Já anoitecia quando todo o acampamento já estava montado com alguns animais á queimarem na fogueira.

Misaki se distanciara dos outros soldados para cuidar de seus próprios ferimentos.

Caminha por um tempo na floresta tendo o cuidado de marcas seu caminho.

Chega então ao leito de um rio de onde vê através das águas cristalinas seu rosto sujo e cansado, mas não observava isso.

São seus olhos que lhe chamam atenção. Tinham agora o ar da morte.

Senti um vazio povoar sua mente. Mais logo retorna-se á si.

Entrara na guerra porque quis, sabia que teria que matar.

Aqueles foram apenas os primeiros de muitos que virão.

Isso se quiser viver e levar o general á vitória.

Misaki tira seu uniforme, sente alivio ao notar que seus ferimentos são superficiais.

Remove a faixa e as bandagens que usa para disfarçar seus seios. Nessas horas agradece por eles serem pequenos.

Abaixa-se para se refrescar e limpar.

Enquanto fazia isso, ouvi passos e vozes vindo na sua direção.

Amaldiçoa enquanto esconde-se numa moita. Precisava se trocar rapidamente.

-Isso é tão legal – diz um soldado aparecendo junto com mais dois.

-Oie, Makoto – diz um dos soldados, moreno – Tomas cuidado com tua excitação.

Makoto apenas balança a cabeça afirmamente.

O outro soldado loiro passa a mão no cabelo.

-Teremos trabalho em Seles – diz ele

-Ah – murmura o soldado moreno – Mais se for desse jeito não teremos problemas, Uki.

-Talvez – persiste ele levando a mão ao queixo – Além do que temos alguns principiantes em nosso esquadrão.

-Misaki é habilidoso, além do que ganhara a estima do nosso general.

-Sei disso, Izuko – diz Uki – Me refiro aos outros. Não sei se conseguem agüentar isso.

-Vamos esperar para ver o que acontece – decidi Izuko voltando seu olhar para o lado.

-Oh, Misaki – diz Makoto alegre.

Ela os olha e cumprimenta-os.

-Estas a fazer o que por aqui, Misaki? – indaga Uki a olhando

-Procurava por pegadas, queria saber que caminho o exercito pegou – diz ela rapidamente demonstrando firmeza.

-Só que por aqui? – indaga ele desconfiado

Misaki sente seu sangue pender, o que lhe falta é haver desconfiança para o seu lado.

-Deixe de ser desagradável, Uki – o repreende Makoto – Misaki fizera apenas seu dever. Já pensou se formos atacados de novo do mesmo jeito?

-É – concorda ele olhando Misaki por um instante.

-Vamos voltar para o acampamento – sugeri Izuko – Podem dar por nossa falta.

Todos assentem.

O trio caminha á frente tendo Misaki atrás que pensa em sua nova situação.

Certamente haveria soldados desconfiados por sua aparência feminina, apesar de fingir bem, não sabia se seria por muito tempo.

Além do que queria seguir em frente na guerra, já não pode mais voltar atrás.

Respira fundo, iria seguir até onde lhe fosse possível.

Vê o general Usui rodeado por soldados sorrindo.

Havia algo nele que fazia seu coração bater forte.

Ouvira muito sobre ele.

Seus feitos, sua beleza, sua indiferença com as mulheres.

Misaki pensara que ele apreciasse homens, mas ao notar melhor sua atitude vira que não.

Ela respira fundo.

Ele é intrigante.

Usui volta seu olhar pra ela a convidando a se juntar à roda de homens que relaxavam.

Ela caminha até eles desabotoando seu uniforme.

Se tinha que parecer um homem, devia agir como um.

Senta-se ao lado de Izuko ao mesmo tempo em que ficava de frente á Usui.

Entra na conversa sem problemas, é algo fácil.

Analisa o tempo todo Usui e decide que deveria protegê-lo de tudo.