“Eu passo por caras

como dinheiro voando de suas mãos

Eles tentam me mudar

Mas eles perceberam que não dá.

E cada amanhã é como

Um dia que eu não planejei

Se você está querendo ser meu homem

Entenda que eu não posso ser salva, eu não posso ser domada...”

(Can’t be Tamed)

POV. Bella

Era um estúpido domingo chuvoso, ao acordar por impulso eu quase me vesti pra trabalhar, não por vontade de ver meus “amados” colegas de trabalho e sim por quem me levaria até lá, quem mandou voltar a trabalhar numa sexta feira?

Será que motoristas trabalhavam aos domingos? Agora eu me perguntava sentada na cama tentando acostumar os olhos a ver a luz do sol. Bem, se fossem obrigados a trabalhar... Além do mais, minha companhia não era tão ruim assim e ao lado de um homem como aquele quem não se tornaria um pouco melhor?

POV. Edward

- Você deve tirar tudo o que ela possui... Uma mulher como aquela pode se reconstruir facilmente por ter um pouco de fama devido a sua profissão e conforme diz seu perfil, não suportaria a humilhação de ter sido deixada e roubada, ela nunca o denunciaria... Principalmente se o amasse... - Carlisle me fitou com um toque malicioso na voz por traz da nuvem de fumaça do charuto importado.

- O que? Quer que eu a obrigue a me amar? Isso seria impossível, talvez apenas atração sexual...

- O amor é mais forte Edward. – ele afirmou com pesar.

- Fala como se já tivesse se apaixonado antes... – sorri – agora, falando sério. O que eu devo fazer?

- Eu tenho cara de quem está brincando? – ele bateu a mão na grande mesa do escritório, o copo de uísque balançou quase trincando e eu me assustei – Agora faça o que eu lhe disse e pronto, até parece nervoso com a situação... Já deu golpes tantas vezes e agora...

- Eram homens...

- Homens são bem mais difíceis de enganar, a não ser que sejam enganados por mulheres. Agora, prefere dar um golpe em um velho ou em uma mulher como aquela que se pode pelo menos apreciar? – ele perguntou se levantando.

- Certo. – concordei.

- Ótimo agora quando... – meu celular tocou o interrompendo.

- É ela – eu disse antes de atender – Senhorita algum problema? – perguntei tentando parecer o mais preocupado possível.

- Bem, você é meu motorista, eu preciso sair e você não está aqui então acho que sim, é temos um problema. – ela é louca? Perguntei-me.

- Mas, hoje é domingo e... – Carlisle fez sinal pra que eu fosse com as mãos – estarei ai em alguns minutos. - desliguei

- Se quer conquistá-la, faça o que ela manda! Agora vá! – ele me ordenou.

Não tentei contestar, ele já estava nervoso o suficiente, eu poderia não sair vivo daquela discussão. Talvez ele estivesse certo uma mulher “domadora” como ela não deve ser tratada com tanto respeito na maioria das vezes e receber aquela atenção minha deveria ser o primeiro passo para sua recaída.

Ao parar na frente do prédio a avistei na porta principal, usava uma roupa um tanto provocante para qualquer que fosse o lugar onde estava indo. Peguei-me distraído admirando seu quadril dentro de uma saia tão justa, como ela conseguira vestir aquilo? Mas, um convencimento me cobriu com uma pergunta em minha mente: “Havia alguma chance de aquela produção ser pra mim?”

Era óbvio que eu causava histeria entre as mulheres, disso eu já havia me convencido, mas o que ela veria em um motorista que provavelmente seria pobre, com roupas mais largas e combinando? Ela deveria ser muito pervertida pra pensar algo assim tão rapidamente...

Hoje eu teria a prova dessa teoria porque não me vestia como um motorista, até por que não imaginava que uma mulher como aquela estaria entediada em um domingo, dia em que pessoas como ela se divertem em festas da alta sociedade e lançamentos de perfumes. Eu usava uma calça jeans e um blazer preto por cima de uma camisa branca simples gola V, e usava meu Ray-Ban.

Parei lentamente e desci do carro seguindo em sua direção pra abrir a porta pra ela.

- Aonde deseja que eu a leve? – perguntei dando meu melhor sorriso.

POV. Bella

Minha única pergunta era: “De onde esse homem saiu?” Ele era lindo, sexy, charmoso, trabalhador, pelo visto, paciente e obediente. Se não tivesse segurado em sua mão pra entrar no carro eu constataria que ele era uma mera ilusão, como a da noite passada.

Já estávamos no carro e, então eu resolvi responde-lo rudemente com outra pergunta, pra que não pensasse que eu estava desesperada.

- Conhece algum lugar em que eu gostaria de ir?

- Então a senhorita não sabe pra onde quer ir? – ele rebateu com mais uma pergunta.

- Na verdade eu saberei assim que você me levar até lá. – sorri fitando seus olhos no espelho central.

- Muito bem então vamos. – ele retribui o sorriso, mas o dele era muito melhor. Faltou-me ar.