Perfeição escrita por Aphroditte Glabes


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Novo cap pra vocês. Espero que gostem



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-Argh – ficava resmungando enquanto arrumava minha cama, que ficava perto da janela que ficava com a vista do rio East – Argh – repeti e joguei o travesseiro no chão.

 

Blim. Alguém tocou a campainha. Ah, deuses, se fosse Nico de novo eu mandava ele pro Tártaro... Quando espiei pela porta, aleluia. Era minha amiga, Jessica.

 

-Oi Jess – falei abrindo a porta e a abraçando – Que bom que veio.

 

-Lydia – ela disse severamente – Não ia te deixar assim... Você sabe que sempre vou ser sua amiga...

 

-Eu sei – eu disse, abraçando-a – Me ajude, preciso que você me aconselhe.

 

-O que? – ela perguntou quando sentamos na beirada da minha cama.

 

-Querem que eu vá para o Acampamento.

 

-O que? – ela perguntou chocada – Mas você disse que não iria...

 

Eu adorava Jessica. Ela acreditava em mim, mesmo sendo mortal, ela pode ver através da nevoa.

 

-Eu sei, Jess... Mas Nico foi tão convincente...

 

-Ly, você acabou de completar dezoito anos, pode fazer o que quiser. É maior de idade.

 

-Mas você é minha melhor amiga!

 

-Ly, essa é a sua escolha. Eu sou apenas a sua mera amiga mortal que vê através da nevoa e que quer seu bem.

 

-Obrigada – exclamei abraçando-a – Vou falar com meu pai hoje à noite.

 

-O melhor que pode fazer – disse Jess sorridente.

 

***

 

-Pai? – chamei quando ouvi a porta da frente ser destrancada.

 

-Oi querida – disse papai, enquanto eu o abraçava com força – Senti saudades.

 

-Eu também! – respondi, com a voz abafada contra o peito dele.

 

Então nos soltamos e ele imediatamente guardou suas coisas no escritório, pensei que ele faria a mesma coisa de sempre, mas ele veio se sentar ao meu lado na minha cama.

 

-Precisamos conversar filha.

 

-É – suspirei – Queria te falar uma coisa, mas... Você primeiro.

 

-Sabe, essa não vou uma viagem de negócios.

 

-Não? – questionei curiosa.

 

-Não – ele assentiu – Fui falar com a sua mãe.

 

-O que? – perguntei me levantando da cama. Ele fora falar com a minha mãe? Sobre o que eles falaram? – O que foi falar com ela?

 

-Sobre sua ida ao Acampamento...

 

-Era sobre isso que queria falar – o cortei – Eu encontrei um filho de Hades, ele disse que eu deveria ir e acho... Que eu quero ir.

 

Ele suspirou.

 

-Era isso que eu temia – ele disse – Gosto de ter você perto de mim, mas isso é egoísmo. Acho que você deve sim ir.

 

-Ah, papai – eu disse o abraçando, com lágrimas brotando insistentemente dos meus olhos.

 

-Como você vai? – ele perguntou enquanto secava uma de minhas lágrimas, enquanto mal podia segurar as próprias.

 

-Vou falar com Nico.

 

-E quando você vai? – finalmente a pergunta crucial.

 

-Posso ir amanhã?

 

-Claro que pode querida – ele sorriu, maroto – Arrume suas coisas amanhã, você me parece cansada.

 

-Estou – murmurei, enquanto ele me deitava na cama e punha as cobertas sobre meus ombros.

 

-Durma bem – ele sussurrou no meu ouvido.

 

Ah, e eu dormi. Mas não bem. Isso acontecia algumas vezes, aqueles malditos sonhos. Ás vezes ficava com vontade de mandar a deusa dos sonhos pra... Esquece. Naquela noite, sonhei com meu pai. Ele estava sentado em um Coffe Bar, ao que parecia no Texas, onde ele fora viajar. Sentado junto com ele estava um mulher jovem. Ela tinha longos cabelos loiros lisos, que caiam ao lado do rosto oval. Os olhos dela eram verdes e eram delineados levemente com lápis marrom. Seus lábios era pintados de um batom muito claro e suas roupas eram formais.

 

-Vou leva-la o mais rápido possível.

 

-Isso – disse a mulher, com a voz carinhosa enquanto falava com meu pai – Lá é o lugar mais seguro para ela. Lydia ficara segura.

 

Epa, eu?!

 

-Sim – ele disse corando – Sabe que eu não deixaria nada acontecer com ela.

 

-Eu sei, meu querido. Mas ela é minha única filha, muito poderosa, não posso perde-la.

 

Merda, aquela era minha mãe? Filipa, deusa da perfeição?

 

-Poder, é com isso que se importa?

 

-Claro que não – disse Filipa, para meu pai revoltado – Quanto mais poderosos são, mais chamativos serão para os monstros, e mais facilmente serão mortos. Não deixarei isso acontecer.

 

-Acredito no que diz – meu pai disse depois de segundos de silencio. Então Filipa se voltou para onde eu deveria estar e sorriu para mim.

 

Então acordei assustada.

 

Sentei na cama suada, e pelo que pude ver pela janela, ainda nem havia amanhecido. Fui até o banheiro e escovei bem meus dentes, enquanto encarava meus olhos inchados de pouco dormir. Podia escutar ruídos no escritório, provavelmente papai ainda estava acordado. Fui para o banho, não demorei mais de quinze minutos, mas quando sai, não ouvia mais nada. Nem liguei muito, apenas voltei para meu quarto e comecei a fazer a mala.

 

***

 

-Blusas?

 

-Confere.

 

-Sapatos?

 

-Confere.

 

-Tudo o resto?

 

-Confere – comecei a rir enquanto falava no telefone com Jess, que tentava ser engraçada, coisa que acho que não serve pra ela.

 

-Sabe, não importa o quão longe você esteja, ainda vai ser minha melhor amiga.

 

-Você também – murmurei enquanto fechava minha mala, então suspirei – Vou ter que ir, liguei para o tal Nico e ele virá aqui daqui a uma hora.

 

-Uma hora? Se liga, amiga – ela disse, com diversão na voz – Aproveita o tempo com seu pai, conta o sonho pra ele.

 

-Não, eu... Não quero brigar com ele.

 

-Você que sabe!

 

-Beijos – eu disse, desligando rapidamente o celular e o pondo cuidadosamente na minha bolsa. As vezes esse negócio de perfeição me irrita. Pus a mala ao lado da porta e arrumei minha cama, em seguida fui arrumando meu quarto. Quando terminei, ouvi a campainha. Suspirei. Era agora ou nunca.

 

Caminhei pesadamente até a porta, e quando a abri eu vi Nico. Ele estava vestido da mesma maneira de sempre, roupas pretas resumem tudo. Abri a porta para que ele pudesse entrar.

 

-Bom-dia – murmurei e ele acenou com a cabeça.

 

-Ah, você deve ser Nico, o meio-sangue, certo? – perguntou meu pai, apertando a mão do Nico.

 

-Sim, Sr. Fernandez.

 

-Não me chame de senhor. Apenas de Charles.

 

-Claro... Charles.

 

Papai assentiu.

 

-Quero que leve minha menina – ele disse e eu revirei os olhos nessa parte – Em segurança até o Acampamento, entendeu?

 

-Claro.

 

-Ótimo – disse papai satisfeito – Agora é melhor vocês irem.

 

-Tchau, pai – eu disse beijando-lhe a bochecha.

 

-Tchau, querida.

 

Quando nos despedimos, pus a bolsa no meu ombro e comecei a puxar a mala. Ela não estava pesada, mas me incomodava.

 

-Eu te ajudo – disse Nico, quando chegamos no elevador.

 

-Não precisa, obrigada.

 

-Você é teimosa, garota.

 

-Eu sei – tive que sorrir, enquanto apertava o botão do térreo.

 

***

 

PDV Nico

 

-É muito longe? – ela perguntou, enquanto subíamos a colina.

 

-Depois da colina.

 

-Ótimo – ela sorriu, com os dentes brancos, ignorando o suor de sua testa – Quero descansar depois de caminhar tudo isso e carregar...

 

-Teimosa – eu disse – Por que não me deixou carregar por você?

 

-Não gosto de dever favores – ela retrucou, então finalmente chegamos na Colina Meio-Sangue.

 

Vi os olhos dela brilharem quando o Acampamento surgiu sobre ela, a boca se abriu em um “o” perfeito e ela ficou sem palavras.

 

-Esse acampamento é... Uou...

 

-Também pensei nisso na primeira vez que vim aqui. Eu tinha 11 anos... o Acampamento me impressionou muito.

 

-Sim – ela concordou com um gesto da cabeça, maravilhada.

 

-Venha, me deixe pegar isso – eu disse, tomando a mala dela e começando a descer a colina – Hora de você falar com Quíron?

 

-Quíron? – ela perguntou ofegante enquanto tentava me acompanhar.

 

-O centauro. Diretor do acampamento.

 

-Espere. O Quíron, Quíron? Que treinou Hercules, Perseu, Jasão, Teseu...

-E todos os outros heróis?

 

Ela assentiu.

 

-Ele mesmo.

 

O sorriso voltou para os lábios dela.

 

PDV Lydia.

 

Quando finalmente chegamos a uma casa enorme bem no meio do Acampamento, Nico depositou minha mala na varanda e nós entramos em uma sala onde estava um... Caramba, um centauro (N/a: Cara da Lydia: O____O).

 

-Srta. Fernandez? – ele perguntou um pouco surpreso quando me viu entrar na sala, seguindo Nico.

 

Além dele, havia um homem gordinho de cabelos esquisitos sentado em uma cadeira na frente de um tabuleiro.

 

-Sim, sou eu.

 

-Bom vê-la aqui. Faz anos que você recusa nosso convite.

 

-Sim – assenti, Nico meio que pulou do meu lado.

 

-Anos?

 

-Sim, eu sempre recusava. Queria ter minha vida, não vir para o Acampamento.

 

-Espero que não se arrependa – disse Quíron e o homenzinho disse:

 

-Ah, vamos logo. Mostre o Acampamento para Louise, filho de Hades.

 

Nico revirou os olhos, mas saiu da sala. Fui atrás dele.

 

-Quem é aquele cara?

 

-O Sr. D?

 

-Deve ser.

 

-Ele está sendo punido por Zeus nesse acampamento, mas ele odeia todo mundo menos os filhos.

 

-Filhos? – perguntei cautelosamente.

 

-Sim. Ele é Dionísio, o deus do vinho.

 

***

 

-E aqui é o seu chalé! – ele disse, após uma longa caminhada através do Acampamento.

 

-Obrigada – eu disse, tirando a mala de suas mãos – Te disse para não leva-la.

 

Ele deu de ombros.

 

-Que seja. O jantar é em uma hora. Quanto tocar a corneta, vá em direção ao refeitório – ele apontou – E não coma até todos fazerem as oferendas para os deuses.

 

-Certo...

 

Ele estava indo quando eu continuei:

 

-Obrigada.

 


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Gostaram? Odiaram?
Comentem !!!