Meu destino estava brutalmente unido ao dele. Como poderia me desfazer de tudo tão rapidamente? Ainda sentia seu corpo colado no meu e toda aquela respiração forte, tão masculina, grudada em mim. Aquilo ia me deixar maluca, aah se ia. 

Sai correndo do meu quarto, esperando, esperando não, desejando que tudo aquilo fosse mentira. Que todo  o meu passado não tivesse acontecido. Sem o Freddie comigo , eu não teria direção. Estava sem dinheiro pra comprar um cigarro. Mas que merda! Onde eu estava com a cabeça ? Onde tudo aquilo iria parar? 

Algo em mim dizia que eu deveria esquece-lo, mas minha outra medade suplicava que eu voltasse para os braços daquele pisicopata nojento. Provavelmente eu iria fazer isso , mas como eu poderia voltar ? Não tinha forças. As lágirmas voltaram a cair novamente e eu cai no chão sem condições de me levantar. Chorava por vários motivos. Alguns deles banais. A maioria me condenava por amar loucamente um homem que nunca me mereçeu. Fiquei horas largada na frente do portão principal, sem ter forças pra me levantar e voltar aquela merda daquele quarto e chingar aquele desgraçado e no final de tudo , susurrar, em seu peito que eu o amava. Apesar de tudo o amava. 

Após horas de choro, alguém que estava chegando provavelmente para fazer visitas. Era alguém com um braço maternal, disposto a me reerguer daquele fundo de poço. Mesmo depois de tanto chorar, não conseguia falar absolutamente nada. Minhas lágrimas haviam acabado... Estava chorando por dentro. 

O garoto não sabia como me reconfortar. Chegou a recepção e me entregou a enfermeira. Era a Amber. Eu já a conhecia. Ela olhou pra mim com olhos cheios pena materna e falou:

-O que houve mon pettit?- Ela passava o dedo indicador delicadamente pelo meu rosto e observava a minha reação. Segurei a mão dela com força e susurrei: 

-Freddie.- Ela olhou pra mim e me abraçou. Um abraço que só uma mãe poderia dar em uma filha e me levou para o meu quarto. Ele havia ido embora. Mas o cheiro dele, ainda empregnava o meu quarto, as lembranças martelavam o meu cérebro. 

-Sou fracassada.- Murmurei desgostosa e me larguei na cama. O rádio continuava ligado e agora tocava uma música fúnebre, típica de uma progamação de um dia chuvoso de domingo. Ouvi alguém se precipitar na porta e falei:

-Eu já falei que não quero te ver nunca mais seu idiota?- Não era  o Freddie. Ele entrou no meu quarto. Levantei o meu olhar e perguntei : 

-Quem é você?- Ele me olhou e sorriu. Ele parecia um anjo em um momento como aqueles. Levantei o meu olhar e o encarei por completo. Ele tinha um inglês perfeito. Ele era perfeito... 

-Me desculpe senhorita, a caminho da recepção eu me apresentei , mas você parecia não me ouvir, na realidade parecia estar fora de órbita. Meu nome é James O'Conner e o seu é Elizabeth Stonem não é ?

- Como você sabe o meu nome?- O olhei com curiosidade. Ele sorri e levanta a prancheta que havia pendurada em minha cama, com todo o meu histórico de loucuras e os maiores motivos para eu estar ali. Ele murmurou alguns dos casos que estavam na minha prancheta. Ele sorriu pra mim e falou :

-Tentativa de suicídio ? Hmm... Bem interessante.- Ele se sentou ao meu lado e ficou me olhando enquanto meu rosto ardia em brasa. Falei quase inaudívelmente:

-Vou sair daqui hoje, pra onde vou sem o Freddie?- Ele olhou pra mim passando a compreender tudo, se aproximou de mim e tirou uma mecha do meu cabelo da frente do meu rosto e falou:

-Você pode vir comigo.  Aonde eu moro tem bastante espaço e o pessoal que eu conheço... Bom, digamos que você vai se adaptar bem a sua nova casa.- Sorri ao saber que ele me acolheria. Me levantei de um salto e peguei algumas poucas roupas que eu tinha, coloquei dentro da minha mochila , a fechei . Meu destino estava sendo traçado ali, naquele momento. Mal sabia eu o que me esperava do lado de fora do reformatório. A adrenalina começara a pulsar dentro de mim e a velha effy estava voltando. Daqui pra frente serão só alegrias, pensei comigo mesma , rindo debochadamente do meu pensamento infantil.

OPÇÃO MUSICAL : DARE FOR MY SWEET HEART