Motorista Particular escrita por Anna


Capítulo 3
Sufocada


Notas iniciais do capítulo

preciso de mais reviews gnt



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- Angela, eu realmente não compreendo o porquê de você estar fazendo o trabalho de Jacob, ele deveria revisar a edição. – tentei dizer o mais calma possível.

Angela era uma das melhores funcionárias, sempre competente e nunca negava trabalho. Seu único defeito, se é que isso é um defeito, era ser exageradamente humilde, e Jacob se aproveitava disso.

- Bem, eu não ia fazer, mas ele pediu de um jeito especial, com aquele sorriso maravilhoso e...

- Ei, Angela, por favor, me poupe das suas fantasias com Jacob! – gritei.

- Certo, me perdoe.

- Está perdoada, agora vá e entregue todos esses papéis a Jacob, ele não está sendo pago á toa. – Angela se retirou decepcionada.

Eu me senti culpada pelo tom que usara na conversa, mas Angela era muito iludida e sonhadora, precisava acordar para a realidade. Sentei-me em minha cadeira e o relógio me deixava mais animada por saber que já era quase a hora de ir. Meu celular me despertou dos meus pensamentos, era James.

- O que vamos fazer hoje Bellinha? – ele gargalhou.

- Você eu não sei, eu vou descansar... Sabe, eu tenho um trabalho, eu faço algo de útil na vida. – murmurei me preparando pra desligar o celular.

- Eu adoro quando fica nervosa... – desliguei.

James era um encosto, mas eu não conseguia me livrar dele, parecia impossível. O conheci em uma das festas da revista, ele estava bonito e me fitava com seus olhos ameaçadores. Houve uma batida de leve na porta, dessa vez quem me interrompeu fora Tanya.

- Entre...

- Senhorita Bella, eu consegui um motorista com ótimas recomendações. Ele está desempregado há pouco tempo porque resolveu tirar férias, uma coisa assim... Mas ele é muito bem recomendado, com certeza.

- Já o contratou? – perguntei colocando meus pertences na bolsa rapidamente.

- Ainda não, o que a senhorita acha?

- Eu acho que ele já deveria estar contratado e vindo me buscar neste momento... – murmurei – não pensou que eu preciso que alguém me leve pra casa?

- Eu vou fazer isso – ela saiu murmurando algum palavrão, com certeza.

Esperei impaciente em minha sala, eu não suportava esperar por nada, considerava esse meu pior defeito. Tanya entrou na sala depois de alguns minutos, havia um pouco de medo em sua face.

- Ele já está contratado senhorita...

- Finalmente, posso esperá-lo lá na frente e...

- Na verdade, ele não vem hoje... – ela mordeu o lábio esperando minha reação.

- Como assim Tanya?

- Bem, eu o contratei, ele disse que não gostava de começar seu trabalho no meio do dia, mas que estaria lhe buscaria amanhã de manhã em seu apartamento.

- E como acha que eu vou embora agora?

- Eu posso chamar um táxi...

- Já deveria ter chamado! – gritei e ela saiu apressada.

Saí logo atrás dela e passei por sua mesa jogando um olhar raivoso.

O ar do lado de fora da revista era poluído, mas muito melhor do que o de lá de dentro. Eu não suportava aquele lugar. Na verdade eu nunca quis trabalhar na FashionFlash, não que não fosse realizada em minha profissão porque eu realmente amava o que fazia, mas era impossível sentir-se bem num lugar como aquele.

O estilo de moda era preconceituoso: modelos magérrimas e perfeitas – logo depois de passarem por reparos no computador, claro – eu havia sugerido várias idéias sobre como tudo está mudado e que toda a mulher tem seu valor, mas não foi bem aceita. O táxi chegou e entrei rapidamente respirando aliviada.

 

Ao chegar a meu apartamento tranquei a porta e abri as janelas, eu precisava respirar e ter novas idéias, preconceituosas o bastante para que aceitassem dessa vez. Eu não me importava com isso, já que tinha planos de sair daquela revista o mais rápido possível.

Depois de um longo banho coloquei meu lingerie e sentei-me na cama colocando no papel tudo o que eu já havia pensado em colocar na edição deste mês e dos próximos...

Eu apenas precisava me ocupar pra não pensar em como minha vida havia se tornado repetitiva e vazia. Talvez o estilo da FashionFlash houvesse me contagiado, a beleza era o que me importava nesse momento e meu trabalho estúpido, nada mais, eu sentia falta de algo além de trabalhar e ficar no silêncio do  meu apartamento, mas nada nunca acontecia.

O celular tocou repetitivamente e me curvei para apanhá-lo no criado mudo. Era um número desconhecido.

- Alô... – esperei por uma resposta.

- Isabella Swan? – uma voz masculina perguntou.

- Sim, quem fala? – perguntei interessada na voz linda e misteriosa.

- Aqui é Edward Cullen, seu novo motorista. Estou ligando para confirmar meu horário, amanhã às seis horas na Rua 51, Palace Apart, apartamento 22 correto? – ele perguntou rápido e objetivo.

- Correto... Edward? – fingi não saber seu nome

- Sim – ele respondeu com uma voz risonha.

- Bem, Edward eu o espero aqui.

- Eu estarei ai na hora marcada... Adeus. – ele desligou sem esperar minha resposta.

A voz do motorista era muito atraente, me peguei arrepiada ao ouvi-lo e curiosa para vê-lo. Eu deveria estar enlouquecendo na solidão do meu quarto. Fui até a cozinha procurar alguma bebida, levando o celular.

- James? – perguntei ao ouvir seu alô escandaloso. – será que você pode vir me ver. Eu mudei de idéia sobre descansar hoje...

E por mais um dia eu não me livraria dele...


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