claro que sim. – Então pegamos ele, que estava com cheiro de bebida que estava insuportável e o colocamos no banco de trás do carro. Logo ele pegou no sono.

- Eu não acredito que ele fez isso. – Dizia Mikey inconformado.

- Calma Mikey, amanha tudo vai ficar bem.

- Mas, ele não podia! Eu não sou babá dele, não posso parar de cuidar da minha vida pra cuidar da vida dele.

- Mas calma Mikey! Essa foi à primeira vez que ele fez isso.

- Não Kim, não foi à primeira vez. Ele tem problemas com álcool. Ele só parou quando começar a namorar o Frank. Eu e minha mãe já passamos noites em claro por causa dele.

- Nossa que horror Mikey!

- É. – Disse ele limpando uma lágrima que o incomodava. – Mas agora vou deixar você em sua casa e depois vou cuidar dele.

- Hã...Mikey, se você quiser eu posso dormir lá com vocês, assim eu posso te ajudar a cuidar dele.

- Tudo bem, mas, e seu pai ele não vai se importar?

- Não eu já o avisei.

- Puxa que bom, assim eu não fico sozinho com ele.

- É.

- Essa correria toda até fez a gente esquecer do David e da Alicia né?

- É, mesmo, mas segunda vamos vê-los de novo. – Na verdade o que eu sentia naquele momento era diferente, era muito bom ficar ali conversando com o Mikey, ele apesar de tudo o que estávamos passando me passava tranqüilidade e isso me assustava, pois eu gostava do David, era estranho achar que estava me apaixonando pelo Mikey. E pra me confundir mais...

- Bom, chegamos. – Disse Mikey estacionando o carro em frente a sua casa.

- É, chegamos.

- Kimberly. – Disse virando o rosto para mim.

- O que é? – Perguntei deixando o meu rosto próximo ao dele.

- Obrigado.

- Por que?

- Por estar aqui comigo, me ajudando.

- Que isso. Somos amigos não é? E... – Fui interrompida por um beijo.

Depois disso ficamos em silencio, apenas olhando um para outro...Mas logo lembramos que o Gerard estava no banco de trás:

- Hãã...Acho melhor irmos não é? Daqui a pouco o Gerard vai acordar e...

- Tudo bem, vamos entrar.

Então entramos, Mikey colocou Gerard na cama, achamos melhor não acordá-lo, pois como ele estava deprê ia dar muito trabalho, tomamos de ajudar a curar a ressaca dele no outro dia de manhã.

- Kimberly, você dorme no quarto da minha mãe, e eu fico no meu quarto mesmo ok?

- Tudo bem.

- Então, eu vou arrumar as coisas pra você tá.

- ok.

Uns minutos depois ele voltou.

- Bom, deixei alguns edredons e travesseiros em cima da cama. Você é sortuda hein, vai dormir na cama de casal!Rsrs.

- Rsrs...Oba! Bom Mikey, boa noite.

- Boa noite. – Disse, me surpreendendo com um beijo rápido. Eu apenas retribui e fui dormir.